Primeiros dias em Bolonha em fotos e relatos

Nos mudamos para Bolonha! Queria te contar um pouco do que estamos sentindo. Vem comigo? :)

 

 

O amor que eu sinto por Londres como cidade, sinto pela Itália como país.

Eu falo isso desde 2010, quando, depois de uma temporada de seis meses vivendo na cidade do meu coração, pisei pela primeira vez no país que hoje chamamos de casa. Assim como aconteceu na minha primeira passagem por Londres (em 2005), foi amor à primeira vista…

 

 

E tem como não se apaixonar? Aaaah, Firenze! <3

 

João e eu éramos dois “ultrajovens” jornalistas (tínhamos 24 e 22 anos, respectivamente) com pouquíssimo dinheiro no bolso, mas muita vontade de explorar alguns dos principais tesouros da terra de onde veio a família Brotto – e tantas outras famílias que hoje são mais brasileiras do que italianas, talvez até mesmo a sua!

Nosso roteiro era um clássico: Roma, Veneza, Florença (e mais alguns vilarejos da Toscana) e Cinque Terre (cinco cidadezinhas litorâneas que são maravilhosas). História, amor, arte e belas praias. Quem poderia querer mais?

 

Que atire a primeira pedra quem nunca tirou uma foto jacu enquanto viajava! :)

 

 

O que vivemos naquelas duas semanas de outubro há quase sete anos nunca foi esquecido. E nos fez ter uma certeza: um dia ainda desembarcaríamos nesse país para uma longa temporada de explorações/dolce far niente, slow food, trabalho, vinhos, clima bom/sol, aprendizado e muito, muito amor. 

 

Veneza é ainda mais linda ao vivo. JURO!

 

Esse sonho começou a se tornar realidade há duas semanas (mais precisamente, no dia 12 de maio de 2017).

E os primeiros dias que vivemos aqui nos fizeram ter certeza de que a espera valeu muito a pena…

 

 

Bolonha, (já) ti voglio bene!

A cidade que escolhemos como base para a nossa aventura foi Bolonha (o João falou sobre isso neste post), conhecida como “la dotta, la grassa, la rossa“, ou, em bom português, “a erudita, a gorda, a vermelha”.

“Erudita” porque é a terra da primeira universidade do mundo ocidental. Pois é, a Università di Bologna foi fundada em 1088!

Desde então, ganhou notoriedade não apenas na cidade e na região, mas também no país e no continente, atraindo estudantes – e professores – de peso, como Nicolaus Copernicus, Umberto Eco e Dante Alighieri. Além de ter tido professoras mulheres desde os primórdios de sua história. Caso de Bettisia Gozzadini, considerada a primeira mulher a lecionar em uma universidade. Conta-se que as aulas dela atraíam tantas pessoas que precisavam acontecer não em salas de aula comuns, mas em praças públicas da cidade. #yougogirl

E a universidade continua superforte até hoje. De acordo com o site oficial, só no ano passado (2016), 84.724 estudantes escolheram estudar na Universidade de Bolonha, fazendo dela a instituição de ensino superior mais popular da Itália. Achei bacana! :D

 

arquitetura de bolonha

Bolonha é “gorda” porque aqui, meu caro, se come muito bem! 

 

 

Você já comeu um bom macarrão à bolonhesa na sua vida? Agradeça às nonnas “bolognesas” por isso! :)

Mas, ó, saiba que o prato original atende pelo nome de tagliatelle al ragu. “Bolonhesa” é coisa de brazuca mesmo – ou coisa feita especialmente para agradar (ou seria “para pegar”?) os turistas… Portanto, se quiser degustar o prato raiz, vá de ragu. O bolonhesa é “Nutella”. ;)

Comemos duas boas versões desse prato típico desde que chegamos. Pagamos entre 7 e 9 euros. Bom preço, né?

 

 

Tagliatelle al ragu em bolonha

Tagliatelle al ragu em bolonha-2
Concentradíssima saboreando meu pratão de macarrão! :D

 

E essa não é a única delícia gastronômica de Bolonha. Tudo o que você espera comer/beber de bom na Itália tem por aqui também – de pizzas a legumes frescos, passando por vinhos, bons drinks e assim por diante. <3

Bolonha é “vermelha” basicamente por dois motivos: 

1. Por causa das construções avermelhadas que estão espalhadas pelas ruas da cidade:

 

bolonha - a vermelha

 

2. Por ter sido a capital europeia antifascismo durante a Segunda Mundial, ter abrigado a sede do partido comunista italiano por muitos anos e por possuir uma forte cultura estudantil de protesto até hoje. O Museo della Resistenza, inclusive, fica bem perto aqui de casa. Pretendemos visitar em breve!

 

 

Bolonha - mercado delle terre
Olha aí o lado vermelho de Bolonha em ação: no Mercato delle Terre, num sábado de sol, jovens comunistas distribuíam panfletos que falavam sobre seu posicionamento político.

 

 

Atualização em 21/06: Fizemos uma visita rápida ao museu recentemente. Foi rápida porque não imaginávamos que seria tão informativo (o que exige tempo!) e já tínhamos marcado um almoço com um amigo. Mas gostamos muito do que vimos e vamos voltar logo. Basicamente, ele narra a história da Bolonha durante a ocupação nazista em 1943 e após a libertação da cidade, dois anos depois.

 

museo della resistenza - bologna
Ideologias políticas à parte, contestar, resistir e lutar é fundamental.

E tudo isso, junto, torna a cidade muito, muito interessante!

 

arquitetura de bologna-3

 

 

Primeiras observações sobre Bolonha

Nos últimos 15 dias, exploramos muuuuito essa cidade a pé (se você visse o app “Saúde” do iPhone do João ia entender do que eu tô falando!).

Nesses passeios, nos encantamos com os pórticos que surpreendem a (quase) cada mudança de quadra, nos assustamos com a quantidade de referências ao nazismo em pichações por aí (a foto abaixo é um exemplo)… 

 

nazismo em bologna
Essa balança fica na rua mais movimentada da cidade. Essa imagem é vista diariamente por milhares de pessoas. Sabe-se lá há quanto tempo está lá. E ainda tem muitos outros. Alguns, inclusive, bem em frente ao museu da resistência – falarei sobre ele mais pra baixo!

 

… vimos que não é só de vinho que vive a Itália – os cervejeiros de plantão (alô, migues!) podem ser muuuuito felizes aqui também (tem um bar da BrewDog, minha gente), ficamos um pouco preocupados com nosso futuro peso – e, principalmente, com a nossa saúde – ao perceber que a imensa maioria dos restaurantes tem menus compostos majoritariamente por massas (o que é uma delícia, masné?), percebemos que os motoristas nem sempre estão preocupados em respeitar a “lei das ruas”, que diz que o maior protege o menor, ouvimos sinos badalarem muitas e muitas vezes…

Enfim, curtimos com os olhos brilhando a nossa casa nova.

 

Bolonha - Itália - centro histórico
Por falar em casa, a porta da nossa é essa aí. É ou não é a rainha do charme? (O fato triste é que ela é nossa apenas por um mês, mas vamos fingir que tá tudo bem, que não estamos desesperados em busca de um novo lar, que não temos medo de morar embaixo da ponte no meio de junho e coisa e tal! OK? #SOS)

E a melhor forma de mostrar isso pra você é como? Por meio de fotos, claro!

 

Aliás, estamos postando muitas fotos aqui de Bolonha lá no nosso Instagram. Para seguir a gente por lá, basta clicar aqui.

 

 

Marido, apresenta aí sua seleção de fotos que eu conto para os nossos amigos leitores o que cada uma delas representa pra gente. ;)

 

Bolonha - pórticos - centro histórico

 

A arquitetura de Bolonha é de cair o queixo!

Ao todo, a cidade é “coberta” por cerca de 40 quilômetros (sim, QUILÔMETROS!) de pórticos – como esse da foto acima. O que isso significa? Que se proteger da chuva – e do sol! – nunca foi tão fácil e que a dor no pescoço é inevitável. Afinal, quem é que não quer olhar pra cima, pra baixo e para todos os lados para poder observar cada detalhe dessas verdadeiras obras de arte no meio da cidade?

Gente, não tem monotonia nesses pórticos! Mudam-se os pisos, os tetos, os lustres e as colunas a cada poucos metros!

 

pórticos de bolonha

 

Bolonha também tem áreas verdes!

 

E é assim que eu comemoro! \o/

 

Nossa primeira descoberta nesse sentido foi o Parco Della Montagnola, primeiro parque público da cidade, inaugurado no distante ano de 1662.

 

Bologna - parco della montagnola-2

Bolonha - parco della montagnola

 

Além de ótimo para quem busca um lugar para fazer um piquenique e para aqueles que gostam de dar uma corridinha de vez em quando, o Parco Della Montagnola é visualmente lindo.

Nas fotos acima você viu a escada que dá acesso a ele e a fonte que fica logo na entrada (duas belezuras, não?), e aqui embaixo tem dois registros do que você vê olhando para fora quando está dentro do parque…

 

Bologna - arquitetura

 

Direto do do meu Instagram pessoal:

Bologna sendo linda num sábado de sol e calor. ?

Uma publicação compartilhada por Natasha Schiebel (@nah_schiebel) em

 

 

Além disso, nossos primeiros dias por aqui tiveram muito sol, calor e céu azul, “gelatos” deliciosos para refrescar, a companhia de um casal de amigos mais do que parceiros para desbravar trilhas pela cidade e curtir o que Bolonha tem de melhor, um pulinho na Toscana – com vários amigos! – para comemorar nossos cinco anos de casamento (estamos pensando em fazer um post sobre esse momento porque, não é por nada, mas foi muito incrível!), várias jantinhas em casa feitas com os melhores ingredientes do mundo e, como já era esperado, muito, muito amor! <3

 

 

E esse é apenas o começo. Estaremos na região da Emilia Romagna pelo menos até dezembro deste ano. Aos poucos, vamos contando aqui, no Facebook, no Instagram, no YouTube, por e-mail e onde mais der na telha as melhores experiências que essa temporada italiana nos proporcionar.

Vem com a gente? :)

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Scilla: uma bela surpresa do Sul da Itália

pravernomundoSe tem uma coisa que eu adoro como viajante é poder conhecer uma cidade com a ajuda de quem a conhece bem. Assim, logo que decidimos que o sul da Itália estaria nos planos da nossa lua de mel dei pulinhos de alegria por saber que uma grande e linda amiga minha de infância que há anos mora em Reggio di Calabria estaria por lá.

E não poderia ter sido melhor. Dona Vanise não apenas nos recebeu super bem como deu as melhores dicas de insider do mundo. A praia que vou te apresentar hoje é uma delas. Vem comigo!

Ni, minha linda, obrigada por tudo. Sou só orgulho da mulher sensacional que você se tornou. Batalhadora, guerreira, determinada, sonhadora, você é um exemplo. Que podemos nos rever muitas vezes por aí, por aqui ou em qualquer lugar do mundo. <3
Ni, minha linda, obrigada por tudo. Sou só orgulho da mulher sensacional que você se tornou. Batalhadora, guerreira, determinada, sonhadora, você é um exemplo. Que possamos nos rever muitas vezes por aí, por aqui ou em qualquer lugar do mundo. <3

Como tudo começou…

Como já falamos algumas vezes, um dos motivos para incluirmos o sul da Itália no roteiro dessa trip do ano passado foi o fato de que o João precisava finalizar o processo de cidadania italiana dele e tinha um advogado ítalo-brasileiro que fazia a ponte que era lá do bico da bota.

Por questões burocráticas, nossos 10 primeiros dias na Itália foram em Mammola, uma cidadezinha minúscula na Calabria com pouco mais de três mil habitantes (!) e da qual agora meu marido é cidadão. \o/

mammola1

mammola
Apesar de muito fofa, Mammola não tem nenhum grande atrativo, então não vou me estender nos detalhes sobre ela. Se quiser saber mais, clique aqui.

Passados esses dez dias, por um problema de comunicação (ou de sacanagem dos caras da cidadania, nunca vamos saber ao certo) acabamos viramos sem-teto na Itália. AHAM. haha. A justificativa deles é que aquela parte do processo tinha sido finalizada e que nossa acomodação lá não fazia mais parte do contrato (coisa que não tinham nos explicado antes). Desesperada, fui atrás da minha amiga para ver o que poderíamos fazer (sabendo que por mais que ela oferecesse a casa dela, lá não ia rolar ficar, porque o apê era pequeno). A ideia que ela nos apresentou ou reproduzo neste diálogo:

  • Nah: Ni, não sei o que fazer. Não temos onde ficar. Ou adiantamos o restante da nossa trip ou teremos que desembolsar uma grana em acomodação que não podemos.
  • Ni (bem de boa, do jeitinho fofo dela): Ai, amiga, fica calma. Vai dar tudo certo. Olha só, eu tenho uma amiga que tem uma casa em uma praia que fica bem pertinho aqui de Reggio que é enorme, e ela tá sozinha lá. Certeza que vocês podem ficar com ela esses 15 dias.
  • Nah (um pouco mais calma): Ai, Ni, não sei. Não é chato?
  • Ni (rindo da minha cara): Cala boca, amiga. É bem de boa. Vou fazer meu aniversário lá no sábado. Vocês vão comigo, dormem lá, conversam com ela e vêm como fica.
  • Nah (aliviada): Tá bom então, Ni. Fechou. :)

Nos mandamos para Scilla no começo da madrugada de sábado. Como chegamos tardão, nem tivemos tempo de ver nada. Dormimos na casa de um amigo da Ni que ficava em um “bairro” chamado Chianalea. Estava muito escuro para ver qualquer coisa da janela,  então capotamos! Quando acordei com o barulho do mar resolvi dar uma olhadinha e me deparei com esta imagem:

Só pra constar: não há uma ediçãozinha sequer nessa foto!
Só pra constar: não há uma ediçãozinha sequer nessa foto! No fim do post mostro um pouco mais de Chianalea. Guentaê! :)

… Naquele mesmo momento concluí que não ia ser difícil passar os tais 15 dias nesse pedaço do paraíso no sul da Itália. :)

A primeira cena da vida real que vimos no sábado de manhã foi esta. Muito Itália, né? <3
A primeira cena da vida real que vimos no sábado de manhã foi esta. Muito Itália, né? <3

Scilla em foco

Antes de mais nada, localize-se!  A) Milão B) Roma C) Reggio di Calabria D) Scilla
Antes de mais nada, localize-se!
A) Milão
B) Roma
C) Reggio di Calabria
D) Scilla

23 quilômetros separam a capital da província, Reggio di Calabria, de Scilla, cidade que fica no estreito de Messina e é composta de três partes: o centro, Chianalea e a Marina de Scilla, uma praia de águas transparentes de temperatura agradável (depois dos 5 primeiros minutos, claro), pedrinhas, Lidos (como o da foto abaixo), lanchonetes, restaurantes, hotéis e casas de veraneio de alguns privilegiados – inclusive da mais querida “calabresa” de todas, nossa anfitriã Chiara (a amiga da Ni).

    O tal "Lido". No verão, a praia é tomada por cadeiras de praia e guardas-sol pelos quais se paga 10 euros para usar o dia todo.
O tal “Lido”. No verão, a praia é tomada por cadeiras de praia e guardas-sol pelos quais se paga 10 euros para usar o dia todo.

Nos 15 dias que passamos lá, choveu mais ou menos meia hora. Nas outras muitas horas pegamos sol e calor e aproveitamos mergulhando com peixinhos coloridos no mar, saboreando deliciosos panini, macedonia (hummm… salada de fruta fresquinha), cornetto (croissant italiano), birras geladas, etc. etc. etc.

Essa é pra você entender a história do "mergulhando com peixinhos coloridos". Olha a cor dessa água! Com um óculos de mergulho simples e sem precisar ir muito no fundo você já aproveita demais o que esse marzão boniiito tem a oferecer!
Essa é pra você entender a história do “mergulhando com peixinhos coloridos”. Olha a cor dessa água! Com um óculos de mergulho simples e sem precisar ir muito no fundo você já aproveita demais o que esse marzão boniiito tem a oferecer!

Como se não bastasse tudo isso, Scilla ainda abriga um castelo de onde vimos um pôr do sol lindíssimo – arrisco dizer que foi um dos mais belos que já vi na vida. A entrada no Castello dei Ruffo custa simbólicos 2 euros, e dentre as poucas informações disponíveis a seu respeito está o fato de ele ter sido construído em meados do século IX.

Quando o visitamos, pudemos passear pela estrutura (que inclui esse farol lindão cercado de flores da foto abaixo), curtir o incrível visual e ainda conferir uma exposição fotográfica que mostrava o fundo do mar da da Calabria. Bem bacana. :)
farol

Chianalea vista do Castello
Chianalea vista do Castello dei Ruffo

beach

Lá se vai o sol se dormir atrás de Messina...
Lá se vai o sol se dormir atrás de Messina…

boatAlém de tudo isso, ainda fomos presenteados com uma cena belíssima um dia enquanto trabalhávamos em um café no centro da cidade. Era mais ou menos 17h30 quando escutamos o sino da igreja ao lado badalar e concluímos que uma cerimônia de casamento estava chegando ao fim (a pompa dos convidados denunciava isso). Corremos para a porta e de pertinho vimos a saída dos noivos e a liberação de dois pombos brancos. Fechou nossa temporada em Scilla com chave de ouro. O João fez este belo registro:

weddingPor todos esses e por vários outros motivos (a simpatia do povo, a culinária deliciosa, as facilidades da vida por lá, as vespas espalhadas por todos os cantos…), Scilla nos encantou. Entrou pra lista de cidades preferidas do mundo, cidade que pretendemos revisitar e passar mais alguns dos dias mais felizes de nossas vidas. Uma cidade que mostra que é preciso ter muito pouco para ser feliz.

Foi bem difícil escrever esse post pois apesar de ser pequena em tamanho, Scilla é enorme em qualidades, e daria para falar mais e mais e mais sobre ela, além de postar um milhão de fotos. Porém, meu objetivo aqui é convencê-lo a incluir esse pedaço do paraíso na terra em seu roteiro pelo Sul da Itália (consegui até aqui?), então para concluir dou uma mãozinha no planejamento com dicas práticas. Que tal?

Vamos começar pelo “como chegar…”

Como disse anteriormente, a maior cidade próximo de Scilla é Reggio di Calabria. De Reggio, a melhor maneira de ir para Scilla é, sem dúvidas, de carro. Em 20 minutinhos você vai de uma cidade a outra pela autoestrada A3 ou, se preferir, pode ir por dentro das cidades que ficam no caminho, admirando toda a italianice e, em 30/40 minutos você estará lá. Manda ver no GPS e vai com fé. :)

Caso você não esteja de carro, dá para ir de trem. Aliás, de trem você consegue cruzar a Itália de Norte a Sul, como contamos neste post. :)

Para isso, basta acessar o site da Trenitalia e buscar a passagem ideal. Antes de mais nada, se assim como eu você no parla italiano, troque o idioma da página para o inglês. Depois, na busca, troque “ticket” por “passes”, pois na opção ticket ele só busca trens Le Frecce, eo Le Frecce não faz esses trechos regionais.

Deu pra entender?
Deu pra entender?

Depois disso, apesar de você poder visualizar os horários dos trens pode ser que não consiga comprar sua passagem online, porque são estações menores e às vezes é preciso comprar pessoalmente. Mas pelo menos você tem as informações que precisa para se planejar, né? A viagem de trem entre Reggio e Scilla dura mais ou menos 40 minutos e o preço gira em torno de 10 euros.

Dependendo de onde você estiver antes de chegar a Reggio di Calabria você pode ir pra lá de trem, carro, ônibus e avião. A cidade tem o aeroporto Tito Menniti e lá pertinho tem também o Lamezia. Dá uma pesquisadiola! ;)

Onde ficar?

Como a gente ficou na casa de uma amiga não podemos recomendar especificamente um hotel/hostel em Scilla. No entanto, para não deixá-lo na mão pesquisei algumas opções (não vou ganhar nada por isso, ok? :). Aqui, ó:

Agora é com você. Defina datas, como chegar, onde ficar e APROVEITE! Entre nos restaurantes que for com a cara, passeie pelas ruas que achar mais encantadoras, compre seu snorkel, óculos de mergulho, pé-de-pato e vá nadar com peixinhos coloridos. Você vai se divertir. Só não vá fazer como o João e se deixar queimar por uma água-viva. Machuca. :)

Ah, e largue o carro. Passeie por Scilla a pé. Enfrente as escadas para subir e descer do centro (a não ser que decida fazer como nós e ficar 15 dias, porque aí complica. hehe), vá da Marina a Chianalea fazendo uma deliciosa caminhada e observe todos os detalhes a sua volta. Seus dias por lá ficarão ainda mais incríveis assim!

Pra encerrar deixo você com mais umas fotinhos dessa terra encantadora…

nah

Só nesse mirante dá pra passar umas boas cinco horas. haha. Muito lindo. Sério!
Só nesse mirante dá pra passar umas boas cinco horas. haha. Muito lindo. Sério!
Chianalea é incrível...
Chianalea é incrível…
... tanto de dia...
… tanto de dia…
... como à noite! Reserve um tempo para explorá-la com carinho. Lá há muitos restaurantes e bares bacanas.
… como à noite! Reserve um tempo para explorá-la com carinho. Lá há muitos restaurantes e bares bacanas.

Bora sair do roteiro clássico italiano Roma-Florença-Veneza-Pisa e explorar o sul também?! =D

Beijobeijo e até a próxima,
Nah.

O início de um sonho no sul da Itália

 lambrettaEmbarcamos para a velho e querido mundo em agosto de 2012 com três grandes missões:

  • Curtir nossa lua de de mel;
  • Dar continuidade ao meu processo de cidadania italiana;
  • Pôr em prática uma das filosofias da nossa empresa (LondonPress): trabalhar de forma remota com a mesma entrega e comprometimento de sempre e e aproveitar os insights criativos que somente uma viagem dessas é capaz de proporcionar.

Após três dias muito bem curtidos em Milão, pegamos um trem rumo ao desconhecido sul, mais precisamente para Reggio di Calabria.

Após uma deliciosa viagem de quase 10h, desembarcamos na capital da Calábria, cidade com pouco mais de 200 mil habitantes. Eu estava ansioso para provar o que eu imaginava que seria a melhor porção de calabresa do mundo.

Grande decepção constatar que a calabresa acebolada é coisa de boteco brasileiro e ponto final. Por lá, “só” mesmo a pimenta e algumas “singelas” iguarias gastronômica, em sua maioria vindas do mar mediterrâneo.

O que você vai ver no sul da Itáila

Muito sol (mesmo), temperaturas raramente abaixo dos 30º (no verão), lindas praias de pedra com águas mornas e cristalinas, vilarejos históricos, uma gente boa demais e comida italiana em sua melhor forma e sabor. Pra quê mais?

Hoje, damos início a série de posts sobre nossa aventura de 30 dias na “nem tão gigante que só dorme” Reggio Calabria, na paradisíaca Scilla e algumas outras preciosidades como Tropea, Capo Vaticano, Gioiosa Ionica e Taormina, esta na Sicilia.

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Alguns números sobre o turismo na Itália

A curiosidade jornalística me “convidou” a buscar alguns dados que pudessem comprovar o que eu imaginava: a pouca atenção que a Calábria recebe pelos gringos.

A Itália é o quinto país que mais recebe turistas no mundo. Os dados mais recentes foram divulgados pela World Tourism Barometer (UNWTO) em junho de 2012 e apontam que mais de 43 milhões de terráqueos pisaram em solo italiano em 2010.

Destes, míseros 0,47% tiveram a Calábria como destino. A região é a 17ª do top 20 do país no ranking de visitação. Pouco mais de 200 mil pessoas estiveram lá em 2010. A líder é Vêneto, puxada por Veneza.

É difícil de acreditar que tão pouca gente conheça esse paraíso inexplorado.
É difícil de acreditar que tão pouca gente conheça esse paraíso

Mas sejamos justos

Concorrer com Roma, Veneza, Firenze, etc, etc, etc, é um páreo duríssimo. Sorte sua que está aqui. Vai conhecer lugares que vão certamente entrar na sua lista de “pra ver antes de morrer”.

O roteiro que sugerimos contempla quatro praias nas costas leste e oeste da Calábria e um vilarejo com vista para o Etna na Sicília.

Você vai nadar com peixinhos e fugir das águas-vivas, comer deliciosos cornetos (croissants) no café da manhã, se esbaldar com os tradicionalíssimos mariscos, peixes-espada, lagostas e outros pratos da gastronomia local. Além de beber muito vino e se encantar por um povo muito foda que não vê razão para não sorrir para os privilegiados viajantes que põem os pés em sua terra.

Isso existe, acredite!
Isso existe, acredite!

No próximo post vamos falar mais sobre Scilla, uma praia situada há meia hora de carro de Reggio Calabria. Passamos alguns dos melhores dias de nossas vidas nesse paraíso.

Até lá!

Se você quiser ver mais números sobre o turismo na Itália acesse o site da Agenzia Nazionale del Turismo.