Amsterdam: o movimento Provos, a origem da liberdade e algumas fotos

Lembrei hoje que fiquei devendo um artigo sobre a nossa viagem para Amsterdam. A Nah havia falado sobre o hostel que ficamos e sobre a sensacional Heineken Experience. Mas nada foi dito sobre a cidade em si.

Talvez por receio de cair no clichê: “sexo, drogas e bicicletas”, deixamos passar. Mas hoje estava vendo as fotos da viagem e a vontade de escrever logo veio.

Amsterdam é mesmo tudo o que você sempre ouviu falar. Terra da liberdade, das prostitutas, da maconha, das bicicletas, do Van Gogh Museum e dos canais.

van gogh museum. Um "must see" e tanto!
van gogh museum. Um “must see” e tanto!

Mas também é o berço de um importante, porém pouco conhecido movimento anarquista, que mais tarde seria o responsável direto por fazer de Amsterdam o que ela é hoje: os Provos.

” Não podemos convencer as massas, e talvez sequer nos interesse fazer isso. O que podemos esperar deste bando de apáticas, indolentes, tolas baratas? É mais fácil o sol surgir no oeste do que eclodir uma revolução nos Países Baixos (…) O homem médio é um comedor de repolhos, improdutivo, não-criativo, emotivo. Alguém que se diverte fazendo fila nos guichês”.

O trecho foi retirado da primeira edição da revista “Provo”. Está publicado em um artigo que achei na rede escrito pela jornalista Joana Coccarelli, que mais tarde, descobri ser uma grande conhecedora da história e da cultura de Amsterdam. Links ao final do texto.

Uma outra frase da revista que Joana publicou é incrível. Demonstra o desejo do grupo de lutar contra o sistema, mesmo convictos que, cedo ou tarde, fracassariam. “Provo tem consciência de que no final perderá, mas não pode deixar escapar a ocasião de cumprir ao menos uma quinquagésima e sincera tentativa de provocar a sociedade”.

Achei demais! Um tanto quanto uma versão positiva do trocadilho “os meios justificam os fins”. Por que não fazer pelo simples fato de saber que sua ação causou um impacto? Cedo ou tarde esquecido, convenhamos… mas foi algo. Uma tentativa de mudar o que não estava de acordo com o que acreditava.

O humor, a criatividade e o sarcasmo eram as marcas registradas do grupo, que protestava contra a nicotina ao mesmo tempo em que propagava seu desejo em legalizar a maconha.

De acordo com Coccarelli, em 1964 foi lançado o Marihu Project, um plano para reivindicar a legalização da maconha – os Provos viam o cigarro como uma droga liberada – e zoar com a polícia. “Espalharam por Amsterdam centenas de maços pintados à  mão com desenhos fluorescentes, contendo baseados feitos com folhas secas catadas dos parques, algas, palha, pedaços de cortiça e também, naturalmente, a boa e velha cannabis. Concomitantemente, fazem circular cartas com as regras do jogo: ‘Cada um pode fabricar sua Marihu. Cada qual pode criar suas próprias regras, ou omiti-las'”, explica a jornalista.

Uma das formas que encontraram para abrir a discussão sobre a cannabis foi o jogo Marihuettegame. O objetivo era pregar peças na polícia, atraindo-os para supostos locais de venda e consumo da droga. Para isso eles próprios denunciavam o que, na verdade, era chá, comida de gato e especiarias reunidos em um local suspeito. Nada de maconha.

you got me working, working...
you got me working, working…

Ganhava-se pontos quando os participantes eram pegos pela polícia fumando alucinógenos como…….. orégano.

Um dos co-fundadores do Provos, Robert Jasper Grootveld (tão roots que só possui link na wikipedia em holandês), detalhou um episódio épico de Marihuettegame à revista HighTimes, de janeiro de 1990:

“Um dia um grupo de nós viajou de ônibus para a Bélgica. É claro que eu havia informado meu amigo Howeling (um policial) que alguns elementos poderiam estar levando maconha. Em alguma parte da viagem os policiais estavam esperando por nós. Seguidos pela imprensa, nós fomos tirados do ônibus para que uma varredura fosse feita. Pobres policiais… tudo o que eles encontraram foi comida para cães e algumas ervas legais. ‘Maconha é comida de gato’, tiraram sarro os jornais no dia seguinte. Depois disso, os policiais decidiram parar de nos perseguir, temendo cometer mais atos estúpidos”.

A história completa dos Provos foi registrada no livro Provos – Amsterdam e o Nascimento da Contracultura, de Matteo Guarnaccia. Uma das poucas bibliografias sobre os malucos no mundo – quase raro no Brasil pelo que percebi em pesquisa rápida.

O motivo de pouco sabermos sobre eles é porque sua atuação ficou muito restrita aos Países Baixos, exceto por algumas aventuras sem muita repercussão em outros países europeus.

Para não abandonarmos nossa querida Londres é legal dizer que os membros dos Provos estiveram aqui e se envolveram com o meio artístico. A doidona Marijeke Koger foi responsável por desenhar os figurinos de Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles.

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Provos foi isso e muito mais.

Em pouco mais de uma hora lendo sobre os caras deu pra se interessar cada vez mais pelo livro de Guarnaccia. Entrou pra interminável lista de leituras pendentes.

Mais do que anarquistas, maconheiros e libertários, os Provos também foram responsáveis por transformar a bicicleta no símbolo que hoje ela é na Holanda e por tentar derrubar a indústria do tabaco. Se quiser saber mais, têm umas sugestões de leitura lá embaixo.

Bom, eu havia ficado devendo um post sobre Amsterdam e, pelo que escrevi, quase descumpri meu objetivo. A princípio ia só falar um pouco sobre os caras, mas à medida que fui lendo sobre senti que eles mereciam uma atenção maior. Acho que o viajante consegue se envolver muito mais com a cidade que visita quando lê previamente sobre sua história, cultura e fatos marcantes.

Pra não deixar você na mão quanto Amsterdam pura e simplesmente, fique com algumas viagens fotográficas “made in Holland”.

ainda no trem, a caminho de Amsterdam
ainda no trem, a caminho de Amsterdam
esse carrinho contava com um som poderoso e levava barris de chopp no meio. Só anda se todos pedalarem
esse carrinho contava com um som poderoso e levava barris de chopp no meio. Só anda se todos pedalarem
o clichê
o clichê
muitas ruas são assim
muitas ruas são assim
a alta gastronomia
a alta gastronomia o red light district
o vondelpark
o vondelpark
a arquitetura
a arquitetura
as bicicletas
as bicicletas
dia d
dia d
saunday morning
saunday morning
não podia faltar um desses
não podia faltar um desses
vespas e lambretas não faltam
vespas e lambretas não faltam

Pra encerrar o assunto sobre os Provos, independente dos ideais que os caras acreditavam – que podem não ser os mais corretos para muitos – eles são um exemplo para todos nós, acomodados diante de nossos próprios pesares e lamentações.

Dão um tapa na cara de quem tá dormindo no sofá enquanto a vida passa. Quem sabe eles não nos inspiram a levantar a bunda do sofá pra lutar por alguma causa?!

Mais sobre Amsterdam

Se você quiser ler algo que retrate o lado “verde” de Amsterdam em um estilo mais “jornalão que não quer se comprometer”, leia essa matéria da Folha. Tá tudo ali de forma objetiva e com cara de “fui, mas só fiquei olhando”.

Agora, se você quer uma versão mais nua e crua, não deixe de ler este artigo da Joana Coccarelli.

Mais sobre os Provos

Matéria da revista High Times

A contracultura é laranja fluorescente – por Joana Coccarelli

A rebeldia nasceu na Holanda – por Joana Coccarelli

Resenha do livro Provos – Amsterdam e o nascimento da contracultura

Road trip 2: almoço em Andover e a espetacular Winchester

Como prometido, vou voltar a falar sobre a road trip para Stonehenge.

Saímos de Londres com esse destino em mente, mas abertos e decididos a parar em outras cidades no caminho de volta. Qual? Ainda não sabíamos. Apenas levamos um guia para nos ajudar na escolha.

Nada melhor do que viajar sem um destino definido. As melhores viagens são as do tipo, “vira aqui que parece legal”!

Nosso espírito era esse. Depois de conhecermos Stonehenge rumamos na direção de Londres com a intenção de parar em Andover para comer um fish and chips num pub tradicional.

Antes disso uma breve pausa pra comprar uma caixa de morangos na beira da estrada. Vale dizer que o morango inglês é incrível. Suculento e deveras saboroso.

strawberry fields forever
strawberry fields forever

Andover

Logo chegamos em Andover. Mais uma cidade pitoresca com raízes seculares e população de 52 mil habitantes. Paramos o carro e logo vimos o mapa da cidade. Em 15 minutos seria possível percorrer toda a região central. “Ótimo”, pensamos. Demos uma volta e vimos jovens nas praças, casais passeando, uma antiga igreja e tudo mais que caracteriza uma cidade interiorana.

dá um quadro, não?
dá um quadro, não?
a vida acontecendo
a vida acontecendo
a igreja da cidade
a igreja da cidade

Uma coisa que achei muito legal é que por mais que seja uma cidadezinha, Andover conta com algumas grandes redes de supermercados que existem em Londres além de algumas importantes lojas da capital. Ou seja, não falta infraestrutura aos moradores.

Após o passeio fomos para um pub tomar uma pint (eu fiquei só com uma taça de vinho, pois estava dirigindo e aqui a lei funciona) e almoçar. Foi ali que apresentamos a maior especialidade da gastronomia britânica – peixe empanado com batata frita, ou fish and chips – à  Nica e ao Leo. É um prato simples, mas muito gostoso, principalmente quando você come em um pub secular. Tudo pela experiência.

trip mates
trip mates
curiosidade: nos pubs você precisa pedir e retirar sua bebida no balcão
curiosidade: nos pubs você precisa pedir e retirar sua bebida no balcão

Winchester

Já almoçados e tendo dado aquele tempo pra recuperar a energia pós-almoço pegamos a estrada novamente. O destino seria Winchester, uma cidade localizada em Wessex, sul da Inglaterra. Achamos no guia e nos pareceu bem interessante. Nela está nada menos do que a Távola Redonda, do Rei Artur. Infelizmente, sem fotos. Logo explico.

imagine que a peste negra já matou muita gente nessa ruela...
imagine que a peste negra já matou muita gente nessa ruela…

A história conta que a Távola foi construída no século XIII, idealizada pelo próprio Artur, que não queria que nenhum cavaleiro se considerasse mais importante que o outro. Daí o formato circular. Nos encontros todos ficavam em volta dela em posição de igualdade.

os manos da mesa esférica reunidos
os manos da mesa esférica reunidos

Já a lenda diz que ela foi criada pelo mago Merlin. Enfim, as histórias são diversas e o tema é interessante pra ir além e procurar saber mais.

Infelizmente não conseguimos entrar no castelo onde está a Távola pois já se passavam das 17h e, como boa cidade do interior que é, não existia nada aberto a essa hora.

Mas isso não foi problema, pois Winchester é uma cidade muito mais do que incrível. Sua arquitetura remete aos séculos XI, XII, XIII… Cada esquina que virávamos era uma surpresa. Foi como estar presente em um dos filmes do Monty Phyton.

deu muita vontade de morar numa dessas
deu muita vontade de morar numa dessas

Tudo era incrível… as casas com teto de feno castigado pelo tempo, as ruelas que por lá passavam carruagens levando especiarias ou vítimas da peste bubônica, o castelo que abrigou os Cavaleiros da Távola Redonda, o pub mais bonito que já entramos desde que chegamos no UK, o romântico canal que cruza a cidade, a ruína do século III a.C, que preserva um traço da cidade no período do Império Romano… tudo!

caminhada pelo canal da cidade
caminhada pelo canal da cidade
vale mais que mil palavras
vale mais que mil palavras
resquícios dos tempos sombrios
resquícios dos tempos sombrios
"deixar passar, sem perceber..." - duff's
“deixar passar, sem perceber…” – duff’s
início do canal
início do canal
marchando
marchando
british life
british life

pan

 

viagem no tempo
viagem no tempo
a Bournemouth Symphony Orchestra estava tocando lá
a Bournemouth Symphony Orchestra estava tocando lá

 

 

ruínas do castelo local
ruínas do castelo local
império romano
império romano

Perfeito! E melhor, longe dos olhares dos turistas. Pela primeira vez desde que estamos aqui as pessoas nos olhavam espantadas por estarem ouvindo um idioma diferente.

Winchester é tudo isso e muito mais!

Saímos de lá certos de que conhecemos um dos lugares mais incríveis da Inglaterra e que a trip valeu, e valeu muito.

Depois disso foi só voltar pra Londres, se perder um pouco antes de achar o caminho de casa, tomar um banho e relaxar com umas cervejas em casa.

Heineken Experience: experiência de dar água na boca

Como bom bebedores de cerveja, o principal passeio em Amsterdam já tinha sido definido há tempos: Heineken Experience, é claro. Se em Curitiba a cerveja da garrafa verde já era uma das nossas preferidas, imagina, então, estando na terra onde ela é produzida. Hummm…. =)

Por isso, o post especial sobre Amsterdam de hoje vai falar sobre a nossa visita a um lugar que tem um pouco de museu e muito de diversão. Confira.

A experiência

“Nós não somos o museu da Heineken. Nós somos a Heineken Experience. Por quê? Porque quatro andares de experiências interativas na antiga fábrica vão fazê-lo mergulhar profundamente no fascinante mundo da Heineken”.

A explicação acima foi retirada do site da Heineken Experience, mas eu garanto: não é propaganda enganosa. Ao longo de 90 minutos de passeio é possível se sentir mesmo mergulhando no mundo da cerveja holandesa, até porque há uma parte em que você é “engarrafado” por meio de um vídeo que não é 3D, mas que tem até chuvinha de cerveja e balanço de garrafas e que explica todas as etapas de produção dessa deliciosa berinha (ou breja, para os paulistas, birras, para os VIPS – aqueles que vieram do interior do Paraná. hihi).

Se isso já chama sua atenção para a preocupação deles com os detalhes, eu aproveito para falar que eles realmente se preocuparam com todas as pequenas coisas. Logo na chegada, depois de ganhar uma pulseirinha com a marca, o bom de copo é recebido por um dos Cast Members (incorporei a Disney porque os caras não são funcionários, são membros do show mesmo!) que pergunta sua nacionalidade e dá um guia do passeio em sua língua materna.

Além disso, você pode tirar foto com diferentes imagens da marca, mexer na panela onde estão os primeiros ingredientes que depois vão virar cerveja, cheirar dois dos três grãos que estão nessa mistura e, é claro, beber um copinho de bera gelada com uma galera desconhecida no bar oficial (como você confere no vídeo que o João preparou!). Interação de todos os jeitos!

Um dos primeiros pontos de interação da Heineken Experience. Tá sozinho, mas quer tirar a foto? Tem um banquinho onde você pode posicionar sua câmera. Foi o que fizemos!
Um dos primeiros pontos de interação da Heineken Experience. Tá sozinho, mas quer tirar a foto? Tem um banquinho onde você pode posicionar sua câmera. Foi o que fizemos!
Hora de preparar uma Heineken especial para a namorada! =D
Hora de preparar uma Heineken especial para a namorada! =D
Beer time
Beer time

Para os amigos

Ao fim do tour, um momento bem especial: hora de mandar uma homenagem para quem ficou no Brasil. Você pode gravar um vídeo cantando uma música em holandês (isso mesmo!) e ainda tirar uma foto com uma paisagem que você quiser. A gente escolheu dois destinatários e enviamos o nosso show e uma foto com a Tower Bridge ao fundo.

Como eu disse, são 90 minutos de experiência. Para não contar o fim do filme, mas deixá-lo com vontade de assistir, pincelei alguns pontos que fazem você ter uma ideia de como é estar lá e que, na minha opinião, mostram que vale a pena investir seu tempo e seu dinheiro (15 euros por pessoa – em 2010 – UPDATE: HOJE, 18/02/2013, CUSTA 18 EUROS!) nessa aventura. O resto, deixo para quando você estiver lá.

momento jacu: na "sala de imprensa" da Heineken Experien a jornalista Natasha Schiebel entrevista o craque de bola João Guilherme Brotto. :)
momento jacu: na “sala de imprensa” da Heineken Experien a jornalista Natasha Schiebel entrevista o craque de bola João Guilherme Brotto. 🙂

Pra matar um pouquinho a curiosidade

Para os leitores mais visuais, preparamos um vídeo que mostra um pedacinho da nossa visita à Heineken Experience. Confira.

http://www.youtube.com/watch?v=Hg8Gz4_7uZY

E aí, ficou com sede? 🙂

Até o próximo post,

Nah.

Serviço

Heineken Experience

Endereço: Stadhouderskade, 78

Telefone: + 31 (0) 20 52 39 222

info@heinekenexperience.com

Quer poupar tempo? Compre seu ticket em http://www.heinekenexperience.com

Vai para Amsterdam? Fique no Bob’s Youth Hostel

No fim de semana passado demos uma fugidinha de Londres. Da noite de sexta até a noite de domingo curtimos Amsterdam! =)

A viagem foi maravilhosa. Amamos a cidade e tudo o que ela oferece. Por isso, o post de hoje é uma espécie de “Pra ver em Amsterdam”.

Como sabemos que todo mundo que vem pra cá quer poder conhecer outras grandes cidades na Europa, achamos que você ia gostar de saber um pouco sobre a nossa primeira viagem por aqui. Ao longo da semana, intercalaremos posts sobre Londres e posts sobre Amsterdam!

Onde ficar

Sempre tive um certo preconceito com albergues (ou hostels, como eles são chamados por aqui). Achava que era tipo motel de beira de estrada no Brasil, onde o banheiro é uma nojeira, o chuveiro só tem água gelada e para ter um café-da-manhã decente é preciso pagar uma fortuna.

Com preconceito ou não, antes mesmo de começarmos a planejar essa viagem eu já tinha colocado na cabeça que teria que ficar numa “espelunca” dessas. =D Afinal, somos dois jovens jornalistas com salários de jovens jornalistas, e bancar hotel com mais de uma estrela, passagem aérea e turismo vip é algo meio que bem impossível. =/

Quando começamos a procurar um lugar para ficar lemos vááárias críticas sobre todas as opções que encontrávamos, e eu fui tendo cada vez mais certeza que meu preconceito tinha motivo. Com a viagem chegando e com as opções desaparecendo (na internet tudo aparecia “lotado”), descobrimos que a maioria dos hostels costuma reservar parte de suas vagas para quem chegar na hora. Ou seja, o “lotado” nem sempre é verdade. Fica a dica! Às vezes, por telefone você consegue reservar uma cama em um albergue em que na internet dizia que não tinha vagas.

Apesar de termos feito uma reserva em um dos hostels que encontramos, como ele não era muito bem avaliado decidimos que iríamos procurar outro quando chegássemos lá.

Antes mesmo de embarcarmos descobrimos o Bob’s Youth Hostel, que não tinha camas disponíveis para aquele fim de semana (segundo o site), mas que por telefone confirmou a prática de disponibilizar cama todos os dias para os turistas despreparados. Pelas fotos, ele parecia bacana. Mas, sabe como é, né: fotos enganam. (Uma vez minha mãe alugou uma casa na praia por fotos e a piscina parecia tão grande… deixa pra lá!)

Foto tirada do site, de um dos quartos do albergue. Bacana, não?!
Foto tirada do site, de um dos quartos do albergue. Bacana, não?!
Essa foto, também tirada do site, mostra o lounge do albergue.
Essa foto, também tirada do site, mostra o lounge do albergue.

Chegando em Amsterdam, começamos a bater de porta em porta para encontrar um hostel bom, bonito e barato, mas em meia hora de bateção de pé vimos que isso seria impossível (todos eram ruins, feios e caros – ou estavam lotados; de verdade!) e que teríamos que ir para o que tínhamos reservado ou tentar encontrar o tal do Bob’s.

Com uma moeda de um euro na mão, encontramos um telefone público e ligamos para o Bob’s. O cara do outro lado da linha me disse: sim, temos camas vagas para este fim de semana. 22 euros a diária, com café-da-manhã incluído. Bora lá, então!

Bob’s Youth Hostel

Simpatizamos com o albergue logo na chegada. A rua era bacana, ele era bem localizado (bem no meio da muvuca, pertinho do Red Light District – região em que as “meninas” ficam em vitrines, sabe?) e o preço era camarada (abaixo da média).

Ao subir para o quarto (que dividimos com mais 14 pessoas – eu era a única mulher!), a surpresa: ele era igualzinho ao que a foto mostrava. Realmente limpo, organizado, com uma decoração bem legal, cofres seguros para guardar nossas coisas, banho na temperatura que você quisesse, vista legal, cama relativamente boa… enfim, tudo de bom! =D

Ao longo do fim de semana, passamos pouquíssimas horas dentro do hostel. Curtimos muito a cidade e apenas dormimos e tomamos banho por lá. Mas, mesmo se tivesse que ter ficado por lá, não teria sido um sofrimento. O lugar era realmente agradável.

Conclusão: xô, preconceito! Você pode arrumar um albergue bacana para ficar se pesquisar direitinho. E, se for para Amsterdam, procure o Bob’s. Como eles mesmo dizem, no fim você vai querer dizer: “Thank you, Bob!”.

Até o próximo post,

Nah.

Serviço

Bob’s Youth Hostel

Nieuwezijds Voorburgwal 92

1012 Amsterdam, Nederland

+31(0)20-6230063


Ver mapa maior

http://www.bobsyouthhostel.nl/

Ps: Escrevi esse post porque pode ser que a mulherada não tivesse acreditado que o albergue era tão legal se o João tivesse escrito. Afinal, homens sempre lidam melhor com ambientes não muito agradáveis. =)

Toronto: Chinatown e Downtown Younge em uma noite de comemoração

45 minutos de espera no telefone. Assim começou nosso domingo. Ligar para a companhia aérea três ou quatro vezes por dia (e esperar de 25 a 45 minutos) tornou-se nossa primeira obrigação diária. Afinal, apesar de estarmos curtindo Toronto, nosso objetivo é chegar logo em Londres para começar a estudar e também para poder voltar a trabalhar – já que aqui a conexão é complicada.

Depois da primeira ligação do dia, pegamos o ônibus do hotel para o aeroporto e lá compramos mais um TTC Day Pass para poder curtir o domingão de sol com apenas uma passagem por 10 dólares canadenses para os dois!

Os passeios do domingo

No sábado, tínhamos namorado várias câmeras legais no Eaton Centre e decidimos que compraríamos uma dela, porque não dava mais pra ficar tirando foto da filmadora, né?!

Então, fomos direto para o shopping que dispensa mais comentários e adquirimos nossa Cybershot W310!! =)

Para quem gosta de futebol, um off-topic: esse domingo era dia de atleTIBA (atlético paranaense x Coritiba) valendo título para o Coritiba (Coxa) e eu e o João, como bons coxas-brancas, queríamos MUITO assistir pelo menos um pedacinho do jogo.

Voltamos pro hotel para fazer mais uma ligação para a Air Canada e enquanto eu aguardava na linha o João me olhou com um grito contido na garganta: um a zero verdão! Há! Dá-lhe Marcos Aurélio!!!

Quando desliguei, acompanhamos os minutos finais do jogo, vimos o Geraldo fazer dois a zero e decidimos que devíamos comemorar em algum lugar da bela Toronto!

A comemoração

Andamos taaaaaaanto na noite de domingo que chegou uma hora que tudo o que eu mais queria na vida era uma cama.

Fizemos o tradicional trajeto hotel-aeroporto-ônibus 192-estação Kipling-metrô, andamos por toda Spadina Avenue, “jantamos” (sanduba + chá) no 7Eleven e chegamos à Chinatown, um pedaço da China no meio de Toronto. Achei o lugar meio nojento demais. confesso. Se a China for mesmo assim, já estou satisfeita por conhecer a Chinatown de Toronto.

Tudo chinês em Toronto; é a Chinatown.
Tudo chinês em Toronto; é a Chinatown.
comida?
comida?

Depois de percorrermos toda a Chinatown, caímos na CN Tower, que é o principal ponto turístico da cidade. Já era tarde da noite, então apenas entramos na parte inferior dela e tiramos algumas fotinhos “bem turistas”.

a imponente CN Tower
a imponente CN Tower

Em todo esse trajeto, procuramos um lugar que vendesse cerveja. Mas estava MUITO difícil. Achamos um bar no Downtown Younge chamado The 3 Brewers e finalmente bebemos uma berinha. Lá, descobrimos com a atendente Shannon que não se pode beber nas ruas de Toronto – talvez por isso seja tão difícil achar uma cerveja por aqui. Bebemos e saímos bem felizes de lá. 🙂

Finalmente uma cervejinha! E essa foi especialmente pro verdão campeão.
Finalmente uma cervejinha! E essa foi especialmente pro verdão campeão.
Na saída do bar, uma fotinho na Piccadilly Circus dos canadenses: a Downtown Younge.
Na saída do bar, uma fotinho na Piccadilly Circus dos canadenses: a Downtown Younge.

Voltamos para “casa” com a certeza de que comemoramos bem o título do Campeonato Paranaense de 2010.

Dá-lhe verdão!!!

Beijos,

Nah.

Sobre o transporte público de Toronto

No nosso segundo dia de Canadá decidimos ir para downtown (centro) e caminhar para conhecer a região. Vale lembrar que pra chegar até o metrô que vai até o centro é preciso pegar um ônibus expresso no aeroporto que vai direto para a Kipling Station (primeira estação do lado leste de Toronto). São 20 minutos sem nenhuma parada.

O sistema de transporte público daqui é muito bom. Os ônibus são muito confortáveis, funcionam quase 24 horas por dia e, mesmo aos domingos, são frequentes. O metrô atende toda a região central e leva o usuário aos principais pontos da cidade em poucos minutos. Algumas regiões ainda contam com charmosos bondinhos que circulam em canaletas exclusivas.

A cidade é bastante preocupada com a sustentabilidade. Toda a região central possui ciclovias e os ônibus dispõem de um espaço na parte externa para o usuário acomodar sua bicicleta. É comum encontrar pessoas carregando suas bikes no metrô. Resultado: trânsito tranquilo na hora de rush de uma segunda-feira no centro financeiro da cidade.

O site da Toronto Transit Comission (TTC), órgão que faz a gestão do transporte público da cidade oferece muitas informações sobre rotas, horários, preços e o que mais seja necessário saber para se locomover pela cidade.

Bons exemplos que deveriam ser copiados pelos grandes centros urbanos do Brasil.

Os bicicletários estão em praticamente todas as quadras do centro da cidade.
Os bicicletários estão em praticamente todas as quadras do centro da cidade.
panorama de uma estação de metrô
panorama de uma estação de metrô
O dispositivo na frente do ônibus é utilizado para transportar as bikes.
O dispositivo na frente do ônibus é utilizado para transportar as bikes.

Pra ver em Londres?! Pra ver em Toronto, isso sim!

É bem provável que seu objetivo ao acessar nosso blog tenha sido ver dicas e informações sobre a capital da Inglaterra. No entanto, infelizmente, o primeiro post oficial do Pra ver em Londres não vai falar sobre a terra da rainha Elizabeth II, que hoje completa 84 anos, mas sim sobre Toronto, uma bela cidade do Canadá que tivemos o prazer de conhecer graças ao Eyjafjallajkull, vulcão islandês que queria fazer festa pra nossa chegada, errou na data e nos fez ficar quase uma semana “presos” por aqui.

Mas, como bons viajantes e amantes de um turisminho básico, aproveitamos esse atraso forçado em nossa chegada a Londres para conhecer um pouco da cultura canadense e da maior cidade do país, Toronto.

Para que esse post não fique muito longo, e para ter certeza que você não vai se encher o saco no meio da leitura, escolhi dois temas para falar hoje: hotel e primeiro dia. Acompanhe!

Hotel

Assim que percebemos que teríamos MESMO que ficar por aqui (era 16 de abril e a Air Canadá nos informou que nosso voo só sairia dia 23), decidimos que deveríamos encontrar um lugar barato e bacana para nos hospedarmos.

Depois de ligarmos para váááários hotéis que estavam no guia turístico do aeroporto (nossa bagagem era demais para um albergue – 3 malas grandes e mais várias bolsinhas), escolhemos um com transporte 24h do hotel para o aeroporto (e vice-versa) e café-da-manhã por uma “bagatela” de 89 dólares canadenses por dia.

Solicitamos o shuttle e lá fomos nós para aquela que seria nossa casa canadense por um tempo indeterminado.

Impressões

Apesar de a internet no quarto ser muito cara (10 dólares canadenses a hora) e de ter apenas um computador pra todos os hóspedes com internet de graça, o hotel era muito bacana. Os quartos em que ficamos (dois, pois chegamos a fazer check out na segunda-feira, 19, e pegamos outro quarto quando vimos que teríamos que prolongar nossa estada lá) eram bem amplos, com tv, ar-condicionado e um banheiro com chuveiro bom!

Valeu a pena a escolha principalmente por ser MUITO perto do aeroporto (dá até medo dos aviões que passam bem baixos por aqui), por ter transporte 24h para a nossa segunda casa e pelo preço – já que todos os outros na região custavam cerca de 115 dólares a diária para casal.

No entanto, não o recomendamos pra quem vem à cidade a turismo. Por quê? Simplesmente porque é fora de mão. MUITO fora de mão. Então fica só o registro dele aqui, ok? 🙂

Primeiro dia

Com a sexta-feira perdida (ficamos o dia todo no aeroporto, fazendo mil perguntas na companhia aérea e lutando para encontrar um voo antes do dia 23 – o que foi impossível), começamos a pensar no que poderíamos fazer no fim de semana.

No guia que pegamos no aeroporto, vimos que havia um parque que parecia muito bacana. O High Park.

No sábado de manhã, tomamos um café-da-manhã no Coffe Time, porque ao chegar na recepção do hotel descobrimos que o café de graça era só até as 7 da matina (maior falha do hotel, na nossa opinião). Não tinha frutas e suquinho, como tem no Brasil, mas sim donuts gordos, cafés já adoçados e sanduíches com bacon e tal. Mas estava gostoso. Juntos, nossos cafés saíram por 12 dólares canadenses.

Em seguida, pegamos o shuttle do hotel para o aeroporto, onde compramos o TTC Day Pass, um ticket que custa 10 dólares canadenses e que no fim de semana pode ser utilizado por até dois adultos e quatro crianças e que permite que você ande de metrô, trem e ônibus por quantas viagens precisar! Adoramos!!!!

De lá, fomos conhecer o tal parque… Coisa liiiiiiiiinda. Mulherzinha que sou, amei as árvores com flores brancas e o laguinho fofo! Hehe

Chega de papo. Hora de fotos! =)

Ah, antes das fotos, uma explicação: a (baixa) qualidade das fotos se deve ao fato de no primeiro dia termos fotografado com a filmadora, pois estávamos sem máquina. Depois, compramos uma bem legalzinha e as fotos dos próximos posts já são boas! 😉

 

Um pedacinho da paisagem do High Park atrás de nós. =)
Um pedacinho da paisagem do High Park atrás de nós. =)
Maple leaf, a folha-símbolo do Canadá.
Maple leaf, a folha-símbolo do Canadá.

 

Tivemos a impressão de que as flores abrem e fecham com o sol; muito lindo!
Tivemos a impressão de que as flores abrem e fecham com o sol; muito lindo!

Com energia sobrando para conhecer Toronto, saímos do High Park e fomos para o centrão da cidade, onde passeamos pelo Downton Younge e conhecemos o Eaton Centre, um shopping que deixa qualquer mulher maluca com tanta variedade de coisas must-have! hehe

No próximo post você vai conhecer um pouco mais de Toronto com a gente!

Nos acompanhe!

Beijos,

Nah