Terra de reis e rainhas, príncipes e princesas, a Inglaterra tem sinais da realeza por todos os cantos. Os portões dos parques, as residências oficiais, os jardins bem cuidados, os lagos sempre repletos de pássaros e patos compondo o cenário… (quase) tudo faz a gente se sentir um pouco parte da monarquia…
E apesar de um simples passeio em uma rua da grande metrópole que é Londres já deixar isso bem evidente, é no interior do país que essas características atingem seu ápice. Ainda mais quando por três noites você chama de “lar” uma mansão georgiana que foi transformada em um belíssimo hotel.
Foi o que vivemos na nossa passagem pelo Lake District, a região dos lagos da Inglaterra e que já foi tema de três outros posts. Deixa eles abertos para ler depois. ;)
Em Windermere, cidade que foi nossa base nessa viagem inesquecível, nos hospedamos no Storrs Hall, hotel que fez com que nos sentíssemos parte da realeza britânica mesmo sendo meros súditos. E, olha, a experiência não podia ter sido melhor.
O interior de uma mansão georgiana
Para começar, um pouco de história…
Ao longo dos séculos, a Inglaterra foi comandada não por um, mas por seis reis chamados “George” (pausa para reflexão: o primogênito do casal Kate & William pode ampliar essa lista em alguns anos, hein?), e os primeiros quatro, que ocuparam o trono entre 1714 e 1830*, não apenas reinaram o país, como também acabaram nomeando um estilo arquitetônico “nascido” nessa época: o georgiano.
Como eu não sou arquiteta ou especialista em arte, não consigo descrever com precisão as características do estilo – este texto, em inglês, cumpre bem esse papel -, mas posso dar minha opinião. E o que eu tenho a dizer é: podia morar facilmente numa “casinha” dessas. :D
Olha só o “quartinho” do Storrs Hall:
A verdade é que toda vez que a gente saía para passear dava um aperto no coração por não ficar curtindo esse quarto. JURO! haha
Fora que daria para passar um bom tempo curtindo a vista da janela…
Mas o que eu mais gostei é que ao mesmo tempo em que é um hotel luxuoso, é daqueles luxos que acolhem, sabe? Não tem pompa e elegância desnecessária, tem cara de casa, jeito de casa. E isso vale não só para o quarto, mas também para as áreas comuns, ó:
Além da estrutura ótima, outro ponto de destaque do Storrs Hall é o atendimento. Fomos muito bem recebidos:
E sempre muito bem atendidos quando tínhamos dúvidas sobre o que fazer, como ir de um lugar a outro etc. Tanto é que acabamos ficando amigos do Fred, que exercia um papel meio que de governante do hotel. Todas as vezes em que o encontramos durante os três dias que passamos lá trocamos boas ideias. :)
Café da manhã e jantar 5 estrelas
Quer mais? Pois saiba que no Storrs Hall você não vai apenas dormir bem. Dá para sair de lá muito satisfeito também no quesito gastronômico.
O café da manhã combina buffet + pratos quentes que você pode pedir na mesa.
Há um pub interno que serve comidas mais simples (como hamburguer e batata frita, risotto, tiras de carne).
E, por último, um restaurante comandado por chef de cozinha premiado e que busca mostrar que a culinária britânica vai bem além do famoso fish & chips.
Enquanto estivemos lá, pudemos degustar algumas das suas especialidades. Coisa estilo MasterChef! Alta gastronomia britânica em ação.
Tá, deu fome só de ver essas fotos e eu estou escrevendo este post às 11h50. Pera aí, vou ali almoçar e já volto, ok?
…
Pronto! :D
Deu para ver que a coisa não é fraca, né?
Para você ter uma ideia, o jantar com sequência de cinco pratos custa £52.00, o almoço de domingo (dois pratos), £19.50, e o almoço de domingo com três pratos, £26.50. Os detalhes dos cardápios estão aqui (você não precisa se hospedar lá para ir ao restaurante – mas vale a pena fazer uma reserva antecipada).
Coffee and petit fours £4.50
Ah, e a gente não teve tempo de provar, mas eles também têm um chá da tarde! Existem quatro versões – preços variam entre £10 e £45 por pessoa. Está tudo detalhado aqui.
Refúgio na natureza
Para completar, ainda tem a natureza maravilhosa da região. E nem é preciso sair do hotel pra curtir. Olha só o que tem dentro da área do Storrs Hall:
Entendeu por que vale a recomendação, né?
Tem mais fotos na nossa página do Facebook. Clique aqui para ver!
Mais do que um hotel legal para ficar hospedado, o Storrs Hall é perfeito para ocasiões especiais – fim de semana de relax, lua de mel, comemoração de aniversário, despedida de solteiro com as amigas etc. :)
A gente curtiu demais e queria repetir a dose. Quem sabe no futuro… :D
Se você está planejando uma viagem ao Lake District, gostou da dica e quer fazer sua reserva, pode usar este link e, além de não gastar um centavo a mais, ajudar a gente (recebemos uma pequena comissão a cada reserva efetivada pelo Booking – e isso vale para qualquer hotel, de qualquer lugar, ok? Basta usar nossa caixa de busca para fazer sua pesquisa).
Se ainda não está convencido, dá uma olhadinha no vídeo que preparamos. Acho que depois dele será impossível não querer se hospedar lá! :)
Até a próxima!
Nah
Informações práticas Storrs Hall Hotel:
Onde?Windermere, Cumbria, LA23 3LG, UK
Quanto? Os preços das diárias variam dependendo da época do ano. Pesquise os valores para a época de seu interesse aqui.
*Essa foi minha fonte de pesquisa sobre a monarquia inglesa.
* Nós viajamos a convite do VisitBritain, mas as opiniões aqui registradas são 100% pessoais. Recomendo que você os siga no Facebook, Instagram e Twitter. Eles sempre postam boas dicas e publicam fotos lindas!
A pouco mais de duas horas de carro de Londres fica um desses lugares mágicos do planeta: Cotswolds, um pedaço do Reino Unido que parece que não acompanhou a passagem do tempo.
É verdade que até mesmo em Londres, caminhando por um beco qualquer de uma parte antiga da cidade, você pode sentir que está vivendo no passado, mas a magia do Reino Unido medieval se revela pra valer nos milhares de vilarejos do interior do país. E quando você chega em Cotswolds tudo que sempre imaginou se materializa à frente de seus olhos. A Inglaterra dos contos de fadas e histórias macabras está diante de você. É tudo e (muito) mais do que você imagina.
Essa imagem medieval que o Reino Unido “vende” (e entrega!), aliás, sempre esteve presente no meu imaginário e foi motivo de inspiração para visitar o país e sonhar com a vida simples em um vilarejo qualquer. E os dias que passamos em Cotswolds no fim do ano passado me fizeram ter certeza de que muita, mas muita gente mesmo, faz parte desse time também. Uma prova disso é que batemos recordes de likes no Facebook e no Instagram e views no Snapchat (onde somos praveremlondres), além de suspiros, corações e comentários como “@fulano, vamos morar lá?” nos cinco dias que passamos explorando a região e compartilhando nossa visão de lá nas redes sociais.
Talvez eu esteja exagerando (duvido), mas gostaria de ouvir alguém falar que explorou os vilarejos de Cotswolds e não gostou. Me pergunto qual seria a razão…
Voltamos de lá apaixonados e com muita vontade de convencer você a programar uma viagem parecida com a nossa.
Assim, iniciamos hoje uma série de posts que vai contar em detalhes tudo que vimos, fizemos e vivemos. Para começar, apresento algumas das razões que eu destacaria se você me perguntasse por que vale a pena visitar Cotswolds…
O domínio é justo e óbvio, afinal, estamos falando de uma das cidades mais incríveis do planeta. Mas há de se fazer justiça com o interior, muitas vezes ignorado pelos turistas – o que é compreensível, afinal, Paris é logo ali. =)
Porém, se você quer conhecer um país completamente diferente do que a Inglaterra demonstra ser em Londres, considere a esticar sua viagem para alguma região do interior. Se a ideia lhe parecer boa, estude Cotswolds com muito carinho. Eu espero que ao fim do post você entenda por quê.
2 – Se apaixonar por todos os vilarejos que conhecer
A gente caminhou por não menos do que dez vilarejos nos cinco dias que passamos na região, e todos eram incríveis!
Por mais que role um certo padrão no mix arquitetônico que predomina em terras bretãs – que começa com a inspiração romana (fortemente presente na City of London e em Bath) e atravessa alguns reinados e dinastias que deixaram um grande legado na característica de construções seculares (anglo saxões, tudors, períodos georgeano e vitoriano) –, cada cidadezinha tem um charme especial.
Os detalhes – pequenos ou grandes – sempre impressionam. Seja o cenário composto por um rio e a ponte que o “corta”, por ruas estreitas cheias de curvas, um mercado medieval, uma vista para o campo, a fumaça saindo da pequena chaminé dos cottages ou a lenha na varanda…
(Se fosse a Nah escrevendo esse texto, provavelmente você veria vários coraçõezinhos nessa descrição!)
3 – É fácil de chegar e de se locomover
Cotswolds, que fica no centro oeste da Inglaterra, se estende por uma distância aproximada de 140km de norte a sul e 45km de leste a oeste. No meio disso, centenas de vilarejos e estradinhas rurais. De Londres, são pouco mais 140km de distância, ou duas horas de estrada. Estando na região, em alguns casos, menos de cinco minutos de carro separam um vilarejo de outro.
Uma boa dica para aproveitar bem seus dias é fazer um roteiro prévio com alguns lugares que quer conhecer, mas deixar brechas para se perder – acredite, muitas vezes você vai ter vontade de virar à esquerda, apesar de seu destino estar à direita. Não lute contra essa vontade! Quem sabe você encontra, ao acaso, uma igreja do século XI só pra você…
4 – Conhecer uma igreja do século XI
Pois é, essa foi uma das coisas mais legais que rolou nessa viagem!
De repente, pegamos uma saída errada em uma rotatória e demos de cara com uma plaquinha indicando o caminho para a St Nicholas Church, construída no século XI. Tocamos pra lá sem pensar duas vezes.
A surpresa foi grande quando vimos que a porta estava encostada e não tinha absolutamente ninguém lá dentro – e nem num raio de 2km! Era 21 de dezembro e nossos companheiros de estrada eram chuva e vento. Ficamos um bom tempo dentro desse tesouro, “ouvindo” o silêncio e imaginando como seriam as celebrações nos séculos passados (se bem que ainda rolam missas lá até hoje!).
Vamos contar melhor sobre essa igreja em um próximo post, mas saiba que ao passear por Cotswolds experiências como essa farão parte da jornada. Por isso, lembre-se da dica de planejar um roteiro com margem para essas escapadas.
5 – Dirigir por estradas absurdamente lindas
Dirigir por Cotswolds foi um de nossos pontos altos de 2015!
Estradas rurais, com vacas e ovelhas às margens, que contornam vilarejos medievais, horizontes de se perder de vista, florestas e ar puro compõem a road trip dos sonhos. Em diversos momentos, entre um vilarejos e outro, parávamos para fotografar e tudo o que ouvíamos era o barulho dos galhos das árvores agitados pelo vento forte enquanto uma chuva fina caía. Aliás, uma das vantagens de viajar no inverno pelo interior da Inglaterra é que apesar do frio e dos dias curtos, você vai ver poucos turistas e terá tráfego livre. Always look to the bright side of life.
6 – Ficar com vontade de mudar pra lá umas 200 vezes durante a viagem
É sério! Em todos as cidades que paramos ficávamos imaginando como seria morar ali, em uma casinha de pedra com lareira, gatinhos correndo de um lado pro outro e um jardim florido.
Esse exercício de imaginação é legal. Talvez – ou, melhor, provavelmente – mudar para Cotswolds agora seja completamente inviável, mas ao “ver” esse futuro você liga um botãozinho no cérebro e passa a refletir sobre outras mudanças que pode fazer na sua vida. Viajar tem disso.
7 – Sentir-se em um conto de fadas
Cotswolds poderia ser o cenário perfeito de um filme da Disney (deu para perceber pelas fotos?). Os vilarejos parecem de mentira. Lembro de um comentário que recebemos no Instagram dizendo que é surreal imaginar que pessoas, de fato, vivem ali. É tudo muito perfeitinho.
8 – Ou em um filme de terror
A mesma lógica vale para o horror. O cenário medieval inspira um conto macabro. A foto abaixo, por exemplo, é do cemitério que fica em frente à igreja que comentei há pouco. Nesse dia, só estávamos nós dois ali. Não seria um bom lugar para o início de um filme sobre o apocalipse zumbi?
(Comentei isso no momento e a Nah me pediu para irmos embora logo. Pra você ver…)
9 – Perceber o amor dos britânicos pela cerveja
Se você visitar um pub e pedir uma cerveja local em um vilarejo qualquer de Cotswolds e, depois, viajar por 20km até outra cidade (sem dirigir, claro!) vai, muito provavelmente, encontrar uma cerveja local diferente. A real ale é um dos maiores orgulhos desse país. E ao viajar por seu interior isso fica evidente.
Talvez você nem goste de cerveja, mas se ver, viver e entender a cultura de um povo é algo que busca quando viaja, saiba que a cerveja é um aspecto importantíssimo desse país. Repare os rótulos locais nos balcões dos pubs. E se beber, não dirija!
10 – Comer um full english breakfast artesanal
Tenho um segredo a confessar: foi em Cotswolds que comi o Full English Breakfast pela primeira vez na vida.
Nunca foi o café da manhã dos meus sonhos, confesso. É de alguém? Mas nesse dia decidi comer porque a descrição do prato no cardápio do charmoso café Huffkins, em Burford, me convenceu. Falava sobre a origem dos ingredientes utilizados no prato (boa parte, orgânicos e vindos de pequenos produtores da região).
Você já ouviu falar da filosofia Slow Food, que surgiu na Itália nos anos 1980 e tem a ver com reduzir o passo, viver melhor, apreciar melhor os alimentos e priorizar produtos e produtores locais? A experiência que tive ali tem muito a ver com isso! E foi sensacional. Dava pra sentir o sabor dos alimentos (não era uma coisa industrial, sabe?) e não era “ogro” como normalmente é.
11 – Hospedar-se em um pub
Por duas noites dormimos em um “Inn“, que é o meio de hospedagem mais comum no interior da Inglaterra. Você vai ver dezenas deles ao longo de sua viagem.
Basicamente, trata-se de um pequeno hotel, geralmente em uma grande casa georgeana. No térreo fica o pub, sempre supertradicional e com a ale local a sua espera. Aí você abre uma porta no canto do pub, sobe um lance de escadas está em frente ao seu quarto. That’s the dream, já diria Barney Stinson (How I met your mother freak detected!)
12 – Conhecer a cidade de William Shakespeare
Stratford-upon-Avon é uma das cidades mais ao norte de Cotswolds e uma das mais famosas da região, muito em razão de seu cidadão mais ilustre. William Shakespeare lá nasceu e, depois de ter feito história em Londres e ganhado o mundo, hoje descansa em sua cidade natal – que é um prato cheio para os amantes de sua obra. Nos próximos posts a gente vai falar mais sobre ela.
13 – Pedalar e fazer parte do cenário de Cotswolds
Um de nossos dias em Cotswolds foi dedicado a pedalar.
Ficamos quatro horas rodando de bike por estradas rurais com pouco tráfego, ciclofaixas exclusivas e vielas em meio a cottages nos vilarejos. Foram 50km de estrada no total a partir de Stratford-upon-Avon até Chipping Campden e passando por outros vilarejos.
Uma das coisas mais legais do cicloturismo é que você diminui a velocidade da viagem, aprecia melhor os cenários e se sente mais próximo do lugar em que está, o que também tem a ver com o Slow Food. Fazer mais viagens de bicicleta, aliás, é um de nossos projetos para 2016.
E aí, vai concordar comigo?
Nas próximas semanas vamos contar em detalhes a viagem em diferentes posts.
Contaremos sobre como foi pedalar em Cotswolds, quais cidades visitamos, onde nos hospedamos e daremos boas dicas para você organizar sua viagem e aproveitar ao máximo esse pedacinho do paraíso, seja em uma day trip a partir de Londres ou em alguns dias.
No tópico número um desse texto eu falei que esperava que ao final você pudesse concordar comigo sobre colocar Cotswolds como opção para conhecer no Reino Unido além de Londres. Deu certo? :)
Essa não é a primeira nem será a última história que vamos contar sobre a viagem que fizemos para o Lake District, mais um cantinho mágico do reino bretão. Os outros dois posts sobre nossa experiência por lá você lê clicando nos links abaixo:
Hoje, apresento pra você um vídeo que a gente gravou em nossos últimos minutos por lá. Faltando cerca de duas horas para a partida do nosso trem de retorno a Londres, sentamos no gazebo do jardim do hotel, ligamos a câmera e conversamos sobre tudo o que fizemos nos três dias anteriores. Nosso bate-papo resultou num guia prático, em vídeo, pra você planejar sua viagem para a região dos lagos na Inglaterra.
São 31 minutos em que contamos detalhadamente tudo que fizemos durante a viagem, tipo:
Como se locomover pelo Lake District
O que fazer por lá
O que a gente comeu (#sdds)
O que gostaríamos de ter feito, mas não deu tempo
O que você pode fazer
Curiosidades, informações e dicas práticas
Erros de gravação
Imagens exclusivas do snapchat (aproveita e segue a gente lá “praveremlondres”)
E muito mais!
Vale dizer que você não vai ver apenas a gente falando ao longo do vídeo. Filmamos bastante coisa durante a viagem , tanto paisagens como a gente falando sobre o passeio de barco, passeando pelas trilhas, visitando monumentos históricos e por aí vai… Gravamos até em uma lojinha que diz ter o melhor gingerbread do mundo! Esses depoimentos estão inseridos no meio da “narrativa”.
Ou seja, além de vários comentários e dicas, tem MUITAS imagens legais pra você ver o Lake District que a gente viu!
É um formato de vídeo novo – fizemos pra testar. Nossa ideia é sempre gravar algo semelhante em futuras viagens. Se você puder nos deixar um comentário aqui ou lá no YouTube dizendo o que achou, vai nos ajudar muito! Afinal, esse vídeo é pra você! =)
Aliás, aproveito para perguntar:
O que você achou do tamanho do vídeo? 31 minutos é demais ou ficou de bom tamanho? Tiraria/incluiria alguma coisa? O espaço, como sempre, é seu!
Aproveita e se inscreve em nosso canal no YouTube. Vai ter vídeo novo sempre por lá!
Espero que a gente tenha conseguido transmitir ao menos um pouco do que é o Lake District. Desses lugares que fazem a gente sonhar a ponto de “viajar” sobre uma aposentadoria por lá! Nada mau, hein? :)
O post que encerra essa série vem logo mais. Apresentaremos o incrível hotel em que tivemos três noites de reis. Pode esperar pra ver. ;)
As melhores viagens que a gente já fez na vida foram aquelas que planejamos tin tin por tin tin. Milão, por exemplo, era um destino que muita gente dizia que era meio “blé”, mas aí eu fiz uma pesquisooooona sobre a cidade e planejei um roteiro incrível (modéstia à parte, claro. huhu). No fim das contas, AMAMOS os dias que passamos lá. :)
Mais recentemente, teve a trip pra Nova Iorque (quem aí acompanhou no Snapchat, hein?), que, ao contrário de Milão, era um lugar que eu queria muuuito conhecer (João não tinha tanta pira). Aí, meus caros, revirei essa internê de meu Deus pra fechar uma programação que fosse A NOSSA cara (não teve tanta atração turística, mas o que teve de cerveja e bons petiscos não tá no gibi. Os detalhes eu conto logo mais). E isso ajudou muito a tornar nossos dias na “cidade que nunca dorme” incríveis.
Com isso em mente, pensei que na nossa série de posts sobre a região do Lake District (o primeiro, cheio de fotos lindas, tá aqui) precisava fazer um post pra ajudar justamente nessa etapa de planejamento. Assim, você pode fazer de uma viagem para esse pedacinho maravilhoso da Inglaterra uma das melhores da sua vida. Que tal?
E, well, o post é esse que você tá lendo agora! :D
Senta que lá vem um montão de dicas práticas…
O que levar em consideração
Antes de mais nada, você precisa ter em mente que o Lake District é uma região da Inglaterra que ocupa uma área de mais de 2.200 km quadrados (naquela comparação clássica do jornalismo, isso significa cerca de 200 campos de futebol lado a lado. Coisa pra caramba!). Além disso, há em torno de 300 cidades e vilas na região!Ou seja, conhecer TUDO é uma meta meio complicada de se alcançar. Por isso, é preciso saber fazer escolhas – e o objetivo desse post é justamente garantir que você consiga fazer as melhores escolhas possíveis. ;)
Vamos tomar como base, claro, a nossa experiência. Ou seja: três dias tendo Bowness-on-Windermere como ponto de partida para explorar a região.
Se pudesse, eu incluiria pelo menos mais um dia inteiro (pelo menos!) na programação. Talvez não aumentasse o número de vilarejos visitados, mas com certeza passaria mais tempo em cada um. Fazendo uma média, diria que é possível curtir BEM duas cidadezinhas por dia. Você pode, por exemplo, passar a parte da manhã em uma (e almoçar por lá), depois se mandar para a próxima (e fazer um lanche por lá), aí retornar para a sua base no fim do dia.
Mas também dá para fazer um turismo mais express e conhecer mais do que dois vilarejos por dia. O importante é que você entenda que cada uma dessas localidades tem diversas atrações superbacanas (museus, trilhas para caminhada/pedalada, restaurantes, etc.), então, se você preferir passar por várias em um dia, pode ser que acabe deixando para trás atividades que gostaria de fazer e coisas que gostaria de ver. Um planejamento prévio para descobrir o que tem em cada lugar lhe ajudará a decidir o que é melhor fazer. Mas antes de a gente falar sobre isso, vamos falar sobre como chegar até a região?
Como chegar ao Lake District saindo de Londres
Basicamente, há três opções para ir de Londres à região dos lagos: ônibus, trem e carro.
A gente foi de trem (London Euston –> Windermere). A viagem levou cerca de 4h, com uma paradinha de dez minutos no meio do caminho, para trocar de trem. O trem era confortável (a poltrona não reclina, mas pelo tempo de viagem não sentimos falta disso), tinha um vagão com um cafezinho, tomada para os que precisam aproveitar a viagem para trabalhar (oi! :) e a “estrada”, supersegura. hehe.
Ah, os trens da Virgin têm Wi-fi, mas é preciso pagar para utilizar. A tabela completa de preços está aqui.
Os preços não são dos mais baratos, mas não dá para falar que custa entre “x” e “y” porque depende bastante de com quanta antecedência você compra. Por exemplo: Fiz uma pesquisa com o embarque previsto para sete dias depois do dia em que estava escrevendo esse post e encontrei ida e volta por 88 libras (para uma pessoa).
Estes são alguns dos sites que vendem passagem de trem para viagens dentro da Inglaterra:
A viagem de ônibus, claro, é mais longa (cerca de 8h a mesma rota). No entanto, as passagens são mais baratas. Na pesquisa que fiz, encontrei ida e volta por 42 libras por pessoa.
Estes são alguns dos sites que vendem passagem de ônibus para viagens dentro da Inglaterra:
A distância entre Londres e Windermere é de cerca de 450km.De carro, se você for direto, dependendo da velocidade, pode levar entre cinco e seis horas para chegar, mas se você for como a gente e se sentir atraído pelas plaquinhas de lugares que parecem legais, pode levar mais tempo. :D
Ah, e vale dizer que há muitas estradas apertadas lá na região do Lake District, e como você vai estar dirigindo “do lado contrário”, pode ser que não se sinta muito à vontade. Então, é bom levar isso em consideração na hora de decidir que meio de transporte usar.
O preço do aluguel de carro varia por vários fatores: ponto de retirada, quantidade de dias que você vai ficar com o carro, modelo, quanto você vai rodar (= quanto vai precisar de combustível) e assim por diante. Por isso, não vou falar em valores. Este é o site que usamos quando queremos alugar um carro.
Acho que cada meio de transporte tem seus prós e contras, mas cabe a cada um fazer uma “matriz de priorização” (Por exemplo: minha ordem de importância é –> conforto > preço > tempo de viagem) e decidir qual é a opção que atende melhor suas necessidades. De acordo?
Indo e vindo no Lake District
Chegou lá? Legal! Então, agora é a hora de falarmos sobre como se locomover PELA região dos lagos da Inglaterra. ;)
Nos três dias que passamos no Lake District, visitamos vários vilarejos (como Windermere, Ambleside, Grasmere e Keswick) e usamos quatro meios de transporte para isso: ônibus, barco, micro-ônibus e taxi (que a gente usou algumas vezes para ir do hotel – que era mais afastado – ao pier de Bowness. Gastamos sempre £6.50 para um rolê de uns 10 minutos).
O sistema de transporte público na região é bem interessante. Há um passe de ônibus que pode ser usado pelo dia todo (com você entrando e saindo quantas vezes quiser), que custa 8 libras, e que conecta Grasmere, Ambleside, Windermere e Bowness.Como é tudo bem pertinho, se você quiser só dar uma passadinha em alguma das cidadezinhas menores, essa pode ser uma excelente opção.
Mesma coisa com os barcos tipo “cruise”. Dá pra fazer diferentes rotas com um passe só (o passe de 24h custa 14,30£ ). Durante o trajeto, os comandantes dos barcos contam curiosidades sobre os lagos e deixam a “viagem” ainda mais interessante.
Você pode, ainda, fazer um tour guiado de micro-ônibus e, durante um dia, passar por vários vilarejos e lagos. A gente fez isso em um dos dias e foi bem bacana. Contaremos em detalhes no post que faremos para apresentar nosso roteiro completo, mas já fica a dica. A empresa que usamos para isso foi a The Mountain Goat.
E, bem, se você tiver alugado um carro para ir até lá, pode aproveitá-lo para explorar a região por conta própria. Assim, você para onde quiser, quando quiser e por quanto tempo quiser. :)
No mapa abaixo, marquei dez dos vilarejos de Lake District que têm atrações bacanas (sejam elas naturais ou não), pra dar uma ideia do quanto é preciso rodar por lá para curtir bem a viagem. No dia que fizemos o tour de micro-ônibus, fomos até Keswick, que no mapa parece superlonge, mas nem é tanto assim. E foi um vilarejo que a gente curtiu conhecer, então fica a fica! ;)
Ou seja, há diversas formas de explorar a região. Cabe a você encontrar a opção que mais lhe agrada!
O que fazer no Lake District
Aimeusanto, tanta coisa. :)
Pra você ter uma noção, nos três dias que passamos lá reunimos mais de 30 folhetos de sugestões de programas na região. =O
Pois ééé, coisa pra caramba. E foi pensando em você que pegamos tudo isso! A ideia, aqui, é apresentar vários programas que você pode fazer nos vilarejos do Lake District, além de curti-los caminhando (que já é uma delícia). Essas opções, aliás, podem lhe ajudar a decidir quais cidadezinhas visitar. Olha só:
Windermere Lake Cruises – O lago Windermere é o maior da Inglaterra. Ele conecta vários vilarejos do Lake District. Andar de barco por ele é uma das melhores formas de visualizar a região. Essa empresa, que foi a que usamos (que tem aquele passe de 24h, que citei anteriormente), tem diversas rotas bacanas, com preços variados. Visite o site para saber mais. –> Saídas dos seguintes vilarejos: Lakeside, Bowness, Brockhole, Ambleside
Electric Mountain – Empresa de aluguel de bike. Para quem quer explorar o Lake District sobre duas rodas. Eles têm mountain bikes, bikes elétricas, bikes híbridas (boas tanto para o asfalto, como para trilhas) e tour guiados. Os preços estão todos no site deles. –> Fica em Bowness (mas há outras empresas de aluguel de bike na região. Basta você procurar por “bike hire at NOME DA CIDADEZINHA” para encontrar uma perto de onde você estiver)
Lakeland Motor Museum – Curte automóveis? Então você pode aproveitar seus dias no Lake District pra conhecer esse museu do automóvel. A entrada para adulto custa £8. –> Fica em Lakeside
Hawkshead Brewery – Nossa maior frustração dessa viagem foi não ter conseguido visitar essa cervejaria. :( Você pode fazer o tour para ver as cervejas da casa nascendo e, de quebra, beber direto da fonte. Que tal? –> Fica em Staveley
The Lakes Distillery – Prefere uma dose de whisky a uma pint de cerveja? Visitar essa destilaria pode ser um programa divertido enquanto você estiver no Lake District. Além do tour (£12.50), você pode almoçar/jantar no bistrô deles. As fotos dos pratos que estão no site são de dar água na boca! (clica pra ver!) –> Fica em Setmurthy, no lago Bassenthwaite
The Lakeland Wildlife Oasis – Esse é o zoológico da região. Para quem vai com crianças, pode ser uma boa opção de programa. Adultos pagam £8.85 e crianças até 15 anos, £5.95 –> Fica em Milnthorpe
Levens Hall & Gardens – Sabe aqueles casarões de filme, com jardins impecáveis? Então, o Levens Hall & Gardens é bem assim – quer dizer, não fomos até lá para confirmar, mas é isso que o folheto e o site vendem. Parece tudo muito lindo. Adultos pagam £9 para visitar os jardins e £12.50 para fazer o passeio completo (casa + jardins) e crianças até 16 anos pagam £3 pela visita ao jardim e £5 na visita completa – queria ser criança. Mais alguém? haha –> Fica em Kendal
The world of Beatrix Potter attraction – A escritora inglesa Beatrix Potter tinha um carinho muito grande pelo Lake District, e a região retribui esse carinho relembrando-a em diversas atrações – inclusive nessa, que é 100% dedicada ao mundo criado por ela. A gente entrou apenas na área do café e da lojinha e, olha, não teve como não fazer “ooohhhhnnn”. Era tudo muito fofo. haha. Mas a atração em si é mais infantil, então resolvemos pular. Para adultos custa £6.95 – crianças pagam £3.65 (menores de dois anos não pagam). –> Fica em Bowness
The antiques emporium – Curte antiguidades? The antiques emporium pode lhe agradar! A entrada é gratuita e o “museu de antiguidades” fica em Kendal.
Ravenglass & Eskdale steam railway – Esse foi outro programa que a gente ficou bem triste em não conseguir fazer. Deve ser muuuito legal andar de trem a vapor nessa região tão linda! Mas não é sempre que rola, então é preciso acessar o site e ver as datas certinhas. O passeio custa a partir de £7.50 para adultos, mas há diferentes opções de preços, então vale a pena checar para encontrar o que se adequa às suas necessidades. –> o trem sai de Ravenglass
Wray Castle – Olha, não vou enganar ninguém: a gente foi ao Wray Castle e achou meio furada. Tem coisas legais, sim, mas não é imperdível – nem de longe. A arquitetura externa vale mais do que o que tem lá dentro (crianças podem curtir, porque pra elas é bem interativo). –> Tem uma parada nos cruzeiros do Windermere Lake Cruises que se chama Wray Castle
Sightseeing tours of the Lake District Mountain Goat – Esses caras têm diversos tours guiados na região de Lake District. A gente fez o que apresenta dez lagos ao longo de um dia (a bordo de um micro-ônibus) e curtimos (não AMAMOS, mas curtimos – contaremos a experiência em detalhes logo mais). Pra quem tem pouco tempo, é uma ótima forma de ver bastante coisa. Os tours custam a partir de £30. –> Há tours saindo de diversos vilarejos, como Windermere, Bowness, Ambleside, Grasmere e Kendal
Lake District Mountain Adventures – Para os mais aventureiros, o Exped Adventure tem vários passeios legais, como introdução à escalada (£40 por pessoa para o pacote de meio dia e £65 para um dia inteiro), caminhada guiada pelas montanhas da região (£45 por pessoa – dia inteiro) e acampamento de aventura (a partir de £70 por pessoa – dois dias inteiros). –> A base fica em Staveley
Caminhadas guiadas – Explorar as cidadezinhas a pé é o seu objetivo? Neste site, você encontra um montãããão de guias que podem lhe fazer companhia nessa jornada, contando fatos curiosos sobre a região e mostrando tesouros que, sozinho, dificilmente você descobriria. –> Tem saídas de vários vilarejos. Depende de onde é a base do guia.
Brockhole – Aluguel de bike, aluguel de barco, mini-golf, pônei… Brockhole é o paraíso da criançada! Parece uma excelente opção para quem quer um dia mais agitado para os pequenos gastarem energia. hehe –> Fica em Windermere
Esses, claro, são apenas alguns dos programas legais que você pode fazer enquanto estiver na região do Lake District. Mas eles ajudam a mostrar que opções não faltam (e olha que eu nem falei de restaurantes, mas é que nesse sentido eu sou fã do: olha, vai com a cara, entra e corra o risco. hehe). Uma outra boa sugestão é você ir aos centros de informações turísticas de cada cidadezinha (sempre tem plaquinhas indicando onde ficam) e pegar maaaaais flyers. Você com certeza vai encontrar outras várias atrações que lhe agradam. ;)
Quando ir para o Lake District
O fato é o seguinte: se você acha que chove em Londres, espera só até ir para o Lake District para entender o que é chuva de verdade! Lá, a coisa pega mesmo. Nos nossos três dias na região, a chuva foi companhia frequente.
Se você quer pegar dias mais secos por lá, segundo o site World Weather Online, deve programar sua viagem para os meses de março, abril, maio e junho, que costumam ser os menos chuvosos.
De qualquer forma, roupas/calçados impermeáveis não podem ficar de fora da sua mala. Ninguém merece ir pra um lugar TOP como esse e não conseguir curtir direito porque ficou com o pé molhado, né? :)
Já no inverno (entre outubro e janeiro), o índice de chuva costuma ser altíssimo. Porém, o mesmo site afirma que essa época costuma proporcionar as mais belas paisagens (pode ter neve, tem dias bonitos, tem água… é, dá pra imaginar a beleza mesmo). Então, é preciso colocar na balança o que você prefere e se jogar. Só não dá pra não ir!
E, gente, não tem muito calor, não, sabe? Mesmo no verão, as temperaturas não costumam subir tanto. Além disso, tem um vento sul (mentira, não sei vento o que que é, só acho legal quando os amigos surfistas falam essas coisas e quis imitar. haha #aboba) que peeeega, então é bom proteger as orelhinhas e a cabeça. E aí, é só curtir!
Onde se hospedar
Como disse no início, este post foi baseado na nossa experiência, e como viajamos a convite do VisitBritain*, não tivemos que pesquisar para escolher em que vilarejo ficar e nem em qual hotel. Bowness-on-Windermere foi nossa base e o INCRÍVEL Storrs Hall, nossa “casa” (falaremos sobre ele em breve, mas você já pode reservar seu quarto lá clicando aqui).
O que posso dizer, então, é que essa é uma excelente escolha. Bowness fica superbem conectada e o hotel é sensacional, então não tem erro.
Porém, há muitas outras cidadezinhas que podem ser boas como ponto de partida na exploração do Lake District – como Ambleside, Windermere e Kendal. Se você quiser buscar acomodação nesses lugares, sugiro que utilize este link. Ao fechar sua acomodação com o Booking, você não paga a mais e ainda ajuda a manter o Pra Ver em Londres vivo, pois somos comissionados pela sua reserva. Que tal?
Mostra um pouco mais, Nah? :)
Opa, claroclaro. Vou encerrar nosso papo de hoje com umas fotos. Afinal, tenho certeza que elas vão ajudá-lo a querer planejar essa viagem logo. Tá aí:
… tudo, ABSOLUTAMENTE TUDO, encanta no Lake District! Deixe-se encantar!
Partiu Lake District?
E aí, consegui dar um bom panorama para ajudá-lo a planejar essa viagem? Espero que sim! :)
Mas a série sobre essa viagem não termina aqui! Olha só sobre o que ainda vamos falar:
Nosso roteiro detalhado
O <3 hotel <3 em que ficamos – o melhor da vida! <3
Vídeo com imagens de tirar o fôlego!
Coisas que queríamos ter feito no Lake District, mas que não deu tempo…
Porque esse pedaço do paraíso na Inglaterra precisa ganhar um espaço no coração dos viajantes que vêm ao Reino Unido. E a gente vai batalhar por isso! \o/
Até a próxima!
Beijos,
Nah
* Nós viajamos a convite do VisitBritain, mas as opiniões aqui registradas são 100% pessoais. Recomendo que você os siga no Facebook, Instagram e Twitter. Eles sempre postam boas dicas e fotos lindas!
Já segue a gente nas redes sociais? Não? Corre lá:
Eu já falei aqui algumas vezes que sonho em morar em um cottage em um vilarejo medieval inglês qualquer. Esse sonho ainda deve levar uns anos pra ser realizado, mas até lá, conhecer diferentes cidadezinhas candidatas é um exercício que a gente adora fazer.
No fim de agosto a gente foi para o Lake District, uma região do Reino Unido que queríamos conhecer há muito, muito tempo.Antes de irmos, eu tinha certeza que a viagem seria top. E foi. Com o bônus da região dos lagos ingleses ter se revelado uma forte candidata a nos servir de lar quando o futuro chegar.
Nas três noites que ficamos lá, conhecemos uns 10 vilarejos diferentes, todos com aquela característica medieval que é a cara do país. Alguns deles ficam a menos de 10km um do outro. O acesso é sempre através de estradinhas apertadas, mas em ótimas condições, e cercadas por árvores, riachos, florestas e lagos, claro.
E quando a estrada não é coberta pelo verde, você perde o horizonte de vista entre montanhas e lagos. Não importa onde você está ou pra que lado olhe: o cenário é sempre deslumbrante.
A impressão que se tem é que o Robin Hood vai pular na sua frente a qualquer momento, que um grupo de hobbits vai te parar pra pedir informação ou que você vai dar de cara com um personagem do Game of Thrones. Quando você olha o mapa da região fica fácil entender por quê.
O Lake District faz parte do condado de Cumbria, que fica no noroeste da Inglaterra, quase na fronteira com a Escócia. É um dos 15 parques nacionais do Reino Unido, bem como o North York Moors que já escrevemos aqui.Nas próximas semanas a gente vai contar a história dessa viagem em detalhes. Falaremos sobre como chegar, onde ficar, que vilarejos conhecer, como se locomover, o que fazer por lá e dar detalhes da nossa experiência.
Antecipo que o Lake District é um destino de viagem para todos os gostos e perfis. É perfeito tanto para um casal em busca de um refúgio romântico, uma família que deseja passar bons momentos em meio à natureza, os que planejam viagens à procura de paisagens exuberantes, amantes da literatura (Beatrix Potter nasceu e viveu lá), aqueles que gostam de esportes radicais (a gente se surpreendeu com a diversidade de atividades), quem gosta de visitar cervejarias e por aí vai… A lista é grande. Pode esperar por detalhes nos próximos capítulos. =)
Hoje eu fico por aqui e deixo algumas fotos que resumem bem o que é o Lake District pra mim e (bons) motivos pra te convencer a ir pra lá.
1 – Visitar uma das regiões mais espetaculares do Reino Unido
2 – Dolce far niente: ver a vida passar apreciando belas paisagens
3 – Sentir-se em um conto de fadas
4 – Praticar os mais diversos esportes
5 – Conhecer o maior lago da Inglaterra
6 – Sentir-se em cenário de Game of Thrones
7 – Conhecer uma mina de ardósia
8 – Comer o melhor gingerbread do mundo
9 – Hospedar-se em uma mansão georgiana
10 – Ter vontade de morar em todos os vilarejos que vai conhecer
11 – Ter certeza de que os encantos do Reino Unido vão muito, mas muito além de Londres
Que tal trocar Paris pelo interior do Reino Unido?
Londres é, disparada, a cidade que mais recebe turistas no Reino Unido. É claro que eu não estou aqui pra tirar os méritos da cidade, mas é triste pensar que muita gente prefere sair daqui e pegar um trem pra Paris, por exemplo, ao invés de explorar o interior. Nós já viajamos pra diversas regiões do Reino e sempre nos surpreendemos.
Sugiro, com todas as minhas forças, que você considere ir além de Londres quando vier pra cá. Se você já fez isso, conta pra nós nos comentários. Que cidades, além de Londres, conheceu no Reino Unido ou Inglaterra e qual foi a sua preferida?
* Nós viajamos a convite do VisitBritain, mas as opiniões aqui registradas são 100% pessoais. Recomendo que você os siga no Facebook, Instagram e Twitter. Eles sempre postam boas dicas e fotos lindas!
Pickering entrou em nosso roteiro por um acaso feliz. Quando estávamos planejando a viagem, nossa primeira regra era a de que ficaríamos hospedados em um cottage, uma daquelas casinhas medievais, de pedra, características do Reino Unido. Não sei vocês, mas eu sonho em um dia viver num cottage em um vilarejo qualquer no interior inglês.
Por que Pickering?
Não foi fácil chegar ao cottage que escolhemos em Pickering. Isso porque eu sou extremamente criterioso nos padrões de escolha de hospedagem. Ou chato, se preferir. =)Por mais que o lugar em que dormimos numa viagem geralmente seja o que menos passamos tempo, é bom saber que você vai chegar num lugar que escolheu a dedo depois de um dia corrido. Ainda mais quando o plano era pegar um cottage. Mais do que uma cama, queríamos uma experiência tipicamente britânica.
Varri alguns sites de aluguel temporário de cottages (links no fim do post). Arrisco dizer que vi fotos de mais de 100 cottages em vilarejos próximos a York. Os que não estouravam nosso orçamento, ou estavam reservados ou não eram o que a gente imaginava.
Mas no fim deu certo. Quando chegamos ao Kingshaven Cottage (sim, ele tinha até nome) meu sonho ganhou um reforço. Vista de fora era uma simpática casinha de pedra. Por dentro, um pequeno castelo. Não pelo luxo, mas por tudo o que o envolvia.
Fomos recebidos com uma cesta com comidinhas. Tinha pão caseiro, geleia artesanal, leite e ovos da granja do John, o proprietário, que abriu a porta com um sorriso no rosto e já contando boas histórias. Falei um pouco sobre como ele vivia o sonho aqui nesse post. Relembrando: um dos programas preferidos dele e da esposa era pedalar pela região e degustar cervejas artesanais na Cropton Brewery, cervejaria da cidade.
Mas voltando à casa, ela era perfeita. Veja o breve vídeo que editei com algumas imagens do interior do cottage.
Pontos pra lareira, salinha de tv aconchegante e cheia de dvds, pra cozinha superequipada e pro quarto com uma cama que parecia uma nuvem. Sério, se você tem um mínimo de loucura pela Bretanha como a gente, permita-se hospedar-se ficar em um cottage ao menos uma vez na vida.
O John nos contou que a estrutura da casa, toda de madeira, permanece original e intocada, mesmo após ele ter feito uma reforma geral. Isso porque há uma lei no UK que proíbe que você altere a estrutura de residências seculares. E o mais legal é que por dentro do cottage essa estrutura de madeira fica toda exposta. É praticamente parte da decoração.
Uma pausa: a preocupação dos britânicos em preservar a História e mantê-la sempre viva é admirável, não?
O que pesou a favor da escolha por esse cottage e por Pickering, lugar que nunca sequer havíamos ouvido falar, foi que além de estar dentro do nosso orçamento (pagamos £165 por três noites), a cidade estava exatamente no meio do caminho entre York e Whitby, duas cidades que já estavam em nossa rota prevista.
Primeira parada: o pub local
Logo que chegamos, no fim de tarde de uma quinta-feira gelada e úmida de janeiro, largamos as coisas e fomos até o pub The Sun Inn, a 200 metros de casa. Sonho! Na vinda já havíamos visto uma placa divulgando as ales premiadas que serviam lá. Precisava mais? =)
A surpresa da noite, além das boas cervejas e atmosfera fantástica do pub, em boa parte tomado por casais com idade para serem nossos pais, alguns avôs e avós e várias famílias, foi que era dia de pub quiz, tradição linda desse povo que adora jogar e beber.
O primeiro quiz foi sobre fatos históricos ocorridos no ano anterior, e a gente se deu bem, mas depois o jogo caminhou para temas mais “locais”, e acabamos ficando para trás. Não ganhamos o prêmio final, mas ganhamos uma experiência divertida e inesquecível.
De volta à Pickering, já bem tarde, só deu tempo de passar no mercado comprar um vinho, uns queijos e umas frutas pra curtir a lareira e conversar por horas sobre quanto as coisas mais simples da vida costumam ser as mais incríveis…
O trem que entrou pra lista de ‘fazer antes de morrer’
Somente no domingo, quando íamos embora, que dedicamos uma manhã para passear pela cidade. E foi aí que descobrimos o grande motivo que me garante que a gente voltará a visitar o vilarejo. É de Pickering que sai o trem que eu quase chorei de tristeza por estar fechado durante o inverno.
O North Yorkshire Moors Railway é um trem a vapor que faz uma viagem cenográfica por dentro do parque que leva seu nome. De Pickering, sua base, até Whitby, última parada, são 38 km percorridos em 1h30 de viagem por paisagens incríveis. Se algum leitor já fez essa viagem, por favor manda uma foto que eu faço questão de publicar aqui.
Ah, uma das paradas do trem é em Goathland, vilarejo que a Wikipedia nos diz ter 438 habitantes. Passaria despercebido na história se sua estação de trem não tivesse sido retratada como a estação de Hogsmeade em Harry Potter e a pedra filosofal. Algum fã por aí?
Fica a dica para você fazer essa viagem de trem, que deve ser linda, e meu compromisso de voltar aqui ainda esse ano pra contar pra você como é, com muitas fotos e vídeo. =)
O que fazer em Pickering
A gente teve pouco tempo para passear pela cidade, mas como se trata de um vilarejo de pouco mais de seis mil habitantes, não é difícil reunir boas sugestões pra você passar um belo dia por la.
Visite o castelo
O inverno não nos impediu apenas de viajar de maria fumaça, mas também de conhecer o Pickering Castle. Ele foi construído no século XIII e durante a Idade Média servia como casa de férias dos reis.Que tal?
Como não conseguimos entrar, vou ficar devendo os detalhes de como é por dentro. Mas no fim do post tem um link do English Heritage com mais informações. Pra não dizer que nossa visita não valeu a pena, eu fiz esta foto quase em frente a ele:
Conheça o museu do povo de Pickering
Mesmo sendo um vilarejo inóspito, Pickering tem um museu que se orgulha por mostrar um pouco da vida local e dos costumes de seu povo. O Beck Isle Museum foi fundado por cidadãos na década de 1960 com o objetivo de preservar e contar a história de sua gente. Acabamos não visitando, mas toma nota.
Tome cerveja artesanal direto da fonte
Como disse no começo do post, John, nosso anfitrião, comentou com a gente que um dos passeios preferidos dele e sua esposa era pedalar até a Cropton Brewery, cervejaria artesanal da cidade. A gente provou alguns rótulos no pub local e aprovamos. Vale dizer que essa cervejaria tem o carimbo da Campaign for real ale (CAMRA), entidade que preserva e defende as verdadeiras ales inglesas. Ou seja, qualidade assegurada!
Dê chance para o inesperado
Quando comecei a escrever pensei que não teria muito dizer sobre Pickering, em razão do pouco tempo que passamos lá. Mas à medida que o texto fluía veio este pensamento: uma cidade cheia de gente boa e de sorriso fácil, que é a base para o que parece ser uma incrível aventura de trem, que conta com um castelo de férias de reis medievais e que tem sua própria cervejaria, tem motivos de sobra pra se orgulhar, render boas histórias e atrair visitantes.
A gente certamente vai voltar. E você, quer conhecer?
Havíamos ficado devendo o relato da continuação da viagem. Mais precisamente a passagem por Whitby, cidade que havia sido indicada pelo James, dono da casa em que morávamos.
O James é um velejador de 60 anos que tem até foto ao lado do príncipe Charles em um festival de barcos na sala de casa. Ele ganha a vida conduzindo barcos turísticos por ilhas gregas durante o verão e como caixa de supermercado em Londres durante o restante do ano. Vai entender…
Quando soube que iríamos para a região de York, nosso landlord recomendou que visitássemos Whitby, uma de suas cidades preferidas na velha England. Não foi difícil confiar na sugestão de quem vive do mar, ainda mais que eram apenas 75km de viagem a partir de York.
Sabíamos pouco sobre a cidade além de que era reconhecida pelo fish and chips. A indicação do James foi mesmo nossa maior inspiração, mas que o fish and chips ajudou, ah ajudou. =)
Whitby é uma pequena e simpática cidade de pouco mais de 13 mil habitantes. Fica no nordeste da Inglaterra, a 414km de Londres, no condado de North Yorkshire, à beira do Mar do Norte.
O vilarejo está “montado” sobre dois costões, sendo que em um dos lados está as ruínas da Whitby Abbey, principal ponto turístico da cidade.
A abadia foi erguida no ano de 657, como um mosteiro anglo saxão. O estado em ruínas de hoje se deve a alguns episódios que ajudam a contar um pouco da riquíssima história da região:
Ataques vikings no século IX.
Ordens do rei Henry VII em 1540 durante o período conhecido como a Dissolução dos Mosteiros, quando o o rei se tornou Chefe Supremo da Igreja na Inglaterra.
Ataques alemães em 1914 durante a Primeira Guerra Mundial.
Estivemos lá no auge do inverno e, infelizmente, estava fechada para visitação. Ainda assim, pudemos caminhar pela área externa, que conta com um cemitério que seria um cenário perfeito para um filme de terror.
Aliás, um grande clássico da literatura também deve sua fama a Whitby. Foi lá, durante suas férias, que o escritor irlandês Bram Stoker se inspirou para escrever a história do Conde Drácula.A vista da sombria catedral que tinha de onde estava hospedado teria sido a grande responsável pela ideia de escrever o futuro clássico. Whitby, inclusive, é citada na obra. Achei isso um tanto fantástico!
Rola um tour The Dracula Experience. Não fizemos, mas o link deles está no fim do post.
Passeando na praia
Do alto da colina da catedral descemos até a praia. A maré baixa permitiu que a gente caminhasse por uma passarela que vai uns 100 metros mar adentro.
O legal de Whitby é que em um dia você consegue andar por ela de ponta a ponta tranquilamente, ver e viver um pouco da pacata vida de uma vila pesqueira inglesa.
O melhor fish and chips da Inglaterra?
De volta ao centro, já era hora de almoçar.
Por estar à beira do mar, nada mais justo do que ser uma terra conhecida pela sua tradição em fish and chips. É de Whitby, inclusive, o melhor fish and chips de 2014 na Inglaterra. O The National Fish and Chips Awards 2014 foi para o restaurante Quayside.
Mas nós acabamos indo em outro. Havíamos lido uma declaração do chef Rick Stein, um bam bam bam que até já cozinhou para Tony Blair na cozinha da casa 10 da Downing Street, residência oficial do primeiro ministro britânico, que disse que o fish and chips do Megpie “abriu os olhos dele sobre o quão bom um estabelecimento de peixe com batatas deveria ser.” Fomos na dele e não nos arrependemos.
Como bons frequentadores de pubs que somos, o fish and chips está entre nossas iguarias inglesas preferidas. E, na boa, o do Megpie estava simplesmente fantástico. Crocante, saboroso e sequinho, sem aquele banho de óleo que é bem comum de encontrar. E pelo que li, tem muita coisa boa por lá além do fish and chips. Ponto para a carta de cervejas. Bebemos cervejas incríveis da região de Yorkshire no restaurante.
O fish and chips grande saiu por £11.95 e o pequeno por £9,95. A garrafa de cerveja local da cervejaria The Great Yorkshire Brewery foi a £3.95. Preços honestíssimos para uma refeição top e com uma vista linda.
Whitby: terra de um mestre da navegação
Depois do almoço, seguimos para a colina oposta à da catedral. Por lá, há uma estátua em homenagem ao capitão Cook, um dos grandes nomes da navegação britânica. Dentre diversas façanhas náuticas, ele comandou o HMS Endeavour, primeiro navio da história a chegar à costa leste australiana, em 1770. Cook foi para Whitby com 17 anos para receber seus primeiros treinamentos e morou ali por alguns anos. Há até um museu na cidade sobre o cara.
Moradores orgulhosos ou não?
Um café digníssimo de uma lista top qualquer coisa
Depois de admirar a vista do lado de cá da cidade, já pelo meio da tarde, que no inverno inglês significa noite chegando, fomos caminhar pelas ruelas do centro. A temperatura devia estar girando os 2ºC e aquela chuvinha fina insistiu em nos acompanhar o dia todo.
Foi quando achamos, ao acaso, um café sensacional. Possivelmente o mais incrível que já pisei. Logo na entrada o ambiente quentinho, misturado com o cheiro de café fresco e bolo saindo do forno nos fez crer que estávamos no paraíso. Ainda mais quando olhávamos pela janela.
O Sherlocks explodiu nossa cabeça. Sério. A decoração do lugar parecia cenário de filme. Três andares completamente diferentes um do outro que nos fizeram viajar no tempo. Olha só se não dá vontade de ficar o dia todo ali.
Procurei mais informações sobre a história da casa, mas infelizmente não achei nada. Arrisco dizer que se um dia você ver uma lista do Buzz Feed com os 30 cafés mais incríveis do mundo ele tem tudo pra estar lá. ;)
Saímos do café já bem satisfeitos com o dia que havíamos tido. E como a noite vinha chegando, corremos para o píer pra ver a cidade do ângulo que ainda faltava, fazer mais umas fotos e curtir a orquestra das gaivotas.
Era hora de pegar o carro e voltar para Pickering, nossa base, 35km distantes dali. Mas essa é história pra outro dia.
Pra encerrar a história de hoje, uma curiosidade: eu costumava jogava futebol em Londres com um inglês, e a gente sempre conversava sobre viagens. Quando falei que havíamos passado por Whitby o queixo dele caiu. Disse que a mãe dele é nativa e residente de lá. Ele não conseguia entender que motivo um casal de brasileiros teria para conhecer aquele fim de mundo.
Curioso como são as percepcções, experiências e raízes de cada um. Saímos de lá apaixonados enquanto um quase local faz de tudo pra passar longe da cidade.
Ainda deu tempo de passar na lojinha de souvenir e comprar um barquinho de presente para o James. Foi legal ver que ele o deixou na sala da casa, onde senta todos os dias para seu chá. Whitby deixa saudades.
Se um inglês velejador e viajante convicto no auge de seus 60 anos te der uma dica de viagem pela sua pátria você iria na dele? E se a sugestão dele for atestada por um morador da região?
Pois foi exatamente isso que rolou com a gente na viagem de Ano Novo que fizemos para a região de Yorkshire, norte da Inglaterra.
Quando falamos ao James, nosso landlord/senhor Barriga, que iríamos para York ele logo pegou um mapa e nos recomendou dois destinos na região: Whitby e Robin Hood’s Bay.
Anotamos as dicas, mas ainda sem a certeza de que iríamos. A viagem era curta e a ideia inicial era passar mais tempo em York (aqui a gente dá boas dicas pra você curtir York).
Planejar é bom, mas improvisar pode ser melhor
Quando chegamos ao cottage que alugamos em Pickering, vilarejo medieval situado 41km ao norte de York, batemos um papo com o simpático dono da casa. John nos recebeu com uma cesta de delícias locais.
Entre uma história e outra nos disse que era ciclista e que com frequência pedalava com sua esposa para tomar boas ales nas cervejarias da região. Era o que precisava pra eu me tornar fã do cara!
Aposentado, vivendo no interior da Inglaterra, pedalando e bebendo com sua esposa por paisagens incríveis…ele vivia o sonho! ;)
Mas, ok, vamos em frente.
Quando comentamos sobre a ideia de ir para Whitby e Robin Hood’s Bay ele assinou embaixo a indicação do James e nos assegurou que valeria a pena.
E aí, como questionar um velejador com muita bagagem de vida nas costas e um local de Yorkshire? O segundo dia em York teria que ficar para a próxima.
Rumo ao litoral do norte
O dia começou cedo. Às 7h30 já estávamos na estrada em direção ao litoral. A estrada, aliás, foi um destaque à parte. Ou não, se você é daqueles que concorda que parte da diversão da viagem é o trajeto, e não o destino.
O percurso de 40 km entre Pickering e Robin Hood’s Bay, nossa primeira parada, cruzava o North York Moors National Park, uma região lindíssima. Pelo caminho, ovelhas, tratores, quase nenhum carro e aquele horizonte de perder de vista!
Não demorou para chegarmos em Robin Hood’s Bay, uma pequena e charmosa vila de pescadores. Por lá há alguns hotéis com vistas incríveis, pequenas lojas e alguns restaurantes. Mas veja a região mais como um destino de passagem do que de hospedagem. Há pouco a se fazer por ali senão contemplar vistas como essas:
Uma curiosidade legal sobre a região é que no século XVIII foi um principais pólos de contrabando da Inglaterra. Os altos impostos e a localização estratégica, isolada por costões, tornava a prática atraente para os malandros desviarem rum, tabaco, chá, seda e outros produtos dos leões da realeza.
Mas, sendo mais justo, num dia quente de verão, quando a temperatura pode passar dos 30º C, passar uma noite ali não deve ser má ideia.
Ficamos por ali por pouco mais de uma hora. O suficiente para descer até a praia, tomar verdadeiros socos de chuva na cara, subir até o mirante e curtir um visual que mesmo longe de seus melhores dias nos mostrou, mais uma vez, que a Inglaterra é mesmo incrível seja onde você estiver!
Esse banco fica no ponto mais nobre do mirante. Viagens são histórias que ficam. Obrigado, Kate, por dividir seu lugar preferido com a gente.
Quando decidimos que nossa primeira viagem do ano seria uma roadtrip para o norte da Inglaterra, York era o centro de nossas atenções. Porém, como planejamos tudo com nada de antecedência =D, não encontramos acomodação do jeito que queríamos lá, e tivemos que buscar em uma cidadezinha ali perto (assunto para outro post).
Mas a viagem de Pickering a York era muito tranquila, se quiséssemos poderíamos com certeza ficar no bate-volta e fazer mais de uma visita à cidade que nos levou “pra cima”. Porém, em uma noite onde nos hospedamos percebemos que era injusto conhecer só a “cidade grande” e não explorar mais aquela incrível região.
Resolvemos, então, que teríamos apenas um dia para curtir York, e nosso roteiro nesse dia foi assim…
Tour de bike
Como o João contou neste post, o VisitBritain/VisitYork e a Scoot Cycling Holidays, sabendo que a gente curte explorar cidades sobre duas rodas, nos ofereceram um tour de bike super legal.
A Cai, nossa guia, foi excelente. Nos levou a cantinhos “secretos” da cidade, contou um monte de histórias bacanas e já deu umas orientações sobre o que a gente devia fazer depois do passeio.
Pra quem tem pouco tempo essa é, com certeza, uma ótima maneira de conhecer bastantão da cidade. As nossas primeiras duas horas em York não podiam ter sido mais produtivas.
Todas as informações sobre o tour estão aqui. Não deixe de ler.
Almoço no The House of Trembling Madness
O delicioso rolê de bike fez a gente ficar com fome, claro. Assim que nos despedimos da Cai fomos atrás de um lugarzinho legal pra comer. Não tínhamos pesquisado NADA em termos de restaurantes (pois é, foi a viagem do planejamento zero, às vezes é bom viver perigosamente. haha), então o jeito foi ir olhando para os lados procurando algo que nos atraísse.
Como bons cervejeiros, foi uma vitrine cheia de garrafas de cervejas do mundo todo que nos chamou a atenção. Era o pub/loja de cervejas Trembling Madness. Resolvemos entrar mais pela oportunidade de experimentar uma Ale local do que por uma possível experiência gastronômica inesquecível. Mas fomos surpreendidos. As simples tortas (English Pies, um clássico da culinária britânica) que pedimos eram SENSACIONAIS.
Sério, dá água na boca só de lembrar…
Não dá pra dizer que as tortas eram baraaatas (pagamos 9 libras em cada), mas, olha, valeu cada centavo. Recomendamos mesmo. :)
Além disso, a carta de cervejas era espetacular. Só quené, tínhamos turismo a fazer, então tomamos cada um uma pint e nos mandamos.
No site do pub você encontra todas as informações que precisa para programar sua visita. Pra encerrar o #ficadica de pub, deixo o vídeo deles que vai te fazer querer ir pra lá já:
Cheers! :)
York Minster
Alimentados, pegamos nossos York Passes* (presente do VisitYork. Thanks, Sue! :) e nos mandamos para a York Minster, maior construção gótica da Grã-Bretanha, que começou a ganhar forma em 1220 e levou 250 anos para ficar pronta – e que é um dos principais ícones da cidade.
Hoje, a catedral de York é considerada uma das construções góticas mais bonitas da Europa e se destacam seus vitrais (a nossa guia do tour de bike contou que um dos vitrais tem o tamanho de duas quadras de tênis!) e a cripta que preserva relíquias do século XI.
A construção é cheia de detalhes e é muito gostoso sentar e admirar tudo enquanto agradecemos pela oportunidade de estar ali. Acendi uma vela, fiz uma oração e comecei a contar os minutos para a melhor parte da visita à York Minster: a vista do alto, claaaro. =D
Acho que o fato de ter uma senhora beeem ofegante atrás de mim deixou a situação ainda mais tensa, mas só sei que os 275 degraus quase me mataram. A recompensa, como sempre, foi gratificante…
Para quem tem York Pass a entrada para o Minster sai de graça (normalmente custa 15 libras Minster + Torre), mas a subida à Torre custa 5 libras.
Visite o site, saiba mais sobre essa preciosidade e anime-se para visitá-la em sua passagem por York. Vale muito a pena!
The Shambles
O dia já estava caminhando para o seu fim quando saímos da York Minster (pois é, o tempo voa, minha gente) e uma garoinha chata insistia em cair.
Aproveitamos para passear pela área conhecida como “The Shambles”, que tem um monte de lojinhas legais, cafés e tem uma cara super medieval. :)
Entramos em todas as portinhas que nos chamavam a atenção e perto das 17h nos mandamos para o nosso último passeio programado…
York Brewery
A região de Yorkshire tem crescido bastante no que diz respeito à produção de cerveja artesanal recentemente (tanto é que o The Guardian fez esta matéria reunindo 10 pubs de cerveja artesanal na cidade). E aí que a gente não podia deixar de conhecer uma cervejaria local, né?
O tour na York Brewery também está contemplado no York Pass. Mas, sem ele, custa 8 libras. Ele acontece de segunda a sábado nos seguintes horários: 12h30, 14h, 15h30 e 17h. Para participar, basta aparecer lá (detalhes aqui).
Pois bem, o tour é uma verdadeira aula sobre cerveja. A galera entra em uma salinha e ouve um profissional da cervejaria explicar passo a passo da fabricação das cervejas produzidas ali.
A fábrica é bem pequenininha (e a produção deles também, tanto que é um pouco difícil encontrar uma York fora da região de Yorkshire – talvez em pubs de rede tipo Wetherspoons) e preciso contar uma coisa pra vocês: um pouco suja. hahaha
Perdoamos a sujeira porque deu um ar medieval à cervejaria. hehe
Mas eles fazem boas cervejas!
O tour inclui uma degustaçãozinha e das duas que experimentamos gostamos muito de uma (Ghost Ale) e mais ou menos da outra (Yorkshire Terrier). Você pode conhecer todas as cervejas feitas pela York Brewery clicando aqui.
Foi uma ótima maneira de fechar nosso dia em York. :)
Mas o que mais tem pra fazer/ver em York?
Ixi, muuuita coisa. hehe
Por causa do nosso tempo curto foi isso que conseguimos fazer (mas achamos um roteirinho bem bacana, principalmente porque o tour de bike já tinha nos mostrado a parte mais histórica da cidade e apresentado várias das principais atrações), mas pelo que deu pra perceber dá pra passar diiias curtindo York sem cansar.
No site do YorkPass você vê quais atrações estão contempladas nele e já percebe como há zilhões de coisas para fazer na cidade. Tem de tudo, para todos!
Aliás, para quem é agilizado visitando atrações e curte ver tuuudo, o York Pass pode ser uma boa, pois pode ajudá-lo a economizar preciosas librinhas. Tá tudo explicado aqui.
Uma grande vantagem de York é que dá pra curtir bem a cidade a pé. Não usamos nenhum meio de transporte (fora a bicicleta) além dos nossos pés. :)
Como a cidade é lindona, nada melhor do que caminhar e ficar admirando tudo, o tempo todo… Caminhar à beira do rio, pelo muro que contorna uma área da cidade ou pelas ruazinhas medievais é bom demais!
Enfim, passamos apenas um dia em York, mas amamos muito e curtimos demais cada minuto. Esperamos poder voltar na nossa próxima temporada em terras inglesas para explorar maaais.
Da nossa viagem para o Norte ainda temos muito a contar. Fique de olho aqui para começar a sonhar em visitar outras cidades lá pra cima. ;)
Beijobeijo e até o próximo post,
Nah
**PS: A gente foi de Londres a York de carro, mas você pode ir de trem (mais ou menos 2h de viagem) ou ônibus (6h) se preferir. ;)
***Mais uma vez, muito obrigada pessoal do VisitBritain, VisitYork e Scoot Cycling Holidays por ajudar a tornar essa viagem inesquecível. :)
Os muros e torres de York contam bons pontos para que a cidade seja um dos resquícios medievais mais preservados da Inglaterra. E olha que a concorrência é forte!
Os muros começaram a ser erguidos pelos romanos, fundadores da cidade, ainda antes de termos motivo para celebrar o Natal.
Registros históricos apontam que as construções começaram por volta de 70 a.C e que tinham o objetivo de proteger o território recém-conquistado pelo Império.
Entre os séculos XII e XIV, após a derrocada romana seguidos por assentamentos Saxões e invasões Viking, a realeza aperfeiçoou os muros e construiu quatro torres.
Não é difícil se perder na imaginação quando você está parado num lugar como este da foto abaixo: um corredor de transição para entrar na cidade.
Ao maior estilo Game of Thrones
Os visitantes precisavam passar primeiro por um grande portão que dava acesso a esse corredor fechado. No alto, simpáticos guardas avaliavam se você era um cara legal o suficiente para entrar na cidade.
Tendo a aprovação deles, mais um portão imenso o separava da cidade. Mas, não, sua entrada não seria triunfante com os portões se abrindo como a gente costuma ver em filmes e seriados medievais – a não ser, é claro, se você fosse o rei ou algum chegado dele.
No meio do imenso portão, uma pequena portinha, que poderia servir muito bem a casa de um hobbit, seria sua passagem.
Eles faziam isso para que a entrada de pessoas pudesse ser bem controlada e os rolezinhos evitados.
Enfim, esse breve relato foi só pra exemplificar um pouco da riqueza da História de York e pra te convencer a fazer um tour de bike por lá. Foi no tour que soubemos dessa e muitas outras curiosidades incríveis!
Nossa passagem por lá foi curta. Em uma viagem de quatro dias de carro para o norte da Inglaterra planejávamos apenas um em York. Portanto, não tínhamos muito tempo a perder. Pesava, também, o fato que estamos no inverno. Os dias são curtos. Pelas 16h a noite cai.
A cidade é pequena e em um dia dá pra ver bastante coisa, talvez até o suficiente para um bate-volta de Londres de trem (2h30). Mas adianto que você corre o risco de querer passar ao menos mais um dia. O lugar é lindo!
York de bike
Mas como eu vinha falando, o que nos ajudou muito a ver e entender a cidade foi o tour de bike que fizemos com a Scoot Cycles*.
Em duas horas de passeio em um sábado ensolarado e gelado passamos pelos principais pontos da cidade e aprendemos muito.
A Cai, nossa guia, manjava de tudo. O tour que fizemos foi o York Tour, que passa pelos principais pontos turísticos e históricos da cidade. No meio do trajeto rolam várias paradas estratégicas em que ela fala muita coisa legal.
Vou resumir algumas das informações nas fotos. Preste atenção nas legendas.
Mas fica a sugestão de fazer o passeio. Os detalhes estão no fim do post.
Pedalando em York com a Scoot Cycling Holidays
O tour que fizemos custa £20 se você estiver sozinho ou £15 por pessoa para grupos a partir de duas pessoas.
E se você, como eu, curte pedalar, vale dar uma conferida nos outros tours que eles fazem.
Com destaque para o Le Tour Weekend, que faz o trajeto da 1ª etapa do Tour de France, prova de ciclismo mais importante do mundo.
A edição deste ano vai começar em York pela primeira vez na história. Um feito e tanto que está movimentando o turismo local!
A Scoot também aluga bikes para você passear por contra própria. A diária começa em £15.
Por que pedalar em uma viagem?
Eu sou defensor ferrenho do cicloturismo (e de todas as variações do pedal, é verdade). =) Você sempre consegue ter uma percepção diferente da cidade, fora a liberdade que tem e o tempo que consegue ganhar.
Vale dizer que York é uma cidade excelente pra pedalar. Tem muitas ciclovias e ciclofaixas, o trânsito é tranquilo e os motoristas respeitam bastante. Pode ir sem medo, mas sempre com atenção, claro.
Fica a dica e esse vídeo que fiz com algumas imagens que produzidas durante o tour.
Outros posts sobre York e a viagem que fizemos para o norte vêm aí. A Inglaterra não cansa de nos surpreender, viu?