Sentada no sofá da nossa nova casa em Londres, tomando uma xícara de chá e assistindo à BBC News, senti que precisava escrever este post.
Poucos dias antes de embarcarmos novamente para cá, João estava conversando com uma prima minha, contando pra ela quais são os nossos planos para essa temporada por aqui, até que ouviu dela:
– Que legal. Tomara que dê tudo certo. Quer dizer, vai dar, porque desde criancinha a Nati (sim, minha família me chama de Nati, não de Nah! :) sempre foi muito sortuda. Tudo que ela quis, aconteceu.
Quando ele me contou isso, parei para pensar. “Será mesmo que sou tão sortuda assim? Nunca pensei que fosse.”
É que pra mim, o fato de eu ter conquistado várias coisas bacanas até aqui, não é, nem de longe, fruto de sorte.
Claro que a sorte é uma aliada, mas ela jamais trabalhou sozinha…
Nunca ganhei na loteria. Jogava bingo na casa da minha vó com meus primos e irmãos e não completava a cartela com mais frequência que eles. Nunca ganhei uma viagem ou liquidificador em sorteio. Cadê a sorte, minha gente? haha.
Mas eu tive um programa de rádio quando era criança. Eu consegui os telefones de TODAS as atrizes de Chiquititas (e passei a falar com elas com frequência). Eu fui pra Buenos Aires visitar meus ídolos da infância (graças aos meus pais, que sempre apoiaram minhas “loucuras”. haha. #valeuDads #valeuMamadi). Eu trabalhei na Disney. Eu realizei meu sonho de morar em Londres (em quatro oportunidades diferentes). Minha carreira me levou para o lado do empreendedorismo, abri minha empresa e hoje sou muito feliz trabalhando no esquema home office, atendendo várias empresas suuuperbacanas e tendo o mundo como quintal. Eu me casei com o amor da minha vida. :)
Mas em todas essas vitórias (e em várias outras), a sorte foi apenas um fator complementar ao que considero o verdadeiro motivo para tudo isso ter acontecido: minha dedicação.
Para conseguir os telefones das Chiquititas, liguei um milhão de vezes (desculpa pelas elevadas contas telefônicas, mamadi! =/) na redação de vááárias revistas que entrevistavam as atrizes e os atores mirins que eu tanto amava. Certa vez, cansada daquela vozinha irritante do outro lado da linha, uma repórter resolveu me ajudar (ou se livrar de mim, talvez…) e me passou o telefone do estúdio em Buenos Aires em que a novela era gravada. Sem falar espanhol (eu tinha 11 anos, gente!), liguei pra lá umas 365 mil vezes até conseguir falar com a Mariane Oliva (que interpretava a Marian). Ela me passou o telefone da casa dela, eu liguei e a sua mãe me passou um por um os telefones das outras Chiquititas e Chiquititos. :) – Depois disso, a conta de telefone subiu ainda mais. Soooorry, mamadiii! =//
Para ter um programa de rádio aos 12 anos, eu tive que pedir pra minha mãe ser a roteirista (sempre ela. Obrigaaaada, mamadi! hihi), encontrar uma emissora que aceitasse nossa ideia maluca, desenhar como seria a uma hora semanal que passaríamos AO VIVO e fazer as coisas acontecerem durante um ano de sábados dedicados ao programa Rádio Mania (Ow, saudade!). Era trabalho levado a sério! E eu não me arrependo por ter feito essa escolha!
Para trabalhar na Disney, estudei o processo seletivo, fui atrás de histórias de brasileiros que já tinham vivido a experiência (e descobri o que precisava fazer e o que não podia fazer para conquistar minha vaga), mostrei nas entrevistas que esse era um grande sonho e conquistei uma merecida vaga!
Pra vir a Londres, trocamos uma conta recheada de reais (na visão de dois jovens jornalistas, claro. hehe) por uma conversão cruel, “trouxemos na mala” todos os clientes que temos no Brasil (neste post, que o João escreveu antes de virmos pra cá em 2013, ele contou sobre nosso trabalho home office, que hoje está popularizado com o termo “nômades digitais”. Vale a pena ler!), tivemos que investir um pouco mais na nossa empresa para poder contar com o apoio de outros profissionais enquanto estamos “ausentes”, estudamos possibilidades, fizemos contas e mais contas e resolvemos arriscar. Porque sem tentativa, não há realização. E como sempre dizemos: na pior das hipóteses, se tudo der errado, ainda assim teremos passado mais um tempo na cidade mais incrível do mundo (pelo menos pra gente! :).
O dinheiro perdido a gente recupera, mas tempo perdido não volta nunca mais!
E assim por diante.
Ou seja, nenhuma dessas enormes conquistas (que podem parecer pequenas para quem não sonhou com elas) veio apenas com a ajudinha do destino e da sorte. Teve muito trabalho por trás. Eu batalhei, eu sofri, eu tive dor de estômago, mas eu conquistei!
Para alguns, essa dedicação toda pode parecer desnecessária, mas para mim, significava a garantia do pote de ouro no fim do arco-íris, então por que não correr atrás, certo?
E eu tenho muito orgulho de todo esse tesouro acumulado em 27 anos de vida. E estou sempre em busca do próximo. Pra mim, esse é o barato da vida!
E aí que chegamos a Londres dessa vez com mais um monte de projetos em mente e muitos sonhos a realizar (logo contaremos tudo!). Se eles irão dar certo, só o futuro dirá. Mas o que eu sei é que seguirei a mesma receita que deu certo até aqui: vou me doar por inteiro, lutar pelos meus objetivos, trabalhar até altas horas e me esforçar pra fazer acontecer.
Nem sempre vai ser fácil. Nem sempre vamos poder sair curtir a cidade do jeito que gostaríamos, porque vai ter um post esperando para ser escrito, trabalhos de clientes esperando para serem entregues, fotos e vídeos para editar, etc. etc. etc. Mas é isso que garantirá mais uma vitória (ou várias). E é por isso que o universo conspira a nosso favor.
O que eu quis dizer com tudo isso é simples: você também pode fazer o universo conspirar a seu favor. Aliás, essa é a melhor dica que eu poderia dar pra alguém. Lutar pelos sonhos e saber para onde se está indo é a “fórmula secreta”. Até aqui, pra gente tem funcionado. Por isso mesmo, vou ali terminar uma matéria que estou escrevendo para um cliente e volto logo mais, ok? ;)
Beijo,
Nah!
PS: Desculpae o texto motivacional, mas às vezes é importante trazer um toque de realidade a tanto sonho que esse blog apresenta! ;)
PS2: Se quiser saber mais sobre o que fazemos na LondonPress, a nossa empresa, deixa um comentário. Se eu perceber que o interesse é grande, escrevo um post contando tuudo! :)
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