Suíça: o segredo para comer bem gastando pouco

pravernomundoAiaiai, gente, desculpa o atraso nos posts da lua-de-mel, mas é que desde que chegamos em Londres só queremos falar da cidade. Normal, né? 🙂

Mas, enfim, bora voltar a falar da trip do ano passado, porque ainda temos várias dicas bacanudas pra apresentar pra você que nos acompanha.

Pra (re)começar, deixa eu contar uma coisa: recebemos um comentário super legal no domingo no post que reúne 10 motivos para convencê-lo a visitar Berna. Olha só:

Olá Natasha!

Parabéns pelo blog e adoramos suas dicas.

Acabamos mudando o nosso roteiro por sua causa, rs. Ficamos fascinados com o que descreveu e cheio de vontade de conhecer.

Como é um país caro, temos a preocupação com gastos na refeições e aonde comer. Por isto estou te pedindo a sua “dica de ouro”. Viajaremos daqui 15 dias e gostaria de ter a informação antes de viajarmos, se fosse possível é claro. Se quiser me contar em segredo ( via e-mail), juro por tudo que não espalho, rs.

Ficaremos 4 noites em Berna e pensamos em explorar a região também (Interlaken). Se tiver dicas de locais próximos estamos aceitando também.

Obrigado e mais uma vez parabéns pelas dicas.

Marco e Bia

Ganhei meu dia ao saber que alguém mudou seu roteiro de viagem por causa de uma sugestão nossa. Só espero que o casal querido não se decepcione. hehe

Na real, tenho certeza que eles não vão se decepcionar. Berna é realmente incrível. 🙂

E aí que não podia deixá-los na mão, né? Claroclaro que tinha logo que contar a dica de ouro, porque economizar em terras suíças vai muito bem, obrigada.

Mas também achei que seria injusto revelar só pra eles esta preciosidade, então passei esse post na frente de vários sobre Londres e cá estou, falando sobre a bela Berna novamente. Bora saber qual é a misteriosa dica?

Post relacionado a Berna sem foto de Berna é muito triste, então me deixa babar um pouquinho, vai. :)
Post relacionado a Berna sem foto de Berna é muito triste, então me deixa babar um pouquinho, vai. 🙂
É muita beleza, minha gente. #amoBerna
É muita beleza, minha gente. #amoBerna
Última, juro. #jádissequeeuamoBerna?
Última, juro. #équeeuamoBerna

Como tudo começou

No nosso segundo dia em Berna, enquanto conversávamos felizes em português observando os ursinhos do Bärenpark, esta senhora parou ao meu lado:

Berna-4

Ela, que nasceu, cresceu, evoluiu e viveu a vida toda em Berna, contou pra gente que adora de passar algumas horas do seu dia admirando a família ursa, e revelou vários detalhes sórdidos sobre a família. JURO. Prometo contar em um post dedicado ao Bärenpark ;). Mas, enfim, foi uma delícia de bate-papo, e quando eu vi que o tema “ursos” já estava chegando ao fim resolvi mandar a pergunta de um milhão de dólares: “onde podemos comer bem sem gastar uma fortuna?”.

Coop & Migros: revelado o segredo

Ela me respondeu: “vocês têm de ir aos supermercados Coop & Migros. Ambos têm restaurantes por quilo que servem boa comida sem cobrar preços abusivos”.

Confesso que dei um sorriso amarelo pra ela quando ela falou isso. Sei lá, comida de mercado me parece meio “blé” (tipo comida de hospital: sem tempero, sem vida). Mas, viajantes econômicos que somos, resolvemos arriscar. E, gente, valeu MUITO a pena. Fomos no Coop que fica na rua cheia de fontes (desculpae, não sei o nome) e adoramos. Gastamos 20 e poucos francos suíços por dois pratões de comida (o do João bem maior que o meu, claroclaro) e um drink – não lembro se suco ou chá.

A variedade de itens era surpreendente. Tinha comida indiana, chinesa, japonesa, sem nacionalidade definida e assim por diante. Pois é, pois é, eu disse que era uma dica e tanto, não disse? 🙂

Digno, né?
Digno, né?

E o que é melhor: há Migros e Coop por todos os cantos. Bateu a fome? Olhe pro lado, procure um Coop ou um Migros e se jogue. 😉

Bateu o olho nesses logos? Entra pra ver o que acha do restaurante. ;)
Bateu o olho nesses logos? Entra pra ver o que acha do restaurante. 😉

Até o próximo post.

Beijobeijo,

Nah.

PS: Os sites dos dois mercados são bem ruinzinhos, mas tá aqui o do Migros e aqui o do Coop. Se vira, negão. Há.

PS2: Curte economia? Sugiro a leitura deste texto do Swiss Info que fala sobre o duopólio Migros & Coop na Suíça. Bom pra saber um pouco sobre o que rola por lá.

Berna: 10 motivos para conhecer a capital da Suíça

pravernomundoComo contei no início da nossa série de posts sobre a lua de mel, dividimos nossa viagem em duas etapas. A primeira, italiana, já contamos por aqui (alguns posts se perderam na migração de servidor, mas logo estarão no ar novamente). Agora, chegou a hora de contarmos a segunda parte, na qual passamos por duas cidades na Suíça, duas na Alemanha e uma na República Tcheca.

E para começar o relato desta etapa da viagem apresento a você Berna, cidade que nos surpreendeu demais. Saímos de lá completamente apaixonados!

E aí que por esse motivo não foi possível resumir tudo o que vimos, fizemos e amamos em um único post. Nos próximos dias apresentaremos nossas dicas em posts bem detalhados e completos; hoje, a ideia é apresentar em fotos e fatos alguns motivos que fazem com que a gente acredite que você precisa conhecer Berna um dia desses. Vem comigo! 🙂

1) Berna é tão linda que parece de mentira

Sabe cidade de desenho animado, toda perfeitinha, linda em cada esquina? Berna é assim. Tem beleza por todos os cantos. Beleza natural, beleza feita pelo homem… não tem como não se apaixonar.

Berna - belezas

Berna - vista de cima

Berna - belezas-

Entendeu o que eu quero dizer com muuuuito linda, né? 🙂

2) O rio Aar é encantador

O que é a cor desse rio, minha gente? É algo surreal. Impressionante.

Ele tem 195 km de comprimento, nasce na região dos alpes – aos pés do Grimsel, a 1879m de altitude -, e corre em um vale que cruza as cidades de Interlaken, Tune até Berna.

Dá vontade de passar hooooras admirando ele… <3

Berna - Rio Aar

3) As fontes de Berna são verdadeiras obras de arte

Assim como em Milão, em Berna você pode economizar um bom dinheiro em água. Isso porque há espalhadas pela cidade diversas fontes de água potável, e você pode reabastacer sua garrafinha nelas. 🙂

E as fontes de Berna não são nada humildes, são cheias de charme, verdadeiras obra de arte. Tá certo que tem umas polêmicas, como a chamada “Ogre”, que representa um monstro comendo criancinhas (AHAM! =O), mas o que impressiona mesmo são os detalhes. Você vai ficar boquiaberto!

No centro histórico há um caminho com uma atrás da outra. Admire-as! 😉

PVEL - Berna - fontes

4) Do topo da Catedral de Berna tem-se uma visão privilegiada

Quando escrevi o post sobre o Duomo de Milão, contei que sou louca por uma cidade vista de cima (mesmo morrendo de medo de altura. Há!). E aí que quando comecei a pesquisar sobre Berna soube que a catedral da cidade também oferecia a possibilidade de subir ao topo e admirar a capital suíça de lá. Claroclaro que incluí o passeio no nosso roteiro, né? E claroclaro 2 que amei muito. Lá de cima dá pra ver o quanto a cidade é verde, como há um padrão arquitetônico que a  torna única e como os alpes estão ali pertinho. Muito amor!

Berna - from the cathedral-

Berna - from the cathedral

 5) Em Berna você vai conhecer melhor um dos maiores gênios da humanidade

Foi também na nossa pesquisa pré-viagem que descobrimos que Albert Einstein desenvolveu a Teoria da Relatividade (aquela famosa – e = mc², sabe? 🙂 em Berna. Pois é, o gênio morou lá. E a sua passagem pela cidade será sempre lembrada, pois há um incrível museu dedicado a ele, é possível visitar a casa onde ele morou (infelizmente estava fechada para reformas quando fomos) e há um café bacaninha que leva seu nome. Lembre-se disso na hora de programar a sua viagem! 😉

Sério, o museu é DEMAIS! Vamos falar sobre ele mais detalhadamente logo, logo! ;)
Sério, o museu é DEMAIS! Vamos falar sobre ele mais detalhadamente logo, logo! 😉

6) Em Berna você pode ver ursinhos (ou seriam ursões?) bem de pertinho

Os ursos são o símbolo de Berna. Mas,  calma, não é preciso ter medo. Não há ursos andando pela ruas super uhu tranquilamente. haha. Pode ser que há algumas centenas de ano existissem, mas hoje, dentro da cidade, há apenas uma família formada por pai, mãe e duas meninas que mora feliz no Bärenpark. Quem me contou isso foi uma simpática moradora que nos viu admirando os mascotes da cidade e resolveu me contar todas as fofocas da família. Mas isso é assunto pra outro post. 😉

Onde está o Wally? :)
Onde está o Wally? 🙂

Berna - ursos

7) O Rosengarten (jardim das rosas de Berna) é ótimo para uma pausinha

Quem nos acompanha há um certo tempo sabe que a gente é rato de parque. Em Londres, Curitiba, Milão ou qualquer outra cidade do mundo basta sair um solzinho pra gente se animar para farofar em um parque. Na capital da Suíça, o Rosengarten exerce esse papel muito bem. Além de lindo, ele proporciona uma vista bacana da cidade, tem uma boa estrutura… enfim, uma excelente pedida pra um descanso em um dia de muito turismo.

Berna - Rosengarten - Nah e JG

Berna - rosengarten

Berna - Rosengarten1

8) Berna tem um relógio famoso

Acredito que esta seja uma das principais atrações turísticas de Berna. Nos três dias que passamos lá, sempre que chegavamos perto do tal do Zytglogge (não me pergunte como pronuncia, por favor!) havia uma boa quantidade de turistas olhando pra cima, apontando suas câmeras à espera dos movimentos do relógio astronômico.

Sinceramente, não achei nada tão excepcional, mas com certeza ir a Berna e não ver este relógio é o mesmo que ir a Londres e não ver o Big Ben. Então #ficadica.

Olhaí os turistas! =D
Olhaí os turistas! =D

Berna - Relogio Astronomico

9) O povo da capital da Suíça é muito acolhedor

Foi em Berna que nos hospedamos pela primeira vez na vida em um esquema de Couch Surfing (hospedagem gratuita em sofás, colchões e camas extras em casas de locais). Pois é, era lua de mel, mas viajantes econômicos não se importam com isso, né? 🙂

E aí que na busca por um lugar para ficar recebemos resposta positiva de várias pessoas. E isso só aconteceu lá. Tentamos também em Munique (onde ninguém queria abrir as portas da casa de graça em tempos de Oktoberfest – justo?!) e em Berlim, mas só rolou mesmo lá. Optamos por ficar na casa do casal da foto abaixo porque eles pareciam gente boa. Se eram mesmo a gente conta no post detalhado sobre a experiência. Aguaaarde! 😉

Berna - Couch Surfing

 10) Berna tem cerveja artesanal de qualidade! \o/

Cervejeiros de carteirinha, no nosso critério de avaliação de uma cidade é claro que está o fato de ela ser ou não boa para quem aprecia uma boa berinha. Assim, ficamos super-ultra-hiper-mega felizes quando descobrimos, logo no começo do nosso primeiro dia em Berna, que na cidade tinha uma microcervejaria com um bar na beira do Rio Aar que servia ótimas birras.

Berna - cerveja artesanal--

Olha a alegria da menina! :)
Olha a alegria da menina! 🙂

Meus 10 motivos apresentados, afirmo com convicção: há muito mais de Berna para fazê-lo querer visitar a cidade. Incluo aqui as comidas gostosas, o transporte público de qualidade, a organização, a limpeza e até o fato de ser possível comer bem gastando pouco por lá. É sério. Eu juro. E não tô falando em Mc Donald’s, não. Mas esta dica que considero a dica de ouro que trouxemos de lá eu conto logo mais. 😉

Gostou do post? Faz a alegria da blogueira; comenta!

Foi pra Berna e incluiria outro item na lista, comenta. haha

Nos vemos em breve.

Beijobeijo,

Nah.

Act like a local – Viena

Nas últimas três semanas, tivemos a oportunidade de conhecer Bruxelas, Bruges e Antuérpia e Budapeste na companhia da minha amiga Thalita Uba na série que chamamos de “Act like a local” – já que ela trouxe dicas fora do roteiro turístico basicones (coisa que a gente ADORA, né? :). Hoje, na última parada dessa viagem super legal, vamos a Viena, que na minha bucket list tá por um motivo mais do que especial: o “Schiebel”, meu sobrenome paterno, é originário de lá (da Áustria, não especificamente de Viena). 🙂

Mas, enfim, o post da Thali tá excelente e imperdível. Embarque com ela!

Eis que chegamos ao fim dessa nossa viagem maravilhosa pela Europa dos europeus. Este último post da série tem uma conotação muito especial pra mim, pois é sobre o país que me acolheu quando eu era uma adolescente chata e boba durante um ano – que se tornou, até hoje, o ano mais importante da minha vida. Meine Damen und Herren, herzlich willkommen in Wien!

Fonte: www.stadt-wien.at
Fonte: www.stadt-wien.at

Viena – Wien

A linda capital da Áustria tem cerca de 2,3 milhões de habitantes espalhados por 415 km2. Por três vezes (em 2007, 2011 e 2012), Viena foi eleita a melhor cidade para se viver no planeta (segundo a pesquisa “Qualidade de Vida no Mundo”, realizada pela Mercer). Antiga capital do império Austro-Húngaro e residência oficial da dinastia Habsburgo, o centro histórico da cidade é, desde 2001, patrimônio da Unesco, e suas raízes artísticas fazem com que Viena seja conhecida por muitos como a maior referência de música clássica dentre todas as cidades europeias.

 Act like a local in Wien

Pra começar, uma dica não muito agradável: se você não é fumante e não gosta de cigarro, prepare-se para passar por algumas situações desconfortáveis. Em pleno 2013, a maioria dos bares e cafés de Viena ainda permite que se fume em seus interiores. E olha, o pessoal fuma, viu? Fuma pacas, é impressionante. Então é importante tentar não se incomodar tanto com isso, senão você não vai aproveitar tudo que a cidade tem de bacana e interessante.

Deixando o fumacê de lado, pra viver como um bom vienense é preciso se inspirar um pouco nos curitibanos. Isso mesmo: os vienenses são um povo um tanto fechado, desconfiado, que vive reclamando disso e daquilo (mesmo morando em uma das melhores cidades do continente). Parece familiar aos meus colegas das araucárias? 🙂 Eles não costumam, portanto, ser muito simpáticos e calorosos com os turistas, não. Mas como nós não somos turistas quaisquer, somos muito mais espertos e bonitos, vamos tirar tudo isso de letra e aproveitar ao máximo a terra da valsa. 😉

Pois bem, o pessoal de Viena – como de toda a Europa, essencialmente – adora ficar ao ar livre. Seja para bater papo, estudar, ler, fazer um piquenique ou simplesmente ficar de bobeira, os austríacos marcam presença diária nos diversos parques e praças da cidade. Os parques mais visitados pelos turistas são o Volksgarten e o Burggarten, pela proximidade com o centro histórico. Por isso, a gente vai correr pro outro lado, pro Stadtpark, que é um pouquinho afastado do centro, mas é um dos maiores da cidade. É lá que tem a famosa estátua do Strauss, o pai da valsa, mas os turistas costumam passar só pra tirar foto e ir embora correndo. Mas você, que é uma pessoa inteligente, vai aproveitar pra encher a sua garrafinha d’água no bebedouro público que tem lá (e que muitos não sabem que existe) e, de quebra, escutar uma música deliciosa, pois por ali sempre tem artistas de rua tocando algum instrumento.

Act like a local - Viena - Strauss
Pai da valsa…

Depois de um gostoso passeio pelo parque, hora de repor as energias (e as calorias) com uma deliciosa torta Sacher, certo? Errado! A torta típica do famoso hotel é até gostosa, mas ao invés de passar meia hora na fila ao lado de um monte de turistas tagarelas e gastar uma nota por um pedacinho de bolo de chocolate (que é, essencialmente, a que a torta Sacher se resume) seja um bom vienense e vá comer uma bela salsicha recheada com queijo, a deliciosa Käsekrainer, acompanhada de uma cerveja local – Gösser, Stiegl e Ottakringer são as mais populares. Se estiver calor, pedir uma Radler (cerveja feita com limão) é obrigatório. E para os que não conseguem viver sem um docinho, um Strudel sempre cai bem (e pra quem não resistir e quiser mesmo provar a torta, saiba que a receita dela não é segredo pra ninguém – apesar de eles dizerem que é – e praticamente todas as confeitarias a servem por um preço bem mais em conta do que o hotel).

Act like a local in Viena
Käsekrainer – Fonte: www.wildhandel-wieser.at | Ottakringer Radler – Fonte: www.austriansupermarket.com | Strudel – Fonte: www.pizzeria-diavolo.at

 Os vienenses costumam passar horas em cafés lendo, trabalhando ou simplesmente relaxando. Pra quem gosta de fazer o mesmo, uma boa dica é o Café Club International, onde muitas das figuras clássicas locais costumam dar as caras. Esse café fica na praça Yppenplatz, uma das mais populares entre o pessoal local por conta das suas inúmeras opções – desde loja de geleias caseiras até livrarias antigas.

Outra atração bem popular em Viena são os Strandbars, ou “bares de praia”. Mas como assim, bares de praia? Viena não tem praia! Pois é, por isso mesmo os caras têm que improvisar. Pegue um monte de areia, coloque na beira do rio (o Danúbio, no caso), encha de cadeiras de praia e guarda-sóis, monte um barzinho com garçons bronzeados no meio e pronto! Você tem um Strandbar. É pra lá que todo mundo vai depois do expediente quando tá aquele solzão bonito (que, lá, só se põe perto das 22h). Um dos mais populares e divertidos é o Herrmann, que tem uma localização privilegiada e várias promoções de happy hour.

Fonte:  www.strandbarherrmann.at
Fonte: www.strandbarherrmann.at

Por fim, pra fechar esta viagem com chave de ouro, nada de consertos caríssimos na famosa ópera (já fomos à ópera em Budapeste, lembra? Por bem meno$$$), o negócio é curtir o bom e velho rock ‘n’ roll de uma banda local na Arena, um antigo matadouro transformado em casa de shows nos anos 70. Às vezes, eles transformam a pista em um grande cinema ao ar livre, então o negócio é se informar antes pra ter certeza do que vai estar rolando no dia.

E assim chegamos ao fim desse nosso breve passeio pela Europa dos locais! Espero que vocês tenham curtido as minhas dicas e que possam colocá-las em prática o quanto antes! Aqueles que quiserem continuar lendo coisas minhas, podem ficar ligados no Entretenha-me, onde eu e outros malucos damos dicas de cinema, música, literatura e cerveja diariamente. À Natasha, essa menina linda, querida e cheirosa, o meu agradecimento imenso por essa parceria tão legal e divertida! E aos leitores do Pra Ver em Londres, beijos, abraços e tapinhas nas costas (o que convier a cada um, vocês decidam). Até mais 😉

Owwww, Thali, que delícia de post de encerramento da série. Amei muito! 🙂

Sempre que quiser aparecer por aqui sinta-se à vontade. Para nós será um prazer ter acesso às suas dicas quentíssimas.

Beijobeijo!

 

 

Act like a local – Budapeste

Chegamos ao terceiro post da série “Act like a local”, na qual minha amiga Thalita Uba (tá esperando o que pra conhecer o blog dela? O Entretenha-me é incrível. Vai lá!) traz dicas pra quem quer curtir algumas das cidades mais interessantes da Europa como os locais fazem…

Já passmos por Bruxelas, Bruges e Antuérpia. O destino de hoje é Budapeste. Bora saber o que a Thali trouxe de lá?

Nossa viagem pelo mundo dos cidadãos europeus chega hoje a uma das capitais mais lindas que eu conheço: Budapeste! É tanta coisa legal que eu não sei nem por onde começar. Mas vamos lá.

Budapeste – Budapest

O centro corporativo, econômico e cultural da Hungria tem quase 2 milhões de habitantes distribuídos em uma área de 525 km2. Sexta maior cidade da União Europeia, Budapeste foi classificada como cidade global alpha (indicador de que a cidade é um ponto importante no sistema econômico global) pela Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC).  Fundada em 1893, essa capital maravilhosa nasceu da união das cidades de Buda, na margem direta do Danúbio, com Peste, que ficava à esquerda. Por sua proximidade com Viena (que fica a apenas 217 km), era considerada a segunda capital do Império Austro-Húngaro, e era lá que Sissi, a famosa imperatriz, sempre ia passear (dizem por aí que ela, na verdade, era amante do primeiro ministro húngaro, mas abafa o caso).

Act like a local in Budapest

Não tem como não pensar em Budapeste como duas coisas distintas, pois a parte de Buda e a parte de Peste são realmente bem diferentes e devem ser aproveitadas também de maneira diferente.

Buda é a parte mais histórica, onde fica o imenso Castelo de Buda, a igreja de São Matias (que é absolutamente maravilhosa), a Citadela, o Bastião dos Pescadores e a famosa casa de banhos Gellert. Esse é o dia em que você deve vestir a carapuça de turista mesmo e fazer os passeios mais usuais (esses todos que eu falei ali em cima), pois são todos pontos obrigatórios e ver tudo isso leva muitas horas. É de Buda, também, que se tem a melhor vista do parlamento húngaro, que é uma das construções mais lindas do mundo. A dica aqui é nunca, jamais, sob hipótese alguma comer, beber ou comprar qualquer coisa no castelo e seus arredores. Passeio pra turista, preço pra turista. Não custa nada dar uma andadinha a mais pelas ruas próximas pra achar restaurantes e lojinhas com preços bem mais camaradas.

Legenda: Oi! Essa sou eu :)
Oi! Essa sou eu 🙂

Em Peste é que nossa diversão começa! Pra começar, alugue uma bike. Budapeste, como tantas outras cidades da Europa, tem ciclovias em todos os lugares e os motoristas realmente respeitam os ciclistas. Além disso, essa parte da cidade é toda plana (ao contrário de Buda, que é montanhosa), então pedalar por lá é supertranquilo. Depois de visitar o parlamento (que também é parada obrigatória), pegue sua bike e dê umas voltas pelas ruas em torno da praça Erzsébet, ali tem um monte de restaurantezinhos pequenos e caseiros onde você não pode deixar de apreciar algumas das delícias locais, herança do extinto Império Austro-Húngaro: goulasch (uma sopa apimentada feita com pedaços de carne), túrós batyu (uma espécie de pastel recheado com requeijão) para sobremesa e, pra acompanhar, um vinho tinto Egri Bikavér (gente, deu até água na boca!). O restaurante onde eu fui foi indicado por um nativo, que disse que era o lugar onde ele ia “pra relembrar a comida da avó” e era realmente simples e gostoso: o Kisharang, que fica aqui.

o tal goulasch
o tal goulasch

Budapeste também é o lugar onde você vai encontrar os bares mais doidos e divertidos do mundo. Os chamados “ruinpubs” são bares que foram construídos em locais que foram abandonados depois da guerra e onde a decoração se resume a um amontoado de sucatas e velharias das mais diversas que você pode imaginar. Tem pedaços de bicicletas, vinis, cartazes antigos da URSS, manequins, brinquedos, fotos, aparelhos eletrônicos, enfim, de tudo mesmo.

Um dos ruinpubs mais legais para se parar durante o dia (ou seja, durante seu passeio turístico de bike por Peste) é o Kertem, que fica bem no meio do maior parque da cidade, o Varosliget, que é um dos meus lugares preferidos na cidade toda. Com poucos turistas, muitas pessoas locais, cerveja gelada e uma paisagem absolutamente maravilhosa, o Kertem é um lugar bem agradável pra fazer aquela pausa no meio da tarde. Além disso, volta e meia tem música ao vivo por lá (mesmo durante a semana e no meio da tarde!).

Kertem! (Fonte: http://www.kapcsolodj.be/)
Kertem! (Fonte: http://www.kapcsolodj.be/)

Dentro deste mesmo parque tem uma casa de banhos superbadalada, a Széchenyi. Eu confesso que não fui (fui só à Gellert), mas quem foi me garantiu que é bem legal.

Pra fechar o dia (depois que você devolver a sua bike), duas opções. A primeira: conhecer o ruinpub mais antigo da cidade: o Szimpla kert! Aberto em 2002, o pioneiro dos ruinpubs é provavelmente o bar mais maluco a que eu já fui na vida – e simplesmente sensacional! Localizado em um prédio bem antigo e no meio do “nada” (é até estranho o caminho desértico até lá, mas não se assustem, é bem tranquilo!), o Szimpla tem uma série de cervejas locais, drinks dos mais variados e uma decoração completamente doida (e superdivertida). Sempre tem um DJ animando a noite e o ambiente é pra lá de descontraído.

Szimpla (Fonte: https://www.facebook.com/szimplakert)
Szimpla kert (Fonte: https://www.facebook.com/szimplakert)

A segunda opção é para aqueles que gostam de arte e música: um espetáculo na ópera. A ópera de Budapeste é simplesmente linda e os ingressos mais caros custam apenas 60 euros. Isso mesmo. Ou seja: mesmo que você não queira gastar tanto, dá pra assistir a algo bem bacana por 20, 40 euros – um preço, cá entre nós, bastante razoável. Os estudantes de música da universidade costumam comprar os ingressos mais baratos (de 6 euros) pra ficar láááá em cima e estudar a música tocada pela orquestra que geralmente acompanha o espetáculo. Então aqui fica outra dica: se você quiser mergulhar de cabeça na cultura local fazer o mesmo, vá em frente! Certamente vai render algumas conversas interessantes com os músicos.

Act like a local - Budapeste - Opera

Nossa próxima parada é (infelizmente) a última! Encontro vocês na bela capital austríaca. Até lá!

Mais uma cidade pra bucket list, né? 🙂

Adorei, Thali. Muito obrigada pelas dicas preciosas. Esperamos você (já com saudade) na semana que vem. Tenho certeza que o último post vai encerrar a série com chave de ouro.

Beijobeijo,

Nah.

Act like a local – Bruges e Antuérpia

Na semana passada, iniciamos a série Act like a local – de guest posts produzidos pela minha amiga Thalita Uba (do blog Entretenha-me – corre lá conhecer) – falando sobre Bruxelas, a capital da Bélgica, e sobre o que você, que viaja querendo mergulhar na cultura local, poderia fazer por lá.

Hoje, seguimos viagem e nossa parada é dupla: Bruges e Antuérpia. Como a primeira delas está há milênios na nossa bucket list eu estava super ansiosa para ler esse post. Aí a Thali apresenta uma linda Antuérpia e eu babo. Adorei. Espero que você goste também! 🙂

Manda ver, Thali!

Continuando nosso passeio pela belíssima Bélgica, chegamos hoje a duas cidades absolutamente maravilhosas, daquelas que parecem “feitas” pra filme, sabe? E nossa primeira parada é conhecida como a “Veneza do Norte” – ou seja, não tem como não ser mágica, né? Bem vindos a Bruges.

Bruges – Brugge

Bruges é uma cidade pequenininha, de menos de 120 mil habitantes, capital da província belga de Flandres Ocidental. Oficialmente uma cidade desde 1128, Bruges já foi um ponto estratégico superimportante para a economia do país, devido aos inúmeros canais que a ligavam a outras cidades da Bélgica e dos Países Baixos, mas desde que o lodo começou a tomar conta do canal principal da cidade (o Zwin), Bruges perdeu prestígio e acabou perdendo o posto para Antuérpia (para onde vamos já, já).

Com a construção do porto de Zeebrugge, utilizado pelas tropas alemãs durante a I Guerra Mundial para atracar seus submarinos, Bruges voltou a atrair a atenção das pessoas, o turismo cresceu e, em 2002, a cidade foi eleita capital europeia da cultura.

Act like a local - Bruges dia

Act like a local in Brugge

Na verdade bem verdade, dentro do centro histórico da cidade (que é a parte que você vai visitar) vivem apenas 20 mil pessoas. Isso significa que quase sempre vai ter mais turistas na rua do que pessoas locais, o que torna a vida de quem quer viver algumas horas como um cidadão de Bruges um tanto complicada. Difícil, mas não impossível.

Pra começar, saiba que a sensação térmica em Bruges é sempre menor que em Bruxelas – por estar mais perto do mar e ventar pra caramba por lá. Então mesmo que esteja calor em Bruxelas, lembre-se da sua mãe e da sua avó e leve um casaquinho. Além do casaco, tenha um mapa da cidade em mãos. Os moradores de Bruges não gostam muito de dar informações, então quanto mais você puder se virar sozinho, melhor. Uma belga amiga minha me disse que, se fosse realmente necessário pedir informação a alguém, era melhor perguntar pro pessoal que faz passeios de charrete – afinal, o trabalho deles é atender os turistas mesmo.

Act like a local - Bruges - charrete

Ao andarilhar pela cidade, uma das mais fofas do mundo (ao menos do mundo que eu conheço), fique atento aos ciclistas – especialmente os locais. Eles têm uma tendência a tentar passar por cima dos turistas. O mesmo vale para as charretes – a maioria dos cavalos parece não conhecer as leis de trânsito e atropelará você sem dó nem piedade. Por fim, vale a mesma regra que eu mencionei em Bruxelas: nada de roubar os copos de cerveja (por mais lindos e diferentes e legais que eles sejam). Isso é coisa de turista.

Agora que você está preparado para andar pelas ruas de Bruges com segurança, vamos a o que você não pode, como um bom belga, deixar de fazer. Os canais que atravessam toda a cidade são, de fato, lindos. Se você não conseguir conter seus instintos de turista, faça o passeio de barco. Mas o “certo” mesmo é você comprar uma cerveja no mercado e ir andar ao longo dos canais, sem pressa, e sem um monte de gente tagarelando e tirando fotos sem parar. Se quiser, compre um guia da cidade e siga a rota sugerida por ele – assim, você vai ficar por dentro da história de Bruges de maneira calma e tranquila, como o clima da cidade pede.

Vale lembrar que a cerveja, como em qualquer outra cidade belga, tem que ser local – senão não tem graça. Suas opções são: Straffe Hendrik, Straffe Hendrik Quadrupel, Brugse Zot, Brugse Bok e Fort Lapin. Eu, particularmente, recomendo a Straffe Hendrik, que é uma delícia e provavelmente a mais “fácil” de agradar diversos paladares.

Act like a local - Bruges - Straffe Hendrik

O pessoal de Bruges adora ficar ao ar livre – e como não adoraria, com um cenário tão lindo? Pra quem gosta de correr, então, a cidade é um prato cheio. Uma corridinha ao redor de Bruges, margeando o muro que circunda a cidade, dá pouco mais que 7 km. Depois de tanto esforço, o negócio é fazer um piquenique pra repor as energias em algum dos pequenos parques da cidade, como o Hof de Jonghe – onde, com sorte, dá até pra ver umas ovelhinhas, superbucólico. É só ir ao mercado, comprar umas cervejas, pães, queijos e chocolates e pronto. Você vai ter uma das refeições mais deliciosas da sua vida (visto que todos esses produtos, lá, são excelentes).

Depois de ir pra casa e tomar um banhinho (né?), é hora de curtir a noite. Em Bruges, é proibido vender bebidas alcoólicas das 23h às 7h, então o negócio é sair cedo. Se estiver acompanhado, vale experimentar um jantar romântico no Du Phare. Para tomar umas cervejas e curtir a “night”, tente o ‘T Poatersgat; para esnobar mesmo, o Zwart Huis; e para quem gosta de história, o Café Vlissinghe, o bar mais antigo de Bruges, de 1515 (quase a mesma idade do Brasil 😛 ). Todas as opções precisam ser seguidas de um passeio noturno pelos canais, que ficam absolutamente maravilhosos à noite. Depois de aproveitar as delícias desse pequeno pedacinho do céu, no dia seguinte seguimos para Antuérpia, a segunda maior cidade da Bélgica.

Fonte: Fonte: www.nationalgeographic.nl
Fonte: Fonte: www.nationalgeographic.nl

Antuérpia – Antwerpen

Com cerca de 500 mil habitantes, Antuérpia é a cidade mais populosa da Bélgica e tem um dos portos mais importantes do mundo. Conhecida como centro mundial de lapidação de diamantes, aqui são negociados nada menos que 80% dos diamantes brutos e 50% dos diamantes lapidados do mundo(!). O nome da cidade tem origem em uma lenda segundo a qual um gigante chamado Antigoon, que morava perto do rio Escalda, cobrava um pedágio daqueles que queriam atravessar– os que se recusavam, tinham as mãos cortadas e jogadas no rio. Eventualmente, o gigante foi morto por um jovem herói chamado Brabo, que conseguiu cortar a mão do gigante e a atirou no rio. Daí o nome Antwerpen, do holandês werpen (mão) e wearpan (arremessar).

Act like a local - Antuerpia

Act like a local in Antwerpen

Muita gente costuma tratar Antuérpia apenas como uma parada entre Paris e Amsterdam. Um bando de bobos, pois Antuérpia é uma das cidades mais agradáveis e bonitas que eu conheço. São mais de 400 bares na segunda cidade mais internacional do mundo, com moradores (registrados) de 168 nacionalidades (ficando atrás apenas de Amsterdam, com 177). Ou seja, é uma cidade, no mínimo, interessante!

A primeira coisa a se fazer em Antuérpia é alugar uma bicicleta. 90% da população local anda de bike (tá, estou exagerando, mas é gente pra caramba mesmo) e, como a cidade é toda plana, é simplesmente uma delícia pedalar por lá. E, ao contrário do pessoal de Bruges, que tem certa preguiça em ajudar os turistas, as pessoas de Antuérpia são super solícitas – também, com tanto estrangeiro morando lá, acho que elas não têm muita escolha. 🙂 De qualquer forma, é bem fácil andar pela cidade, que tem ruas bem cuidadas e onde o ciclista é quem manda.

Act like a local - Antuerpia-

Os belgas de Antuérpia também são apaixonados pelo sol. Basta que um raio de luz apareça entre as nuvens para que todos estejam andando pelas ruas, aproveitando os bares e as praças da cidade. Andar de bike ao longo do rio Escalda é absolutamente delicioso. Aproveite para fazer esse trajeto quando for ao Museum aan de Stroom (MAS) – que é parada obrigatória em Antuérpia. Ninguém pode deixar de ir até o topo do museu pra ter uma vista 360º maravilhosa da cidade (até os belgas vão, mesmo que só pra tomar uma cerveja e jogar conversa fora, apreciando a vista).

Além do museu, não deixe de ir, também, à estação de trem da cidade, uma das mais bonitas da Europa. Mesmo que você não vá pegar trem algum, vale a pena só pela arquitetura do lugar – e, de quebra, você faz um belíssimo passeio pela cidade, pois o caminho entre o museu e a estação é lindo.

Fonte: www.visitflandres.us
Fonte: www.visitflandres.us

Um dos melhores programas é, sem sombra de dúvidas, escolher um dos bares próximos à Groen Plaats (a maior praça da cidade) e sentar-se às mesinhas da área externa, apreciando o sol e todos os artistas de rua que tomam conta da cidade. Uma sugestão é o Café Pelikaan, um dos pontos mais badalados recomendados pelo pessoal local. Pra quem gosta de jazz, o De Muze é uma boa opção (aos domingos, tem shows de jazz ao vivo a partir das 15h).

A cerveja local, é claro, não pode faltar. Então qualquer que seja o bar aonde você vá, peça uma Bolleke Koninck, a cerveja de Antuérpia. Para aqueles que querem experiência cervejeira mais “completa”, vale ir ao ‘T Pakhuis, onde eles fabricam a própria cerveja e dá pra dar uma espiada na microcervejaria que fica dentro do bar. Eles têm, também, uma porção de queijos locais deliciosa pra acompanhar a bebida.

Act like a local - Antuerpia - Bolleke Koninck

Por fim, se você é uma pessoa baladeira e que gosta de festas de arromba, vai adorar Antuérpia. O pessoal de lá vive organizando festas em lugares diferentes, basta perguntar pra galera do Café Normo que eles provavelmente saberão onde rolará o próximo festerê. E se você estava triste por não ter comprado souvenires em Bruxelas, pois estavam muito caros, seus problemas acabaram! Tudo é bem mais barato aqui – inclusive aqueles copos de cerveja lindos da Kwak e da La Corne, que vocês viram no post passado (menos da metade do preço de Bruxelas). Bora gastar esses euros aí!

Semana que vem, deixaremos esse pequeno e lindo país para nos aventurar por uma das capitais mais lindas da Europa (eu diria até do mundo): Budapeste. Não vá perder!

Budapeste? Outra da bucket list. Não perco por nada. E você? 😉

Act like a local – Bruxelas

No mês passado, enquanto minha amiga Thalita Uba fazia uma super euro trip eu cuidava da área cervejeira do blog dela – o Entretenha-me. Na mala de volta da viagem a Thali trouxe um presente pra você que lê o Pra Ver em Londres: uma série suuuper legal de posts sobre algumas das cidades que visitou – e que estão na nossa bucket list. \o/

O primeiro você confere hoje. Com vocês, Thalita Uba!

Salve, salve, digníssimos leitores do Pra Ver em Londres! Depois da brilhante passagem da minha querida Natasha pelo Entretenha-me durante a minha ausência (não conhece o blog? Ixi, então corre lá), chegou a minha vez de retribuir as dicas excelentes que ela deixou por lá (aliás, quem não viu devia aproveitar o embalo e ver agora aqui, aqui, aqui e aqui).

Pra quem não me conhece, sou a Thalita Uba – jornalista, tradutora, editora de livros, crítica de cinema do Literatortura, “mãe” do Entretenha-me e globe-trotter nas horas vagas, o que me traz (finalmente) a o que eu vim fazer aqui.

O Act like a local vai ser uma pequena série em que esta que vos escreve vai dar algumas dicas para quem, como eu, gosta de viajar pra se inserir de corpo e alma na cultura local, conhecendo pessoas locais, frequentando os lugares aonde elas costumam ir, comendo o que elas comem, bebendo o que elas bebem, enfim, agindo como um local! Então se você também gosta de fingir – mesmo que apenas por alguns dias – ser cidadão de um outro país, welcome aboard!

Bruxelles – Brussel – Bruxelas

Bruxelas é a capital da pequenina Bélgica – um dos menores e mais fofos países da Europa – e capital oficial, vejam só, da União Europeia. Com uma população de 145 mil habitantes e uma área de 161 km2, é uma cidade que dá para conhecer em poucos dias (e aproveitar para conhecer outras cidades próximas, como Bruge e Antuérpia), mas que tem muitas coisas legais (e gostosas) para fazer (e comer e beber!).

O maior cartão postal da cidade é, sem sombra de dúvidas, a Grande Praça (La Grand-Place, em francês, e Grote Markt, em holandês – os dois idiomas oficiais do país), onde fica uma série de construções góticas deslumbrantes (dentre elas, a residência do rei e a câmara municipal). Já viram, alguma vez, uma foto de uma praça bem grande com um tapete de flores gigante? Então, é lá (só que esse tapete é colocado só a cada dois anos, geralmente em agosto).

Imagem retirada do site do jornal Zero Hora
Imagem retirada do site do jornal Zero Hora

Act like a local in Bruxelles/Brussel

A Bélgica, no geral, é bastante famosa por duas coisas: a cerveja e o chocolate (ou seja, o país é praticamente o paraíso!). Então pra ser um bom belga, é preciso, em primeiro lugar, ser um bom bebedor (pra não sair do bar caindo na sarjeta que nem turista sem-noção). Além disso, como Bruxelas (tal qual todas as outras cidades da Bélgica) é uma cidade bastante pequena, você certamente vai fazer quase tudo a pé, então pode tirar seu scarpin salto 12 e botar o bom e velho tênis no pé. Por fim, não vale ser enjoado. Mesmo. Aquele papo de que as pessoas não usam desodorante, que tem rato nos restaurantes e que eles não lavam as mãos pra fazer sua comida é tudo verdade. E ninguém morreu por isso ainda, então comece a ser um bom belga agora e deixe o nojo de lado antes de ir pra Bruxelas.

Chegando lá, você obviamente vai visitar todos os pontos turísticos “obrigatórios”, como a praça central, o Atomium (a “torre Eiffell” dos belgas), a Galeria Hubert, a catedral, o palácio, a ópera, o jardim botânico e até aquele famigerado menininho que faz xixi (o Manneken Pis), uma das coisas mais sem graça que eu já vi na vida. (Aliás, prepare-se para se perder nas inúmeras ruelas estreitas rodeadas de lojas e restaurantes porque você vai se perder, pode ter certeza).

Mas depois de ter feito esse turismo “obrigatório”, você pode começar a se inserir na cultura local indo comprar chocolate nas lojinhas em que não tem ninguém. Isso mesmo: belga mesmo não compra Godiva e Cote D’Or (isso é coisa de turista trouxa :P), prefere comprar marcas locais menos famosas mas igualmente boas e bem mais em conta. São inúmeras as lojas que vendem chocolates de todos os tipos e sabores em “blocos” bem mais generosos que aquelas caixinhas com meia dúzia de bombons. Vejam só:

chocolates

Deu água na boca, né? Mas guarde esses pra sobremesa, que antes você não pode deixar de comer um suculento hambúrguer gourmet acompanhado das típicas batatas com maionese belgas – que é o que muitos belgas comem no almoço e é absolutamente delicioso (mas cuidado! Os hambúrgueres são enormes e super recheados, comer sem fazer lambança é uma façanha e tanto!).

hamburguer e batatas

Para coroar tudo, uma cerveja local – mas tem que ser a cerveja certa! Nada de trapistas para acompanhar a comida – para os belgas, as trapistas devem ser bebidas naqueles momentos em que você está no bar, tarde da noite, com os amigos, reclamando do chefe. Para acompanhar a refeição, melhor optar por uma cerveja de trigo ou, melhor ainda, uma Kriek – cerveja tipo Lambic maturada com uma frutinha chamada amarena (para os que preferem algo mais docinho, tem também as Framboise, que são maturadas com framboesas) –, que é algo super belga.

lindemans kriek e framboise

À noite, muitos dirão pra você ir ao bar da Delirium (uma das maiores cervejarias belgas, cujo logo é um elefante rosa), que fica na badaladíssima Rue des Bouchers (bem no meio da Galeria Hubert). É uma cilada, Bino! Digo, se você gosta de gente demais, barulho demais, calor demais, enfim, aquela muvuca generalizada, vá em frente – é, definitivamente, o point dos turistas baladeiros. Mas pra quem quer vivenciar a cultura local, o melhor mesmo é tentar os bares que ficam pro lado da Bolsa de Valores – que é pra onde a galera local vai pra fugir dos turistas. Lá, você vai encontrar um monte de bares e boates bem legais e que têm as mesmas opções de cerveja que a Delirium (tá, não tem tantas, mas ninguém vai tomar mais de 300 tipos de cerveja numa noite mesmo). Não deixe de tomar a Kwak e a La Corne, que vêm em copos superdivertidos, além das trapistas (são seis, ao todo).

kwak e la corne

Por fim, se você quiser mesmo não passar recibo de turista, lute contra aquela vontade irresistível de roubar os copos. Ao invés disso, procure-os no mercado de pulgas, na Place du Jeu de Balle, que também é bem legal. Se não achar, tudo bem, renda-se e compre nas lojinhas de souvenires mesmo – mas se por acaso for à Antuérpia, deixe pra comprar lá, que é bem mais barato.

Nossa próxima parada, aliás, é lá mesmo, Antuérpia, com uma passada por Bruge. Até lá!

YEY, obrigada pelo ótimo primeiro post da série, Thali. Eu adorei, e você aí? 🙂

Tem dúvidas sobre Bruxelas ou quer pedir alguma coisa em específico sobre Bruge ou Antuérpia? Deixa um comentário, vai. A gente agradece. 😉

Beijobeijo,

Nah.

Scilla: uma bela surpresa do Sul da Itália

pravernomundoSe tem uma coisa que eu adoro como viajante é poder conhecer uma cidade com a ajuda de quem a conhece bem. Assim, logo que decidimos que o sul da Itália estaria nos planos da nossa lua de mel dei pulinhos de alegria por saber que uma grande e linda amiga minha de infância que há anos mora em Reggio di Calabria estaria por lá.

E não poderia ter sido melhor. Dona Vanise não apenas nos recebeu super bem como deu as melhores dicas de insider do mundo. A praia que vou te apresentar hoje é uma delas. Vem comigo!

Ni, minha linda, obrigada por tudo. Sou só orgulho da mulher sensacional que você se tornou. Batalhadora, guerreira, determinada, sonhadora, você é um exemplo. Que podemos nos rever muitas vezes por aí, por aqui ou em qualquer lugar do mundo. <3
Ni, minha linda, obrigada por tudo. Sou só orgulho da mulher sensacional que você se tornou. Batalhadora, guerreira, determinada, sonhadora, você é um exemplo. Que possamos nos rever muitas vezes por aí, por aqui ou em qualquer lugar do mundo. <3

Como tudo começou…

Como já falamos algumas vezes, um dos motivos para incluirmos o sul da Itália no roteiro dessa trip do ano passado foi o fato de que o João precisava finalizar o processo de cidadania italiana dele e tinha um advogado ítalo-brasileiro que fazia a ponte que era lá do bico da bota.

Por questões burocráticas, nossos 10 primeiros dias na Itália foram em Mammola, uma cidadezinha minúscula na Calabria com pouco mais de três mil habitantes (!) e da qual agora meu marido é cidadão. \o/

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mammola
Apesar de muito fofa, Mammola não tem nenhum grande atrativo, então não vou me estender nos detalhes sobre ela. Se quiser saber mais, clique aqui.

Passados esses dez dias, por um problema de comunicação (ou de sacanagem dos caras da cidadania, nunca vamos saber ao certo) acabamos viramos sem-teto na Itália. AHAM. haha. A justificativa deles é que aquela parte do processo tinha sido finalizada e que nossa acomodação lá não fazia mais parte do contrato (coisa que não tinham nos explicado antes). Desesperada, fui atrás da minha amiga para ver o que poderíamos fazer (sabendo que por mais que ela oferecesse a casa dela, lá não ia rolar ficar, porque o apê era pequeno). A ideia que ela nos apresentou ou reproduzo neste diálogo:

  • Nah: Ni, não sei o que fazer. Não temos onde ficar. Ou adiantamos o restante da nossa trip ou teremos que desembolsar uma grana em acomodação que não podemos.
  • Ni (bem de boa, do jeitinho fofo dela): Ai, amiga, fica calma. Vai dar tudo certo. Olha só, eu tenho uma amiga que tem uma casa em uma praia que fica bem pertinho aqui de Reggio que é enorme, e ela tá sozinha lá. Certeza que vocês podem ficar com ela esses 15 dias.
  • Nah (um pouco mais calma): Ai, Ni, não sei. Não é chato?
  • Ni (rindo da minha cara): Cala boca, amiga. É bem de boa. Vou fazer meu aniversário lá no sábado. Vocês vão comigo, dormem lá, conversam com ela e vêm como fica.
  • Nah (aliviada): Tá bom então, Ni. Fechou. 🙂

Nos mandamos para Scilla no começo da madrugada de sábado. Como chegamos tardão, nem tivemos tempo de ver nada. Dormimos na casa de um amigo da Ni que ficava em um “bairro” chamado Chianalea. Estava muito escuro para ver qualquer coisa da janela,  então capotamos! Quando acordei com o barulho do mar resolvi dar uma olhadinha e me deparei com esta imagem:

Só pra constar: não há uma ediçãozinha sequer nessa foto!
Só pra constar: não há uma ediçãozinha sequer nessa foto! No fim do post mostro um pouco mais de Chianalea. Guentaê! 🙂

… Naquele mesmo momento concluí que não ia ser difícil passar os tais 15 dias nesse pedaço do paraíso no sul da Itália. 🙂

A primeira cena da vida real que vimos no sábado de manhã foi esta. Muito Itália, né? <3
A primeira cena da vida real que vimos no sábado de manhã foi esta. Muito Itália, né? <3

Scilla em foco

Antes de mais nada, localize-se!  A) Milão B) Roma C) Reggio di Calabria D) Scilla
Antes de mais nada, localize-se!
A) Milão
B) Roma
C) Reggio di Calabria
D) Scilla

23 quilômetros separam a capital da província, Reggio di Calabria, de Scilla, cidade que fica no estreito de Messina e é composta de três partes: o centro, Chianalea e a Marina de Scilla, uma praia de águas transparentes de temperatura agradável (depois dos 5 primeiros minutos, claro), pedrinhas, Lidos (como o da foto abaixo), lanchonetes, restaurantes, hotéis e casas de veraneio de alguns privilegiados – inclusive da mais querida “calabresa” de todas, nossa anfitriã Chiara (a amiga da Ni).

    O tal "Lido". No verão, a praia é tomada por cadeiras de praia e guardas-sol pelos quais se paga 10 euros para usar o dia todo.
O tal “Lido”. No verão, a praia é tomada por cadeiras de praia e guardas-sol pelos quais se paga 10 euros para usar o dia todo.

Nos 15 dias que passamos lá, choveu mais ou menos meia hora. Nas outras muitas horas pegamos sol e calor e aproveitamos mergulhando com peixinhos coloridos no mar, saboreando deliciosos panini, macedonia (hummm… salada de fruta fresquinha), cornetto (croissant italiano), birras geladas, etc. etc. etc.

Essa é pra você entender a história do "mergulhando com peixinhos coloridos". Olha a cor dessa água! Com um óculos de mergulho simples e sem precisar ir muito no fundo você já aproveita demais o que esse marzão boniiito tem a oferecer!
Essa é pra você entender a história do “mergulhando com peixinhos coloridos”. Olha a cor dessa água! Com um óculos de mergulho simples e sem precisar ir muito no fundo você já aproveita demais o que esse marzão boniiito tem a oferecer!

Como se não bastasse tudo isso, Scilla ainda abriga um castelo de onde vimos um pôr do sol lindíssimo – arrisco dizer que foi um dos mais belos que já vi na vida. A entrada no Castello dei Ruffo custa simbólicos 2 euros, e dentre as poucas informações disponíveis a seu respeito está o fato de ele ter sido construído em meados do século IX.

Quando o visitamos, pudemos passear pela estrutura (que inclui esse farol lindão cercado de flores da foto abaixo), curtir o incrível visual e ainda conferir uma exposição fotográfica que mostrava o fundo do mar da da Calabria. Bem bacana. 🙂
farol

Chianalea vista do Castello
Chianalea vista do Castello dei Ruffo

beach

Lá se vai o sol se dormir atrás de Messina...
Lá se vai o sol se dormir atrás de Messina…

boatAlém de tudo isso, ainda fomos presenteados com uma cena belíssima um dia enquanto trabalhávamos em um café no centro da cidade. Era mais ou menos 17h30 quando escutamos o sino da igreja ao lado badalar e concluímos que uma cerimônia de casamento estava chegando ao fim (a pompa dos convidados denunciava isso). Corremos para a porta e de pertinho vimos a saída dos noivos e a liberação de dois pombos brancos. Fechou nossa temporada em Scilla com chave de ouro. O João fez este belo registro:

weddingPor todos esses e por vários outros motivos (a simpatia do povo, a culinária deliciosa, as facilidades da vida por lá, as vespas espalhadas por todos os cantos…), Scilla nos encantou. Entrou pra lista de cidades preferidas do mundo, cidade que pretendemos revisitar e passar mais alguns dos dias mais felizes de nossas vidas. Uma cidade que mostra que é preciso ter muito pouco para ser feliz.

Foi bem difícil escrever esse post pois apesar de ser pequena em tamanho, Scilla é enorme em qualidades, e daria para falar mais e mais e mais sobre ela, além de postar um milhão de fotos. Porém, meu objetivo aqui é convencê-lo a incluir esse pedaço do paraíso na terra em seu roteiro pelo Sul da Itália (consegui até aqui?), então para concluir dou uma mãozinha no planejamento com dicas práticas. Que tal?

Vamos começar pelo “como chegar…”

Como disse anteriormente, a maior cidade próximo de Scilla é Reggio di Calabria. De Reggio, a melhor maneira de ir para Scilla é, sem dúvidas, de carro. Em 20 minutinhos você vai de uma cidade a outra pela autoestrada A3 ou, se preferir, pode ir por dentro das cidades que ficam no caminho, admirando toda a italianice e, em 30/40 minutos você estará lá. Manda ver no GPS e vai com fé. 🙂

Caso você não esteja de carro, dá para ir de trem. Aliás, de trem você consegue cruzar a Itália de Norte a Sul, como contamos neste post. 🙂

Para isso, basta acessar o site da Trenitalia e buscar a passagem ideal. Antes de mais nada, se assim como eu você no parla italiano, troque o idioma da página para o inglês. Depois, na busca, troque “ticket” por “passes”, pois na opção ticket ele só busca trens Le Frecce, eo Le Frecce não faz esses trechos regionais.

Deu pra entender?
Deu pra entender?

Depois disso, apesar de você poder visualizar os horários dos trens pode ser que não consiga comprar sua passagem online, porque são estações menores e às vezes é preciso comprar pessoalmente. Mas pelo menos você tem as informações que precisa para se planejar, né? A viagem de trem entre Reggio e Scilla dura mais ou menos 40 minutos e o preço gira em torno de 10 euros.

Dependendo de onde você estiver antes de chegar a Reggio di Calabria você pode ir pra lá de trem, carro, ônibus e avião. A cidade tem o aeroporto Tito Menniti e lá pertinho tem também o Lamezia. Dá uma pesquisadiola! 😉

Onde ficar?

Como a gente ficou na casa de uma amiga não podemos recomendar especificamente um hotel/hostel em Scilla. No entanto, para não deixá-lo na mão pesquisei algumas opções (não vou ganhar nada por isso, ok? :). Aqui, ó:

Agora é com você. Defina datas, como chegar, onde ficar e APROVEITE! Entre nos restaurantes que for com a cara, passeie pelas ruas que achar mais encantadoras, compre seu snorkel, óculos de mergulho, pé-de-pato e vá nadar com peixinhos coloridos. Você vai se divertir. Só não vá fazer como o João e se deixar queimar por uma água-viva. Machuca. 🙂

Ah, e largue o carro. Passeie por Scilla a pé. Enfrente as escadas para subir e descer do centro (a não ser que decida fazer como nós e ficar 15 dias, porque aí complica. hehe), vá da Marina a Chianalea fazendo uma deliciosa caminhada e observe todos os detalhes a sua volta. Seus dias por lá ficarão ainda mais incríveis assim!

Pra encerrar deixo você com mais umas fotinhos dessa terra encantadora…

nah

Só nesse mirante dá pra passar umas boas cinco horas. haha. Muito lindo. Sério!
Só nesse mirante dá pra passar umas boas cinco horas. haha. Muito lindo. Sério!
Chianalea é incrível...
Chianalea é incrível…
... tanto de dia...
… tanto de dia…
... como à noite! Reserve um tempo para explorá-la com carinho. Lá há muitos restaurantes e bares bacanas.
… como à noite! Reserve um tempo para explorá-la com carinho. Lá há muitos restaurantes e bares bacanas.

Bora sair do roteiro clássico italiano Roma-Florença-Veneza-Pisa e explorar o sul também?! =D

Beijobeijo e até a próxima,
Nah.

O início de um sonho no sul da Itália

 lambrettaEmbarcamos para a velho e querido mundo em agosto de 2012 com três grandes missões:

  • Curtir nossa lua de de mel;
  • Dar continuidade ao meu processo de cidadania italiana;
  • Pôr em prática uma das filosofias da nossa empresa (LondonPress): trabalhar de forma remota com a mesma entrega e comprometimento de sempre e e aproveitar os insights criativos que somente uma viagem dessas é capaz de proporcionar.

Após três dias muito bem curtidos em Milão, pegamos um trem rumo ao desconhecido sul, mais precisamente para Reggio di Calabria.

Após uma deliciosa viagem de quase 10h, desembarcamos na capital da Calábria, cidade com pouco mais de 200 mil habitantes. Eu estava ansioso para provar o que eu imaginava que seria a melhor porção de calabresa do mundo.

Grande decepção constatar que a calabresa acebolada é coisa de boteco brasileiro e ponto final. Por lá, “só” mesmo a pimenta e algumas “singelas” iguarias gastronômica, em sua maioria vindas do mar mediterrâneo.

O que você vai ver no sul da Itáila

Muito sol (mesmo), temperaturas raramente abaixo dos 30º (no verão), lindas praias de pedra com águas mornas e cristalinas, vilarejos históricos, uma gente boa demais e comida italiana em sua melhor forma e sabor. Pra quê mais?

Hoje, damos início a série de posts sobre nossa aventura de 30 dias na “nem tão gigante que só dorme” Reggio Calabria, na paradisíaca Scilla e algumas outras preciosidades como Tropea, Capo Vaticano, Gioiosa Ionica e Taormina, esta na Sicilia.

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Alguns números sobre o turismo na Itália

A curiosidade jornalística me “convidou” a buscar alguns dados que pudessem comprovar o que eu imaginava: a pouca atenção que a Calábria recebe pelos gringos.

A Itália é o quinto país que mais recebe turistas no mundo. Os dados mais recentes foram divulgados pela World Tourism Barometer (UNWTO) em junho de 2012 e apontam que mais de 43 milhões de terráqueos pisaram em solo italiano em 2010.

Destes, míseros 0,47% tiveram a Calábria como destino. A região é a 17ª do top 20 do país no ranking de visitação. Pouco mais de 200 mil pessoas estiveram lá em 2010. A líder é Vêneto, puxada por Veneza.

É difícil de acreditar que tão pouca gente conheça esse paraíso inexplorado.
É difícil de acreditar que tão pouca gente conheça esse paraíso

Mas sejamos justos

Concorrer com Roma, Veneza, Firenze, etc, etc, etc, é um páreo duríssimo. Sorte sua que está aqui. Vai conhecer lugares que vão certamente entrar na sua lista de “pra ver antes de morrer”.

O roteiro que sugerimos contempla quatro praias nas costas leste e oeste da Calábria e um vilarejo com vista para o Etna na Sicília.

Você vai nadar com peixinhos e fugir das águas-vivas, comer deliciosos cornetos (croissants) no café da manhã, se esbaldar com os tradicionalíssimos mariscos, peixes-espada, lagostas e outros pratos da gastronomia local. Além de beber muito vino e se encantar por um povo muito foda que não vê razão para não sorrir para os privilegiados viajantes que põem os pés em sua terra.

Isso existe, acredite!
Isso existe, acredite!

No próximo post vamos falar mais sobre Scilla, uma praia situada há meia hora de carro de Reggio Calabria. Passamos alguns dos melhores dias de nossas vidas nesse paraíso.

Até lá!

Se você quiser ver mais números sobre o turismo na Itália acesse o site da Agenzia Nazionale del Turismo.

Cruzar a Itália de Norte a Sul de trem é assim…

pravernomundoDepois dos quase três dias que passamos em Milão, no dia 31 de agosto de 2012 refizemos nossas malinhas para atravessar a “terra da bota” de Norte a Sul até chegar a Reggio di Calabria, na belíssima região da Calábria, onde passaríamos um mês para finalizar o processo de cidadania italiana do João e, é claro, aproveitar a segunda parte da nossa lua de mel. 🙂

Segundo o Google Maps, 1.253km separam Milano de Reggio di Calabria (de carro!)
Segundo o Google Maps, 1.253km separam Milano de Reggio di Calabria (de carro!). É coisa, né?

Antes mesmo de sairmos do Brasil decidimos que faríamos esse trajeto de trem. Até daria para ir de avião, com a Alitalia, mas apesar de mais rápida (mais ou menos duas horas de voo, contra cerca de oito horas de trem), a viagem assim é mais cara (pelo menos era quando pesquisamos e continua sendo de acordo com a pesquisa que fiz hoje, como você pode observar na imagem abaixo) e muuuito mais sem graça. Afinal, nada como ver toda a paisagem da Itália da janelinha do trem, né?

Quer dizer, diz o João que a paisagem é maravilhosa. Eu não vi. 🙁 Pois é, sou daquelas que dorme 5 minutos depois do embarque (seja de trem, ônibus, carro ou avião!). O João fica de cara e tenta me acordar sempre que acha algo que, na opinião dele, eu preciiiiso ver. Aí eu acordo, vejo, acho lindo e dois minutos depois durmo de novo. 🙁 Bom porque a viagem passa rápido. Ruim porque eu perco o que há de melhor na viagem de trem: as paisagens.

A pesquisa que eu fiz para você revela que hoje (23/05/2013) a passagem mais barata de avião é 22 euros mais cara que a mais barata de trem. Além disso, aeroportos são sempre mais distantes do centro do que estações (principalmente das estações "Centrale" da Itália, que ficam, dãr, no centro de suas respectivas cidades. :)
A pesquisa “trem x avião Milão – Reggio di Calabria” que eu fiz para você revela que hoje (23/05/2013) a passagem mais barata de avião é 22 euros mais cara que a mais barata de trem. Além disso, aeroportos são sempre mais distantes do centro do que estações (principalmente das estações “Centrale” da Itália, que ficam, dãr, no centro de suas respectivas cidades. 🙂

Mas, enfim, pesquisamos bastante e concluímos que a melhor forma era ir de Trenitalia. E, antes que alguém possa questionar, esse não é um post pago, viu? É uma dica sincera, de dois viajantes que cruzaram a Itália usando os serviços dessa companhia e acham que vale a pena que outros viajantes façam o mesmo. 🙂

Fato é que comprar as passagens foi facílimo. Apesar de o site estar originalmente em italiano, no topo da página você consegue mudar tudo para inglês – o que facilita bastante pra quem, como eu, no parla italiano.

site-trenitalia

Pagamos 196 euros para os dois na passagem só de ida (porque não sabíamos ainda exatamente qual seriam nossos destinos pós-Calábria), indo na primeira classe.

jg
Lá vamos nós! 🙂

Mas, no fim das contas, não achamos que valeu gastar mais ou menos 40 euros a mais (20 euros por cabeça) por esse “luxo”. A primeira classe nem era tudo o que esperávamos. O espaço entre as poltronas era pouco maior que os da classe executiva e o único arreguinho foi um combo jornal + bolachinha + café bem do safado.

Só de ver essa foto me dá um soninho... :)
Só de ver essa foto me dá um soninho… 🙂

Porém, pode ter sido azar nos trens que pegamos nessa viagem, ou então nos trens que trabalham esta rota, pois depois viajamos outras vezes de primeira classe e compensou MUITO – mas isso é história para os posts da terceira parte da lua de mel, que vem logo mais (e você não perde por esperar. #tudumpá :).

Apesar de termos comprado nossas passagens pela internet, dá pra fazer isso também direto nas estações – e os preços não variam muito, não. Nas maquininhas, você consegue ver todos os destinos disponíveis, horários, preços, etc. Comprar nelas é uma ótima saída para quem não sabe muito bem quando vai sair de uma cidade e ir para outra, apenas sabe que vai.

As duas maquininhas aliadas dos que viajam de trem pela Itália: a de comprar a passagem e a de validar (pois é, tem disso. Não deixe de validar sua passagem para não ter que pagar multa!).
As duas maquininhas aliadas dos que viajam de trem pela Itália: a de comprar a passagem e a de validar (pois é, tem disso. Não deixe de validar sua passagem para não ter que pagar multa!).

Avaliação final

estrelinhas

No fim das contas, nossa única reclamação sobre essa longa viagem com a Trenitalia foi a falta de benefícios para a primeira classe. Pagamos a mais, queríamos mais, né? Fora isso, tudo lindo. Tá certo que a distância pesa contra essa opção, mas isso a gente sabia quando optamos por ir de trem, então não é motivo pra reclamar.

Pra quem curte um visu, acha um saco ter que chegar horas antes em aeroportos para os processos burocráticos pré-voo, não curte altura, é uma ótima opção – ainda mais não tendo uma low cost tipo Ryanair e Easyjet fazendo o trajeto.

Então, #ficadica. 🙂

E, agora, prepare-se. Os próximos posts terão cenas tipo estas…

Ai, Tropea... <3

o Sul da Itália "esconde" tesouros maravilhosos. Scilla é um desses tesouros. Passamos 15 dias lá e em nossos posts vamos convencê-lo a visitar essa pequena cidade calabresa.

um vulcão, MUITA história, ruas incríveis. Essa é Taormina.

Posso esperar sua companhia, né? O Sul da Itália vem aí, gente! \o/

Até logo mais. 😉

Beijos,

Nah.

Milão: foi um prazer

Aconteceu que nossa viagem para a Itália começaria por Milão. Cidade que nunca esteve entre meus grandes sonhos de viagem. Nunca ouvi alguém falar que Milão era demais, pouco havia lido sobre ela… Fora isso, aquela aura moda/business/design nunca havia me seduzido a ponto de fazer questão de conhecer a cidade. Mas quis o destino e o preço das passagens para a Itália que assim fosse… então fomos! =)

Desembarcamos no acanhado Linate Airport e pegamos um ônibus ali mesmo (não tem erro. Basta sair do aeroporto, avistar os ônibus e pagar direto para o motorista!). Por cinco euros e cerca de 30 minutos, chegamos à Stazione Centrale, belíssima!

Na estação já deu pra mandar pra lua qualquer espécie de pré-conceito sobre a cidade. O lugar impressiona pela arquitetura ao seu maior estilo italiano de ser. Impactante, imponente, artística e histórica. O dom da italianada pra erguer prédios incríveis é demais, não?

As fotos falam melhor que eu…

stazione centrale

stazione

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Nosso hotel ficava a poucas quadras dali. Fomos caminhando. O Hotel Terminal, alías, já foi tema de texto da Nah. É uma boa dica de hotel em Milão se você não liga pra luxo, mas quer conforto. 😉

Largamos nossas coisas, ficamos umas duas horas resolvendo algumas pendências de trabalho (essa vida de empreendedor/jornalista/blogueiro viajante ainda vai ser tema de post, aliás. Temos algumas coisas legais para falar sobre e, quem sabe, te inspirar) e saímos do hotel para conhecer a região de Navigli.

Eu nem sabia que Milão tinha canais até a Nah me falar dias antes da viagem. Que lugar! Muitos bares, restaurantes, lojas de artesanato, gelaterias, gente na rua, bicicletas. Uma festa do cotidiano da cidade. Era uma quarta-feira, cerca de 21h de uma noite com temperatura muito agradável.

Tomamos um chopp no BQ, uma casa de cerveja artesanal que eu havia colocado na lista de lugares pra conhecer em Milão, mas não tinha a menor ideia que era ali. Perfeito, não? Pra saber mais corre ler o texto que a Nah comenta sobre o bar.

Bebemos, jantamos num lugar que parecia legal, mas decepcionou. Após o jantar voltamos para o hotel. Já era perto da meia noite, hora em que o metrô para de funcionar.

A essas horas Mião já havia me conquistado.

O metrô e as bicicletas em Milão

O sistema de transporte público de de Milão surpreende como a cidade. Moderno e eficiente, mas que ainda preserva muita história com os charmosos bondinhos nas ruas. Ponto pra Milão.

bondinho

Informações sobre preço das passagens você pode ver no site da Azienda Trasporti Milanesi  (ATM), mas adianto: o bilhete mais barato, que dá direito a circular quantas vezes quiser por até 90 minutos, custa 1,50€. Mas há várias opções diferentes. Vale acessar o site para ver o que mais se adequa ao que você precisa.

Lá você também encontra informações sobre o Bikemi, o sistema de aluguel de bicicletas. Milão tem investido muito nesse modal de transporte. São mais de 1900 bikes e a malha cicloviária está em constante ampliação.

É barato e fácil de usar. A diária sai por 2,50€ e se você trocar a bike ou entregá-la antes de 30 minutos de uso não há taxas extras. Apenas lembre-se de fazer um cadastro prévio via internet.

bikes

Sou suspeito pra falar por ser um ciclista convicto, mas não há nada como conhecer uma cidade sobre uma bike.

Uma Itália diferente

As diferenças entre Milão e qualquer outra cidade que conhecemos na Itália (Roma, Firenze, Veneza, Reggio Calabria e algumas outras cidades menores) são imensas.

Milão é a mais europeia das cidades italianas quando falamos em organização, limpeza, eficiência, emprego, etc.). A cidade funciona bem. Coisa que não é tão comum em outros centros italianos, que muitas vezes lembram nosso Brasil…

milano

A prosperidade de Milão, talvez, ou obviamente, existe em razão de sua riqueza. A cidade concentra boa parte das indústrias, empresas e eventos de negócios do país. É a válvula propulsora de uma combalida economia local. Os milaneses ganham, em média, 47% a mais que seus compatriotas. A taxa de desemprego está em 5,8%, contra expressivos 8,4% na média do país. Essas infos são do Assolombrada, uma associação que reúne mais de 5 mil empresas de Milão.

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Um capacete Armani para sua Lambretta que combina com o vestido. Va bene.

O que ficou de Milão

Milão é o oposto do que boa parte da Itália é. Por si só isso já deveria valer sua visita. O choque cultural é imenso. Milão fala inglês. Coisa rara na Velha Bota.

Não que o resto da Itália seja uma porcaria. Cazzo, não. Quem não se encanta com a Itália, me desculpe, não vê a beleza da vida.

A cidade tem sua própria mágica…É muito diferente de ver o romantismo de Veneza, a arte de Firenze e a História de Roma. É uma cidade livre de rótulos se você ignorar a moda, o design e os negócios. Se você não pensa em ir a Milão, tente. Foi o que eu fiz. Não podia ter sido melhor…

Curta a cidade é como eu sugeri ali em cima: sem pré-conceitos ou julgamentos antecipados. Aproveite o que ela tem de melhor e deixe-se levar. Não tenho dúvidas de que sairá de lá com um sorriso na orelha e dizendo:

Piacere, Milano! Ci Vediamo, bella!

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Curiosidades de Milão

Algumas coisas chamaram nossa atenção nos dias que passamos por Milão. E não podíamos deixar de registrá-las no último post sobre a cidade…

1) O calor imperava nos nossos dias milaneses. Porém, nas ruas, poucas pessoas bebiam cerveja. O vinho branco parecia ser a bebida preferida de quem queria se refrescar;

2) Boa parte das descargas dos banheiros públicos que usamos (retaurantes, estações de trem/metrô, etc.) eram elétricas. Até aí, tudo lindo maravilhoso. O problema é que ao contrário de evitarem o desperdício, elas desperdiçavam água. A qualquer movimento, lá vinha uma nova descarga;

3) Indianos vendem bonesquinhos iluminados que voam, africanos vendem pulseirinhas no Duomo, vendedores de diversas nacionalidades oferecem rosas nas ruas (e até dentro dos restaurantes/bares);

4) Há muitas fontes de água espalhadas pelas ruas da cidade. Por isso, tenha sempre uma garrafinha em mãos e pare para abastecê-la quando sua água acabar;

5) Outra ótima maneira de se refrescar estando em Milão é saboreando um delicioso gelato. E não faltam boas opções. Basta passear pela cidade, escolher o seu e aproveitar! 🙂

 

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