Jornalista, 31 anos. Vivendo na Itália. Autor do Pra Ver no Mundo e sócio da London, agência de marketing de conteúdo. Vejo o home office e a vida de viajante como um estilo de vida.
Não lembro bem quando foi que eu ouvi falar de Guernica pela primeira vez. Talvez, na adolescência. Ou nas aulas de História da Arte, no primeiro semestre da universidade com a professora Ivana Paulatti.
A mente prega peças, mas me recordo que era novo e não sabia nada sobre arte. Não que hoje eu entenda alguma coisa, mas o passar dos anos me trouxe um interesse maior em conhecer clássicos e entender sua importância na História.
Lembro que quando aprendi sobre o quê a obra retratava, fiquei hipnotizado pelo fato de contar a história do horror de uma guerra de forma nada convencional.
Por anos ficou na cabeça a ideia de ver aquele tesouro histórico de perto. Recentemente, quando passamos uma semana em Madrid (ago/19), esse dia chegou.
Talvez o momento tenha sido o mais apropriado possível para entender o significado de um quadro que, quando foi apresentado ao público na Exposição de Paris de 1937, não foi compreendido.
“O que Picasso quer dizer com esses delírios cubistas?”
Citação imaginária para arriscar uma frase de alguém à época.
Continua comigo que mais à frente vou trazer o impecável argumento do autor para responder os críticos.
O bombardeio de Guernica: um ataque atroz orquestrado
Guernica é o retrato da Guerra Civil Espanhola e do absurdo nazi-fascista.
Escancara a dor, o medo, a covardia, a angústia, o terror.
Em 26 de abril de 1937, tropas da Alemanha de Hitler, aliadas do General Francisco Franco, ditador que comandou o golpe que deu início aos conflitos espanhóis em 1936, bombardearam a pequena cidade de Guernica, no País Basco, norte da Espanha.
Não haviam alvos militares no pueblo, mas ele era conhecido como um centro de resistência republicana, formada por socialistas, anarquistas, comunistas e agregados, que, ainda que tivessem divergências políticas, eram republicanos. E se uniram em oposição à ditadura golpista de Franco.
O ataque teria sido um misto de teste do exército nazista em um período em que a Segunda Guerra Mundial começava a se desenhar com uma estratégia de Franco para suprimir a resistência republicana.
O bombardeio ocorreu em dia de mercado ao ar livre no centro de Guernica. Foi um ato bárbaro contra civis que resultou na morte de centenas de pessoas (os números precisos são incertos).
Curiosidade! De imediato, os fascistas espanhóis inventaram uma série de mentiras sobre o atentado que iam desde negar a autoria a até culpar os próprios republicanos e habitantes de Guernica por destruir a cidade (???). São os fatos nos lembrando que as fake news sempre cercearam o jogo político.
—> Gosta de histórias de guerra? Em Londres, o Imperial War Museum conta a história do Blitz, quando Londres foi bombardeada pelos nazistas. Falamos sobre ele aqui.
Para entender melhor a guerra civil espanhola, as ruas de Madrid são um prato cheio.
Caminhando pelo Barrio de las Letras, que respira arte e que foi a casa de grandes escritores espanhóis, entramos em uma dessas lojas que vendem gravuras, cartazes de cinema e fotografias antigas. Gosto muito! Sempre acabo comprando algo.
Uma foto me chamou muito a atenção. Retratava uma rua importante de Madrid, em 1936, exibindo uma faixa contra os fascistas de Franco. O dono da loja era um senhor no auge dos seus 70 e tantos, que nos contou a história da foto. Em um período de conflitos e de pouca liberdade individual, a imagem é forte e diz muito sobre a cultura local.
Quando estávamos indo embora, ele falou: “Aproveitem a vida. Ela leva dois dias.”
Confesso que essas simples palavras me arrepiaram. Foi simbólico ouvir isso logo depois de ter tido uma conversa sobre um perturbador passado recente e lembrar das recentes (e constantes) ameaças à democracia que temos visto em alguns países.
Conhecendo Guernica, de Pablo Picasso
Eu estava bem ansioso pra ver a obra no Museu Reina Sofia, cuja coleção conta a história do século XX através da arte contemporânea. Dedicamos nossa última tarde em Madrid a ele.
Dias antes tínhamos ido ao Museu do Prado, o mais importante da Espanha e que reúne obras mais antigas. Ele é incrível. E nossa visita foi maravilhosa porque tivemos a companhia do Guia do Museu do Prado, escrito pela Patricia de Camargo, do blog Turomaquia.
O trabalho que ela fez é maravilhoso. Seguramente, mudou minha noção de como interpretar uma obra de arte. Se você pretende visitar o Prado,compre o guia e o leia enquanto está de frente para as obras recomendadas. Sérião!
Essa ordem de visita aos museus foi legal porque acabamos seguindo a cronologia da História da Arte, da Idade Média aos dias atuais. Se você vai a Madrid e se interessa por museus, recomendo que faça o mesmo.
Um dos maiores quadros da história foi uma decepção imediata – não para nós!
Importante dizer que Guernica não foi uma obra espontânea.
Na época radicado em Paris, Picasso recebeu uma encomenda do governo republicano espanhol para criar algo para ilustrar o pavilhão do país na Exposição de Paris de 1937, que ocorria enquanto a Espanha se afundava em uma guerra sangrenta (1936-1939). Quando o bombardeio ocorreu, durante o período em que rolavam os preparativos para o evento parisiense, Picasso foi brifado a retratar o atentado.
Quando apresentou Guernica à comissão que havia solicitado o trabalho, muitos ficaram decepcionados. Não havia sinais óbvios da guerra, da cidade, do Comunismo. Na época, era comum que obras de arte tivessem referências, ainda que discretas, aos detentores do poder.
Veja essas imagens que mostram os pavilhões alemães e soviéticos na Expo. Os caras não tinham limites pra se exibir e demonstrar força. O curioso é que foram alocados um em frente ao outro, separados pela Torre Eiffel.
O guia nos contou que Picasso estava do lado dos republicamos na Guerra, mas não era um grande entusiasta das questões políticas. Como argumento para explicar seu criticado trabalho, disse que tinha feito um quadro para o futuro. O tempo seria o responsável por traduzi-lo às pessoas.
Pablo foi certeiro! Afinal, Guernica se tornou a maior crítica artística aos horrores de uma guerra. Um protesto que se tornou eterno.
Enquanto ouvia essas histórias me perguntava se então é assim que funciona a mente de alguém à frente do seu tempo
A gente deu sorte de ter um tour guiado gratuito do Museu bem no horário que iríamos. Aliás, vale ficar de olho no site para acompanhar a agenda dos tours. Tem bastante coisa legal.
Se você tiver interesse em aprender mais sobre os significados e símbolos de Guernica, recomendo esse vídeo que assisti no dia em que fomos ao Museu. Uma ótima aula da professora Zilpa Magalhães que encontrei ao acaso no YouTube.
Uma obra que viajou o mundo para apresentar os horrores da guerra
Depois da exposição de Paris, Guernica rodou o mundo. Passou por São Paulo, inclusive. No museu, ao lado da obra, há diversos registros históricos do quadro viajante.
Picasso, que morreu em 1975, havia afirmado que só autorizaria o retorno da obra à Espanha quando o país voltasse a ser uma democracia, o que aconteceu em 1977. Mas foi só em 1981 que Guernica retornou, enfim, a Madrid.
O artista vivia em Paris durante a ocupação nazista. Certa vez, foi abordado em seu apartamento por um oficial alemão, que ao ver uma foto de Guernica, perguntou:
– Foi você que fez?
Picasso respondeu:
– Não, foram vocês.
Encerro o texto de hoje com um tuíte do escritor Lira Neto:
Leitor pergunta como seguir saudável nesta maré de obscurantismo.
Sugiro a sabotagem: ler literatura, assistir a bons filmes, frequentar exposições de arte, ir à roda de samba, dançar forró, amar.
Cultivar subversiva alegria. Contra a pulsão de morte, só a anarquia da felicidade.
Esses dias eu saí para fazer um treino de bike de 40km e fiquei chateado ao me dar conta de como é fácil ver desmoronar algo que demanda tempo e esforço para ser construído.
O ano tem sido bem difícil em razão de uma dor nas costas muito chata que, dentre outras coisas, tem me impedido de me dedicar ao ciclismo como anteriormente.
Há exatamente um ano eu estava no auge da minha forma física. Morávamos na Itália, em Bergamo (Lombardia), cidade é rodeada por uma cadeia de montanhas que fazem a região ser um parque de diversões para ciclistas.
Estava na fase final de treinamento para o maior desafio ciclístico que já encarei na vida – a Maratona dles Dolomites, prova duríssima que rola anualmente em julho na que é, pra mim, a mais fascinante região da Itália.
As dolomitas fazem parte dos alpes e são Patrimônio Mundial da Unesco. Se estendem por uma área imensa que contorna as regiões do Vêneto e do Trentino Alto Adige – que faz fronteira com a Áustria. O cenário, tomado por paisagens bucólicas e montanhas imensas, é surreal.
Uma verdade sobre a Itália é que as cidades clássicas oferecem uma bela, porém injusta, imagem do país. Há muito a se descobrir além de Roma, Venezia, Firenze e Milano. De ponta a ponta da bota.
No primeiro semestre de 2018 eu segui uma rotina intensa de treinos para encarar a prova, que me aterrorizava na mesma proporção que me encantava pela oportunidade de pedalar no lugar que se tornou o mais especial do (meu) mundo. O percurso tinha escaladas que chegavam a quase 12km de distância.Eram montanhas clássicas do ciclismo mundial, presentes em várias edições do centenário Giro D’Itália. Um sonho!
Eu tinha me inscrito para a prova principal. Um percurso de 138 km com 4.230 metros de subida acumulada. Pra ser sincero, mesmo com os treinos em dia, eu não tinha plena convicção de que iria conseguir concluir o desafio. É brutal!
Bem por isso, fui cauteloso. Como eu estava receoso de “quebrar” durante as longas horas de prova, controlei o ritmo, fiz pausas generosas para me alimentar/alongar e, por isso, no último checkpoint, lá pelo km 85, acabei chegando depois do do tempo de corte necessário para concluir o desafio principal.
Ainda assim, concluí o percurso B. Foram 108km, sendo que 44km foram só de subida, e mais de 3.130 metros de altimetria acumulada. Não vou me alongar nos detalhes da prova aqui, mas se você quiser saber mais sobre, me conta. Eu até já escrevi um relato pós-prova, mas nunca cheguei a publicar.
Ainda que, na época, eu já estivesse sofrendo com as dores nas costas que comentei no último post, a situação estava controlada. Eu me sentia ótimo. Corpo em forma, pernas fortes e mente equilibrada. Depois da Maratona encarei alguns outros desafios na magrela, como subir os 23km do Passo dello Stelvio, segunda estrada asfaltada mais alta da Europa.
Combustível infinito…até que acabe
Uma das coisas que gosto muito no esporte é a sensação de fazer do seu corpo o combustível pra se movimentar e escalar grandes montanhas. Ciclismo tem muito a ver com superar limites, claro. É um negócio duríssimo. Mas tem o outro lado.
Sempre que estou na bike por longas horas sinto que rola uma espécie de meditação. Na Maratona, por exemplo, foram 6h sentado no selim e mais umas 2h de pausas pra comer/alongar/hidratar. Pensa onde sua cabeça pode ir numa jornada dessa, quando se está sozinho na maior parte do tempo.
Depois dessa temporada na Itália passei a sonhar cada vez mais alto no esporte. Não em um sentido de competir, mas de viver experiências pelo mundo. Um desafio que estava começando a planejar é a North Cape 4k, que sai da Itália e vai até o Pólo Norte.
São 4.000 km em vários dias, sem data determinada de chegada. Quando percebi que meu corpo aguentava uns trancos na magrela, pedalar até o Pólo Norte se tornou um sonho alcançável.
À parte do esporte, o trabalho também ia bem. Estávamos com muita coisa legal rolando na Handmade Content. Um deles foi o Sebrae Trends. Assiste o vídeo abaixo que você vai entender.
Foi um projeto que criamos para o Sebrae-PR com o objetivo de compartilhar conteúdo sobre tendências e inovação para pequenos e médios empresários a partir de descobertas que fazíamos em nossas viagens.
Estávamos certos de que tudo estava bem encaixado
Mas a vida é uma gangorra. E, porra, como é difícil lidar com isso, não?
Com o passar dos meses minha dor foi piorando até chegarem os dias, lá por dezembro (2018), que eu estava acordando quase toda noite simplesmente por não conseguir dormir de tanta dor.
O ápice do sofrimento, lembro até do dia, foi em 28/12, quando eu estava no meio de outro desafio de bike. O Festive 500, que já foi pauta aqui, consiste em rodar 500 km entre o Natal e o Ano Novo. Eu havia feito nos dois anos anteriores, mas em 2018 tive que abortar lá pelo km 240 porque acordei chorando de dor. Literalmente.
De lá pra cá, a coisa foi ruindo. Dores aumentando. Muitas noites mal dormidas e dias à base de ibuprofeno. O pior é que até hoje não consegui obter um diagnóstico 100% preciso do que se trata. Algumas suspeitas que envolvem lesões musculares, mas nada cravado.
Entre os tratamentos, já fiz de tudo um pouco. Quase tudo sem sucesso. Mas, entre acertos e erros, hoje estou no combo pilates + fisioterapia + aulas variadas na academia + bicicleta (retomando aos poucos) + complexos vitamínicos + anti inflamatórios naturais + qualquer dica que alguém me dê. Aliás, tem alguma aí?
A boa notícia é que me sinto melhor do que já estive. Ainda penando, mas bem mais otimista do que há alguns meses. Mas, como falei no início, toda a construção que fiz no ciclismo praticamente se foi. O desempenho está há anos-luz do que estava no ano passado. Em menos de 5 meses, a coisa desandou.
O Pólo Norte vai ficar na gaveta por alguns anos. Paciência.
No trabalho também temos questionado muito
Se há um ano os caminhos estavam mais nítidos na nossa empresa, hoje já não tanto assim. Nem sempre, ou quase nunca, é fácil enxergar o futuro de um negócio ou de uma carreira. As certezas são sempre menos presentes do que as dúvidas, concorda?
Ainda mais em tempos em que tudo tem mudado tanto, tão rapidamente e que a imprevisibilidade nos negócios e no futuro do trabalho é quase regra.
Só que, de um jeito de outro, é preciso tomar decisões e seguir em frente.
Penso que o maior desafio nessas horas é, sobretudo, respeitar a si mesmo, entender seu momento e encontrar o equilíbrio entre as decisões racionais – que podem fazer mais sentido profissionalmente – e as decisões emocionais – que talvez te afastem um pouco dos objetivos de carreira, mas que podem trazer mais paz de espírito.
Mas como fica essa equação?
A sociedade do cansaço
É claro que não sou eu, que não tenho nem as minhas respostas, quem vai resolver. De novo, não existe resposta certa. Mas os livros, ah os livros, sempre ajudam.
Esses dias terminei a “Sociedade do cansaço” , de Byung-Chul- Han. Uma leitura que me fez refletir bastante sobre o ritmo acelerado e de enorme cobrança que vivemos. Acompanhe esse trecho:
“O excesso de trabalho e desempenho agudiza-se numa autoexploração. Essa é mais eficiente que uma exploração do outro, pois caminha de mãos dadas com o sentimento de liberdade. O explorador é ao mesmo tempo o explorado. Agressor e vítima não podem mais ser distinguidos.
Essa autorreferencialidade gera uma liberdade paradoxal que, em virtude das estruturas coercitivas que lhe são inerentes, se transforma em violência. Os adoecimentos psíquicos da sociedade de desempenho são precisamente as manifestações patológicas dessa liberdade paradoxal.”
Ou seja, em busca de uma liberdade (talvez erroneamente) idealizada, nos agredimos
A premissa do livro é fornecer uma luz para quem busca a paz em meio a tempos de tensão, de cobrança e de discursos MUITO embasados por um pires raso de motivação exagerada. Pra entender isso basta abrir suas redes sociais e ver o papo furado de “gurus/coachs/influencers/betinas” que pagam de seres supremos, mas que só querem te vender um curso online que na maioria das vezes é tão vazio quanto o discurso amparado por gatilhos mentais e técnicas de neuromarketing.
Sociedade do Cansaço não é um manifesto da preguiça, do hedonismo e de largar tudo pra vender artesanato na praia, mas sobre parar para refletir, questionar, fazer diferente. Respirar.
Achei esse trecho genial:
“Quem se entedia no andar e não tolera estar entediado, ficará andando a esmo inquieto, irá se debater ou se afundará nesta ou naquela atividade. Mas quem é tolerante com o tédio, depois de um tempo irá reconhecer que possivelmente é o próprio andar que o entedia. Assim, ele será impulsionado a procurar um movimento totalmente novo.”
Mas, voltando à gangorra, o lado positivo dessa história da dor nas costas é que o caos está proporcionando um processo profundo de autoconhecimento. Tenho buscado maior equilíbrio e tentando encontrar as raízes pra esse problema até na esfera emocional/espiritual/profissional.
Dia desses, enquanto estávamos no bar conversando sobre os altos e baixos da vida com o irmão da Nah e a noiva dele, comentávamos que esses momentos de dificuldade/tristeza/questionamento podem ajudar a criar as bases para novas rotas, novas ideias e novas soluções.
Afinal, desde que o Sapiens surgiu na Terra, somos nômades. A busca por mudar está dentro de nós – ainda que toda mudança seja quase sempre muito difícil de colocar em prática. Seja de posição geográfica, de estilo de vida ou de qualquer coisa que desejemos.
Mas a verdade é que a maioria das mudanças decorrem da dor, da insatisfação, de problemas e de inquietudes. Afinal, como curar dores, fazer diferente, mudar e evoluir se está “tudo bem”?
Problemas despertam ações.
Bem por isso, sigamos!
Gostaria muito de saber o que você pensa sobre isso. Conta aí? Vamos compartilhar ideias, experiências ou desabafos.
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Lá se vão 22 meses desde que publicamos o último artigo aqui. Nesse período, refletimos muito sobre tirar o blog do ar, retomar as atualizações periódicas ou apenas mantê-lo respirando sob aparelhos. Foi o que acabou acontecendo. Desapegamos. Mas não esquecemos.
Nos últimos dias eu recebi mensagens de parabéns no LinkedIn pelo aniversário como editor no Pra Ver no Mundo e isso me fez lembrar (de novo) do quanto esse espaço é especial pra nós.
A verdade é que sentimos muita falta de compartilhar nossas viagens e aprendizados por aqui, mas a simples verdade é que cansamos.
Manter um blog ativo e atualizado constantemente com conteúdo de qualidade dá um trabalho enorme. Pode dar retorno. Pode empatar. Pode dar prejuízo. É um negócio incerto. Talvez promissor.
Isso, somado ao fato de que nosso trabalho principal é também ligado à gestão de conteúdo, estava nos fazendo passar muitas horas (muitas mesmo) sentados em frente ao computador. Fazendo as mesmas coisas repetidamente. E outras boas horas queimando neurônios pra fazer tudo funcionar.
Não estava tudo bem. Pifamos.
Estávamos mentalmente esgotados. Nos cobrávamos muito. Nos sentíamos culpados por não dar conta de executar o planejamento. A frustração era grande. Estávamos vivendo em um ciclo vicioso perigoso para a mente.
De quebra, o corpo começou a emitir sinais de alerta quando nos presenteou com hérnias de disco e dores cervicais, herdadas do ofício jornalístico de mais de 10 anos trabalhando em frente ao computador.
Tomar uma decisão é melhor do que cozinhar um problema
O Pra Ver no Mundo nos acompanha há nove anos, bem como a nossa empresa, a Handmade Content (antiga LondonPress). Por muito tempo conciliamos as duas atividades, trabalhando duro para equilibrar os pratos – e isso funcionou por alguns anos.
A empresa seguia com um nível de crescimento sustentável e a audiência do blog também, ainda que contando com os solavancos inerentes à toda jornada empreendedora. Só que chegou uma hora que percebemos que precisávamos abrir mão de algo. Foi ficando cada vez mais claro que esse foco compartilhado nos faria patinar de algum lado ou surtar de tanto trabalhar.
Era muita coisa pra pensar, muita coisa pra fazer. Sempre tinha algo pendente.
Foi quando decidimos fazer uma pausa sem aviso prévio e sem tempo determinado no blog e focar nossas energias na Handmade, decisão que nos tirou um peso enorme das costas. E nos permitiu viver melhor e com menos culpa.
Quando o Pra Ver no Mundo era um projeto que levávamos muito a sério, toda viagem que fazíamos – mesmo que de férias – era, também, a trabalho. Precisávamos registrar muita coisa em tempo real, seja em fotos, vídeos ou anotações. Tínhamos preocupações que iam muito além do que rola em uma viagem de lazer.
Tínhamos a sensação que nossa vida era uma eterna jornada de trabalho
E foi bom que enxergamos isso antes de sofrer com problemas mais graves – ainda que as minhas costas me lembrem diariamente do contrário.
Se antes eu me preocupava em fotografar até o cardápio dos restaurantes, hoje eu, às vezes, viajo sem nem levar a câmera. Pode parecer bobagem, mas é libertador!
Quando optamos por nos afastar do blog, a vida se tornou mais leve e produtiva.
Nesses quase dois anos que ficamos longe do blog aconteceu muita coisa. Fizemos viagens muito legais por diversos lugares da Itália, Holanda, Bélgica, Hungria, Alemanha e Áustria. Ah, tiveram uns dois ou três pulos em Londres pra matar a saudade também.
De quebra, mudamos de Bologna pra Bergamo e, depois, pra Espanha. Escrevo direto de Valencia, a capital mundial da paella, onde estamos há três meses depois de quase dois anos de Itália.
Mas é claro que nunca esquecemos o Pra Ver no Mundo
Foram muitas as vezes em que nos pegamos conversando sobre retomar o blog. Escrever nesse espaço é um exercício muito prazeroso e divertido. Sempre foi nossa válvula de escape dos temas densos que enfrentamos no dia a dia com os clientes da Handmade e suas pautas ligadas a negócios.
E como hoje alcançamos um equilíbrio mais saudável entre trabalho e tempo livre, lá veio o monstrinho da blogosfera nos cutucar.
Mas, sinceramente, ainda não encontramos o perfil editorial ideal. Aquela coisa de simplesmente postar sobre destinos e dar dicas perdeu um pouco do sentido pra nós. Tudo bem que esse nunca foi bem o nosso foco, mas cansamos um pouco da vida de blogueiros de viagem.
Ainda que tenhamos algumas ideias sobre cobrir temas que giram entre nosso estilo de vida, trabalho remoto, nomadismo digital, livros que temos lido e pequenos prazeres da vida, estamos num processo de autoconhecimento e redescoberta editorial.
É possível (provável?) que essa conversa de hoje não leve a nada e que fiquemos mais um longo inverno longe daqui, mas não é esse o plano. De verdade!
Aliás, você nos ajudaria muito dizendo sobre o que gostaria de ler. Alguma dica? Isso se ainda tiver alguém por aqui. Tem?
O Pra Ver no Mundo nos ensinou muito e nos rendeu boas amizades. Não faz nem dez dias que estivemos em Londres reencontrando amigos queridos que conhecemos graças a esse espaço e, acredite, conhecendo uma nova (antiga) leitora.
Esse tipo de coisa é que sempre fez tudo valer a pena. A gente sabe que nosso trabalho gerou um impacto positivo na vida de muitas pessoas e que inspirou outras tantas a seguirem seus sonhos.
E isso me faz lembrar que uma das razões pelas quais eu decidi fazer Jornalismo era porque eu queria gerar um impacto positivo no mundo. Ainda que, nesse caso, esse mundo seja restrito ao alcance do Pra Ver no Mundo, sou feliz por saber que isso se concretizou.
E, ainda que eu esteja contradizendo o que diz o que escrevi no título, sinto que tenho o dever de continuar essa missão. Você concorda?
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Faz pouco mais de uma semana que nos mudamos para a casa que será nosso lar definitivo até (pelo menos) o fim do ano (nossos primeiros 30 dias aqui tinham sido em um apê temporário, alugado pelo Airbnb). Com as coisas se acalmando, agora pude sentar para contar um pouco sobre como foram nossas (intensas) primeiras semanas de vida em Bolonha.
Teve coisa, viu. Desde aquele 12 de maio em que nos sentamos no bar que fica a 20m da entrada do prédio em que morávamos pra beber nosso primeiro Aperol Spritz (drink clássico do verão italiano) em terras bolonhesas, muito aconteceu.
Chegamos na tarde de uma sexta-feira ensolarada e no fim de semana não fizemos nada além de andar MUITO pelo charmoso centro histórico de Bolonha.
Bastou isso, aliás, para percebermos que escolhemos a cidade certa para iniciar nossa vida na Itália…
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A verdade é que demos sorte de alugar um apartamento colado na Via del Pratello, que é uma das ruas mais boêmias da cidade. No “Pratello” (como apelidamos a rua), há bares e restaurantes com mesas na calçada por todos os lados!
E tem de tudo. De pasta fresca feita feita em sua frente por nonnas (daquelas mais clássicas), piadina e pizza em fatia a street food de frutos do mar, restaurantes veganos e orientais. De pubs de cerveja artesanal – inclusive, um da Brewdog, como a Nah contou neste post – a microenotecas, botecos baratos e bares de drinks – todos, sempre, oferecendo o tradicional petisco grátis no happy hour! Há quem diga que italians do it better. Essa tradição maravilhosa de dar comida de graça pra quem bebe, faz jus.
Em um mês, pudemos conhecer bem o centro histórico de Bolonha, e dá pra dizer que a região da Via del Pratello é nosso lugar favorito na cidade.
Uma cidade para conhecer a pé ou de bicicleta
Em pouco mais de um mês de vida em Bolonha, só andamos de ônibus uma vez!
Para atravessar o centro histórico da cidade de leste a oeste, bastam 30/40 minutos de caminhada. Isso – e o clima da primavera – são um incentivo e tanto pra usar as próprias pernas para se locomover.
E, cá entre nós, tem coisa melhor que conhecer uma cidade a pé?
Tá, eu diria que conhecer uma cidade de bicicleta ganha, mas como ainda não compramos as nossas, falarei sobre como conhecer Bolonha sobre duas rodas daqui uns meses, combinado? Mas adianto que a cidade tem uma estrutura razoavelmente boa para pedalar – e tem muita gente pedalando.
Caminhando e correndo
Por ainda estarmos sem bikes, começamos a correr – coisa que jamais tínhamos feito juntos antes. Eu até já participei de umas corridas de 10km há uns cinco anos, mas parei total desde que comecei a pedalar. Já a Nah nunca foi muito íntima do esporte, mas está curtindo.
O despertar da corrida foi algo legal que nasceu nesse primeiro mês morando na Itália. Não que seja essencial, mas mudar de ambiente ajuda muito a eliminar e/ou criar hábitos.
O drama para alugar uma casa. Ou, por favor, planeje-se!
Quando o fim da temporada no apartamento temporário começou a se aproximar, o desespero veio junto. A gente se viu numa enrascada. Parecia que nunca iríamos conseguir alugar uma casa!
Pela internet, as imobiliárias não respondiam. Os contatos via Airbnb tinham se esgotado. Alguns safados tentaram nos aplicar golpes. Eu não tinha conta em banco, nem o tal do codice fiscale, essencial para qualquer contrato de aluguel. Pois é, tava complicado.
Pra piorar, meu italiano é sofrível. Eu estudei por dois anos, mas lá se vão uns 10 anos que fugi da escola. Está sendo como aprender de novo o pouco que eu sabia. Mas confesso que estou feliz com a sutil evolução do 1º para o 34º dia.
Esse, aliás, é um motivo importante para estarmos aqui. Sempre senti vergonha por ter um passaporte italiano e não falar a língua! E sei que posso falar o mesmo pela Nah, italiana em formação.
Mas, voltando aos pepinos, foi só nas últimas duas semanas antes de virarmos sem-teto que começamos a entender como tudo funciona e o que precisávamos fazer. Muito com a ajuda da Lu, a rainha de Roma, que edita o ótimo blog Roma pra Você. E da Dani, autora do a Bolonhesa, que reúne dicas preciosas sobre Bolonha, Emilia Romagna e vida na Itália. Elas nos ajudaram muito a entender a burocracia italiana. Valeu, meninas!
Pra encurtar a história do aluguel, tudo se resolveu. E de uma forma BEM inusitada. Pedimos ajuda pra Valentina, dona da casa em que moramos no primeiro mês. Ela é uma italiana da Sardegna de 30 e tantos anos que se divide entre New York e o mundo fazendo arte.
Ela nos apresentou a Elisa, uma amiga que estava alugando um apê por um tempo e que talvez pudesse fazer o tal contrato de aluguel, fundamental para que eu pudesse obter a residência. Acabou que ela não podia. Mas a Elisa nos indicou um amigo, que é um agente imobiliário – o Guido.
Vida em Bolonha: Comunidade, confiança e amizade
E aí conhecemos um daqueles seres iluminados. Guido é um cara legal que ajuda amigos que têm casas para alugar, mas têm preguiça e/ou não entendem nada de internet. Ele comentou com a gente que uma família de amigos tinha uma villa (um casarão antigo) pra alugar em uma cidadezinhaZINHA situada a 30km de Bolonha.
Foi aí que conhecemos o Gianluca, um bolonhês de 50 e tantos anos, gente boníssima, engenheiro, dono de um pastor alemão chamado Denzel (ou Denzelino) e um fervoroso, mas conformado torcedor do Bolonha, clube que já teve suas conquistas, mas vive na seca há anos.
A gente entende. Como torcedores do Coritiba, o verdão original, sabemos bem como é dura a vida de um torcedor de um clube médio, que luta contra os gigantes de cifras absurdas. É a vida. #vaipracimadelesverdão
Esse episódio foi muito legal porque nos fez sentir, de alguma forma, inseridos na comunidade local. Todas essas pessoas foram fantásticas com a gente. A Marcella, esposa do Gianluca, quase adotou a Nah. É sempre bom ter algo que faz com que você se sinta parte de algo, ainda mais quando você chega em um ambiente totalmente novo. Mas segura aí que depois eu termino a história de onde estamos morando.
A Toscana: Parte 1 – Cinco anos de casados
Um dos nossos grandes sonhos nesse início de vida italiana era celebrar nossos cinco anos de casamento com amigos em um fim de semana na Toscana.
Deu certo! E foi lindo – daqueles momentos inesquecíveis da vida. Nica e Leo, Carol e João, Marla e Josh, Thaís e Nick, muito obrigado por estarem com a gente naqueles dias mágicos!
Alugamos uma casa épica no Airbnb, bebemos bem, comemos MUITO bem, rimos, dançamos, cantamos e choramos com a cerimônia linda que a Nica organizou. Se você tiver vontade de saber mais sobre como foi esse evento, comenta ali embaixo que a gente conta em um post futuramente.
O trabalho: novos projetos surgindo
Outro motivo importante para termos vindo para a Itália é o trabalho. Há tempos estamos tentando criar um projeto que possa combinar o trabalho que fazemos na London, nossa agência de marketing de conteúdo, com viagens e o desejo pessoal de fincar raízes temporárias em diferentes culturas.
Faz uns três anos que pensamos nisso e trabalhamos para encontrar o modelo ideal. Tem a ver com caçar tendências, cobrir eventos, conhecer histórias de empresas inovadoras e transformar isso em conteúdo multimídia para nossos clientes e futuros clientes – empresas interessadas em contar boas histórias, educar seu mercado e gerar valor para seus clientes e futuros clientes por meio do conteúdo.
No ano passado, já com a ideia na cabeça, mas ainda sem saber bem o que fazer com ela, eu escrevi uma reportagem para a VendaMais, revista que editamos, contando a história de uma imersão de negócios que fizemos no Vale do Silício.
Em paralelo a isso, também gravamos vários vídeos durante o Content Marketing World 2016, maior evento de marketing de conteúdo do mundo, que acontece todo ano em Cleveland.
Essas duas atividades foram fundamentais para dar a base para o projeto que vamos começar a tirar do papel, em Bolonha (e pela Europa), nas próximas semanas. Quando tivermos novidades a respeito, compartilharemos por aqui.
Uma das coisas que aprendi sobre empreendedorismo com um engenheiro da Netflix no Vale, foi que a grande ideia de um bilhão de dólares é um mito. Escrevi sobre isso e muito mais na matéria. Você pode ler aqui. =)
A Netflix não acredita na ideia de um bilhão de dólares que vai surgir da noite para o dia e revolucionar o planeta, mas em pequenas melhorias diárias baseadas em decisões e ações rápidas, mesmo que sutis, mas que, com o passar do tempo, fazem com que a empresa possa permanecer relevante e competitiva em um dos mercados mais acirrados do planeta.
A inovação faz parte do dia a dia. Não é um ato isolado.
Na prática, ao longo dos últimos sete anos aprendendo diariamente a empreender, percebemos o mesmo por aqui. Foi bom conhecer um pouco sobre a cultura da Netflix e ver que, de certa forma, compartilhamos de uma visão parecida.
Estou sendo bem simplista aqui pra não me arrastar muito no papo sobre empreendedorismo, mas o projeto que estamos construindo agora começou a ser desenhado, lapidado e amadurecido há mais de três anos. Para criar algo de valor é preciso tempo, suor, grana, sorrisos, lágrimas e uma maturação natural do projeto – principalmente quando se tem vários pratos para equilibrar ao mesmo tempo – como é o nosso caso com a London. Todo o resto, é discurso de palco.
A Toscana: Parte 2 – O Val d’Orcia com os padrinhos
Ainda no primeiro mês, deu tempo de fazer uma viagem mágica por uma das mais belas regiões da Toscana. O Val d’Orcia é a “casa” do aclamado Brunello di Montalcino, o clássico vinho produzido com as uvas Sangiovese, predominantes na região.
Mas não é só de vinho que vive essa joia toscana. Incríveis e incontáveis vilarejos medievais para explorar, estradas que representam a Toscana clássica das clássicas, águas termais gratuitas e muita comida boa. O Val d’Orcia é mais um exemplo perfeito do #italiansdoitbetter. Aliás, acho que essa # será bem presente por aqui. ;)
Vamos falar mais essa viagem em breve, mas se tiver viagem marcada, tome nota de Pienza, Montepulciano e Bagno di San Fillipo, três pontos imperdíveis dos vários do trajeto. A gente passou por oito cidades em dois dias, tempo suficiente para conhecer vários lugares legais.
Bem-vindo a uma “vida no mato”
O Gianluca, (lembra dele?) nos levou para conhecer a casa em que estamos morando na semana passada, cinco dias antes de mudarmos. É um casarão do século XIX, de três andares, que ele dividiu em três apartamentos (um por andar), sendo que o último (o nosso) é destinado a aluguéis de longo prazo – e os de baixo para festas e eventos de fim de semana. O preço era o melhor que tínhamos visto até então – 490 euros por mês, fora as contas. Tchau vida em Bolonha?
Pesamos muito a decisão de sair de um pequeno apartamento no CENTRO de Bolonha para uma casa gigante com um quintal cheio de árvores em uma CIDADEZINHAZINHA que fica a 35 minutos de trem da capital da Emilia Romagna. Por uma vida mais simples, econômica, focada e propícia a criatividade, decidimos “correr o risco” de viver de uma forma BEM diferente de todas que já vivemos.
Galliera, nossa cidade, tem cinco mil habitantes. Um bom supermercado. Uma feira de rua às quartas-feiras. Duas sorveterias. Duas cafeterias. Uma padaria. Uma tabacaria. Um restaurante. Zero bares. Um banco. Uma agência de correio. Muitas crianças e idosos. Poucos jovens. O ciclo da vida fica evidente aqui. Tão logo os jovens ganham independência, se mandam.
Ficaremos aqui, pelo menos, até dezembro (provavelmente mais). Nosso dia a dia será cercado de muito sossego, pássaros cantando, trabalho e viagens. Estamos animados com a ideia de passar mais tempo ao ar livre, correndo pelas plantações diversas que compõem o cenário no entorno nossa casa, pedalando por estradas rurais ou lendo debaixo de uma árvore do nosso quintal.
Mas, por outro lado, chegar em Bolonha é muito fácil. Não estaremos com o pé no centro, mas os 35 minutos não são nada se você comparar com a logística interna de uma cidade como Londres, por exemplo. Além disso, a bela Ferrara fica a menos de 15 minutos de trem. Definitivamente, não estamos isolados!
O nosso plano, além de realizar nossos projetos de trabalho, é aproveitar os fins de semana pra viajar por cidades da região – Modena, Parma, Reggio Emilia e Rimini (litoral) são algumas das cidades que ficam a um pulinho daqui – e conhecer mais da Itália. Temos planos de viajar muito por aqui nos próximos meses. E, se você quiser, pode vir com a gente. Basta nos acompanhar por aqui ou pelas nossas redes sociais.
A gente anda um tanto sumido aqui do blog, é verdade. Não é a primeira vez que ficamos longas semanas sem escrever e – possivelmente – não será a última.
A desculpa é a mesma de sempre. O trabalho principal, com nossa agência de marketing de conteúdo, tem tomado conta de boa parte de nosso tempo e – sendo franco – depois de ficar longas horas sentado em frente ao laptop fritando o cérebro, o que mais queremos é distância do tec tec das teclas quando “fechamos o escritório”.
Saudade de escrever aqui a gente sente todo dia, acredite. Mas tem horas que é preciso priorizar, focar, abrir mão, fazer escolhas – e viver com isso.
Por alguns anos a gente alimentou o sonho de viver do blog, fazê-lo ser nossa principal fonte de renda, mas a blogosfera testou nossa paciência. Tivemos algumas decepções com esse mercado e decidimos não levar mais a carreira de blogueiros tão a sério. Até temos algumas ideias e projetos bem legais, mas nada que será tratado como prioridade – ao menos no curto e médio prazo.
O que é bom, porque isso nos tirou algumas amarras e pressões que nós mesmos nos colocávamos sobre TER que postar algo, TER que interromper momentos legais de uma viagem para registrar isso ou aquilo. Em nossa última viagem – para o Uruguai, no Carnaval – relaxamos como há tempos não relaxávamos simplesmente porque deixamos de lado as “obrigações” de blogueiro.
De certa forma, foi um grito particular de liberdade
Não vamos deixar de escrever e nem abandonar o blog. A gente ama esse nosso filhão que completa sete anos de vida este mês. É mais uma coisa de não se preocupar tanto com o calendário de posts fixado na parede do escritório que está na minha frente, bem atrasado, agora mesmo.
Grandes mudanças estão por vir em nossas vidas. Será mais um episódio da vida semi-nômade, que eu expliquei aqui, quando ainda não se ouvia falar do “largue tudo, seja um nômade digital e viva da internet”. Tenho calafrios com gente irresponsável que vende falsas verdades e destrói sonhos.
→ Se você se interessa por nomadismo digital de forma séria, planejada e realista, recomendo o Pequenos Monstros. Eles tratam do tema de forma responsável. Tome cuidado com os pseudos gurus da internet. Tem muitos por aí!
Dolce far niente (mas nem tão niente assim)
Em maio vamos nos mudar para a Itália para escrever um novo capítulo de nossa vida viajante. O país está em nossos planos há anos. Pra mim, é uma vontade que indiretamente sempre esteve presente em razão de raízes familiares, mas que foi crescendo desde que fomos pra lá pela primeira vez, em 2010.
Quando decidimos virar a página de Londres, a vontade de fixar raízes – temporárias ou não – na velha bota veio forte. Começamos a planejar essa mudança há mais de um ano.
A ideia inicial era ir para Florença, cidade que nos encantou, mas nas primeiras pesquisas vimos que viver lá não seria muito mais barato do que morar em Londres. Aí, entre pesquisas e conversas com amigos e bartenders italianos que encontrávamos nos bares londrinos sobre qual seria a cidade ideal, chegamos a Bologna.
Nossa vontade era encontrar uma cidade pequena, mas bem estruturada, com clima bom em boa parte do ano, bem localizada, com fácil acesso para viajar, que tivesse um custo de vida que coubesse no bolso, comida boa, lugares legais para pedalar e por aí vai. Esqueci de algo?
Ah, sim. Em dado momento, quando eu já estava bem inclinado a Bologna, mas a Nah ainda considerava alternativas, ela falou que só se mudaria pra lá se tivesse um bar da Brewdog, uma das melhores cervejarias do mundo.
E não é que tinha? :D
O mais curioso é que, além da inusitada Bologna, só Firenze abrigava a Brewdog na Itália. Mais tarde, abriu um bar da cervejaria em Roma também.
Foi uma piada dela, claro, mas vimos como um sinal do destino. Batemos o martelo e é pra lá que vamos, mas de coração aberto para mudar a rota se por algum motivo, la gorda – como a cidade é conhecida, por motivos óbvios – não nos conquistar.
É louco decidir, por conta própria, mudar para uma cidade em que você nunca pisou, mas depois de ir e vir algumas vezes para lugares diferentes, esse tipo de mudança passou a fazer parte da nossa vida.
Desapegar é difícil, mas preciso
Acho que falar sobre os porquês e os benefícios que essas mudanças de cidades e países nos trouxeram nos últimos anos é tema para aprofundar em outro texto, mas a verdade é que mudar é bom. Simples assim.
Nem sempre é fácil, é verdade. Toda mudança exige muito de nós. Mas o que eu sinto é que a gente cresce sempre quando muda algo que incomoda. E quando falo “a gente”, incluo você também.
Como bem diria Barney Stinson do seriado How I met your mother:
Eu não estava planejando escrever esse texto. A ideia veio durante a leitura do livro Na natureza selvagem, de Jon Krakauer, clássico da literatura viajante que inspirou o filme homônimo e que é daqueles que mexem com os sentimentos e nos faz questionar verdades inquestionáveis que carregamos.
A gente assistiu há cerca de nove anos, ainda no cinema (matando aula na facul para um de nossos encontros “proibidos” #momentolovestory). Mas só agora parei pra ler a obra que o inspirou. Se você ainda não viu/leu, recomendo que veja/leia.
Depois que li uma carta escrita por Alex (personagem principal da história) para um senhor de 80 anos que se tornou um grande companheiro de estrada por algumas semanas foi quando, precisamente, senti que precisava compartilhar essa história com você.
O jovem que, cansado do mundo, largou tudo para viver uma aventura épica consigo mesmo, escreveu a Ron um recado que também é importante pra mim e pra você.
“Acho que você deveria realmente promover uma mudança radical em seu estilo de vida e começar a fazer corajosamente coisas em que talvez nunca tenha pensado, ou que fosse hesitante demais para tentar. Tanta gente vive em circunstâncias infelizes e, contudo, não toma a iniciativa de de mudar sua situação porque está condicionada a uma vida de segurança, conformismo e conservadorismo, tudo isso que parece dar paz de espírito, mas na realidade nada é mais maléfico para o espírito aventureiro do homem que um futuro seguro.
A coisa mais essencial do espírito vivo de um homem é sua paixão pela aventura. A alegria da vida vem de nossos encontros com novas experiências e, portanto, não há alegria maior que ter um horizonte sempre cambiante, cada dia com um novo e diferente Sol. Se você quer mais de sua vida, Ron, deve abandonar sua tendências à segurança monótona e adotar um estilo de vida confuso que, de início, vai parecer maluco para você. Mas depois que se acostumar a tal vida verá seu sentido pleno e sua beleza incrível. (…) Não hesite nem se permita dar desculpas. Simplesmente saia e faça isso. Você ficará muito, muito contente por ter feito. “
Alex Mc Candless em Na natureza selvagem
É um texto forte. É fácil, muito fácil, nos vermos presos à rotina. Não que a rotina seja algo ruim. Eu gosto de ter um (aparente) controle da maior parte do tempo. Ter horário pra dormir, acordar, trabalhar, pedalar etc. A rotina ajuda a equilibrar a vida. Mas o problema, ao meu ver, começa quando a vida passa a acontecer de forma automática, tipo assim:
É difícil não cair no clichê, mas eu também não sei por que sempre que falamos em clichê sentimos essa necessidade de nos defendermos e praticamente pedimos permissão para falar sobre. Clichês são clichês porque fazem parte da vida, oras!
De nossa vida só ficará a história que escrevemos
Qual foi a última vez que você se desafiou a fazer algo diferente? Algo que te assusta? Não precisa ser algo como largar tudo e viajar pelo mundo. Pode ser começar a praticar um esporte, empreender, falar aquilo que você sempre quis falar pra alguém, mas nunca teve coragem.
Seja o que for, lembre-se das palavras de Alex. Ele pode ter tido um final trágico em razão de seu grito de liberdade, é verdade, mas o seu legado, quase 30 anos depois, ainda inspira milhares de pessoas em todo o planeta.
Viva sua própria aventura, seja ela qual for. A nossa próxima começa em pouco mais de um mês!
Dedicamos dois dias de nossa viagem de dois meses pela Califórnia para explorar o Napa Valley – uma das mais respeitadas regiões produtoras de vinho do mundo – e seus arredores.
No primeiro dia rodamos de carro a Highway 29 (estrada base para explorar o vale vinicultor mais famoso dos EUA) e passamos por diversas cidades, em especial Sonoma e Napa. Durante o percurso, conhecemos as vinícolas Provenance, Beringer e Castello di Amorosa, algumas lojas e um supermercado onde compramos nosso almoço – um piquenique debaixo de uma árvore nos jardins de uma vinícola.
Mas os detalhes deste dia vão ficar para outro post. Temos fotos lindas e algumas boas dicas. Segura aí e vem comigo…
Rolê de bicicleta por vinícolas californianas
No segundo dia, saímos cedo de Rohnert Park, cidade em que encontramos o hotel com melhor custo benefício da região. Lá, pagamos $49 na diária no Good Nite Inn, um hotel honesto que fica a cerca de 50km de Napa (a cidade), onde não encontramos nada por menos de $130!
Claro que com isso perdemos um tempinho na estrada, mas com o orçamento apertado, acabou sendo uma boa opção.
Se no dia anterior nosso roteiro foi focado nos clássicos do Napa, agora era a vez de fazer um tour de bike pelo Dry Creek Valley, região produtora vizinha ao Napa.
O Dry Creek reúne mais de 60 vinícolas e é reconhecido pelos seus Zinfandel. O que mais me chamou a atenção na região foi que a experiência ali é mais simples e menos turística – bem diferente do que havíamos visto no Napa, no dia anterior.
As vinícola são menores e, em sua maioria, produzem vinhos orgânicos. Além disso, as estradas são mais calmas e muito provavelmente você nunca vai achar um rótulo produzido no Dry Creek longe dali. E como é boa essa sensação de viver algo que você só poderá sentir novamente se voltar…
E, olha, tem algo mágico em rodar por estradas calmas, sentindo o vento no rosto, cercado por vinhedos e sabendo que no fim, além da paisagem maravilhosa, você ainda degustará alguns dos melhores vinhos da sua vida…
Um passeio de bicicleta por vinícolas no Napa Valley
O passeio não poderia ter sido melhor!
Alugamos as magrelas na cidade de Healdsburg, que fica a 80km de Napa. Foi tudo ótimo. As bicicletas (da marca Trek) eram muito confortáveis, confiáveis e tinham um bagageiro espaçoso em que deu até pra colocar a câmera DSLR, dentre outras coisas.
Tá vendo aquele papel perto do guidão? Nele estava o mapa do roteiro que estávamos fazendo. Ajudou bastante a gente se localizar sem precisar pegar o celular.
Onde alugar bicicleta no Napa Valley
O que eu achei legal da Wine Country Bikes, loja em que alugamos as bikes, é que além das bicicletas voltadas para o cicloturismo eles têm as de estrada (speed) top de linha, perfeitas para ciclistas experientes que gostam de percorrer longas distâncias.
Os preços variam de acordo com o modelo da bike, mas a diária começa em $39 para a bike da foto abaixo, que foi a que usamos.
Os tours personalizados/acompanhados saem por a partir de $139, mas eu sugiro que você navegue bem pelo site porque eles oferecem muita coisa diferente. Eu gostei muito da proposta dos passeios. Há desde roteiros para quem não está habituado a pedalar até percursos que ultrapassam os 100km. A gente escolheu um dos mais leves.
Nosso objetivo era pedalar devagar, curtir o sol, fotografar a paisagem, degustar um vinho orgânico e comer em uma lanchonete fundada no século XIX, dica que foi dada pela Amber, a simpática canadense que é a dona da Wine Country Bikes.
Não poderia ter sido melhor. Nosso destino foi a Bella Vineyards and Wine Caves em um passeio de 40km (ida e volta) por estradas calmas, cercadas por vinhedos e paisagens bucólicas, abrilhantadas por um céu daqueles que só a Calfórnia parece saber fazer.
Em boa parte do caminho o que mais ouvíamos eram pássaros cantarolando e o vento que sacudia as árvores anunciando a chegada do outono. Os poucos carros que cruzaram nosso caminho eram guiados por motoristas bem respeitosos. #sonhodeciclista.
Vídeo do nosso pedal pelos vinhedos na região do Napa Valley
Foi um dia especial!
Tentamos mostrar um pouco do passeio, o que vimos e fizemos no vídeo abaixo. Conhecer a vinícola Bella foi uma das boas surpresas do passeio. A sala de degustação deles fica numa caverna embaixo dos vinhedos – mostramos tudo no vídeo. Dá o play e aproveita pra se inscrever no nosso canal no YouTube. Tem rolado bastante coisa por lá!
Perguntamos para o pessoal da Bella por que um turista deveria ir ao Dry Creek Valley – que a gente só conheceu porque alugou as bicicletas. A resposta deles foi “porque aqui se tem uma experiência mais simples, autêntica e em um ambiente menos movimentado.”
Faz sentido. Não avistamos ônibus ou vans de turismo em todo o trajeto que rodamos, ao contrário da muvuca que vimos no Napa um dia antes. Na Bella, havia pouquíssimas pessoas com a gente. Ficamos algumas boas horas por lá batendo papo e curtindo o sol.
Acabou sendo a experiência de enoturismo mais legal que tivemos na região.
O Napa Valley é lindo, tem vinícolas espetaculares e logicamente merece sua visita, mas se você puder dedicar ao menos dois dias de sua viagem pela meca dos vinhos californianos, recomendo que vá até o Dry Creek em ao menos um.
Você já foi para o Napa Valley? Deixe um comentário com a sua dica do que visitar por lá. Em meio a centenas de vinícolas, é sempre bom ter uma dica de quem já foi, né? Lembrando que em breve vamos falar sobre as que visitamos no dia anterior ao passeio de bike.
Dica extra
Falando nisso, se você tem viagem marcada para o Napa Valley, recomendo fortemente que leia as dicas da Mari, do blog Ideias na Mala. Os posts extraordinários da Mari sobre vários destinos na Califórnia nos ajudaram muito a bolar o roteiro para esse e outros dias de uma viagem que foi épica.
Boa viagem,
João (com vontade de tomar vinho)
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Em 2009, um inglês chamado Graeme Raeburn quis aproveitar o tempo livre entre o Natal e o Ano Novo para viver como um ciclista profissional. Ele se desafiou a pedalar 1.000 km entre os dias 24 e 31, ano em que a Inglaterra teve um inverno congelante – nas palavras dele: “não temos muitos natais com neve, mas 2009 foi um deles.”
O motivo para realizar a missão?
“Apenas porque pensei ser uma distância razoável”, conta o ciclista. Graeme completou o desafio, mas ao final, sentiu que era uma distância desnecessária, antissocial e mais punitiva do que festiva.
Ele trabalha como designer na Rapha, uma marca inglesa que em 2004 iniciou sua história produzindo roupas e acessórios para ciclistas, mas que hoje, mais do que uma marca, é uma comunidade global de apaixonados pelo ciclismo de estrada.
Como especialista em marketing de conteúdo, tenho o trabalho deles como referência. As histórias que a Rapha escreve e compartilha são lindas, bem como a forma como envolve sua comunidade nos quatro cantos do mundo e cria produtos e serviços que vão desde meias, passam por cafeterias, clubes e viagens épicas. Se você gosta de estudar marcas, posicionamento, branding, conteúdo e empreendedorismo, assistaThe Rafa Why.
Nascia uma tradição
Foram os insanos 1.000km de Graeme e uma cultura empresarial que entende, vive e respira sua comunidade que inspiraram a marca a criar, em 2010, o Rapha Festive 500, um desafio anual cujo objetivo é “reunir” ciclistas do mundo todo e motivá-los a concluir a metade dos km de Graeme no mesmo período, distância que, segundo os idealizadores do #Festive500, foi considerada “mais alinhada com o que alguns profissionais, de fato, fazem e mais sensata, mais atrativa/realizável”.
Empatia é fundamental
No primeiro ano apenas 94 ciclistas participaram. Mas não demorou para o charme do evento, o desejo de superar um desafio numa época atípica e o marketing da Rapha transformarem o giro de fim de ano em uma tradição seguida por milhares de ciclistas em todo o planeta.
Em 2016 foram 82.374 mil inscritos. Nem todos concluíram, é verdade, mas isso é o que menos importa. Os dados completos do desafio do ano passado ainda não saíram, mas em 2015, de 72 mil inscritos, pouco mais de 13 mil finalizaram.
Rodar 500 km em oito dias significa manter uma média de 62,5 km por dia, durante os oito dias. Algo desafiador, mas administrável para quem tem uma rodagem no esporte.
Eu estive entre eles
Estou longe de ser um atleta que compete em alto nível, mas tenho um bom ritmo de pedal. Participei de dezenas de provas de mountain bike com distâncias entre 30 km e 60 km nos últimos seis anos e, em 2016, concluí duas provas de estrada memoráveis de 200 km, organizadas pelo Audax Curitiba.
Mas mesmo tendo uma quilometragem razoável no currículo, honestamente não achava que conseguiria atingir a meta. Eu nunca havia pedalado tanto por tantos dias seguidos antes. Isso, somado ao fato de que que tinha Natal e fim do ano velho no meio de tudo, me deixou na defensiva. Eu sabia que teriam que ser sete, talvez seis dias de bike. Ainda assim, decidi me desafiar.
Era algo que eu precisava e que fazia parte de um projeto pessoal de ser um melhor realizador do que idealizador. Tenho um péssimo hábito de ter muitas ideias para projetos, mas acabo largando muita coisa pelo caminho. Isso tem me incomodado muito ultimamente. Concluir o Festive 500 era, portanto, uma etapa importante desse plano de mudança/evolução.
O esporte ensina muito sobre a vida e nos faz mais fortes mentalmente
Essa aventura especificamente, que foi dura na mesma proporção que foi gratificante, me ensinou bastante. E sobre diversos “temas”: comolidar com a dor, planejamento, os benefícios práticos e diretos de uma alimentação equilibrada, foco, sonhos, corpo, mente e vida. Aprendi, também, sobre porque fazer loucuras é fundamental para manter a sanidade.
Resumindo, foi uma “viagem” de autoconhecimento.
Quer saber o que eu aprendi e, claro, se eu consegui concluir os 500 km?
Eu registrei todos os dias que saí pra pedalar com a GoPro. Ao fim, editei um documentário com o resumo da jornada.
E hoje quero compartilhar essa história com você. Espero que goste e que, de alguma forma, o vídeo te inspire. Não falo só sobre o pedal, mas também sobre coisas que acredito e revelo uma grande novidade do blog. Dá o play:
Feliz Ano Novo. Que em 2017 você tenha muita saúde e motivos pra sorrir.
P.S: Deixa um comentário aqui ou no YouTube dizendo o que achou do vídeo? Seu feedback é fundamental pra gente encontrar a melhor forma de compartilhar nossas histórias com você.
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Um passeio de bicicleta por vinícolas no Napa Valley
Um dos programas que estávamos mais animados pra fazer em San Francisco era conhecer a mítica prisão de Alcatraz, que abrigou alguns dos criminosos mais temidos dos Estados Unidos e se tornou mundialmente conhecida com o apoio de Hollywood, a “vizinha” famosa.
Programamos nosso passeio para um domingo de verão na cidade em que o clima muitas vezes contrasta com a essência do estado dourado. Era setembro e estava algo em torno de 10º enquanto em San Diego, 800 km ao sul, fazia 25º. A Califórnia é um país!
Alcatraz nos ensina como se reinventar
A história do presídio mais famoso do mundo é fantástica e vai muito além do que eu imaginava. Eu esperava sair de lá sabendo como eram os corredores e conhecendo um pouco da trajetória da mais temida prisão do mundo, mas a visita à ilha vai além.
Alcatraz é um lugar que soube se reinventar ao longo dos anos. Hoje é um parque nacional, mas foi construído para, antes de ser uma prisão, proteger a bay area de invasões motivadas pela corrida do ouro, mas elas nunca vieram.
Foi lá que Al Capone foi hóspede e onde um importante acontecimento contribuiu para a preservação da cultura e mudou a história de tribos indígenas norte-americanas – ao meu ver, o episódio mais surpreendente.
A visita a Alcatraz contada em vídeo
Hoje vamos fugir ao nosso habitual textão e apresentar Alcatraz para você em um vídeo em que registramos o nosso dia inteiro em San Francisco. Antes da prisão tem Chinatown, café calabrês e por aí vai… Chame de vlog, se preferir =)
O que achou do vídeo?
Eu sei que em alguns pontos o áudio não ficou dos melhores. Era a primeira vez que estávamos usando o celular novo da Nah e não sabíamos bem como ele ia se comportar. Mas acho que deu pra ouvir tudo, né?
A gente tem vááários arquivos de vídeo para editar sobre outros dias da viagem para a Califórnia – tem pedal em meio a vinícolas, passeios em San Diego, um dia no indescritível Yosemite National Park, pedal entre Monterey e Carmel -um dos trechos mais lindos da costa californiana – e por aí vamos…
Se você tiver afim de ver algum, deixa um comentário dizendo. É importante para nós saber se você prefere ler ou assistir vídeos.
Quanto custa e como ir
Contamos os detalhes no vídeo, mas, para resumir, saiba que é fundamental comprar o ingresso com antecedência no site da Alcatraz Cruises, empresa responsável por operar o tour. Os preços variam, mas ficam na média de U$35.50 para adultos e U$ 21.75 para crianças. O trajeto no barco dura menos de 20 minutos. Recomendo considerar quatro horas na ilha – ou até mais, se você for daqueles que gosta de ler e ver tudo sem pressa, tipo a gente. ;)
Mais dicas sobre Alcatraz
Se você quiser saber mais sobre como comprar ingressos para Alcatraz e ler outras informações, recomendo os posts abaixo. O primeiro é do casal querido do My Destination Anywhere – a Katia e o Erick sempre trazem ótimas dicas de onde quer que vão, aliás – e o segundo, do Ideias na Mala, da Mari, que eu arrisco dizer que é o blog que tem o melhor conteúdo sobre a Califórnia do Brasil.
Se você efetivar sua reserva usando o banner abaixo ou qualquer outro link espalhado pelo blog estará nos ajudando! Você não paga nada a mais por isso e a gente ganha uma pequena comissão.
Planeje sua viagem para a Califórnia
Planejando uma viagem pela Califórnia? Olha o que já publicamos da nossa experiência pelo estado dourado por aqui:
Estamos quase no fim de uma viagem de 60 e tantos dias pela Califórnia. É hora de colocar uma trilha sonora legal no Spotify (Greg Graffin rolando aqui), rever as mais de quatro mil fotos feitas ao longo de uma viagem que há anos sonhávamos em fazer – de minha parte, eu diria que há pelo menos 15, muito inspirado pela cultura do punk rock/hardcore californiano que me acompanhou em toda minha adolescência – e continua presente. Inclusive, no último sábado, pegamos um show épico que reuniu NOFX, Bad Religion, Goldfinger e Reel Big Fish. Foi louco!
A Califórnia nos recebeu com todo seu astral e nos presenteou com o melhor de seus sonhos
Respira e vai.
Teve Disney, cidade no meio do nada como base de escritório, voo noturno pra Cleveland (Ohio), evento de marketing de conteúdo, cerveja em San Francisco, imersão no Silicon Valley, pedal na Golden Gate Bridge, a viagem de carro mais incrível de nossas vidas, decepção no trecho mais esperado, pedal pela costa do Pacífico, muitos vinhos no Napa – o primo mais famoso – e em diversas outras regiões vinicultoras do estado, Yosemite (ou um dos lugares mais espetaculares da Terra), brunch, muito trabalho, hotel de beira de estrada, muita cerveja artesanal, preciosas surpresas, 16 hotéis (!), duas casas do AirBnb, muito pôr do sol na praia, a companhia de um amigo querido (e de sua esposa, que conhecemos nessa viagem) por quase uma semana, muitas trocas de ideias, reflexões e projetos sendo maturados.
Teve muito amor, sobretudo.
Ufa.
São muitas histórias para contar sobre tudo o que vimos e fizemos. Na medida do possível, vamos escrevendo sobre. Já tem post sobre hotel para a Disney de Anaheim no are outro sobre Venice Beach no forno. Vão rolar alguns vlogs também. Um de San Francisco já está em edição, inclusive.
E pra começar essa série que vai nos acompanhar no blog por vários meses, quero mostrar um resumo geral de nossa viagem. Separei algumas das fotos que mais marcaram nossos dias pelo estado dourado e contei um pouco do que fizemos.
California dreaming
No “baile” de punk rock que fomos, John Feldmann (49 anos), vocalista do Goldfinger, falou que nasceu, cresceu e sempre morou na Califórnia. “Por que faria diferente?”, provocou.
Nessa hora, há mais de 40 dias na estrada, a gente já estava completamente apaixonado pela Califórnia e a troca de olhares foi inevitável. Preciso dizer que já começamos o plano sobre quando vamos morar aqui por um tempo maior? ;)
A Califórnia se impõe por ser a sexta maior economia do mundo (sim, o PIB deles é maior do que o da França, Índia, Itália e Brasil) e conquista por ser um paraíso que – perdoe-me Samuel Johnson e sua mítica frase sobre Londres – tem tudo o que um homem pode querer.
Sol quase infinito, qualidade de vida, oportunidades. Tudo isso em meio a paisagens inacreditáveis, praia, montanha, deserto e neve. Boa comida, vinhos extraordinários e algumas das melhores cervejas do mundo. Precisa mais? Se você disser que sim, arrisco dizer que tem também. ;)
Resumo de nossa viagem de dois meses na Califórnia
Assim que chegamos em Los Angeles fomos para um hotel em Anaheim (que é ótimo para quem vai aos parques) porque os dois dias seguintes seriam dedicados à Disneyland.
Da Disney para uma base de trabalho remoto
Depois da Disney, nosso destino pelas próximas cinco noites foi Ontario, cidade mais barata que encontramos na região de Los Angeles. Não queríamos muitas distrações porque seria (e foi) uma semana de muito trabalho. Como não estávamos em férias em nenhum momento durante a viagem, tivemos que nos desdobrar para manter a agenda de trabalho em dia e aproveitar a viagem. É nessas horas que você aprende muito, na prática, a ser mais produtivo e a trabalhar menos e melhor.
Para não dizer que Ontario não valeu de nada em termos de experiência de viagem, pudemos pegar um solzinho bom na piscina do hotel e fazer reuniões na jacuzzi. Nada mau, né? Ah, e foi em Ontario que conhecemos o nobre camarada Denny’s, uma rede de diners espalhada por toda a Califórnia que acabamos indo várias vezes. O combo de panqueca com bacon deles é daqueles…
Até breve, Califórnia…
No dia 9 de nossa viagem embarcamos para Cleveland (Ohio) para participar do Content Marketing World, mais importante evento do mundo em nosso segmento. É o terceiro ano consecutivo que vamos para lá para absorver muito conhecimento, ter ideias e evoluir nossos negócios.
Antes de embarcar pra Cleveland, porém, deu tempo de dar uma passadinha em Venice, a mais clássica das clássicas praias californianas. O post completo sobre nosso dia por lá está em produção.
Como um de nossos objetivos na viagem era conhecer várias das incontáveis cervejarias artesanais da Califórnia – missão cumprida, aliás – sempre estávamos em busca das nossas favoritas e de boas surpresas pelo caminho. Em Venice, além de um bar de frente pra praia, fomos no resturante da Firestone, uma das pequenas gigantes do estado dourado. Excelente lugar para provar todos os rótulos deles, inclusive sazonais e edições limitadas, e comer muito bem.
… Olá, Cleveland
Em Cleveland, ficamos muito envolvidos com o CMW. Foram dois dias imersivos nos mais variados temas ligados ao Marketing de Conteúdo. Na edição de janeiro da VendaMais, revista de que somos editores, sairá a cobertura completa.
Se você se trabalha com ou se interessa por vendas, recomendo que faça a assinatura. Você recebe um exemplar a cada dois meses. A gente faz essa revista com o maior carinho do mundo. ;)
Como ficamos uns dias a mais em Cleveland, pudemos repetir alguns dos restaurantes favoritos na cidade (até hoje nunca na vida comi uma asinha de frango melhor que a do Harry Buffalo), conhecer novos bares de cerveja artesanal e atrações que ainda não tínhamos ido, como o extraordinário Rock & Roll Hall of Fame.
O museu do rock é uma preciosidade. Você faz um passeio pela história da música. A exposição permanente é linda, repleta de preciosidades como instrumentos e figurinos originais das principais bandas e artistas do século XX e XXI e obras como essa que representa The Wall, do Pink Floyd.
Chegada em San Francisco
Depois de seis noites em Cleveland, tomamos nosso rumo de volta para a Califórnia.
San Francisco seria a base pelas próximos seis noites. Nosso objetivo central era fazer uma imersão no Vale do Silício com um grupo de empresários brasileiros. Foi uma experiência e tanto! Visitamos grandes empresas – como Salesforce e Facebook, conhecemos empreendedores brasileiros que estão ralando para fazer suas startups decolarem, participamos de eventos de networking, conhecemos incubadoras de startups e projetos incríveis, fizemos bons contatos e aprendemos muito sobre empreendedorismo, inovação, gestão e execução. O resultado dessa jornada também será publicado na VendaMais de janeiro de 2017.
Mesmo em a correria insana que foi a semana, deu pra conhecer um pouco de SanFran. Não como gostaríamos, mas foi o suficiente para realizar o sonho de atravessar a Golden Gate Bridge de bike, conhecer Alcatraz, provar grandes cervejas, visitar alguns cantinhos da cidade e começar a sentir o clima do California dream.
San Francisco ganhará uma atenção especial no blog futuramente com dicas do que fazer e onde ficar.
Terminada nossa estada em SF alugamos um carro com a Rentcars e iniciamos nossa sonhada viagem, que inicialmente seria “apenas” pela costa do pacífico até San Diego, mas acabamos incluindo uns dias na região do Napa Valley, a meca dos vinhos californianos, e um no Yosemite National Park, onde a natureza emociona e inspira.
Já na região onde nos hospedaríamos para, nos dias seguinte, conhecer as vinícolas do Napa e arredores, nossa primeira parada foi a Lagunitas Brewing, uma das mais relevantes cervejarias artesanais dos Estados Unidos. Grande estrutura e cervejas impecáveis.
Futuramente vamos contar em detalhes nossa jornada cervejeira na Califórnia. Você deve imaginar que não foram poucos os bares e cervejarias que visitamos, né?
2 dias respirando os ares dos vinhos do Napa Valley e região
Dedicamos dois dias ao Napa Valley. No primeiro, conhecemos Sonoma e percorremos de carro a Highway 29, a estrada principal do Napa Valley, que é cercada por uma infinidade de vinícolas. Os vinhedos estão, literalmente, na beira da estrada. Não vou me estender nos detalhes e dicas porque isso ficará para um post exclusivo.
No segundo dia, fomos para o Dry Creek Valley, vizinho menos famoso do Napa, que concentra uma quantidade menor de vinícolas. O legal é que se tratam de pequenas propriedades de produção orgânica. Fizemos ali um dos pedais mais inesquecíveis da vida. Foram cerca de 40km por uma estrada tranquila e cercada por vinhedos. Fizemos um bate-volta até uma vinícola que servia seus vinhos em uma caverna construída abaixo dos vinhedos. Foi um dia e tanto.
Em meio a um destino e outro, sempre tentamos encaixar um ou dois dias 100% dedicados ao trabalho. O escritório foi muitas vezes um Starbucks qualquer ou o quarto do hotel.
A beleza inexplicável do Yosemite National Park
Depois de degustar bons vinhos no Napa e região rumamos para o Yosemite National Park. Sabíamos que o lugar era lindo, mas quando chegamos lá foi difícil conter a emoção. Faltam palavras para descrever a beleza de um dos parques mais importantes do país, mas tentaremos fazer isso em um post futuro.
Depois de, infelizmente, apenas um dia no parque, era hora de voltar para a costa e começar a sonhada viagem pela Highway One, a mítica estrada que percorre todo o litoral da Califórnia. No caminho, ainda paramos em vilarejos com cara de velho oeste que tiveram seu auge na corrida do ouro no século XIX, episódio que marcou o início da ascensão do estado.
Rumo ao litoral
Nossa primeira parada foi Half Moon Bay, uma cidade praiana de vida tranquila ao sul de San Francisco. Ficamos algumas horinhas na praia, almoçamos, conhecemos uma cervejaria e partimos.
No fim do dia, chegamos a Monterey, onde ficamos três noites para conhecer a cidade e sua vizinha Carmel, uma das mais charmosas do roteiro.
Cicloturismo na Califórnia: o lugar mais lindo em que pedalamos na vida
Nesse trecho fizemos mais um passeio de bike que ficou pra história. Percorremos os espetaculares 30km da 17 mile drive entre Monterey e Carmel. Seguramente, foi a estrada mais linda em que já pedalamos.
Fica tranquilo porque vai rolar post detalhado sobre esse pedal.
A grande decepção ao chegar no Big Sur
Depois de três dias incríveis entre Monterey e Carmel, partimos para a parte mais esperada da viagem de carro pela costa da Califórnia: o Big Sur. Mas como nem sempre a sorte acompanha os viajantes, os desfiladeiros nos receberam com uma névoa que impedia qualquer possibilidade de ver o cenário.
Foi bem triste, de verdade. Não pudemos ver absolutamente nada. Até cogitamos repetir a viagem no dia seguinte para tentar a sorte novamente, mas como o risco de o clima estar exatamente igual era grande preferimos não arriscar. Afinal, tínhamos longos km de estrada ainda pela frente até San Diego.
Pra não dizer que o dia foi inteiro decepcionante, no fim da tarde conseguimos ter uma bela surpresa ao conhecer a praia dos elefantes marinhos. Foi incrível observar esses gigantes que parecem dinossauros bem tranquilos em sua praia privada na chegada em San Simeon, primeira base hoteleira após o Big Sur. Foi lá que dormimos nessa noite. Procure por Piedras Blancas Elephant Seal Bookery para saber onde fica a praia.
Degustando vinhos em uma região menos explorada pelos turistas
Passamos a noite ali e agora, já no 32º dia de viagem, era tempo de mergulhar novamente no enoturismo na Califórnia. Rumamos para a aconchegante San Luis Obispo, cidade base para explorarmos Paso Robles.
Depois de termos conhecido várias das regiões vinicultoras da Califórnia, arrisco dizer que o Napa pode não ser a melhor opção. O Napa é legal? Claro que é. Boa parte das mais conceituadas vinícolas californianas estão lá. Mas com a fama, vem gente. Muita gente. Todos os lugares que visitamos estavam bem cheios e a estrada, bem movimentada.
Já em Sonoma, Dry Creek Valley e Paso Robles, pudemos provar vinhos extraordinários, vivendo experiências incríveis e com pouca gente ao redor. Não estou falando para descartar o Napa, mas para lembrar que pode-se viver experiências semelhantes – ou até melhores – em lugares menos concorridos.
Ainda vamos falar mais sobre nossa experiência conhecendo diversas vinícolas na Califórnia. Até lá, bora pra estrada…
Seguindo a indicação da Mari, do Ideias na Mala – que, por sinal, tem diversos posts incríveis sobre a Califórnia -, fomos conhecer a vinícola Daou, que, nas palavras dela, oferecia uma vista “ridícula”. Seguimos a dica e não deu erro.
Antes, porém, deu tempo de conhecer a bonitinha Cambria, mais uma pequena cidade que abrilhanta o roteiro entre San Francisco e San Diego.
Paramos para almoçar em um pequeno café e apoveitamos para conhecer mais uma cervejaria – acredito que a menor que fomos em toda a viagem. As cervejas eram ótimas!
Dali, foram mais 50 km até a Daou, primeira e única vinícola que visitamos no dia. Depois de degustar alguns rótulos e ficar algumas horas conversando e curtindo a o horizonte infinito, ainda encerramos o dia em outra cervejaria.
Depois de SLO, seguimos viagem com destino a Santa Cruz, onde passamos o dia curtindo a praia e caminhando pela cidade. Nossa ideia era dormir ali, mas como o preço dos hotéis era muito alto, decidimos seguir para o sul e dormir em Camarillo, cidade que encontramos a hospedagem mais barata na região (70km ao sul de Santa Cruz).
Na manhã seguinte saímos cedo porque tínhamos mais 250km pela frente até San Diego, nosso destino final pelas próximas quatro semanas. Antes, porém, paramos em Malibu pra comer e pegar uma praia.
Horas depois, seguimos para os últimos km da Highway 1. Foi um trecho em ritmo lento, observando as cidades, o visual sempre incrível da costa e o movimento de mais um domingo de sol no estado dourado.
Chegamos em San Diego depois de 37 dias de viagem. E cá estamos desde então. Agora, já em contagem regressiva para o nosso sonho californiano terminar no 65º dia.
Agora, segura aí porque aos poucos vamos escrever sobre tudo o que vimos, fizemos, vivemos. Pode esperar muita dica boa para a sua viagem para a Califórnia.
Diz aí, o que você tem mais curiosidade em saber sobre essa viagem?
Uma das coisas mais legais pra se fazer em Londres é explorar seus incontáveis mercados de rua.Borough, Portobello Road (Notting Hill), Brick Lane, Camden (e seus cinco mercados), Columbia Flowere Greenwich são alguns sensacionais que já escrevemos sobre (os posts estão linkados em cada nome). Mas a lista é enorme e istaocê pode se surpreender ao conhecer um novo.
É nesses lugares que a diversidade cultural da cidade fica evidente. Há quem diga que não é preciso sair de Londres para conhecer o mundo. Como discordar? Afinal, mais de 300 idiomassão falados na cidade.
Os mercados, sejam eles de comidas de todos os cantos do mundo, de artesanato, de antiguidade, de moda, de flores, de frutas e vegetais, etc., estão no DNA da cidade, bem como sua vocação para ocupar lugares inusitados e transformar áreas abandonadas em espaços de cultura, gastronomia e entretenimento.
O Spa Terminus é um bom exemplo disso. Localizado sob os arcos da estrutura que dá suporte a trilhos de trem em Bermondsey, um bairro tranquilo que fica pertinho da Tower Bridge, ele é um reduto de locais em um área pouco procurada pelos turistas.
A gente o conheceu totalmente ao acaso. Aliás, esse é um dos grandes prazeres de estar em Londres. Não importa se você chegou na cidade ontem ou há 20 anos, você sempre vai acabar encontrando algo novo e surpreendente simplesmente caminhando por lugares por onde nunca passou…
Descobrindo o “mercado secreto”
A gente sabia que a The Kernel Brewery, uma das tantas pequenas-grandes cervejarias da cidade, abria sua fábrica aos sábados para o público e, em certo dia, quando ainda morávamos na cidade, fomos lá conhecer e tomar uma direto da fonte, porque né… ;)
Foi só quando chegamos na Kernel que entendemos que o lugar em que a cervejaria ficava fazia parte de um complexo que reunia produtores e revendedores de alimentos diversos, como queijos, pães, café, gin, mel, carnes e vinhos.
O curioso é que o Spa Terminus abre ao público somente aos sábados. Durante os dias úteis eles atendem somente os comerciantes londrinos. Os produtos que você encontra no Spa são revendidos amplamente pela cidade.
Para contar melhor essa história gravamos um vídeo. Dá o play. Recomendo fortemente que assista até o final. Garantia de risada, acredite! ;)
E aí, curtiu o vídeo? Quer ver mais vídeos como esse aqui no blog? Deixa um comentário aqui ou no YouTube contando pra gente. Aproveita e se inscreve no canal pra receber os vídeos novos em primeira mão. ;)
Além do Spa Terminus: Maltby Street
Se você seguir caminhando junto aos arcos em direção a Tower Bridge vai chegar em um outro mercado, o Maltby Street, que é mais um segredinho dos locais da região. Esse tem mais cara de mercado de rua mesmo, com pequenos e deliciosos restaurantes, barraquinhas e um astral muito legal – e já um pouco mais explorado inclusive por turistas.
Vale muito a pena tirar um sábado pra curtir os dois, comer algumas delícias, conhecer um pedaço não turístico de Londres e terminar a caminhada com essa vista.
Bônus: Bermondsey Beer Mile
Antes de chegar no Maltby, porém, você pode ter um bônus especialíssimo se for da turma da cerveja. 0/
Na mesma região, também sob os arcos, mas do lado oposto, fica mais uma preciosidade cervejeira londrina. A Bermondsey Beer Mile é uma área que se estende por pouco mais de 2km e reúne mais algumas cervejarias artesanais top de linha da cidade (Southwark Brewing Company, Ubrew, Partizan, Brew By Numbers, Fourpure Brewing, Bullfinch Brewery e Anspach & Hobsday).
Além disso, na Beer Mile está a que eu acredito ser a maior loja de cervejas da cidade: a Bottle Shop. Se não é a maior, é seguramente a mais incrível que já fomos. São mais de 100 rótulos diferentes do mundo todo em garrafa e mais de 10 chopps diferentes.
Foi lá que tomei uma das cervejas mais sensacionais da minha vida – a Praire Pirate Noir, uma imperial stout norte-americana condicionada em barris de rum jamaicano. Ela é tão incrível como parece! =)
Dica: se você é como a gente e fica enlouquecido quando vê uma cerveja artesanal, reserve um dia pra fazer um tour só pelas cervejarias! Garanto que será inesquecível. Cheers!
Como chegar no Spa Terminus
Desça na estação do metrô de Bermondsey (Jubilee Line – linha cinza) e vá caminhando. No mapa abaixo eu inseri a localização do metrô, do Spa Terminus, do Maltby Street e de algumas cervejarias. Facinho pra ir de um lugar ao outro! Se preferir, insira o postcode do Spa Terminus no Google Maps: Dockley Rd, London SE16 3SF.
E aí, gostou da dica?
Como já falamos anteriormente, o blog mudou para Pra Ver no Mundo, mas sempre iremos reunir grandes dicas pra ver em Londres por aqui!
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