Springfield Park: a rotina de Londres que pouco se percebe

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Em 2010, na nossa primeira temporada em Londres, moramos entre uma infinidade de judeus ortodoxos, africanos de diversas nações, muçulmanos, turcos e sabe-se lá mais o quê em Clapton, Hackney.

Perto de nós e dessa galera toda fica um parque que gostamos muito.

O Springfield Park estava a 5 minutos de caminhada da nossa casa. Era lá que a gente jogava tênis e corria sempre que sobrava um tempinho. :)

Durante os dias de semana há pouco movimento no Springfield Park. Não faltam mamães passeando com seus bebês, mas o silêncio é quase absoluto.

Clapton está longe de ser um dos melhores bairros de Londres, mas ainda assim acolhe um parque tão cuidado e preservado quanto o St James’s ou o Hyde.

E são coisas como essa que tornam Londres uma cidade tão única, cativante, acolhedora…e verde!

O objetivo deste post é mostrar este lado da rotina de Londres que pouco se percebe. Espero que goste!

going green for London
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autumn
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lunchtime
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could be a better place to have lunch?
lunchtime 2
lunchtime 3
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could be a better place to have lunch?
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vintage stroller
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evolution
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very nice nannies
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always/everywhere
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run, forrest. Run!
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mom

 

Assistindo um musical em Londres

Aldwych Theatre, onde vimos nosso primeiro musical em Londres (foto: divulgação - http://aldwych.official-theatre.co.uk)
Aldwych Theatre, onde vimos nosso primeiro musical em Londres (foto: divulgação – http://aldwych.official-theatre.co.uk)

Ainda temos muuuito o que falar de Liverpool, mas como o nome do blog é Pra Ver em Londres vou dar um tempo nas dicas da terra dos Beatles (que falamos aqui e aqui) para voltar à capital inglesa! Justo, né? =)

Há duas semanas recebemos uma grande amiga minha aqui. Como eu conheço bem a Fabi, sabia que teríamos um fim de semana diferente dos turistóides. Ela não ia querer visitar as top attractions da cidade, mas adoraria fazer programas culturais como ir a musicais, coisa que nunca tínhamos feito por falta de oportunidade.

Assim, logo que ela e a Regi (amiga dela que já virou nossa amiga também) confirmaram as datas que ficariam aqui conosco começamos a procurar um espetáculo para assistir.

A busca pelo musical perfeito

Logo de cara vimos que seria difícil encontrar um show que agradasse todo mundo, já que existem milhaaaares de opções, cada uma perfeita para um tipo de pessoa.

Tem as mega Natashísticas (românticas, de menininha. Tipo Rei Leão e Grease), as mais Joãozonas (como Chicago, que tem músicas de jazz como trilha sonora) e as que são quase um must see, pois são as principais, mais conhecidas, como Dirty Dancing, Mamma Mia, The Phantom of The Opera e Les Miserables.

A tarefa da escolha estava tãããão difícil que decidimos que compraríamos na hora, já que na Leicester Square (rua em que existem muuuitas cabines que vendem ingressos para os musicais) uma mulher me disse que no dia conseguiríamos comprar os ingressos e ainda pagar pouco. Claro que ficamos com medo, maaas… resolvemos arriscar!

Antes de contar como foi o dia, acho bacana falar que quando você compra os ingressos antecipadamente é bem fácil encontrar pechinchas. Você pode comprar pessoalmente (na Leicester Square, por exemplo, ou nos próprios teatros) ou pela internet – basta “googlear” a peça que você quer ver e vários sites tipo ticket master vão aparecer. Quando estávamos pesquisando chegamos a ver ingresso para o Grease por £15, por exemplo!

A compra dos ingressos

No sábado em que queríamos assistir um musical, fomos cedo para a Leicester Square. João, eu, Fabi, Regi e o casal Dy e Rodrigo (que de leitores do blog viraram nossos amigões!).

Passamos por vários guichês e percebemos que realmente era possível encontrar ingressos para os espetáculos, mas os preços estavam meio salgados. Média de £30, £40 por pessoa, que não queríamos pagar. =/

Até que encontramos uma cabine que oferecia os últimos ingressos para o Dirty Dancing naquela noite por £20 – na úúúúltima fileira do teatro!!!!!! =D

O único problema é que o cara só tinha quatro ingressos juntos e dois separados. Mas pensamos que não íamos morrer por causa disso e decidimos comprar mesmo assim! Às 19h30 entramos no Aldwych Theatre, onde curtiríamos um espetáculo de aproximadamente duas horas de muito romance, música, dança e teatro.

O musical

Não fizemos fotos durante o espetáculo porque não podia, é claro. Mas o cenário tinha uma pista circular no meio que fez o espetáculo ganhar movimento! Muito legal!
Não fizemos fotos durante o espetáculo porque não podia, é claro. Mas o cenário tinha uma pista circular no meio que fez o espetáculo ganhar movimento! Muito legal!

Acredito que boa parte dos meninos e meninas da minha idade curtiram Sandy & Jr. em alguma fase da vida.

No começo da carreira deles as versões de músicas bem conhecidas no cinema eram bem constantes. E eu entrei no teatro sabendo que no fim do espetáculo ia curtir Time of My Life (a música clááááássica do filme) relembrando essa cena:

Mas foi o musical começar para eu deixar a Sandy de lado e me prender totalmente à  história da Baby, que vai passar as férias em uma espécie de colônia de férias com a família, conhece um grupo de danças (e um dançarinoooo… aiiaiaiii! Hahaha) e começa a aprender a dançar – escondido dos pais.

Obviamente, ela se apaixona por ele… e aí ou você viu o filme ou vai ver o musical, porque eu não vou ficar contando os detalhes! :)

Dei nota 8 pro espetáculo porque ele tem uns altos e baixos nas duas horas. Confesso que dei umas “pescadas” em uns momentos mais paradinhos. Mas valeu muuuito a pena. A história é bem legal, o elenco excelente (tanto no quesito interpretação quanto no quesito dança; as coreografias eram LINDAS!) e a produção bem bacana.

Deu muita vontade de ver outros e outros musicais. O próximo vai ser Chicago, pra dar um desconto pro namoradão, né?! ;)

Ah, e como disse, nossas poltronas ficavam na ÚLTIMA fileira do teatro, mas isso não foi problema. Deu pra ver tudo beeem direitinho!

Enfim, na minha opinião ir a musicais é um programa muuuito legal para se fazer por aqui. Basta escolher o que tiver mais a sua cara e curtiiiiiir.

Achei um trailerzinho do espetáculo e fecho o post com ele. Dá pra ter uma ideia do que vimos e se animar para comprar seu ticket!

Beijos e até o próximo post,
Nah.

Ps: Se seu interesse for o Dirty Dancing, os detalhes você encontra no site oficial. Clique aqui e confira.

The Beatles Story em Liverpool: por dentro da história de uma das principais bandas de rock do mundo

Eu não comecei a gostar dos Beatles à  toa. Meu primeiro namorado sempre foi fã incondicional dos caras. Diz ele que na década de 80 tinha um poster do John Lennon atrás da porta do quarto, onde todos os dias lia a letra de Imagine.

Põe o som na caixa aí e curte o post com a trilha do John em tempos de Yoko!

Hum… Já sei, as datas não estão batendo, né? Pois é, meu primeiro namorado já tem seus 51 anos. E na verdade é meu pai! Piadinha interna que para mim faz todo sentido. :)

Devo a ele algumas das minhas principais paixões. Entre elas, o glorioso verdão (Coritiba Football Club) e os Beatles – sem contar ele mesmo, minha mãe e meus irmãos, é claro.

Lembro que quando era pequena ia pra escola com o dads curtindo os caras de Liverpool naquelas fitinhas de rádio.

Depois, lembro que em 2001 comprei meu primeiro CD do quarteto, a coletânia “1”, que reúne boa parte dos clássicos que qualquer beatlemaníaco sabe decor e salteado. No dia em que eu curtia pela primeira vez o CD, meu pai entrou no meu quarto com uma carinha que eu nunca vou esquecer e disse: “ouve Penny Lane, você vai gostar!”.

Ele tinha razão…

is in my ears and in my eyes
is in my ears and in my eyes

Okok, chega de enrolação. Falei tudo isso só pra que você entenda o quanto eu esperei essa visita a Liverpool. Fora meu pai, tem ainda minha tia (Marieee), meu tio Lelo e bons amigos como Thatali e Kinho que também me ajudaram a ser ainda mais fã de John, Paulo, George e Ringo.

Ah, e só a título de curiosidade: tive um cachorro chamado Ringo (pastor alemão que foi nosso companheiro por 13 anos) e tenho outro chamado Lennon (também pastor). Entendeu, né?! :)

Mas, vamos ao que interessa: The Beatles Story Exhibition, o museu que conta a história dessa banda que, na minha opinião, é a melhor da história do mundo!

O museu

Casal faceirão na entrada do museu!
Casal faceirão na entrada do museu!

Nem sempre os Beatles foram “The Beatles”. Explico! Quando John começou a banda ela se chamava The Quarrymen, e os primeiros integrantes eram amigos dele da escola (Quarry).

PAUSA: Logo logo faremos um post de dica cultural que vai fazê-lo saber maaais sobre o líder dos Beatles (o John!). =)

Play de novo!

Em pouco tempo, Paul foi apresentado à  banda e passou a fazer parte dela. Na sequência, o caçula George Harrison entrou pr’aquela bandinha que fazia um som que impressionava nas festas da escola e da igreja da região. Hehe

Instrumentos que pertenciam os músicos do The Quarrymen em exibição no museu
Instrumentos que pertenciam os músicos do The Quarrymen em exibição no museu

O The Quarrymen fazia um som muito bacana mesmo. O estilo, conhecido como skiffle, era uma espécie de folk com cara de caipira americano. Humm… Não sei explicar. Fica com o vídeo! hehe

Mas não demorou muito para a formação da Quarrymen chegar a que conhecemos como Beatles e a banda começar a ganhar fama.

E depois que The Quarrymen vira The Beatles, então, a história impressiona. Entre conquistar Liverpool, a Inglaterra, a Europa e o mundo vão apenas poucos meses.

Na primeira passagem dos meninos pelos Estados Unidos um terço da população do país parou para vê-los na TV, como o João disse no último post. Impressionante, né?

O Cavern Club "está" dentro do museu! Impossível não ficar imaginando eles tocando ali...
O Cavern Club “está” dentro do museu! Impossível não ficar imaginando eles tocando ali…
Achei isso o MÁXIMO. Os comerciantes da época já inventavam maneiras de convencer os fãs a comprarem coisas! haha
Achei isso o MÁXIMO. Os comerciantes da época já inventavam maneiras de convencer os fãs a comprarem coisas! haha
Não precisa de legenda, né? É claro que a mais famosa foto dos caras (na Abbey Road, aqui em Londres) tinha que estar no museu. Pra quem não sabe, é na Abbey Road que fica um dos estúdios em que os Beatles gravavam seus discos – e essa foto aí foi a capa do CD que tem o mesmo nome! ;)
Não precisa de legenda, né? É claro que a mais famosa foto dos caras (na Abbey Road, aqui em Londres) tinha que estar no museu. Pra quem não sabe, é na Abbey Road que fica um dos estúdios em que os Beatles gravavam seus discos – e essa foto aí foi a capa do CD que tem o mesmo nome! ;)
A fase psicodélica dos Beatles foi bem produtiva. Que fã não curte Magical Mistery Tour?
A fase psicodélica dos Beatles foi bem produtiva. Que fã não curte Magical Mistery Tour?

Com o fim dos Beatles (os motivos até hoje não são claros, mas eu não gosto da Yoko Ono!), a história dos quatro continuou, é claro.

E o museu conta isso de uma forma brilhante. Uma seção para cada um deles, com os detalhes do que eles fizeram depois da separação. A gente tava tão entretido que acabamos deixando de fotografar. Só registramos a seção do John. Mas, não dá nada, quando você for vai ter uma surpresa beeem legal. (Desculpa esfarrapada, eu sei! Sorry about that, guys!)

As ideias de John
As ideias de John
John completamente diferente. Na fase John + Yoko. Eu não gosto dela, mas fazer o que se ele gostava, né?
John completamente diferente. Na fase John + Yoko. Eu não gosto dela, mas fazer o que se ele gostava, né?

No fim do passeio, um trecho com frases de músicos importantes contando como se influenciaram pelos Beatles e uma seção dedicada a Imagine. Coisa liiiiiinda.

Para e imagina ele compondo aquela beleeeeza de música aí... =D
Para e imagina ele compondo aquela beleeeeza de música aí… =D

Eu tenho que admitir que o John me decepcionou um pouco no fim da vida dele. Tááá, eu sei que em 8 de dezembro de 1980 eu ainda nem era viva, mas pelo que li acho que ele morreu beeem diferente do John dos Beatles.

Nas palavras dele, a única crença que ele tinha era nele e na Yoko. Não acreditava nos Beatles e dizia que o sonho tinha chegado ao fim. Uma pena, porque realmente a carreira antes da Yoko dava uma sensação completamente diferente do cara. haha. Tá, eu tenho birra com a mulher mesmo.

Mas, de qualquer forma, nada apaga o brilho desse que foi um dos grandes poetas da humanidade.

Eu espero, sinceramente, que meus filhos curtam a música dos Beatles assim como eu, e que um dia eu possa voltar a Liverpool com eles (e mais meus pais, meus irmãos e meu amor!).

... but I'm not the only one. I hope someday you'll join us and the world will live as one!
… but I’m not the only one. I hope someday you’ll join us and the world will live as one!

Espero ter conseguido despertar em você a vontade de conhecer mais sobre os Beatles e de visitar o museu, que custa £12,95 para adulto e realmente vale a visita.

O que você viu aqui é apenas um resumo do resumo. Um aperitivo pra você ficar com fome! hehe

Para saber mais (e descobrir como chegar lá), acesse o site oficial clicando aqui.

Um beijo e até o próximo post,

Nah.

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Liverpool!

Bandas que permanecem vivas na era do iPod mesmo após terem encerrado suas atividades há décadas merecem respeito. Sou muito fã de muitos e ótimos rockeiros, jazzeros, regueiros e clássicos que já pararam de tocar ou passaram dessa pra um outro plano ou galáxia.

Até porque muitos deles são mitos que parecem ser impossíveis de serem superados. Quem supera a magia do Pink Floyd, a energia do Bob Marley e a levada do Grateful Dead? Pra lembrar de alguns…

Dentro desse seleto grupo ainda estão os que até hoje são uma indústria milionária e fazem uma economia brutal girar.

Não tem como não pensar já de cara nos Beatles, que com sua simplicidade romântica e sonhadora já fizeram um terço dos EUA pararem para vê-los na TV quando apareceram no The Ed Sullivan Show, em 1964 – ocasião da primeira turnê que fizeram para aqueles lados. O vídeo mostra um pouco da loucura.

Os meninos malucos de Liverpool que até hoje vendem discos, camisetas e muito mais em todos os cantos do mundo, colocaram a pequena cidade inglesa no mapa dos viajantes e amantes do rock.

livpool

O que seria de Liverpool sem os Beatles?

Liverpool preserva alguns traços da arquitetura residencial de Londres, tem quase nenhum grande edifício e uma ótima estrutura comercial. É uma cidade limpa, que transmite segurança e parece oferecer um bom sistema de transporte público.

Seria uma Londres em menores proporções, menos pontos turísticos e melhor qualidade de vida? Talvez…

A questão é que não fossem os Beatles, essa simpática cidade de pouco mais de 400 mil habitantes situada ao norte da Inglaterra certamente teria pouco destaque nos guias de turismo.

tudo começou com ele
tudo começou com ele

Mas os Beatles existiram! E deixaram suas caras estampadas em todos os cantos da cidade, a começar pelo nome do aeroporto: John Lennon Airport. Mais do que isso, parecem ter feito com que todos ali sintam um orgulho imenso por nascer na terra dos talentosos besouros. A responsabilidade de receber bem os visitantes que vem do mundo todo é cumprida com louvor pela população.

Grande surpresa para os que insistem em pré-conceitos do tipo: ingleses são rudes, estúpidos e detestam estrangeiros.

Já havíamos sido “alertados” pela Hellen, uma ex-professora da Rose, que Liverpool era perfeita e que o povo era o mais amável e receptivo da Inglaterra. Natural de lá, ela nos disse, porém, que até se mudar – na adolescência – não dava muita bola para a sua terra.

Viveu em outras cidades na Inglaterra, em um vilarejo em Eritreia, quando trabalhou como voluntária, e hoje está em Londres. Foi só depois de morar em outros lugares e ser apenas visitante em Liverpool que passou a dar valor e admirar sua cidade. Quantos não são assim, hein?

Ela nos falava com tanta paixão da cidade, recomendando lugares e falando do quão legais eram as pessoas, que era impossível não ter ainda mais vontade de tomar uma pint no Cavern Club, bar onde os Beatles tocaram 292 vezes.

clássico
clássico

Fomos, enfim, para Liverpool no último fim de semana. Com o ônibus da National Express em promoção, pagamos £5 por cada trecho e uma diária de £15 no Everton Hostel. Falaremos em breve sobre ele.

Por fornecer comida e pints a preços consideralvemente inferiores aos de Londres, Liverpool foi uma viagem não só muito prazerosa, mas bastante econômica. A título de curiosidade: enquanto uma pint de Guinness custa entre £3,50 e £4,20 em Londres, em três pubs diferentes de Liverpool não pagamos mais do que £2,20. Isso na Mathew Street, endereço do Cavern e do início da história da banda.

Essa semana publicaremos uma série de textos sobre a cidade que todo amante do rock’n’roll deve conhecer! Nas palavras da minha mãe, Âque não é a maior roqueira do mundo, mas cresceu ouvindo: “é realmente um sonho! Estou tão feliz, pois sou uma grande fã e você está realizando um sonho que já existia antes de você existir.”

yeah yeah yeah
yeah yeah yeah

Até lá fique com esse vídeo espetacular que mostra 13.500 pessoas cantando Hey Jude em plena Trafalgar Square, no centro de Londres. Impossível não se arrepiar quando chega no beter, better, better, betteeeeeeeeeeeeeeeeer…

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH.