Quando tinha 13 anos, certa vez vi dois grandes tenistas disputando um emocionante jogo em uma quadra de saibro e decidi seguir os passos deles. Os nomes? Antonio Carlos Schiebel Neto e Luiz Eduardo Penha Schiebel. Sim, meus irmãos (11 e 9 anos na época). =)
Tá, eles nem eram grandes tenistas (o Duh, na verdade, era menor que a rede! haha), mas demonstravam um amor tão grande pelo tal esporte que eu achei que também poderia ser feliz com uma raquete e uma bolinha nas mãos. Além da influência familiar, era o auge do tênis no Brasil (viva o Guga) e tudo conspirava a favor da tendência saudável em prol do esporte do “uããããâ” (deu pra entender?!).
Foi a decisão mais acertada da minha vida de criança/adolescente. Vivi dois belos anos disputando torneios (não ganhando nada importante, é verdade), curtindo um grupo de amigos muito especial (meu eterno segundo pai Nico, Lucão, Jean Vaccarin, Greicy, meninos e meninas de Rondon, de Cascavel… muuuita gente) e sonhando em estar em um dos quatro principais torneios de tênis do mundo, os chamados Grand Slams: Australian Open, US Open, Roland Garros e Wimbledon.
Para quem curte tênis, as duas semanas de cada um desses torneios são as melhores do ano. A galera se reúne para ver os ídolos em quadra e o mundo para (o nosso mundo, é claro) até que sejam definidos os campeões. No Yara Country Clube (onde eu treinava, em Toledo, PR), a gente olhava para os técnicos (Nico, Cláudio e Adilson) e fazia aquela cara de: “que treino que nada, vamos pra frente da tevê”. É como se a Copa do Mundo acontecesse quatro vezes por ano; todos os anos. Maraviiiilha. #Nostalgia
A realização de um sonho
Apesar de treinar em quadra de saibro (e em dia de chuva em quadra rápida, no Olinda Park Hotel) e de amar Roland Garros por tudo o que ele representa para o nosso tricampeão Guga, sempre achei Wimbledon o torneio mais charmoso do mundo, como contei aqui. Estar nele sempre foi um sonho, que eu realizei na semana passada. =)
Não, (infelizmente) não joguei contra a Serena Williams e nem vi o Nadalzinho em quadra. Simplesmente passei uma tarde no complexo enquanto rolavam jogos MUITO importantes, como a semifinal masculina entre Novak Djokovic e a zebra Tomas Berdych e, logo na sequência, Rafael Nadal contra Andy Murray.
A experiência
Estávamos planejando desde o primeiro dia de torneio dar uma passada por Wimbledon. No entanto, sabíamos que seria difícil ($$$$$). Mas, putz, só de pensar que o Nadal estava na mesma cidade que eu e que um dos principais torneios de tênis do mundo estava rolando aqui e que existia a possibilidade de eu nem ver me dava um desespero.
Por causa do trabalho e da escola, fomos protelando a ida. Eu juro que por um momento me senti uma idiota; ia perder esse grande evento. Na quinta passada, porém, tive uma ideia: aproveitar o jogo BrasilxHolanda, na sexta, para ir para Wimbledon. Assim, não mataria trabalho e teria a chance de ver dois jogões (as duas semi masculinas, das quais falei há pouco). E assim foi. =D
Como Wimbledon é longe de Clapton (nossa casa), saímos cedinho daqui. Ao chegar na estação Southfields, onde tínhamos que descer, a primeira emoção: a estação tinha uma espécie de grama sintética, com as linhas de uma quadra de tênis marcadas e que faziam você se sentir dentro da quadra central (exageeero, mas tudo bem!).
Da estação até o complexo, foram uns 15 minutos de caminhada. Logo veio a triste constatação: seria impossível assistir os jogos da quadra central. Cambistas vendiam ingressos a £250 (e já informavam que os ingressos oficiais tinham esgotado). Apesar disso, resolvemos pelo menos ir até o complexo para ver o que seria possível.
Antes de chegar na bilheteria, ganhamos uma maçã na rua, passamos por uma área do HSBC onde tiramos umas fotos engraçadas, vimos um pouquinho da história do torneio, enfiiim, entramos no clima. Eu não ia embora de lá sem pelo menos entrar no complexo.
Na bilheteria, a surpresa mais maravilhosa da vida: por £30 (£15 para cada um) poderíamos assistir a semifinal de duplas femininas. Ok, não era um jogããão, mas tava valendo.
E foi bem bacana. Assistimos o jogo de um lugar legal e ainda pudemos apreciar belas jogadas – mesmo com o segundo set tendo sido incrivelmente rápido (6×1 em menos de 30 minutos). =/
Na dupla vencedora, estava Vera Zvonareva, russa que foi vice-campeã também no torneio de simples, perdendo para a americana Serena Williams (aquela que eu queria ter jogado contra…).
Mas não foi só isso. Ainda ganhamos morangos com creme de graça (por sermos clientes do HSBC), curtimos um gramadão ao lado da quadra central para ver um pedaço do jogo do Djoko e vimos de perto a nova promessa do tênis inglês, Laura Robson, 16 anos, que foi vítima de uma polêmica na semana passada ao ser chamada de gorda por um jornalista da BBC. Hahaha
Apesar de hoje só jogar tênis no Wii e ainda assim quase sempre perder para o João (ontem ganhei a primeiraaa! Eeee!!!), ainda é emocionante demais chegar perto da “grama sagrada de Wimbledon”. Foi um dia e tanto para mim. Simplesmente ameeei tudo. E indico o tour para todos vocês, porque vale a pena MESMO!
Para fazer o tour
O tour em Wimbledon custa £10 por pessoa (UPDATE: preços de 2010. A lista atualizada dos preços está aqui). Porém, existe o tal 2FOR1, sobre o qual já falamos aqui, que faz com que você compre dois ingressos mas pague apenas um. Não se esqueça dele!!!!
Se você quiser garantir seu ingresso antes mesmo de ir para lá, corra para o site de Wimbledon e faça sua reserva.
Para chegar lá, basta pegar a linha verde do metrô (District Line) e descer em Sothfields (não em Wimbledon!).
Bom passeio!
Um beijo e até o próximo post,
Natasha.
Ps: Dedico esse post a todos os meus amigos tenistas, ex-tenistas e aspirantes a tenistas que de alguma forma estavam lá comigo e a todos que amam o esporte tanto quanto eu! ;)