Um pouquinho (ou poucão) do Brasil em Londres

Tem gente que vem para cá e só quer saber de viver a vida nova. Prefere se adaptar à cultura local e deixar pra sentir saudade só do colo da mãe (e do pai, é claro!), do abraço dos amigos, do calor tropical e dos programas que estava acostumado a fazer na terra natal.

Outros, porém, trazem tudo na mala: a saudade do povo, da comida, dos cheirinhos, das cores, enfiiim, de tudo mesmo que representa o Brasil ou sua província (ai, a terra das araucárias…). E para esses tudo o que lembra o nosso País serve como um pequeno conforto.

Como lembrar do Brasil estando aqui

Ontem, andei meio sem rumo nas ruas de Bayswater (uma região que ainda não conhecia, mas que gostei muito). Logo depois que saí da estação de metrô, dei de cara com uma bandeirinha do Brasil na porta de uma loja. Resolvi entrar.

Lá, a primeira coisa que vi foi uma geladeira cheia de latinhas de Guaraná Antártica (o orginal do Brasil, como eles dizem). Mas elas não eram do mesmo tamanho das que vemos nas geladeiras brasileiras, ela era menor, seguindo os padrões londrinos, e custava 79 pences – o que corresponde o nosso “centavo”!

Quando contei ao João que tinha comprado um Guaraná para refrescar a garganta, ele olhou pra mim e disse: “mas você nem gosta de Guaranᔝ. A frase dele faz sentido, já que estando em Curitiba não troco uma Coca com limão e gelo por um Guaraná, mas para mim aquele simples refrigerante trouxe à  mente memórias que eu nem lembrava que existiam… Foi bom!

Saindo de lá, continuei a caminhada. De longe, avistei um “Casa Brasil“. Sozinha, resolvi entrar. Aquilo lá é o paraíso para o brazuca saudoso. Tinha goiabada, paçoquinha, Passatempo recheada, Nescau, cuia, bomba, erva de chimarrão, esmaltes Colorama e Risqué, Havaianas de todos os modelos, bandeirinhas para torcer para a seleção, camisetas, picanha, alcatra… TUDO! (Só faltou a raquete de frescobol, que continuamos procurando.)

Saí de lá com um “chifre” (espécie de cuia, mas para tomar tererê), erva para tererê, bomba e alguns bombons de presente pro namorado que tinha ido pra aula!

(Como o passeio era despretensioso, nem câmera levei. Peço perdão pela falta de fotos!)

Bares

Mas não é só mercados e lojinhas brasileiras que você encontra por aqui. Para os cansados dos pubs londrinos (isso é possível?!), existem muitos botecos bem brazucas, como Guanabara, Coco Bamboo (adoro esse nome. hehe), Canecão e outros tantos. A gente só foi ao Coco Bamboo, mas só para ver um jogo do Brasil, então não podemos falar muito. No entanto, o que queremos dizer é que você não precisa se preocupar com a saudade musical do Brasil. Você vai encontrar um lugar para curtir o que curte no bom e velho português.

Veículos de comunicação

Outra coisa bem impressionante por aqui é a quantidade de veículos de comunicação voltados para a comunidade brasileira. Como contamos no último post, hoje somos parceiros da Revista Real e da Revista Leros. Mas, além delas, nas ruas de Londres você encontra também o jornal Brazilian News, o Classihomes, alguns jornais de igreja e a revista Jungle Drums (bilíngue). Esses são apenas os que nós conhecemos; pode ser que tenham outros mais.

Festival Brasil e Brazilian Day

Além disso tudo, entre junho e setembro Londres é palco do Festival Brasil, promovido pelo HSBC e que traz à capital inglesa diversas atrações culturais com cara de Brasil, como Mart’nália, Arnaldo Antunes e Maria Bethânia.

Quase três meses de atrações brazucas no Festival Brazil, promovido pelo HSBC
Quase três meses de atrações brazucas no Festival Brazil, promovido pelo HSBC

Por último, dia 31 de julho é Brazilan Day in London. Na data, César Menotti e Fabiano e Fundo de Quintal são as principais atrações de um evento que promete reunir milhares de brasileiros que vivem por aqui e quer durará o dia todo, como você confere aqui.

Nosso objetivo com esse post é encorajá-lo a vir para cá se o problema for “ah, mas eu vou sentir tanta falta das coisas daqui…”. Vai nada! Quase tudo o que você gosta por aí, tem aqui também – menos as pessoas importantes, é claro, mas a experiência que você vai ter no período que ficar aqui só fortalece grandes amores e faz a saudade ser só mais um ingrediente para apimentar a vida por aqui (eu garanto que nesse quesito minha vidinha tem bastante pimenta…).

Pais e irmãos fazem MUITA falta, mas o Skype ajuda a nos manter sempre juntos! Meus amores!
Pais e irmãos fazem MUITA falta, mas o Skype ajuda a nos manter sempre juntos! Meus amores!

Um beijo e até o próximo post,

Nah.

Trabalho em Londres e o que fazemos para nos manter

Alguns leitores já nos perguntaram sobre trabalho e como fazemos para nos manter. Já escrevi aqui que é complicado sobreviver somente com o emprego que arranjar em Londres, já que o visto atual permite apenas 10h semanais de trabalho para quem vem com visto de estudante para cursos de longa duração (mais de três meses). Para quem vem com visto de curso de curta duração, nem trabalhar é possível.

UPDATE EM 14/02/2013: hoje em dia NENHUM VISTO DE ESTUDANTE PARA CURSOS DE CURTA TEMPORADA PERMITE TRABALHO. Nem as míseras dez horas. A informação do primeiro parágrafo dizia respeito à lei vigente em 2010. Atualmente, apenas os estudantes que vêm para fazer pós-graduação, MBA, Mestrado ou Doutorado têm esse direito.

LEMBRANDO: INFORMAÇÕES DE 2010 E REFERENTES A UM ESTILO DE VIDA DE ESTUDANTE QUE CONTA MOEDAS PRA COMPRAR PÃO

  • Aluguel de um quarto para casal na zona 2: £600/mês;
  • Transporte: £69,20/mês (para transitar livremente entre as Zonas 1 e 2 com o Oyster Card para estudantes) – UPDATE: para ter sempre as informações de custos de transporte atualizadas clique aqui;
  • Alimentação: £50/mês (fazendo comida em casa, porque comer fora é caríssimo – UPDATE: comprávamos sempre no Morrison’s – que, na época, era o mais perto de casa – além disso, comprávamos sempre comidas da marca do mercado. SIM, vivíamos com mais ou menos £50 por mês de mercado. E a gente JURA que não passava fome. 🙂.
  • Total: £719,20

Esse é o custo básico do básico para um estudante que economiza tudo o que pode. Lembre-se que ainda precisará se divertir e pagar outras contas. Hoje, em 2016, morando em um apartamento só nosso, comendo melhor e nos divertindo mais, o custo aumentou bastante comparado a esse.

Dicas extras sobre custo de vida em Londres

Custo de vida em Londres: (quase) tudo que você precisa saber sobre aluguel

Custo de vida em Londres: os melhores supermercados e preços de diversos itens

O que nós fazemos

Olha aí o "escritório" do João na nossa casinha londrina...
Olha aí o “escritório” do João na nossa casinha londrina…

Nós temos o que pra muita gente que mora aqui é um privilégio. Somos jornalistas e mantivemos os trabalhos que tínhamos no Brasil. Eu na área de assessoria de imprensa e a Nah como redatora.

Como já fazíamos home-office no Brasil, só tivemos que exportar nosso escritório e lidar com o fuso horário. Este sim, muito complicado. Nosso maior inimigo, arrisco dizer, já que estamos 4h adiantados do Brasil e temos que trabalhar diariamente até às 22h daqui (18h do Brasil).

Fora os nossos trabalhos convencionais estamos sempre em busca de freelances para complementar nossa renda. Afinal, não existe palavra que jornalista goste mais do que freela.

Até agora conseguimos alguns trabalhos para revistas feitas por brasileiros para brasileiros que vivem em Londres. Trabalhamos com a Leros e a Real. Vale conhecer as publicações.

Fora isso, estamos sempre em contato com veículos de comunicação do Brasil sugerindo pautas que possamos cumprir daqui. Essa é uma das vantagens do Jornalismo.

Apesar de dificilmente você ver algum jornalista rico, a profissão permite essa flexibilidade de tempo e espaço de trabalho.

Fica aí a dica. Se você tem vontade de viajar por um tempo e trabalha em alguma área que não exija que bata cartão na sede da empresa todos os dias, pense seriamente sobre a possibilidade de se jogar no mundo. Só não se esqueça de que ninguém virá até você pra oferecer trabalho. Portanto, cuide bem do networking.

Feito isso é só escolher o destino e se mandar!

Hampstead Heath para curtir o verão em Londres

O fim de semana que terminou ontem foi lindo aqui em Londres. Solzão, calor digno de Brasil e dias quase que intermináveis (até 21h30 ainda está claro e 4h da matina já tem sol). Por isso, abandonamos vocês e curtimos um dos programas preferidos dos ingleses (e nosso): o dia no parque.

Peço desculpas pelo abandono, mas, como vocês vão ver, o passeio que fizemos ontem valeu muito a pena, e serve como dica para quem vem para cá. Antes mesmo de ler o texto, saiba: o Hampstead Heath é demais! =)

Bike + sol + parque = domingão feliz

Há alguns dias, o João escreveu para o nosso “landlord” (o dono da casa) perguntando se poderíamos usar as bikes dele enquanto ele não estiver em Londres (o cara mora na Espanha e só vem pra cá de vez em quando). Depois de dias, ele respondeu dizendo que elas eram nossas sempre que ele estiver em terras espanholas! =D

A alegria do casal foi tanta que decidimos na mesma hora que vamos começar a ir de bike pra escola (economizamos uma graninha e ainda queimamos umas calorias… maldita Nutella!), passear de bike… fazer tuudo de bike. E, para começar bem nossas aventuras sobre duas rodas, adoramos o convite da amiga Lara para passar o dia em Hampstead Heath, um parque que, segunda ela, todo mundo dizia que era maravilhoso.

Aperitivo... Pra você ter uma pequena ideia do que é o Hampstead Heath
Aperitivo… Pra você ter uma pequena ideia do que é o Hampstead Heath

 

Curtindo a cidade

Entramos no Google Maps (salve, salve), anotamos os 17 passos do trajeto da nossa casa até o parque (aproximadamente 10 quilômetros), pegamos as bikes e lá fomos nós.

Sério, andar de bike por Londres é muito bom. A cidade não é cheia de subidas e descidas (o que facilita para os novatos) e tem paisagens de tirar o fôlego OTEMPOTODO. Andamos por uma rua que parecia MUITO estar daquele jeito desde a Idade Média. Muito legal!

(Só que né, sem fotos do trajeto – segurança, né, peeps? 🙂

Além disso, as ruas são muito bem sinalizadas e o Google Maps acertou o caminho; em mais ou menos 30 minutos estávamos no tal do Hampstead Heath.

O parque

Quando entramos no parque e começamos a andar pelos gramadões, eu olhei para o João e disse: ah, é bonito, mas normal, né?

Só que a gente tinha visto muuuito pouco. Aos poucos o verdadeiro Hampstead Heath foi se revelando… e ele é sensacional! Tem quadras de tênis (quero uma raquete já!), pista de corrida, campo pra jogar qualquer esporte que quiser, uma piscina para a galera se jogar na água (as piscinas públicas aqui cobram pequenas taxas de manutenção), parquinho para as crianças e algo que eu nunca tinha visto antes: lagos de banho separados por sexo. Ou seja, tem lago pra mulher, lago pra homem e, é claro, lago misto. Impossível você não achar o melhor jeito para curtir o verão na cidade.

Mas o que impressiona mesmo é a vista. Dá pra ver boa parte de Londres estando lá. Com os amigos, comentamos que até dá a sensação de que a cidade nem é tão grande assim, já que vimos London Eye, St. Paul’s Cathedral, Pepinão (o tal prédio comercial que parece um pepino) tudo meio juntinho! =)

Na chegada, já vimos parte de uma deslumbrante vista, mas o melhor estava por vir... =)
Na chegada já vimos parte de uma deslumbrante vista, mas o melhor estava por vir… =)
Londoners e turistas curtem tudo o que o Hampstead Heath tem a oferecer em um dia lindo como o de ontem
Londoners e turistas curtem tudo o que o Hampstead Heath tem a oferecer em um dia lindo como o de ontem
boa
Boas companhias, sol, violão, caolor, parque, Londres. Não tinha como ser melhor!

E o melhor de tudo é que esse domingo delicioso é um tanto quanto econômico. A gente se divertiu com boas companhias, um violãozinho e alguns quitutes. Ou seja, você só gasta com os quitutes pro piquenique e, no máximo, com transporte – o que pra gente saiu de graça (viva as bikes!).

Fica a dica! 😉

Um beijo e até o próximo post,

Nah.

Como chegar

Metrô: Hampstead Underground Station (0.9 km) – Northern Line (preta)

Trem/Overground: Hampstead Station (0.9 km)

Jornal impresso londrino cresce e caminha na contramão do mercado editorial

Não é de hoje que os profetas da tecnologia anunciam o fim do jornalismo impresso. Concordemos que alguns dados como a queda das vendas e redução da arrecadação com anunciantes é a realidade de muitos. Isso obviamente sugere que a triste teoria possa vir a se confirmar.

Mas enquanto o Juízo Final não chega é importante ressaltar quem está superando a crise e crescendo em meio ao caos.

Já falamos aqui do London Evening Standard, jornal gratuito que é distribuído diariamente a partir das 16horas em Londres.

Com um conteúdo de primeira formado por matérias diversificadas que abordam desde os principais acontecimentos da cidade até análises da economia e política global, sem deixar de lado o turismo, esportes, moda, tecnologia, cultura, humor e tudo mais que deve fazer parte de um grande jornal o Standard anunciou que a partir de outubro aumentará em 100 mil exemplares sua tiragem, que atualmente gira próximos dos 600 mil.

Vale lembrar que até outubro do ano passado o Standard era pago e vendia pouco mais de 140mil dessa mesma quantidade.

20 mil exemplares diários distribuídos somente na Oxford Circus Station
20 mil exemplares diários distribuídos somente na Oxford Circus Station

A receita encontrada pelos proprietários foi partir para a gratuidade e apostar no aumento da arrecadação com anunciantes. O “grátis” já foi proposto por Chris Anderson, editor da revista Wired e autor do clássico empresarial A Cauda Longa. Ele escreveu recentemente Free – O Futuro dos Preços (por um tempo o livro ficou disponibilizado gratuitamente na internet).

Fala justamente sobre o poder da gratuitadade, modelo muito contestado por diversos empresários, mas que tem se mostrado eficiente em algumas ocasiões. Esta aí o Standard que não nos deixa mentir.

O jonal reverteu uma situação de crise quando parou de cobrar pelo seu produto. Irônico? Não, planejamento!

Conseguiu isso graças a um eficiente programa de redução de custos e a um investimento em logística para otimizar a distribuição. Mas o principal vai além.

E é aí que entra o bom jornalismo. O jornal é o queridinho dos “londoners”. Quase ninguém vai pra casa sem o seu Standard debaixo do braço. A maioria o vê como infinitamente superior ao concorrente Metro.

Enquanto muitos contestam a mídia impressa e condenam sua existência a um futuro não muito distante, outros encontram a solução simplesmente fazendo um bom trabalho – a prova maior de que algo bem feito sempre será reconhecido pelo mercado.

Peço desculpas por ter saído um pouco do foco do bog, mas como jornalista não podia deixar de comentar o feito desse jornal que tanto gostamos. E se não fizesse isso em meu próprio blog onde mais seria?

😉

Se quiser ler uma análise mais aprofundada do case do Standard recomendo a leitura deste artigo do Guardian (em inglês).

Dica cultural: Match Point

A partir de hoje, o Pra Ver em Londres ganha uma nova seção: a “Dica Cultural”. De tempos em tempos, falaremos sobre filmes, músicas e livros que de alguma forma lembrem Londres.

Objetivo

Todo mundo que quer viajar para fora e tem em mente alguma cidade específica (pode ser Londres, Nova York, Paris, Roma ou outra qualquer), gosta de ver essa cidade na mídia. Ou seja, gosta de assistir filmes que sejam gravados na cidade, ler livros ambientados naquela terrinha, ouvir músicas que falem de lá, enfiiim… é bom demais ficar imaginando como é a sua nova cidade e ainda se divertindo, ou até se informando.

Se seu objetivo é vir para Londres, nós queremos ajudá-lo a alimentar a imaginação sobre o que verá por aqui, por isso criamos esta seção.

Para começar, vou falar sobre um filme que eu gostei muito e que foi escrito e dirigido por ninguém menos que Woody Allen (aquele dos óculos característicos e que dirigiu outros filmes que eu amo, como Vicky Cristina Barcelona e Scoop): o Match Point, que infelizmente teve seu título traduzido para “Ponto final”, uma tradução literal que perde sentido… Mas, tudo bem.

Match Point

Para quem não sabe, match point é uma expressão utilizada no tênis (o esporte, de Wimbledon) para dizer que um dos jogadores está a um ponto de vencer a partida. Mas o filme não fala da vida de tenistas, apenas usa a expressão “roubada” do esporte para falar sobre a vida real. Basicamente, ele mostra um jovem inglês que se vê dividido entre uma paixão e a vida cômoda com a esposa perfeita. E essa divisão gera consequências surpreendentes para a vida dele – e de todas as pessoas direta ou indiretamente relacionadas ao infiel.

O filme é muito envolvente, daqueles que você começa a ver e fica louco para saber o que vai acontecer. Duvida? Confere o trailer (com legenda em português… de Portugal. =/)

Demais, não?? Mas o que mais importa para nós, amantes de London, são as imagens que aparecem da cidade. Impossível não se pegar suspirando ao se imaginar andando pela beira do Tâmisa com seu amor… 🙂

Além disso, a história faz você pensar muito sobre a primeira frase que aparece na telinha (ou telona) quando você aperta o play: “O homem que afirmou que é mais importante ter sorte que trabalhar duro entendeu o sentido da vida”. Assista e entenda por que talvez essa seja uma verdade. Indesejável, mas verdade…

Espero ter despertado em você a vontade de ver Match Point. Se sim, assista e venha nos contar o que achou. Vou esperar seu comentário. =)

Ajude o Pra Ver em Londres

Tem alguma sugestão de filme, livro ou música sobre Londres? Fala pra gente! Faremos nosso “teste drive” e contamos por aqui o que achamos.

Até o próximo post,

Nah.

Um ensaio sobre o Big Ben

O Big Ben é um daqueles monumentos que você cresce vendo na tevê, em fotos e filmes. É a identidade suprema de Londres. O maior símbolo inglês. Representa a ordem, a realeza, o chá das cinco, o parlamento.

São poucas as cidades que têm o privilégio de ter em suas raízes algo capaz de transmitir sua própria identidade de forma tão singular. Quando você chega perto dele pela primeira vez tudo isso que descrevi e muito mais fazem perfeito sentido.

O que senti foi como se ele estivesse lá esperando por mim por todos esses anos. Não é tão alto quanto eu imaginava, ms seu charme, beleza, imponência e magia são indescritíveis. Ver o Big Ben pela primeira vez é como se fosse seu batizado londrino.

Não só por ele! Mas pelo Tâmisa que o banha, a London Eye que o observa, a placa do underground que parece ter nascido junto com ele e, indo além, pela Londres que o protege em seu colo tão bem quanto acolhe a todos que pra cá vem.

Esse post não tem outro objetivo senão ser uma dedicatória a um dos mais belos cartões-postais do mundo.

reinando absoluto
reinando absoluto
cartão-postal da mamãe
cartão-postal da mamãe
visto do SeaLife
visto do SeaLife
enquanto a arte acontece
enquanto a arte acontece
a tal placa
a tal placa
eternos companheiros
eternos companheiros
ruas praticamente vazias, Visão inesquecível!
ruas praticamente vazias, Visão inesquecível!
essa foi uma das primeiras imagens que vimos do Big Ben
essa foi uma das primeiras imagens que vimos do Big Ben

 

O que podemos aprender com os ingleses: doação de roupas

Uma das vantagens em morar no exterior é poder de ver de perto o que os gringos fazem bem para poder pensar em maneiras de importar suas ideias para o Brasil.

Hoje pela manhã fui levar o lixo pra fora e me deparei com algo inesperado. Na porta de casa havia um saco de lixo cheio de roupas e um bilhete solicitando doações.

Campanhas para doação de roupas começam no início do verão.
Campanhas para doação de roupas começam no início do verão.

Uma iniciativa muito válida e conveniente. Quantas pessoas não doam roupas porque acabam se esquecendo de levá-las até o local indicado pela prefeitura ou ONG? Falo com autoridade, pois já deixei de participar de uma campanha dessas por lapsos da memória.

Com essa ação, que não é promovida é prefeitura, mas pela SOS Clothes, ninguém tem desculpa para não participar. Basta colocar a roupa que não usa mais e está ocupando espaço em seu armário no saco que está na porta da sua casa que eles recolhem ao final do dia.

Outra boa sacada é o momento que a campanha está sendo feita. Bem no início de verão em um dia ensolarado, com a temperatura próxima dos 25ºC.

Fica a dica para as prefeituras de todo o Brasil. Com um pouco de planejamento e organização podemos contribuir pra minimizar o sofrimento de milhares de brasileiros que passam frio todos os anos.

Até onde me lembro as campanhas do gênero que são realizadas em Curitiba começam no outono, época em que o frio já começa a vir e você acha que vai precisar dos seus casacos no inverno gelado que vem chegando.

No verão, pelo contrário, ficamos mais suscetíveis a querer nos livrar das roupas pesadas.

Outro argumento defendido pela SOS Clothes está ligado à preservação do meio ambiente. Dados de 2006 da European Comission apontam que as roupas correspondem de 5% a 10% dos impactos ambientais emitidos pelos 27 países que fazem parte da União Europeia. A iniciativa contribui, poranto, não somente para ajudar os necessitados, mas para minimizar os danos ambientais.

Dinheiro, cartão de débito/crédito, Visa Travel Money. O que trazer?

Há poucos dias, a leitora Cidinha Rocha nos escreveu contando que seu filho está vindo para Londres nos próximos meses e que ela estava em dúvida sobre “que tipo de dinheiro” disponibilizar para a viagem dele. Achamos que a dúvida dela poderia ser comum e resolvemos escrever sobre o assunto.

Vou falar um pouco sobre a nossa visão pessoal de cada uma das opções na esperança de ajudá-lo a fazer a melhor decisão possível. Acompanhe.

Dinheiro – Impossível vir para Londres sem pelo menos uma nota de 5 pounds na carteira. Primeiro porque existe a possibilidade de na chegada o pessoal da imigração pedir para você mostrar dinheiro em espécie para comprovar que você tem como se manter durante sua estadia. Segundo porque alguns estabelecimentos comerciais podem não aceitar seu cartão e, sem dinheiro, você fica na mão. Sacar de contas nacionais pode sair muito caro.

As notas das libras têm tamanhos diferentes e, muitas vezes, não cabem nas carteiras brasileiras - já que são maiores do que as notas de real
As notas das libras têm tamanhos diferentes e, muitas vezes, não cabem nas carteiras brasileiras – já que são maiores do que as notas de real

*Conclusão Traga ao menos um pouco de dinheiro em espécie para se manter. Analise os preços das casas de câmbio da sua cidade, faça uma reserva em dinheiro e troque por libra. Vale a pena!

Cartão de débito/crédito internacional – Esse é o nosso maior aliado aqui em Londres. Fazer pagamentos com o “dinheiro de plástico” é muito fácil. Você não paga taxas extras e ainda não precisa ter medo de ficar carregado uma “fortuna”. O único ponto negativo é a taxa para saques. Tirar dinheiro da sua conta brasileira por aqui pode não sair barato. Verifique as taxas que seu banco cobra antes de sair fazendo saques – se é que seu banco permite!

O "dinheiro de plástico" pode facilitar a vida por aqui
O “dinheiro de plástico” pode facilitar a vida por aqui

*Conclusão Seu cartão não é internacional? Pense na possibilidade de fazer um. Você pode precisar.

UPDATE: EM 2010 NÃO SE PAGAVA IOF – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÃO FINANCEIRA – EM COMPRAS NO CARTÃO DE CRÉDITO USADO NO EXTERIOR. HOJE, 15/02/2013, ESSE IMPOSTO É DE CERCA DE 6% – VTM TÁ VALENDO MAIS A PENA!

Visa Travel Money (VTM) – Antes de virmos para cá, achávamos que esse seria nosso grande aliado. Mas, no fim das contas, com o cartão do banco nas mãos ele acabou se tornando importante só para saques, já que as taxas dele são menores que as cobradas pelo banco.

Precisa sacar umas libras extras? Esta é a melhor opção (menores taxas)
Precisa sacar umas libras extras? Esta é a melhor opção (menores taxas)

*Conclusão (ATUALIZADA EM 15/02/2013) – Hoje, o VTM nos parece a melhor opção. Pra ele não tem IOF, as taxas de saque são baixas e você só tem que declarar no Imposto de Renda caso seu aporte nele seja maior que R$ 10 mil.

Espero ter ajudado. Se tiver dúvidas, já sabe, né? Deixe um comentário ou escreva para contato@praveremlondres.com. Teremos prazer em ajudá-lo.

Um beijo e até o próximo post,

Nah.

Por dentro de uma verdadeira casa britânica

home-sweet-home2

Quando nos mudamos para nossa atual casa falamos no post Em busca do lar doce lar sobre a dificuldade de encontrar uma casa legal para morar e também sobre o golpe em que quase caímos. Mostramos algumas fotos, mas não apresentamos nosso cantinho para vocês, de verdade, como vocês merecem. =)

Por isso, hoje pensamos em fazer algo diferente: um vídeo mostrando exatamente como é o lugar em que moramos. Sinceramente?! Somos MUITO privilegiados. Nossa casinha tem cara de casa de verdade – o que a maioria que visitamos não tem.

Antes de você conferir todos os detalhes do nosso cantinho, aproveito para falar sobre algumas coisas que esqueci na hora da gravação (nervosismo bateu no meu primeiro vídeo. hehe).

Nossos “irmãos”

Como vocês verão no vídeo, e como falamos neste post, moramos com mais quatro rapazes:

*um escocês (o Gerry, que mora na primeira porta, e que tem praticamente uma casa toda só para ele – não divide nada conosco);

*um inglês (o Mark, que mora na segunda porta, e que vive palpitando em tudo o que fazemos);

*um português (o Luiz, que mora no sótão e que é muito gente boa – nos ensinou onde fica o mercado mais barato da região, o Morrison’s);

*um chinês (que até hoje não descobrimos o nome e que mora do lado do toilet!).

Nosso relacionamento com eles não é muito intenso. Nos damos bem com todos, mas não somos amigos. Logo que chegamos, o dono da casa (landlord, como eles chamam as pessoas que alugam casas) nos explicou que não poderíamos fazer festas, porque esse era o acordo entre a rapaziada.

Por um lado isso é muito bom, já que a casa está sempre organizadinha e ninguém se incomoda com bagunça alheia. Por outro lado isso é péssimo, já que muitas vezes sentimos falta de amigos por perto. Até pensamos em trocar de casa por isso, mas ao ver nosso vídeo você vai entender por que ainda estamos aqui… =)

Detalhes

nossa adorável rua
nossa adorável rua

Na cozinha, tudo é meu, teu, dele, nosso, deles; menos a comida. Dividimos talheres, pratos e panelas com nossos “irmãos”, mas temos nosso próprio frigobarzinho (que às vezes é pequeno para nossa fartura e o Mark, então, nos cede uma gaveta da geladeirona deles) e a comida ali é só nossa.

No valor do aluguel (£600 por mês, para nós dois), estão incluídas todas as contas: luz, água, telefone (ligações locais; para telefones fixos) e internet.

Chega de papo. Vamos ao vídeo, que mostra bem como é o nosso cantinho e que fará você entender como é uma casa tipicamente britânica. Os méritos do vídeo caprichadinho são todos do meu excelentíssimo. =)

Espero que vocês tenham gostado. Elogios e críticas ao meu desempenho são bem-vindos. hehe

Quer saber mais alguma coisa sobre a nossa casa? Deixe um comentário ou escreva para nós no contato@praveremlondres.com.br. Responderemos com o maior prazer! 🙂

Um beijo e até o próximo post,

Nah.

O clima é de Copa, mas Wimbledon está chegando

Apesar de o mundo estar respirando futebol porque a Copa do Mundo vem aí, começa hoje, aqui em Londres, um dos mais tradicionais torneios de tênis. E eu, como amante do esporte, não podia deixar de falar sobre esse que é, na minha opinião, o Grand Slam mais charmoso de todos! =)

Muitos acham que tênis e grama não combinam (que esse é o território do futebol), que regras como só usar branco dentro da quadra são exageradas (que esporte tem que ser livre), mas, putz, para mim esse torneio é simplesmente perfeito: Londres, tênis, grama, elegância.

Há semanas estamos acompanhando as propagandas na BBC daqui sobre o torneio. Estamos loucos para poder assistir alguns jogos, mas não compramos ingressos ainda porque os preços que vimos na rua eram absurdos (mais de 300 libras para um jogo) e só agora vimos que na internet alguns estão baratos. Mais uma vez, torçam pra gente conseguir ir; seria muito legal poder contar essa experiência aqui.

Enquanto ainda não podemos trazer algo de lá, indicamos que você assista a propaganda que a BBC está transmitindo. Impossível não entrar no clima de Wimbledon vendo esse vídeo de 40 segundos…

A música de fundo chama-se It’s a Beautiful Morning, do The Rascals. Faz parte da trilha sonora do filme Desafio no Bronx (A Bronx Tale), de 1993. O João pediu pra eu escrever isso porque ele gosta muito do filme e quer indicar a todos. =) É dirigido por Robert de Niro, que também atua no filme.

Mas também não posso deixar de lado o filme que chegou no Brasil com o título “Wimbledon, o jogo do amor”, e que traz Kirsten Dunst e Paul Bettany no papel de dois tenistas que disputam o tal torneio. Uma daquelas comédias românticas que eu adoro – ainda mais porque é Londres, tênis, grama e elegância. Hehe. Só achei o trailer em inglês, mas mesmo pra quem não entende muito já dá para entrar no clima!

http://www.youtube.com/watch?v=DTZFMhpNFfY

Falando de Wimbledon, o Grand Slam

Quem me conhece sabe que em qualquer torneio, qualquer piso, eu torço sempre para o espanholzinho Rafael Nadal. Mas, enquanto ele não entra em quadra, fica minha torcida para os brazucas, é claro. Um deles estreia hoje: o Marcos Daniel, que, às 10h (de Brasília) enfrenta o qualifier (disputou um pré-torneio para poder entrar na chave principal) turco Marsel Ilhan.

Mas, antes dele, o jogo de abertura é do número 1 do ranking e dono de seis títulos por aqui, o suíço Roger Federer (principal rival do meu Nadalzinho!), que enfrenta o colombiano Alejandro Falla.

Ainda hoje, Andy Roddick, atual vice-campeão do torneio, joga contra o compatriota Rajeev Ram, por volta das 11h. E Novak Djokovic fechará a programação da quadra central por volta de 12h30, diante do belga Olivier Rochus.

É bom demais estar por aqui na época de Wimbledon. Sério mesmo. Como durante a semana é tudo bem corrido para nós, já que estudamos e trabalhamos, no fim de semana prometo pelo menos levar um banquinho lá pelos lados de um dos bairros mais chiques da cidade e tentar comprar um ingresso que caiba nos nossos bolsos para poder contar para vocês.

Ah, e um dia ainda faremos o tour lá em Wimbledon (quando não estiver rolando o torneio) para trazer todos os detalhes para vocês, viu?! =)

Por último, mas não menos importante, gostaria de sugerir uma leitura: o post “Minha primeira vez na grama”, do blog do Fininho (o ex-tenista Fernando Meligeni), em que ele conta sua primeira experiência em Wimbledon.

Quem gosta do cara (impossível não gostar) vai rir muito com esse texto dele. É ótimo! Para os amantes do tênis, eu recomendo também o livro dele, o Aqui Tem!, escrito pelo jornalista André Kfouri, mas narrado pelo “Fino”. Eu devorei o livro em menos de uma semana (que ganhei de presente do João! =) Muito bom MESMO.

Como se não bastasse o fato de o livro ser SUPER legal ainda ganhei de bônus um autógrafo dos dois autores e uma dedicatória pra lá de especial do meu namorado. :)
Como se não bastasse o fato de o livro ser SUPER legal ainda ganhei de bônus um autógrafo dos dois autores e uma dedicatória pra lá de especial do meu namorado. 🙂

 

Um beijo e até o próximo post,

Nah.