Pra ver em Londres sobre duas rodas

A partir de 30 de julho, Londres terá bicicletas como meio de transporte público. A gente testou a novidade e conta para você os detalhes.

Por João Guilherme Brotto e Natasha Schiebel

No fim do mês passado, nós dois tivemos uma oportunidade incrível: testar o novo serviço de transporte público de Londres: as bikes!

Apesar de o serviço só começar a funcionar dia 30 deste mês, graças à nossa parceria com a revista Real, em uma quinta-feira ensolarada a gente fez um “test ride” de mais ou menos uma hora na área central da cidade (onde ficam Big Ben, Westminster Abbey, London Eye, Buckingham Palace, St. James’s Park, Tâmisa, etc.).

quer lugar melhor que esse pra pedalar?
quer lugar melhor que esse pra pedalar?

Hoje, trazemos para você os detalhes do projeto da prefeitura de Londres e também um video que preparamos durante o test ride.

Detalhes do projeto

A ideia da prefeitura de Londres foi inspirada no que já existe em cidades como Paris e Barcelona e tem como apoiador o banco Barclays, que investe £25 milhões para que o serviço esteja perfeito já no começo da empreitada.

Inicialmente, serão distribuídas seis mil bikes em 400 pontos da zona 1 da cidade, para que londoners e turistas possam se locomover de maneira mais rápida, fácil e, principalmente, gostosa!

O serviço será 24 horas e muito fácil de ser utilizado. São duas possibilidades:

Membro: Paga-se uma anuidade de £45 e tem prioridade para locar as bikes. Sem fila e sem burocracia. Basta inserir sua chave de acesso na máquina para liberar a bicicleta.

Usuário casual: Paga-se uma taxa de £1 para ter acesso. Isso poderá ser feito tanto pela internet (site no final da matéria) como na própria Docking Station (estacionamento de bikes) em que alugar a bike. E, depois, é cobrado por tempo de uso, como você confere na tabela abaixo.

Tabela de preços

  • 24h £1
  • 7 dias £5
  • Anual £45 + £3 referente à chave de membro (exclusivo para associados)

Custo por hora

  • Até 30 minutos – Grátis
  • Até uma hora – £1
  • Até 1h30 – £4
  • Até 2h – £6
  • Até 2h30 – £10
  • Até 3h – £15
  • Até 6 – £35
  • Até 24h (taxa máxima) – £50

Outros custos

  • Taxa por retorno atrasado – £150
  • Taxa por dano causado – até £300

Taxa por não devolver a bike – £30

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A cartilha de uso do Barclays Cycle Hire dá uma ideia que pode parecer malandragem, mas que faz o serviço se tornar ainda melhor. Se você quer usar uma bike deles sem pagar quase nada, faça jornadas curtas e troque de bike antes de completar 30 minutos de uso. Assim, você poderá rodar o quanto quiser pagando apenas a taxa de acesso (diária ou mensal).

Nosso veredicto

A bicicleta que a prefeitura vai disponibilizar é uma delícia de “pilotar” e fácil de manejar. Com três marchas, acento regulável, espaço para prender sua bolsa (ou mochila) e buzina para alertar os pedestres ou motoristas que um ciclista vem aí, ela é quase perfeita… sentimos falta apenas de retrovisores que, na nossa opinião, dão segurança ao ciclista e facilitam a troca de faixas, por exemplo.

www.tfl.gov.uk/barclayscyclehire
www.tfl.gov.uk/barclayscyclehire

Apesar de Londres não ter muitas ciclovias, pedalar por aqui pareceu bem tranquilo, já que visivelmente os motoristas de ônibus e carros respeitam bastante os ciclistas. Mesmo assim, o pessoal do TfL explicou que a prefeitura pretende aumentar consideravelmente o número de vias específicas para quem anda sob duas rodas com a chegada do novo serviço às ruas.

Quer saber mais? Assiste nosso vídeo!

Um pouquinho (ou poucão) do Brasil em Londres

Tem gente que vem para cá e só quer saber de viver a vida nova. Prefere se adaptar à cultura local e deixar pra sentir saudade só do colo da mãe (e do pai, é claro!), do abraço dos amigos, do calor tropical e dos programas que estava acostumado a fazer na terra natal.

Outros, porém, trazem tudo na mala: a saudade do povo, da comida, dos cheirinhos, das cores, enfiiim, de tudo mesmo que representa o Brasil ou sua província (ai, a terra das araucárias…). E para esses tudo o que lembra o nosso País serve como um pequeno conforto.

Como lembrar do Brasil estando aqui

Ontem, andei meio sem rumo nas ruas de Bayswater (uma região que ainda não conhecia, mas que gostei muito). Logo depois que saí da estação de metrô, dei de cara com uma bandeirinha do Brasil na porta de uma loja. Resolvi entrar.

Lá, a primeira coisa que vi foi uma geladeira cheia de latinhas de Guaraná Antártica (o orginal do Brasil, como eles dizem). Mas elas não eram do mesmo tamanho das que vemos nas geladeiras brasileiras, ela era menor, seguindo os padrões londrinos, e custava 79 pences – o que corresponde o nosso “centavo”!

Quando contei ao João que tinha comprado um Guaraná para refrescar a garganta, ele olhou pra mim e disse: “mas você nem gosta de Guaranᔝ. A frase dele faz sentido, já que estando em Curitiba não troco uma Coca com limão e gelo por um Guaraná, mas para mim aquele simples refrigerante trouxe à  mente memórias que eu nem lembrava que existiam… Foi bom!

Saindo de lá, continuei a caminhada. De longe, avistei um “Casa Brasil“. Sozinha, resolvi entrar. Aquilo lá é o paraíso para o brazuca saudoso. Tinha goiabada, paçoquinha, Passatempo recheada, Nescau, cuia, bomba, erva de chimarrão, esmaltes Colorama e Risqué, Havaianas de todos os modelos, bandeirinhas para torcer para a seleção, camisetas, picanha, alcatra… TUDO! (Só faltou a raquete de frescobol, que continuamos procurando.)

Saí de lá com um “chifre” (espécie de cuia, mas para tomar tererê), erva para tererê, bomba e alguns bombons de presente pro namorado que tinha ido pra aula!

(Como o passeio era despretensioso, nem câmera levei. Peço perdão pela falta de fotos!)

Bares

Mas não é só mercados e lojinhas brasileiras que você encontra por aqui. Para os cansados dos pubs londrinos (isso é possível?!), existem muitos botecos bem brazucas, como Guanabara, Coco Bamboo (adoro esse nome. hehe), Canecão e outros tantos. A gente só foi ao Coco Bamboo, mas só para ver um jogo do Brasil, então não podemos falar muito. No entanto, o que queremos dizer é que você não precisa se preocupar com a saudade musical do Brasil. Você vai encontrar um lugar para curtir o que curte no bom e velho português.

Veículos de comunicação

Outra coisa bem impressionante por aqui é a quantidade de veículos de comunicação voltados para a comunidade brasileira. Como contamos no último post, hoje somos parceiros da Revista Real e da Revista Leros. Mas, além delas, nas ruas de Londres você encontra também o jornal Brazilian News, o Classihomes, alguns jornais de igreja e a revista Jungle Drums (bilíngue). Esses são apenas os que nós conhecemos; pode ser que tenham outros mais.

Festival Brasil e Brazilian Day

Além disso tudo, entre junho e setembro Londres é palco do Festival Brasil, promovido pelo HSBC e que traz à capital inglesa diversas atrações culturais com cara de Brasil, como Mart’nália, Arnaldo Antunes e Maria Bethânia.

Quase três meses de atrações brazucas no Festival Brazil, promovido pelo HSBC
Quase três meses de atrações brazucas no Festival Brazil, promovido pelo HSBC

Por último, dia 31 de julho é Brazilan Day in London. Na data, César Menotti e Fabiano e Fundo de Quintal são as principais atrações de um evento que promete reunir milhares de brasileiros que vivem por aqui e quer durará o dia todo, como você confere aqui.

Nosso objetivo com esse post é encorajá-lo a vir para cá se o problema for “ah, mas eu vou sentir tanta falta das coisas daqui…”. Vai nada! Quase tudo o que você gosta por aí, tem aqui também – menos as pessoas importantes, é claro, mas a experiência que você vai ter no período que ficar aqui só fortalece grandes amores e faz a saudade ser só mais um ingrediente para apimentar a vida por aqui (eu garanto que nesse quesito minha vidinha tem bastante pimenta…).

Pais e irmãos fazem MUITA falta, mas o Skype ajuda a nos manter sempre juntos! Meus amores!
Pais e irmãos fazem MUITA falta, mas o Skype ajuda a nos manter sempre juntos! Meus amores!

Um beijo e até o próximo post,

Nah.