Em 2010, na nossa primeira temporada em Londres, moramos entre uma infinidade de judeus ortodoxos, africanos de diversas nações, muçulmanos, turcos e sabe-se lá mais o quê em Clapton, Hackney.
Perto de nós e dessa galera toda fica um parque que gostamos muito.
O Springfield Park estava a 5 minutos de caminhada da nossa casa. Era lá que a gente jogava tênis e corria sempre que sobrava um tempinho. 🙂
Durante os dias de semana há pouco movimento no Springfield Park. Não faltam mamães passeando com seus bebês, mas o silêncio é quase absoluto.
Clapton está longe de ser um dos melhores bairros de Londres, mas ainda assim acolhe um parque tão cuidado e preservado quanto o St James’s ou o Hyde.
E são coisas como essa que tornam Londres uma cidade tão única, cativante, acolhedora…e verde!
O objetivo deste post é mostrar este lado da rotina de Londres que pouco se percebe. Espero que goste!
going green for Londonautumnlunchtimelunchtime 2lunchtime 3could be a better place to have lunch?vintage strollerevolutionvery nice nanniesalways/everywhererun, forrest. Run!
Bandas que permanecem vivas na era do iPod mesmo após terem encerrado suas atividades há décadas merecem respeito. Sou muito fã de muitos e ótimos rockeiros, jazzeros, regueiros e clássicos que já pararam de tocar ou passaram dessa pra um outro plano ou galáxia.
Até porque muitos deles são mitos que parecem ser impossíveis de serem superados. Quem supera a magia do Pink Floyd, a energia do Bob Marley e a levada do Grateful Dead? Pra lembrar de alguns…
Dentro desse seleto grupo ainda estão os que até hoje são uma indústria milionária e fazem uma economia brutal girar.
Não tem como não pensar já de cara nos Beatles, que com sua simplicidade romântica e sonhadora já fizeram um terço dos EUA pararem para vê-los na TV quando apareceram no The Ed Sullivan Show, em 1964 – ocasião da primeira turnê que fizeram para aqueles lados. O vídeo mostra um pouco da loucura.
Os meninos malucos de Liverpool que até hoje vendem discos, camisetas e muito mais em todos os cantos do mundo, colocaram a pequena cidade inglesa no mapa dos viajantes e amantes do rock.
O que seria de Liverpool sem os Beatles?
Liverpool preserva alguns traços da arquitetura residencial de Londres, tem quase nenhum grande edifício e uma ótima estrutura comercial. É uma cidade limpa, que transmite segurança e parece oferecer um bom sistema de transporte público.
Seria uma Londres em menores proporções, menos pontos turísticos e melhor qualidade de vida? Talvez…
A questão é que não fossem os Beatles, essa simpática cidade de pouco mais de 400 mil habitantes situada ao norte da Inglaterra certamente teria pouco destaque nos guias de turismo.
tudo começou com ele
Mas os Beatles existiram! E deixaram suas caras estampadas em todos os cantos da cidade, a começar pelo nome do aeroporto: John Lennon Airport. Mais do que isso, parecem ter feito com que todos ali sintam um orgulho imenso por nascer na terra dos talentosos besouros. A responsabilidade de receber bem os visitantes que vem do mundo todo é cumprida com louvor pela população.
Grande surpresa para os que insistem em pré-conceitos do tipo: ingleses são rudes, estúpidos e detestam estrangeiros.
Já havíamos sido “alertados” pela Hellen, uma ex-professora da Rose, que Liverpool era perfeita e que o povo era o mais amável e receptivo da Inglaterra. Natural de lá, ela nos disse, porém, que até se mudar – na adolescência – não dava muita bola para a sua terra.
Viveu em outras cidades na Inglaterra, em um vilarejo em Eritreia, quando trabalhou como voluntária, e hoje está em Londres. Foi só depois de morar em outros lugares e ser apenas visitante em Liverpool que passou a dar valor e admirar sua cidade. Quantos não são assim, hein?
Ela nos falava com tanta paixão da cidade, recomendando lugares e falando do quão legais eram as pessoas, que era impossível não ter ainda mais vontade de tomar uma pint no Cavern Club, bar onde os Beatles tocaram 292 vezes.
clássico
Fomos, enfim, para Liverpool no último fim de semana. Com o ônibus da National Express em promoção, pagamos £5 por cada trecho e uma diária de £15 no Everton Hostel. Falaremos em breve sobre ele.
Por fornecer comida e pints a preços consideralvemente inferiores aos de Londres, Liverpool foi uma viagem não só muito prazerosa, mas bastante econômica. A título de curiosidade: enquanto uma pint de Guinness custa entre £3,50 e £4,20 em Londres, em três pubs diferentes de Liverpool não pagamos mais do que £2,20. Isso na Mathew Street, endereço do Cavern e do início da história da banda.
Essa semana publicaremos uma série de textos sobre a cidade que todo amante do rock’n’roll deve conhecer! Nas palavras da minha mãe, Âque não é a maior roqueira do mundo, mas cresceu ouvindo: “é realmente um sonho! Estou tão feliz, pois sou uma grande fã e você está realizando um sonho que já existia antes de você existir.”
yeah yeah yeah
Até lá fique com esse vídeo espetacular que mostra 13.500 pessoas cantando Hey Jude em plena Trafalgar Square, no centro de Londres. Impossível não se arrepiar quando chega no beter, better, better, betteeeeeeeeeeeeeeeeer…
Sempre ouvimos muito sobre Bath. Coisas como “a cidade é linda” ou “vocês TÊM que ir”. Então, num dia desses nos programamos pra mais uma day trip – como são boas essas trips bate-volta. 🙂
Os preços das passagens de trem nos horários mais convenientes não eram muito atrativos: £28,50. A gente também não estava muito animado pra passar quase 4h em um ônibus – que tinha preço a partir de £5.
Mas como consumidores conscientes que somos, seguimos em busca de uma pechincha e pesquisamos, pesquisamos e pesquisamos. Até que achamos passagens por £9,50 saindo da Paddington Station às 6:30h. Ok, pela economia e horário que chegaríamos em Bath, valeria a pena. Nada que um night bus não resolva.
Embarcamos num sábado com perspectivas chuvosas e 8:30h chegamos na ainda adormecida Bath. Ruas vazias, comércio fechado, aquele arzinho frio que só o sol pra aquecer e aquele cheiro de asfalto molhado. Tudo em um cenário com características romanas. O dia prometia!
Começamos a andar e logo nos deparamos com uma bela paisagem:
avon river
Já estava esquecendo de falar, mas Bath é uma pequena cidade que fica a 156km de Londres no sudoeste da Inglaterra. É tombada pelo Patrimônio Mundial da UNESCO em função de suas águas termais. Estima-se que os romanos descobriram as propriedades das águas de Bath por volta do ano 50, quando batizaram a cidade com o nome de Aquae Sulis, em homenagem à deusa celta Sulis, que fora identificada como Minerva, a deusa romana da sabedoria, das artes e da guerra.
Os romanos curtiram tanto a cidade que se instalaram por lá e construíram o que acredita-se ser o primeiro spa do mundo. Um complexo incrível com espaços para banhos quentes, massagem e outros dengos.
obra dos romanos no século I
Parte do que foi erguido no início da era cristã ainda está lá e hoje abriga um museu muito legal cheio de história e, é claro, águas termais. A entrada custa £12,50 ou £10 para estudantes (não esqueça a carteirinha) e vale muito a pena. É cheio de detalhes e objetos históricos. Alguns cantos têm um cheiro que mistura mofo com umidade que faz você se sentir um verdadeiro romano da época em que Jesus era vivo! =D
Algumas fotos do Roman Baths:
essa área está cheia de estátuas de imperadores. Esse é Constantino, o Grande.
Nessa época foram construídos o templo de Sulis Minerva e um conjunto de banhos com finalidades higiênicas e terapêuticas. O templo era um centro de culto a Minerva. Banhos lá eram proibidos. O legal é que o lugar ainda existe! Até hoje o pessoal joga moedinhas e faz seus pedidos.
uma viagem, não?
A profundidade das águas chega a incríveis 3 mil metros e a temperatura está sempre em 46,5ºC. Infelizmente não é permitido mergulhar nas águas do templo, mas você pode curtir essa experiência no Thermae Bath Spa. Por duas horas de banho você paga £24, mas existem outros planos. Vale conferir.
Saímos do templo e voltamos a andar. A cidade tem outras atrações como o Fashion Museum, a Victoria Art Gallery e o Bath Balloons, mas a gente preferiu ficar só caminhando pelas ruas.
Mais pro fim da manhã começamos a perceber uma movimentação de pessoas vestidas com uma camisa de um time, que até então não sabíamos qual era. Logo descobrimos que se tratava do Bath Rugby. Pelo jeito ia rolar jogo mais tarde.
Dá-lhe, Batão!
Pra nossa sorte estávamos passando pela região do modesto estádio bem na hora que ia começar a partida. Como bons amantes de esporte que somos decidimos ver de perto qual era a desse jogo estranho que se perde entre o nosso futebol e o dos yankees. Por £5 (estudantes) fomos assistir o glorioso Batão jogar contra os escoceses da nossa querida Edinburgh.
entrada em campo com nuvem cabulosa ao fundo
Muitas famílias no estádio, cerveja liberada (bons tempos em que podíamos beber no Brasil) e uma torcida não muito animada. Na hora do primeiro gol/touchdown – se alguém souber como se chama o ponto no game me corrija, por favor – a gente comemorou mais do que todo mundo no estádio. =D Após os 40 minutos da primeira etapa o Batão já goleava, claro, e a gente decidiu que a experiência já tinha sido bem aproveitada.
apesar da boa torcida, a nossa vibração era maior que a deles!
Saímos do estádio lá pelas 16h já tendo andado por praticamente toda a cidade, mas o nosso trem de volta só seria às 22h. Andamos mais um pouco e logo o sol começou a cair e trazer de volta o mesmo frio de quando chegamos, com o plus de uma chuvinha. Precisávamos de um refúgio e um lugar para passar o tempo. Nada como um pub e uma Guinness pra encerrar mais uma ótima viagem.
Se me permite falar, Bath é linda e você TEM que ir!
😉
entrada do Roman Baths com música ao vivoque tal morar numa casinha dessas?como eu não sei pintar quadros, fica o registro fotográfico
No fim do dia saímos de Edinburgh e fomos para o hostel em Stirling sem esperar muita coisa.
A impressão que tínhamos era que não ia ter nada de bom para se fazer por lá, pois os nossos guias não haviam dito nada de interessante sobre a cidade. Como só iríamos dormir lá para partir para as Highlands (tema do próximo post) no dia seguinte, fomos sem muita expectativa.
Mas é nessas horas que a vida nos surpreende. Stirling acabou se revelando um pequeno paraíso recheado de história, construções incríveis e um ar de lugar mal assombrado.
rua principal da parte velha da Stirling
Como fascinado que sou pelos sombrios tempos da Idade Média, o vilarejo de pouco mais de 30 mil habitantes me deixou fascinado. A cidade não tem nada a oferecer além de um castelo no alto de uma colina, umas poucas ruelas com casas medievais, um cemitério assustador colado ao nosso hostel(que havia sido uma igreja anos atrás) e um centrinho com pubs e algumas lojas.
Fora toda a questão arquitetônica e sombria, Stirling foi palco de um importante capítulo da história escocesa. Foi ali, sob o comando de “Mel Gibson” William Wallace, que rolou a Battle of Stirling Bridge, ocasião em que os escoceses derrotaram o exército safado do rei Edward I. A pancadaria rolou em 11 de setembro de 1297 e foi uma das etapas da luta dos escoceses por sua independência.
William Wallace em um monumento erguido em sua homenagem
O filme Coração Valente (1995) retrata um pouco dessa fascinante história que é um grande exemplo do quanto a liberdade é importante para quem não a possui. Nem mesmo quando estava prestes a ser decapitado Wallace abriu mão do seu maior sonho: a liberdade de seu país.
Vale assistir ao filme. O vídeo abaixo é a arrepiante cena final:
Após a decapitação, sua cabeça foi pendurada na London Bridge, como um sinal aos traidores e desordeiros. Pendurar cabeças na ponte, aliás, era tradição na Londres medieval.
Saber mais sobre a história da Escócia me fez valorizar muito mais aquele pequeno país, que tão pouco ouvimos falar. A luta deles pela liberdade é linda! Ok, sem mais viagens… minha colega de blog sempre briga comigo quando eu começo a devanear! =p
Se você tiver a oportunidade de ir a Escócia não deixe de visitar essa cidade. A Nah gostou muito de ~Edinbrá, mas pra mim conhecer Stirling foi muito mais marcante! Ou seja, você já tem aí dois bons motivos pra ir pro norte da ilha. No próximo post vamos falar sobre as Highlands, nossa última parada por lá.
Enquanto isso fique com algumas fotos de Stirling!
entrada do hosteljardim do hostelprisãoque tal o clima de filme de terror?não se escutava um suspiro na madrugada…
Uma mistura de cheiros, cores e sabores (incríveis) do mundo todo. É assim que poderíamos resumir que é o Borough Market.
Fomos lá no sábado não sabendo muito mais sobre ele além de que era possível experimentar um monte de comidinhas nas diversas barracas do espaço.
Diferente da maioria do outros mercados de Londres, que vendem de tudo, o Borough é “o cara” do rango. São comidas típicas de diversas regiões da Inglaterra, de outros países europeus e de alguns outros cantos do mundo. As sensacionais empanadas argentinas, por exemplo, estão por lá.
Borough bombando no sábado
Além de comida, é possível encontrae uma variedade incrível de cervejas que, provavelmente, você nunca viu antes – além de vinhos, espumantes e sucos naturais produzidos com frutas orgânicas. Tem também uma ala de vegetais que de tão impecáveis que são, parecem serem lustrados. Os peixes também são destaque.
Peixes bizarros de todos os tamanhos
Acabamos não tirando muitas fotos. Falha nossa. Ficamos tão entretidos com tanta coisa legal que acabamos nos esquecendo de registrar as comidas em fotos. Para não te deixar na mão, sugiro que clique aqui e confira o grupo do Borough no Flickr. Tem bastante coisa legal!
Se me permite uma dica gastronômica, recomendo o hamburguer de avestruz (ostrich burguer). Eu nunca tinha comido essa carne e resolvi provar. O sanduíche vinha com maionese, molho de cranberry e rúcula. Mistura exótica e sabor incrível. A carne é bem suave e o molho deu um toque diferenciado ao lanche.
Outra boa pedida é a barraca que vende frango ao curry, nas versões: thailandês, malasiano e indiano. Diferentes apenas por serem menos ou beeeeeeeem mais apimentados – todos incrivelmente sabororos.
No mais, vale rodar pelas barracas de queijos, salames, patês, biscoitos, azeitonas e etc, etc, etc. O Borough é imperdível pra quem aprecia uma boa comida e gosta de ver e provar sabores diferentes.
patê de cogumelo: delicioso e não provoca efeitos colaterais
Dica para quem curte café
Na parte externa do Borough, está localizada a Monmouth, uma loja que comercializa cafés premium de todos os cantos do mundo. O legal é que você não compra o produto já embalado, mas o escolhe em meio a diversas sacas diferentes, ainda em grãos, e os caras moem na hora pra você. Quando fomos tinha até um brasileiro da fazenda Santa Helena por lá.
Os preços não são lá os mais baratos, mas um bom café é impagável.
A foto não mostra bem, mas a fila era imensa
Ficou afim de conhecer? Então dá uma olhada nas informações abaixo, elas vão ajudá-lo a programar uma visita.
Dias e horários de funcionamento
Segunda a quinta: 10h às 17h
Sexta: 10h às 18h
Sábado: 8h às 17h
*Não abre aos domingos
Estações de metrô mais próxima
London Bridge Station (Jubilee e Northern Line): para quase em frente ao mercado.
Conta a lenda que há muitos e muitos anos um pobre homem do campo chamado Dick Whittington ouviu dizer que as ruas de Londres eram pavimentadas com ouro. Em busca da riqueza, o Chico Bento inglês rumou para a metrópole.
Somente quando aqui chegou, trazendo consigo apenas o seu gato e uma trouxinha (no maior estilo Chaves indo embora da vila), descobriu que havia sido enganado – quem ousaria dizer?
Começou, então, a trabalhar como auxiliar de cozinha na casa de um homem muito abastado. Quase todos na casa eram gentis com ele. A excessão era o cozinheiro, que o maltratou tanto, mas tanto que fez nosso amigo Dick desaparecer, levando consigo o gatinho que mais tarde o tornaria um lorde cheio de libras no bolso.
Mais do que isso, faria nosso Chico Bento britânico se tornar o poderosoLord Mayor of London por três vezes.
Lord Whittington
Li a história em três lugares diferentes e em nenhum deles ela coincidia. Mas, em resumo, o tal gato foi o responsável por dar um fim em uma infinidade de gatos que incomodavam um bocado a vida de um patrão de Whittington. Como agradecimento, o ricasso pagou uma fortuna ao nosso herói e a partir daí ele começou a escrever sua história como futuro prefeito de Londres.
Nesse desenho, dos distantes idos de 1936, você acompanha uma versão não tão heróica, mas bastante divertida e um tanto viajada sobre como o gato acabou com os ratos.
Ok, na verdade essa versão da vida do antigo prefeito não é nada real. Ele de fato existiu, mas sua história de vida é completamente diferente e não nos interessa no momento 😉 Se quiser ler mais sobre,esse é um bom início.
Conhecemos Dick e seu gato em um folder que pegamos no The Crown, um pub localizado nos arredores da Piccadily Circus.
Esse pub vale uma visita: 64, Brewer Street, W1 Piccadilly Circus
O panfleto, que trazia seis mapas com diversos pubs no caminho, tinha o título: Follow the Dick Whittington Ale Trail (Siga a trilha da cerveja de Dick Whittington).
www.londonaletrail.co.uk
Até então eu não conhecia o figura, mas a ideia de refazer seus passos em busca da fortuna (cervejas e mais cervejas) parecia um tanto interessante. Ainda mais pelo fato de algumas trilhas estarem localizadas em partes incríveis da cidade. Já valeriam a pena mesmo se fosse apenas para fazer uma simples caminhada. Algumas delas:
Westminster to Picadilly
London Bridge to Tower Bridge
The Financial District
Escolhemos The Financial District por ser uma área cheia de construções antigas, que remetem aos primórdios do período pós-Grande Incêndio. Andar por essa região é fazer uma viagem no tempo e na história de Londres. Eis a rota:
A trilha fica nos arredores da Liverpool Street Station
As regras da nossa brincadeira alcoólica eram duas:
Tomar somente cervejas artesanais inglesas
Apenas uma pint por pub
Só não contávamos com o fato de um imprevisto atrapalhar nossos planos….
Ficou curioso?
Então acompanhe p desenrolar da história no vídeo que mostra como foi a nossa aventura!
Cheers!
Outro ponto que merece um comentário é que todos os pubs de todas as rotas fazem parte de uma rede: a Nicholson’s. O esquema é, no fundo, uma puta sacada de marketing que faz você ter vontade de passar por todos os bares da rede. O que é fantástico para eles e nada mal pra você, não acha?
Ah, vale lembrar que se você passar por cinco pubs e carimbar seu mapa em cada um deles (uma pint dá direito a um carimbo), você ganha uma camiseta dizendo que você fez a rota!
A trilha é legal porque faz você brincar com sua imaginação, sair um pouco da rotina e viver um lance forte da cultura inglesa de uma forma bem original.
Recomendamos!
Mas se quer um conselho, prove as cervejas antes de pedir uma pint. Algumas podem não proporcionar uma experiência tão bacana assim. No vídeo você vai entender o por quê!
Estou voltando a falar sobre o assunto porque ontem, enquanto andávamos pela região do Soho, vimos operários trabalhando na montagem de uma das 400 docking stations (estacionamento das bikes). Fizemos um vídeo pra mostrar pra vocês como será. O sistema é muito simples e eficaz.
Update com informações interessantes
É hoje! Mais milhares de bicicletas nas ruas de Londres, por uma cidade mais verde, mais agradável, menos caótica. No entanto, o projeto “bikes do Boris”, como está sendo chamado o sistema de aluguel de bicicletas criado pelo ciclista-político Boris Johnson, não vai chegar perfeito à capital inglesa. Pelo menos foi isso que admitiu ontem o próprio Johnson em uma declaração dada à imprensa local.
De acordo com o prefeito, aproximadamente 1.300 bikes (das 6.000 prometidas) não estarão disponíveis hoje, lançamento do projeto. Além disso, mais ou menos 3.00 dos 10.200 pontos para retirada e devolução de bikes também não ficaram pronto em tempo. Quem imginaria que isso aconteceria aqui? =/
Mas, de qualquer forma, Johnson afirmou que até o começo da semana que vem tudo estará devidamente instalado e funcionando!
A animação dos Londoners
Nos primeiros dias do novo projeto de Londres, apenas as pessoas que fizeram cadastro antecipado na internet poderão utilizar as bikes do prefeito. Até ontem, de acordo com o jornal London Evening Standard, cerca de 10.410 pessoas tinham solicitado suas chaves de acesso. No entanto, o jornal alerta que de nada adianta apenas se cadastrar; é preciso completar o processo ativando sua chave – também pela internet -, o que apenas 4.026 pessoas tinham feito até o fechamento do jornal.
Apps para Iphone, Blackberry e celulares Android
E já tem uns espertinhos querendo ganhar dinheiro com a ideia do prefeito londrino. Eles estão desenvolvendo aplicativos para Iphone, Blackberry e smartphones com sistema operacional Android para que os ciclistas tenham em suas mãos os mapas com todos os pontos da cidade em que é possível alugar e devolver uma bike, já que durante o período de testes muita gente reclamou que era difícil encontrar as estações, uma vez que elas quase sempre não estão nas principais ruas, mas nas que as cercam. Bacana, né?
Logo que chegamos aqui sentimos a necessidade de ter um celular. A dúvida era qual modelo e operadora escolher. As opções de aparelho são infinitas e as operadoras são diversas. Mas, aos poucos, conversando com pessoas e vendo anúncios, decidimos que a melhor opção para nós seria escolher um pré-pago (pay as you go) da Three, já que ele garantia benefícios perfeitos para nós (sobre os quais falarei a seguir), estava com um preço bem acessível e não tinha contrato de fidelidade que nos prenderia eternamente a eles – o que achamos essencial. Com £29, compramos o aparelho ZTE F107 e ganhamos £10 de crédito.
A maior vantagem da Three é que os aparelhos permitem fazer ligações gratuitas de Skype para Skype, vêm com MSN e acesso a e-mails gratuitos. Ou seja, pra quem quer manter contato com família e amigos que ficaram no Brasil ele é perfeito. Portanto, se esse for o seu caso nem perca tempo procurando em outras operadoras. Escolha a Three sem medo.
As mensagens de texto também são ilimitadas e você tem uma cota de 150mb para navegar na internet – isso é muita coisa. Mas a navegação não é o forte do aparelho.
Trazendo celular do Brasil
Você também pode trazer o seu aparelho do Brasil e apenas comprar um chip aqui. Não sai por mais do que £10 em qualquer operadora. Agora, se você estiver disposto a pagar um pouco mais para ter um celular de primeira as opções são infinitas. Uma pesquisa no site da própria Three ou das concorrentes Vodafone, T-Mobile, Virgin,O² e Orange vai te dar uma boa ideia de preços.
Caso você esteja vindo para ficar um ano ou mais pode ser interessante pensar em adquirir um plano pós-pago. Com essa opção, você paga entre £15 e £35 por mês e ganha aparalhos fantásticos – como o recém lançado iPhone 4, por exemplo, e uma cota absurda de internet, minutos e mensagens de texto.
pode ser seu sem muito esforço
O preço das ligações também é irrisório. Fazendo uma conta burra diria que com £10 de crédito você fala o equivalente ao que falaria se colocasse uns R$ 50,00 no Brasil. Isso porque nosso amado Brasil é um dos países que cobram as tarifas mais altas do mundo para fazer ligações.
Talvez por receio de cair no clichê: “sexo, drogas e bicicletas”, deixamos passar. Mas hoje estava vendo as fotos da viagem e a vontade de escrever logo veio.
Amsterdam é mesmo tudo o que você sempre ouviu falar. Terra da liberdade, das prostitutas, da maconha, das bicicletas, do Van Gogh Museum e dos canais.
van gogh museum. Um “must see” e tanto!
Mas também é o berço de um importante, porém pouco conhecido movimento anarquista, que mais tarde seria o responsável direto por fazer de Amsterdam o que ela é hoje: os Provos.
” Não podemos convencer as massas, e talvez sequer nos interesse fazer isso. O que podemos esperar deste bando de apáticas, indolentes, tolas baratas? É mais fácil o sol surgir no oeste do que eclodir uma revolução nos Países Baixos (…) O homem médio é um comedor de repolhos, improdutivo, não-criativo, emotivo. Alguém que se diverte fazendo fila nos guichês”.
O trecho foi retirado da primeira edição da revista “Provo”. Está publicado em um artigo que achei na rede escrito pela jornalista Joana Coccarelli, que mais tarde, descobri ser uma grande conhecedora da história e da cultura de Amsterdam. Links ao final do texto.
Uma outra frase da revista que Joana publicou é incrível. Demonstra o desejo do grupo de lutar contra o sistema, mesmo convictos que, cedo ou tarde, fracassariam. “Provo tem consciência de que no final perderá, mas não pode deixar escapar a ocasião de cumprir ao menos uma quinquagésima e sincera tentativa de provocar a sociedade”.
Achei demais! Um tanto quanto uma versão positiva do trocadilho “os meios justificam os fins”. Por que não fazer pelo simples fato de saber que sua ação causou um impacto? Cedo ou tarde esquecido, convenhamos… mas foi algo. Uma tentativa de mudar o que não estava de acordo com o que acreditava.
O humor, a criatividade e o sarcasmo eram as marcas registradas do grupo, que protestava contra a nicotina ao mesmo tempo em que propagava seu desejo em legalizar a maconha.
De acordo com Coccarelli, em 1964 foi lançado o Marihu Project, um plano para reivindicar a legalização da maconha – os Provos viam o cigarro como uma droga liberada – e zoar com a polícia. “Espalharam por Amsterdam centenas de maços pintados à mão com desenhos fluorescentes, contendo baseados feitos com folhas secas catadas dos parques, algas, palha, pedaços de cortiça e também, naturalmente, a boa e velha cannabis. Concomitantemente, fazem circular cartas com as regras do jogo: ‘Cada um pode fabricar sua Marihu. Cada qual pode criar suas próprias regras, ou omiti-las'”, explica a jornalista.
Uma das formas que encontraram para abrir a discussão sobre a cannabis foi o jogo Marihuettegame. O objetivo era pregar peças na polícia, atraindo-os para supostos locais de venda e consumo da droga. Para isso eles próprios denunciavam o que, na verdade, era chá, comida de gato e especiarias reunidos em um local suspeito. Nada de maconha.
you got me working, working…
Ganhava-se pontos quando os participantes eram pegos pela polícia fumando alucinógenos como…….. orégano.
“Um dia um grupo de nós viajou de ônibus para a Bélgica. É claro que eu havia informado meu amigo Howeling (um policial) que alguns elementos poderiam estar levando maconha. Em alguma parte da viagem os policiais estavam esperando por nós. Seguidos pela imprensa, nós fomos tirados do ônibus para que uma varredura fosse feita. Pobres policiais… tudo o que eles encontraram foi comida para cães e algumas ervas legais. ‘Maconha é comida de gato’, tiraram sarro os jornais no dia seguinte. Depois disso, os policiais decidiram parar de nos perseguir, temendo cometer mais atos estúpidos”.
O motivo de pouco sabermos sobre eles é porque sua atuação ficou muito restrita aos Países Baixos, exceto por algumas aventuras sem muita repercussão em outros países europeus.
Para não abandonarmos nossa querida Londres é legal dizer que os membros dos Provos estiveram aqui e se envolveram com o meio artístico. A doidona Marijeke Koger foi responsável por desenhar os figurinos de Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles.
Provos foi isso e muito mais.
Em pouco mais de uma hora lendo sobre os caras deu pra se interessar cada vez mais pelo livro de Guarnaccia. Entrou pra interminável lista de leituras pendentes.
Mais do que anarquistas, maconheiros e libertários, os Provos também foram responsáveis por transformar a bicicleta no símbolo que hoje ela é na Holanda e por tentar derrubar a indústria do tabaco. Se quiser saber mais, têm umas sugestões de leitura lá embaixo.
Bom, eu havia ficado devendo um post sobre Amsterdam e, pelo que escrevi, quase descumpri meu objetivo. A princípio ia só falar um pouco sobre os caras, mas à medida que fui lendo sobre senti que eles mereciam uma atenção maior. Acho que o viajante consegue se envolver muito mais com a cidade que visita quando lê previamente sobre sua história, cultura e fatos marcantes.
Pra não deixar você na mão quanto Amsterdam pura e simplesmente, fique com algumas viagens fotográficas “made in Holland”.
ainda no trem, a caminho de Amsterdamesse carrinho contava com um som poderoso e levava barris de chopp no meio. Só anda se todos pedalaremo clichêmuitas ruas são assima alta gastronomia o red light districto vondelparka arquiteturaas bicicletasdia dsaunday morningnão podia faltar um dessesvespas e lambretas não faltam
Pra encerrar o assunto sobre os Provos, independente dos ideais que os caras acreditavam – que podem não ser os mais corretos para muitos – eles são um exemplo para todos nós, acomodados diante de nossos próprios pesares e lamentações.
Dão um tapa na cara de quem tá dormindo no sofá enquanto a vida passa. Quem sabe eles não nos inspiram a levantar a bunda do sofá pra lutar por alguma causa?!
Mais sobre Amsterdam
Se você quiser ler algo que retrate o lado “verde” de Amsterdam em um estilo mais “jornalão que não quer se comprometer”, leia essa matéria da Folha. Tá tudo ali de forma objetiva e com cara de “fui, mas só fiquei olhando”.
Agora, se você quer uma versão mais nua e crua, não deixe de ler este artigo da Joana Coccarelli.
Como prometido, vou voltar a falar sobre a road trip para Stonehenge.
Saímos de Londres com esse destino em mente, mas abertos e decididos a parar em outras cidades no caminho de volta. Qual? Ainda não sabíamos. Apenas levamos um guia para nos ajudar na escolha.
Nada melhor do que viajar sem um destino definido. As melhores viagens são as do tipo, “vira aqui que parece legal”!
Nosso espírito era esse. Depois de conhecermos Stonehenge rumamos na direção de Londres com a intenção de parar em Andover para comer um fish and chips num pub tradicional.
Antes disso uma breve pausa pra comprar uma caixa de morangos na beira da estrada. Vale dizer que o morango inglês é incrível. Suculento e deveras saboroso.
strawberry fields forever
Andover
Logo chegamos em Andover. Mais uma cidade pitoresca com raízes seculares e população de 52 mil habitantes. Paramos o carro e logo vimos o mapa da cidade. Em 15 minutos seria possível percorrer toda a região central. “Ótimo”, pensamos. Demos uma volta e vimos jovens nas praças, casais passeando, uma antiga igreja e tudo mais que caracteriza uma cidade interiorana.
dá um quadro, não?a vida acontecendoa igreja da cidade
Uma coisa que achei muito legal é que por mais que seja uma cidadezinha, Andover conta com algumas grandes redes de supermercados que existem em Londres além de algumas importantes lojas da capital. Ou seja, não falta infraestrutura aos moradores.
Após o passeio fomos para um pub tomar uma pint (eu fiquei só com uma taça de vinho, pois estava dirigindo e aqui a lei funciona) e almoçar. Foi ali que apresentamos a maior especialidade da gastronomia britânica – peixe empanado com batata frita, ou fish and chips – à Nica e ao Leo. É um prato simples, mas muito gostoso, principalmente quando você come em um pub secular. Tudo pela experiência.
trip matescuriosidade: nos pubs você precisa pedir e retirar sua bebida no balcão
Winchester
Já almoçados e tendo dado aquele tempo pra recuperar a energia pós-almoço pegamos a estrada novamente. O destino seria Winchester, uma cidade localizada em Wessex, sul da Inglaterra. Achamos no guia e nos pareceu bem interessante. Nela está nada menos do que a Távola Redonda, do Rei Artur. Infelizmente, sem fotos. Logo explico.
imagine que a peste negra já matou muita gente nessa ruela…
A história conta que a Távola foi construída no século XIII, idealizada pelo próprio Artur, que não queria que nenhum cavaleiro se considerasse mais importante que o outro. Daí o formato circular. Nos encontros todos ficavam em volta dela em posição de igualdade.
os manos da mesa esférica reunidos
Já a lenda diz que ela foi criada pelo mago Merlin. Enfim, as histórias são diversas e o tema é interessante pra ir além e procurar saber mais.
Infelizmente não conseguimos entrar no castelo onde está a Távola pois já se passavam das 17h e, como boa cidade do interior que é, não existia nada aberto a essa hora.
Mas isso não foi problema, pois Winchester é uma cidade muito mais do que incrível. Sua arquitetura remete aos séculos XI, XII, XIII… Cada esquina que virávamos era uma surpresa. Foi como estar presente em um dos filmes do Monty Phyton.
deu muita vontade de morar numa dessas
Tudo era incrível… as casas com teto de feno castigado pelo tempo, as ruelas que por lá passavam carruagens levando especiarias ou vítimas da peste bubônica, o castelo que abrigou os Cavaleiros da Távola Redonda, o pub mais bonito que já entramos desde que chegamos no UK, o romântico canal que cruza a cidade, a ruína do século III a.C, que preserva um traço da cidade no período do Império Romano… tudo!
caminhada pelo canal da cidadevale mais que mil palavrasresquícios dos tempos sombrios“deixar passar, sem perceber…” – duff’sinício do canalmarchandobritish life
viagem no tempoa Bournemouth Symphony Orchestra estava tocando lá
ruínas do castelo localimpério romano
Perfeito! E melhor, longe dos olhares dos turistas. Pela primeira vez desde que estamos aqui as pessoas nos olhavam espantadas por estarem ouvindo um idioma diferente.
Winchester é tudo isso e muito mais!
Saímos de lá certos de que conhecemos um dos lugares mais incríveis da Inglaterra e que a trip valeu, e valeu muito.
Depois disso foi só voltar pra Londres, se perder um pouco antes de achar o caminho de casa, tomar um banho e relaxar com umas cervejas em casa.