Aconteceu que nossa viagem para a Itália começaria por Milão. Cidade que nunca esteve entre meus grandes sonhos de viagem. Nunca ouvi alguém falar que Milão era demais, pouco havia lido sobre ela… Fora isso, aquela aura moda/business/design nunca havia me seduzido a ponto de fazer questão de conhecer a cidade. Mas quis o destino e o preço das passagens para a Itália que assim fosse… então fomos! =)
Desembarcamos no acanhado Linate Airport e pegamos um ônibus ali mesmo (não tem erro. Basta sair do aeroporto, avistar os ônibus e pagar direto para o motorista!). Por cinco euros e cerca de 30 minutos, chegamos à Stazione Centrale, belíssima!
Na estação já deu pra mandar pra lua qualquer espécie de pré-conceito sobre a cidade. O lugar impressiona pela arquitetura ao seu maior estilo italiano de ser. Impactante, imponente, artística e histórica. O dom da italianada pra erguer prédios incríveis é demais, não?
As fotos falam melhor que eu…
Nosso hotel ficava a poucas quadras dali. Fomos caminhando. O Hotel Terminal, alías, já foi tema de texto da Nah. É uma boa dica de hotel em Milão se você não liga pra luxo, mas quer conforto. ;)
Largamos nossas coisas, ficamos umas duas horas resolvendo algumas pendências de trabalho (essa vida de empreendedor/jornalista/blogueiro viajante ainda vai ser tema de post, aliás. Temos algumas coisas legais para falar sobre e, quem sabe, te inspirar) e saímos do hotel para conhecer a região de Navigli.
Eu nem sabia que Milão tinha canais até a Nah me falar dias antes da viagem. Que lugar! Muitos bares, restaurantes, lojas de artesanato, gelaterias, gente na rua, bicicletas. Uma festa do cotidiano da cidade. Era uma quarta-feira, cerca de 21h de uma noite com temperatura muito agradável.
Tomamos um chopp no BQ, uma casa de cerveja artesanal que eu havia colocado na lista de lugares pra conhecer em Milão, mas não tinha a menor ideia que era ali. Perfeito, não? Pra saber mais corre ler o texto que a Nah comenta sobre o bar.
Bebemos, jantamos num lugar que parecia legal, mas decepcionou. Após o jantar voltamos para o hotel. Já era perto da meia noite, hora em que o metrô para de funcionar.
A essas horas Mião já havia me conquistado.
O metrô e as bicicletas em Milão
O sistema de transporte público de de Milão surpreende como a cidade. Moderno e eficiente, mas que ainda preserva muita história com os charmosos bondinhos nas ruas. Ponto pra Milão.
Informações sobre preço das passagens você pode ver no site da Azienda Trasporti Milanesi (ATM), mas adianto: o bilhete mais barato, que dá direito a circular quantas vezes quiser por até 90 minutos, custa 1,50€. Mas há várias opções diferentes. Vale acessar o site para ver o que mais se adequa ao que você precisa.
Lá você também encontra informações sobre o Bikemi, o sistema de aluguel de bicicletas. Milão tem investido muito nesse modal de transporte. São mais de 1900 bikes e a malha cicloviária está em constante ampliação.
É barato e fácil de usar. A diária sai por 2,50€ e se você trocar a bike ou entregá-la antes de 30 minutos de uso não há taxas extras. Apenas lembre-se de fazer um cadastro prévio via internet.
Sou suspeito pra falar por ser um ciclista convicto, mas não há nada como conhecer uma cidade sobre uma bike.
Uma Itália diferente
As diferenças entre Milão e qualquer outra cidade que conhecemos na Itália (Roma, Firenze, Veneza, Reggio Calabria e algumas outras cidades menores) são imensas.
Milão é a mais europeia das cidades italianas quando falamos em organização, limpeza, eficiência, emprego, etc.). A cidade funciona bem. Coisa que não é tão comum em outros centros italianos, que muitas vezes lembram nosso Brasil…
A prosperidade de Milão, talvez, ou obviamente, existe em razão de sua riqueza. A cidade concentra boa parte das indústrias, empresas e eventos de negócios do país. É a válvula propulsora de uma combalida economia local. Os milaneses ganham, em média, 47% a mais que seus compatriotas. A taxa de desemprego está em 5,8%, contra expressivos 8,4% na média do país. Essas infos são do Assolombrada, uma associação que reúne mais de 5 mil empresas de Milão.
O que ficou de Milão
Milão é o oposto do que boa parte da Itália é. Por si só isso já deveria valer sua visita. O choque cultural é imenso. Milão fala inglês. Coisa rara na Velha Bota.
Não que o resto da Itália seja uma porcaria. Cazzo, não. Quem não se encanta com a Itália, me desculpe, não vê a beleza da vida.
A cidade tem sua própria mágica…É muito diferente de ver o romantismo de Veneza, a arte de Firenze e a História de Roma. É uma cidade livre de rótulos se você ignorar a moda, o design e os negócios. Se você não pensa em ir a Milão, tente. Foi o que eu fiz. Não podia ter sido melhor…
Curta a cidade é como eu sugeri ali em cima: sem pré-conceitos ou julgamentos antecipados. Aproveite o que ela tem de melhor e deixe-se levar. Não tenho dúvidas de que sairá de lá com um sorriso na orelha e dizendo:
Piacere, Milano! Ci Vediamo, bella!
Curiosidades de Milão
Algumas coisas chamaram nossa atenção nos dias que passamos por Milão. E não podíamos deixar de registrá-las no último post sobre a cidade…
1) O calor imperava nos nossos dias milaneses. Porém, nas ruas, poucas pessoas bebiam cerveja. O vinho branco parecia ser a bebida preferida de quem queria se refrescar;
2) Boa parte das descargas dos banheiros públicos que usamos (retaurantes, estações de trem/metrô, etc.) eram elétricas. Até aí, tudo lindo maravilhoso. O problema é que ao contrário de evitarem o desperdício, elas desperdiçavam água. A qualquer movimento, lá vinha uma nova descarga;
3) Indianos vendem bonesquinhos iluminados que voam, africanos vendem pulseirinhas no Duomo, vendedores de diversas nacionalidades oferecem rosas nas ruas (e até dentro dos restaurantes/bares);
4) Há muitas fontes de água espalhadas pelas ruas da cidade. Por isso, tenha sempre uma garrafinha em mãos e pare para abastecê-la quando sua água acabar;
5) Outra ótima maneira de se refrescar estando em Milão é saboreando um delicioso gelato. E não faltam boas opções. Basta passear pela cidade, escolher o seu e aproveitar! :)
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6 thoughts on “Milão: foi um prazer”
Adorei o post, gente! Milao é minha parada anual em abril de trabalho, e lá me sinto meio q em casa, me viro bem pelas ruas. Nao gosto quando alguem fala q Milao nao tem graca, fico ofendida : )
O unico problema, na época eu vou, é a super lotacao do metro. Nao dá conta da demanda, é um inferno. Mas fora isso, tudo sempre correu muito bem : )
bjao
Que bom que gostou, Helô. Ficamos felizes em saber. :)
Entramos nesse grupo que fica ofendido quando alguém fala que Milão não tem graça. Fizemos várias coisas nesses dois dias e meio, mas nossa lista do que fazer era enorme e daria frouxo para passar mais uns 10 dias lá. Fora que o “clima” da cidade é super agradável. Acho, sinceramente, que moraria lá.
E, sobre o metrô, acho que o inferno nos “undergrounds” do mundo é um problema meio geral, né? Em dias de eventos, horários de pico, acho sempre um terror. Só em Toronto que andei todas as vezes com metrô vazio.
Obrigada pela visita. ;)
Beeijo
Oi, João. Tudo bem? :)
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie – Boia Paulista
Oi, Natalie. Tudo bem por aqui, e por aí? :)
Ficamos super felizes pelo post do João ter sido selecionado. Esperamos que os leitores do Viaje na Viagem gostem do post e se aninem para conhecer a bella Milano. :)
Até mais!
Beijos,
Nah e João.
Olá pessoal!!
Sabe que eu também tinha essa mesmíssima idéia de Milão até eu ir lá? Acho que boa parte das pessoas que eu conheço compartilham dessa opinião.
Eu acabei gostando da cidade, apesar de ter ido em outubro e de estar uma muvuca por causa de alguma feira e sem faaaaaaalar que a easyjet mudou o horário do meu voo (adiantando) o que me fez perder meio dia por lá. Mas um dia eu ainda volto!
=D
Cheguei à conclusão que todo mundo que conhece a cidade adora, Bruna. Só que a galera precisa compartilhar mais as opiniões sobre ela, né? Assim, cada vez mais o estereótipo vai sendo deixado de lado e Milão passa a entrar nos planos dos viajantes de verdade, não só porque a passagem pra lá é mais barata. hehe
Beeijo