Bandas que permanecem vivas na era do iPod mesmo após terem encerrado suas atividades há décadas merecem respeito. Sou muito fã de muitos e ótimos rockeiros, jazzeros, regueiros e clássicos que já pararam de tocar ou passaram dessa pra um outro plano ou galáxia.
Até porque muitos deles são mitos que parecem ser impossíveis de serem superados. Quem supera a magia do Pink Floyd, a energia do Bob Marley e a levada do Grateful Dead? Pra lembrar de alguns…
Dentro desse seleto grupo ainda estão os que até hoje são uma indústria milionária e fazem uma economia brutal girar.
Não tem como não pensar já de cara nos Beatles, que com sua simplicidade romântica e sonhadora já fizeram um terço dos EUA pararem para vê-los na TV quando apareceram no The Ed Sullivan Show, em 1964 – ocasião da primeira turnê que fizeram para aqueles lados. O vídeo mostra um pouco da loucura.
Os meninos malucos de Liverpool que até hoje vendem discos, camisetas e muito mais em todos os cantos do mundo, colocaram a pequena cidade inglesa no mapa dos viajantes e amantes do rock.
O que seria de Liverpool sem os Beatles?
Liverpool preserva alguns traços da arquitetura residencial de Londres, tem quase nenhum grande edifício e uma ótima estrutura comercial. É uma cidade limpa, que transmite segurança e parece oferecer um bom sistema de transporte público.
Seria uma Londres em menores proporções, menos pontos turísticos e melhor qualidade de vida? Talvez…
A questão é que não fossem os Beatles, essa simpática cidade de pouco mais de 400 mil habitantes situada ao norte da Inglaterra certamente teria pouco destaque nos guias de turismo.
Mas os Beatles existiram! E deixaram suas caras estampadas em todos os cantos da cidade, a começar pelo nome do aeroporto: John Lennon Airport. Mais do que isso, parecem ter feito com que todos ali sintam um orgulho imenso por nascer na terra dos talentosos besouros. A responsabilidade de receber bem os visitantes que vem do mundo todo é cumprida com louvor pela população.
Grande surpresa para os que insistem em pré-conceitos do tipo: ingleses são rudes, estúpidos e detestam estrangeiros.
Já havíamos sido “alertados” pela Hellen, uma ex-professora da Rose, que Liverpool era perfeita e que o povo era o mais amável e receptivo da Inglaterra. Natural de lá, ela nos disse, porém, que até se mudar – na adolescência – não dava muita bola para a sua terra.
Viveu em outras cidades na Inglaterra, em um vilarejo em Eritreia, quando trabalhou como voluntária, e hoje está em Londres. Foi só depois de morar em outros lugares e ser apenas visitante em Liverpool que passou a dar valor e admirar sua cidade. Quantos não são assim, hein?
Ela nos falava com tanta paixão da cidade, recomendando lugares e falando do quão legais eram as pessoas, que era impossível não ter ainda mais vontade de tomar uma pint no Cavern Club, bar onde os Beatles tocaram 292 vezes.
Fomos, enfim, para Liverpool no último fim de semana. Com o ônibus da National Express em promoção, pagamos £5 por cada trecho e uma diária de £15 no Everton Hostel. Falaremos em breve sobre ele.
Por fornecer comida e pints a preços consideralvemente inferiores aos de Londres, Liverpool foi uma viagem não só muito prazerosa, mas bastante econômica. A título de curiosidade: enquanto uma pint de Guinness custa entre £3,50 e £4,20 em Londres, em três pubs diferentes de Liverpool não pagamos mais do que £2,20. Isso na Mathew Street, endereço do Cavern e do início da história da banda.
Essa semana publicaremos uma série de textos sobre a cidade que todo amante do rock’n’roll deve conhecer! Nas palavras da minha mãe, Âque não é a maior roqueira do mundo, mas cresceu ouvindo: “é realmente um sonho! Estou tão feliz, pois sou uma grande fã e você está realizando um sonho que já existia antes de você existir.”
Até lá fique com esse vídeo espetacular que mostra 13.500 pessoas cantando Hey Jude em plena Trafalgar Square, no centro de Londres. Impossível não se arrepiar quando chega no beter, better, better, betteeeeeeeeeeeeeeeeer…
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH.