O horror de Guernica e a anarquia da felicidade

Não lembro bem quando foi que eu ouvi falar de Guernica pela primeira vez. Talvez, na adolescência. Ou nas aulas de História da Arte, no primeiro semestre da universidade com a professora Ivana Paulatti.

A mente prega peças, mas me recordo que era novo e não sabia nada sobre arte. Não que hoje eu entenda alguma coisa, mas o passar dos anos me trouxe um interesse maior em conhecer clássicos e entender sua importância na História.  

Lembro que quando aprendi sobre o quê a obra retratava, fiquei hipnotizado pelo fato de contar a história do horror de uma guerra de forma nada convencional.

Por anos ficou na cabeça a ideia de ver aquele tesouro histórico de perto. Recentemente, quando passamos uma semana em Madrid (ago/19), esse dia chegou. 

Talvez o momento tenha sido o mais apropriado possível para entender o significado de um quadro que, quando foi apresentado ao público na Exposição de Paris de 1937, não foi compreendido. 

“O que Picasso quer dizer com esses delírios cubistas?” 

Citação imaginária para arriscar uma frase de alguém à época.

Continua comigo que mais à frente vou trazer o impecável argumento do autor para responder os críticos. 

O bombardeio de Guernica: um ataque atroz orquestrado 

Guernica é o retrato da Guerra Civil Espanhola e do absurdo nazi-fascista.

Escancara a dor, o medo, a covardia, a angústia, o terror.

Em 26 de abril de 1937, tropas da Alemanha de Hitler, aliadas do General Francisco Franco, ditador que comandou o golpe que deu início aos conflitos espanhóis em 1936, bombardearam a pequena cidade de Guernica, no País Basco, norte da Espanha. 

Não haviam alvos militares no pueblo, mas ele era conhecido como um centro de resistência republicana, formada por socialistas, anarquistas, comunistas e agregados, que, ainda que tivessem divergências políticas, eram republicanos. E se uniram em oposição à ditadura golpista de Franco.

O ataque teria sido um misto de teste do exército nazista em um período em que a Segunda Guerra Mundial começava a se desenhar com uma estratégia de Franco para suprimir a resistência republicana. 

O bombardeio ocorreu em dia de mercado ao ar livre no centro de Guernica. Foi um ato bárbaro contra civis que resultou na morte de centenas de pessoas (os números precisos são incertos). 

Curiosidade!
De imediato, os fascistas espanhóis inventaram uma série de mentiras sobre o atentado que iam desde negar a autoria a até culpar os próprios republicanos e habitantes de Guernica por destruir a cidade (???). São os fatos nos lembrando que as fake news sempre cercearam o jogo político. 

—> Gosta de histórias de guerra? Em Londres, o Imperial War Museum conta a história do Blitz, quando Londres foi bombardeada pelos nazistas. Falamos sobre ele aqui.

Barrio de las Letras – Madrid

Para entender melhor a guerra civil espanhola, as ruas de Madrid são um prato cheio. 

Caminhando pelo Barrio de las Letras, que respira arte e que foi a casa de grandes escritores espanhóis, entramos em uma dessas lojas que vendem gravuras, cartazes de cinema e fotografias antigas. Gosto muito! Sempre acabo comprando algo. 

Uma foto me chamou muito a atenção. Retratava uma rua importante de Madrid, em 1936, exibindo uma faixa contra os fascistas de Franco. O dono da loja era um senhor no auge dos seus 70 e tantos, que nos contou a história da foto. Em um período de conflitos e de pouca liberdade individual, a imagem é forte e diz muito sobre a cultura local.

Quando estávamos indo embora, ele falou: “Aproveitem a vida. Ela leva dois dias.”

Confesso que essas simples palavras me arrepiaram. Foi simbólico ouvir isso logo depois de ter tido uma conversa sobre um perturbador passado recente e lembrar das recentes (e constantes) ameaças à democracia que temos visto em alguns países.

antifa em madrid
A fotografia acabou vindo pra parede do nosso escritório: “NÃO PASSARÃO! O Fascismo quer conquistar Madrid. Madrid será a tumba do fascismo”

Conhecendo Guernica, de Pablo Picasso

Eu estava bem ansioso pra ver a obra no Museu Reina Sofia, cuja coleção conta a história do século XX através da arte contemporânea. Dedicamos nossa última tarde em Madrid a ele.

Dias antes tínhamos ido ao Museu do Prado, o mais importante da Espanha e que reúne obras mais antigas. Ele é incrível. E nossa visita foi maravilhosa porque tivemos a companhia do Guia do Museu do Prado, escrito pela Patricia de Camargo, do blog Turomaquia

O trabalho que ela fez é maravilhoso. Seguramente, mudou minha noção de como interpretar uma obra de arte. Se você pretende visitar o Prado, compre o guia e o leia enquanto está de frente para as obras recomendadas. Sérião!

Essa ordem de visita aos museus foi legal porque acabamos seguindo a cronologia da História da Arte, da Idade Média aos dias atuais. Se você vai a Madrid e se interessa por museus, recomendo que faça o mesmo. 

museu reina sofia - madrid - onde está exposta Guernica

Um dos maiores quadros da história foi uma decepção imediata – não para nós!

Importante dizer que Guernica não foi uma obra espontânea.

Na época radicado em Paris, Picasso recebeu uma encomenda do governo republicano espanhol para criar algo para ilustrar o pavilhão do país na Exposição de Paris de 1937, que ocorria enquanto a Espanha se afundava em uma guerra sangrenta (1936-1939). Quando o bombardeio ocorreu, durante o período em que rolavam os preparativos para o evento parisiense, Picasso foi brifado a retratar o atentado. 

Quando apresentou Guernica à comissão que havia solicitado o trabalho, muitos ficaram decepcionados. Não havia sinais óbvios da guerra, da cidade, do Comunismo. Na época, era comum que obras de arte tivessem referências, ainda que discretas, aos detentores do poder.

Veja essas imagens que mostram os pavilhões alemães e soviéticos na Expo. Os caras não tinham limites pra se exibir e demonstrar força. O curioso é que foram alocados um em frente ao outro, separados pela Torre Eiffel. 

O guia nos contou que Picasso estava do lado dos republicamos na Guerra, mas não era um grande entusiasta das questões políticas.  Como argumento para explicar seu criticado trabalho, disse que tinha feito um quadro para o futuro. O tempo seria o responsável por traduzi-lo às pessoas.

Pablo foi certeiro! Afinal, Guernica se tornou a maior crítica artística aos horrores de uma guerra. Um protesto que se tornou eterno.

Enquanto ouvia essas histórias me perguntava se então é assim que funciona a mente de alguém à frente do seu tempo

A gente deu sorte de ter um tour guiado gratuito do Museu bem no horário que iríamos. Aliás, vale ficar de olho no site para acompanhar a agenda dos tours. Tem bastante coisa legal.

Se você tiver interesse em aprender mais sobre os significados e símbolos de Guernica, recomendo esse vídeo que assisti no dia em que fomos ao Museu. Uma ótima aula da professora Zilpa Magalhães que encontrei ao acaso no YouTube.

O horror de Guernica e a anarquia da felicidade
Registro de Picasso criando um clássico

Uma obra que viajou o mundo para apresentar os horrores da guerra

Depois da exposição de Paris, Guernica rodou o mundo. Passou por São Paulo, inclusive. No museu, ao lado da obra, há diversos registros históricos do quadro viajante.  

Picasso, que morreu em 1975, havia afirmado que só autorizaria o retorno da obra à Espanha quando o país voltasse a ser uma democracia, o que aconteceu em 1977. Mas foi só em 1981 que Guernica retornou, enfim, a Madrid. 

O artista vivia em Paris durante a ocupação nazista. Certa vez, foi abordado em seu apartamento por um oficial alemão, que ao ver uma foto de Guernica, perguntou: 

– Foi você que fez? 

Picasso respondeu:

– Não, foram vocês.

Encerro o texto de hoje com um tuíte do escritor Lira Neto:

Leitor pergunta como seguir saudável nesta maré de obscurantismo.

Sugiro a sabotagem: ler literatura, assistir a bons filmes, frequentar exposições de arte, ir à roda de samba, dançar forró, amar.

Cultivar subversiva alegria. Contra a pulsão de morte, só a anarquia da felicidade.

Sejamos felizes!

Obrigado, Pablo Picasso.

Fonte e mais informações: site do Reina Sofia

E a vida em Bolonha (?), como vai?

Faz pouco mais de uma semana que nos mudamos para a casa que será nosso lar definitivo até (pelo menos) o fim do ano (nossos primeiros 30 dias aqui tinham sido em um apê temporário, alugado pelo Airbnb). Com as coisas se acalmando, agora pude sentar para contar um pouco sobre como foram nossas (intensas) primeiras semanas de vida em Bolonha.

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Primeiros dias em Bolonha em fotos e relatos

Teve coisa, viu. Desde aquele 12 de maio em que nos sentamos no bar que fica a 20m da entrada do prédio em que morávamos pra beber nosso primeiro Aperol Spritz (drink clássico do verão italiano) em terras bolonhesas, muito aconteceu.

Chegamos na tarde de uma sexta-feira ensolarada e no fim de semana não fizemos nada além de andar MUITO pelo charmoso centro histórico de Bolonha.

Bastou isso, aliás, para percebermos que escolhemos a cidade certa para iniciar nossa vida na Itália…

A verdade é que demos sorte de alugar um apartamento colado na Via del Pratello, que é uma das ruas mais boêmias da cidade. No “Pratello” (como apelidamos a rua), há bares e restaurantes com mesas na calçada por todos os lados!

E tem de tudo. De pasta fresca feita feita em sua frente por nonnas (daquelas mais clássicas), piadina e pizza em fatia a street food de frutos do mar, restaurantes veganos e orientais. De pubs de cerveja artesanal – inclusive, um da Brewdog, como a Nah contou neste post – a microenotecas, botecos baratos e bares de drinks – todos, sempre, oferecendo o tradicional petisco grátis no happy hour! Há quem diga que italians do it better. Essa tradição maravilhosa de dar comida de graça pra quem bebe, faz jus.

Em um mês, pudemos conhecer bem o centro histórico de Bolonha, e dá pra dizer que a região da Via del Pratello é nosso lugar favorito na cidade.

cerveja artesanal em bolonha - brewdog
Um das melhores cervejarias do mundo escolheu Bolonha pra abrir seu primeiro bar na Itália. Ele não fica NA via del Pratello, mas nos arredores.

Uma cidade para conhecer a pé ou de bicicleta

Em pouco mais de um mês de vida em Bolonha, só andamos de ônibus uma vez!

Para atravessar o centro histórico da cidade de leste a oeste, bastam 30/40 minutos de caminhada. Isso – e o clima da primavera – são um incentivo e tanto pra usar as próprias pernas para se locomover.

E, cá entre nós, tem coisa melhor que conhecer uma cidade a pé?

Tá, eu diria que conhecer uma cidade de bicicleta ganha, mas como ainda não compramos as nossas, falarei sobre como conhecer Bolonha sobre duas rodas daqui uns meses, combinado? Mas adianto que a cidade tem uma estrutura razoavelmente boa para pedalar – e tem muita gente pedalando.

bicicletas em bolonha

Caminhando e correndo

Por ainda estarmos sem bikes, começamos a correr – coisa que jamais tínhamos feito juntos antes. Eu até já participei de umas corridas de 10km há uns cinco anos, mas parei total desde que comecei a pedalar. Já a Nah nunca foi muito íntima do esporte, mas está curtindo.

O despertar da corrida foi algo legal que nasceu nesse primeiro mês morando na Itália. Não que seja essencial, mas mudar de ambiente ajuda muito a eliminar e/ou criar hábitos. 

vida em bolonha
No dia em que tiramos esta foto, caminhamos 10 km em meio a muito verde até a Basílica de San Luca com a Nica e Leo, amigos do coração e padrinhos de casamento. Esse é um passeio incrível pra quem curte caminhar pela natureza. A Basílica é linda e a vista da cidade vermelha no trajeto, impagável.

O drama para alugar uma casa. Ou, por favor, planeje-se!

Quando o fim da temporada no apartamento temporário começou a se aproximar, o desespero veio junto. A gente se viu numa enrascada. Parecia que nunca iríamos conseguir alugar uma casa! 

Pela internet, as imobiliárias não respondiam. Os contatos via Airbnb tinham se esgotado. Alguns safados tentaram nos aplicar golpes. Eu não tinha conta em banco, nem o tal do codice fiscale, essencial para qualquer contrato de aluguel. Pois é, tava complicado.

Pra piorar, meu italiano é sofrível. Eu estudei por dois anos, mas lá se vão uns 10 anos que fugi da escola. Está sendo como aprender de novo o pouco que eu sabia. Mas confesso que estou feliz com a sutil evolução do 1º para o 34º dia.

vida em bolonha

Esse, aliás, é um motivo importante para estarmos aqui. Sempre senti vergonha por ter um passaporte italiano e não falar a língua! E sei que posso falar o mesmo pela Nah, italiana em formação.

Mas, voltando aos pepinos, foi só nas últimas duas semanas antes de virarmos sem-teto que começamos a entender como tudo funciona e o que precisávamos fazer. Muito com a ajuda da Lu, a rainha de Roma, que edita o ótimo blog Roma pra Você. E da Dani, autora do a Bolonhesa, que reúne dicas preciosas sobre Bolonha, Emilia Romagna e vida na Itália. Elas nos ajudaram muito a entender a burocracia italiana. Valeu, meninas!

vida em bolonha

Pra encurtar a história do aluguel, tudo se resolveu. E de uma forma BEM inusitada. Pedimos ajuda pra Valentina, dona da casa em que moramos no primeiro mês. Ela é uma italiana da Sardegna de 30 e tantos anos que se divide entre New York e o mundo fazendo arte.

Ela nos apresentou a Elisa, uma amiga que estava alugando um apê por um tempo e que talvez pudesse fazer o tal contrato de aluguel, fundamental para que eu pudesse obter a residência. Acabou que ela não podia. Mas a Elisa nos indicou um amigo, que é um agente imobiliário – o Guido.

Arquitetura de Bolonha

Vida em Bolonha: Comunidade, confiança e amizade

E aí conhecemos um daqueles seres iluminados. Guido é um cara legal que ajuda amigos que têm casas para alugar, mas têm preguiça e/ou não entendem nada de internet. Ele comentou com a gente que uma família de amigos tinha uma villa (um casarão antigo) pra alugar em uma cidadezinhaZINHA situada a 30km de Bolonha.  

Foi aí que conhecemos o Gianluca, um bolonhês de 50 e tantos anos, gente boníssima, engenheiro, dono de um pastor alemão chamado Denzel (ou Denzelino) e um fervoroso, mas conformado torcedor do Bolonha, clube que já teve suas conquistas, mas vive na seca há anos.

A gente entende. Como torcedores do Coritiba, o verdão original, sabemos bem como é dura a vida de um torcedor de um clube médio, que luta contra os gigantes de cifras absurdas. É a vida. #vaipracimadelesverdão

Denzel
Denzel, o pastore tedesco. #saudadesDjandjan

Esse episódio foi muito legal porque nos fez sentir, de alguma forma, inseridos na comunidade local. Todas essas pessoas foram fantásticas com a gente. A Marcella, esposa do Gianluca, quase adotou a Nah. É sempre bom ter algo que faz com que você se sinta parte de algo, ainda mais quando você chega em um ambiente totalmente novo. Mas segura aí que depois eu termino a história de onde estamos morando.

A Toscana: Parte 1 – Cinco anos de casados

Um dos nossos grandes sonhos nesse início de vida italiana era celebrar nossos cinco anos de casamento com amigos em um fim de semana na Toscana.

Deu certo! E foi lindo – daqueles momentos inesquecíveis da vida. Nica e Leo, Carol e João, Marla e Josh, Thaís e Nick,  muito obrigado por estarem com a gente naqueles dias mágicos!

5 anos de casamento na toscana

Alugamos uma casa épica no Airbnb, bebemos bem, comemos MUITO bem, rimos, dançamos, cantamos e choramos com a cerimônia linda que a Nica organizou. Se você tiver vontade de saber mais sobre como foi esse evento, comenta ali embaixo que a gente conta em um post futuramente.

Por do sol na toscana
Registro espetacular do nobre amigo João Pens. Sugiro que você acompanhe as fotos dele no Instagram: https://www.instagram.com/joaopens/

O trabalho: novos projetos surgindo

Outro motivo importante para termos vindo para a Itália é o trabalho. Há tempos estamos tentando criar um projeto que possa combinar o trabalho que fazemos na London, nossa agência de marketing de conteúdo, com viagens e o desejo pessoal de fincar raízes temporárias em diferentes culturas.

Faz uns três anos que pensamos nisso e trabalhamos para encontrar o modelo ideal. Tem a ver com caçar tendências, cobrir eventos, conhecer histórias de empresas inovadoras e transformar isso em conteúdo multimídia para nossos clientes e futuros clientes – empresas interessadas em contar boas histórias, educar seu mercado e gerar valor para seus clientes e futuros clientes por meio do conteúdo.

No ano passado, já com a ideia na cabeça, mas ainda sem saber bem o que fazer com ela, eu escrevi uma reportagem para a VendaMais, revista que editamos, contando a história de uma imersão de negócios que fizemos no Vale do Silício.

Visita ao Facebook - Palo Alto
Em nossa visita ao Facebook, em Palo Alto, fomos recebidos por uma brasileira que trabalha com big data na rede social. Tivemos debates bem interessantes sobre as tendências na comunicação virtual.

Em paralelo a isso, também gravamos vários vídeos durante o Content Marketing World 2016, maior evento de marketing de conteúdo do mundo, que acontece todo ano em Cleveland.

Content marketing World - Unmarketing - scott strattenjpg
Na edição 2015 do CMW, eu havia comprado esse (ótimo) livro que fala sobre uma nova forma de vender e se relacionar com clientes. Em 2016, assisti uma palestra, conversei com o autor e ganhei uma cópia com dedicatória. Quão legal é isso? =D

Essas duas atividades foram fundamentais para dar a base para o projeto que vamos começar a tirar do papel, em Bolonha (e pela Europa), nas próximas semanas. Quando tivermos novidades a respeito, compartilharemos por aqui.

Uma das coisas que aprendi sobre empreendedorismo com um engenheiro da Netflix no Vale, foi que a grande ideia de um bilhão de dólares é um mito. Escrevi sobre isso e muito mais na matéria. Você pode ler aqui. =)

Vida no mato-2
Reunião com cliente às 22h é algo que aprendemos a nos acostumar. Faz parte.

A Netflix não acredita na ideia de um bilhão de dólares que vai surgir da noite para o dia e revolucionar o planeta, mas em pequenas melhorias diárias baseadas em decisões e ações rápidas, mesmo que sutis, mas que, com o passar do tempo, fazem com que a empresa possa permanecer relevante e competitiva em um dos mercados mais acirrados do planeta.

A inovação faz parte do dia a dia. Não é um ato isolado.

Na prática, ao longo dos últimos sete anos aprendendo diariamente a empreender, percebemos o mesmo por aqui. Foi bom conhecer um pouco sobre a cultura da Netflix e ver que, de certa forma, compartilhamos de uma visão parecida.

golden gate bridge - san francisco
Fazer uma imersão na cultura do Vale do Slício por alguns dias nos ajudou a construir a ideia de como imaginamos o futuro da nossa empresa

Estou sendo bem simplista aqui pra não me arrastar muito no papo sobre empreendedorismo, mas o projeto que estamos construindo agora começou a ser desenhado, lapidado e amadurecido há mais de três anos. Para criar algo de valor é preciso tempo, suor, grana, sorrisos, lágrimas e uma maturação natural do projeto – principalmente quando se tem vários pratos para equilibrar ao mesmo tempo – como é o nosso caso com a London. Todo o resto, é discurso de palco. 

A Toscana: Parte 2 – O Val d’Orcia com os padrinhos

Ainda no primeiro mês, deu tempo de fazer uma viagem mágica por uma das mais belas regiões da Toscana. O Val d’Orcia é a “casa” do aclamado Brunello di Montalcino, o clássico vinho produzido com as uvas Sangiovese, predominantes na região.

Pienza - Val d'Orcia - Toscana - Italia-2
É no Val d’Orcia que a Toscana “imprime” boa parte de seus cartões postais

Mas não é só de vinho que vive essa joia toscana. Incríveis e incontáveis vilarejos medievais para explorar, estradas que representam a Toscana clássica das clássicas, águas termais gratuitas e muita comida boa. O Val d’Orcia é mais um exemplo perfeito do #italiansdoitbetter. Aliás, acho que essa # será bem presente por aqui. ;)

Pienza - Val d'Orcia - Toscana - Italia
Pienza é fascinante.

Vamos falar mais essa viagem em breve, mas se tiver viagem marcada, tome nota de Pienza, Montepulciano e Bagno di San Fillipo, três pontos imperdíveis dos vários do trajeto. A gente passou por oito cidades em dois dias, tempo suficiente para conhecer vários lugares legais. 

Val d'Orcia - Toscana - Italia

Bem-vindo a uma “vida no mato”

O Gianluca, (lembra dele?) nos levou para conhecer a casa em que estamos morando na semana passada, cinco dias antes de mudarmos. É um casarão do século XIX, de três andares, que ele dividiu em três apartamentos (um por andar), sendo que o último (o nosso) é destinado a aluguéis de longo prazo – e os de baixo para festas e eventos de fim de semana. O preço era o melhor que tínhamos visto até então – 490 euros por mês, fora as contas. Tchau vida em Bolonha?

Vida no mato-6
Registro do nosso primeiro sábado na #casadomato, feito pelo amigo blogueiro (e primeiro hóspede) Jr Caimi, do Tip Trip: http://www.tiptrip.com.br

Pesamos muito a decisão de sair de um pequeno apartamento no CENTRO de Bolonha para uma casa gigante com um quintal cheio de árvores em uma CIDADEZINHAZINHA que fica a 35 minutos de trem da capital da Emilia Romagna. Por uma vida mais simples, econômica, focada e propícia a criatividade, decidimos “correr o risco” de viver de uma forma BEM diferente de todas que já vivemos.

Vida no mato-4
Primeiro sábado na casa nova

Galliera, nossa cidade, tem cinco mil habitantes. Um bom supermercado. Uma feira de rua às quartas-feiras. Duas sorveterias. Duas cafeterias. Uma padaria. Uma tabacaria. Um restaurante. Zero bares. Um banco. Uma agência de correio. Muitas crianças e idosos. Poucos jovens. O ciclo da vida fica evidente aqui. Tão  logo os jovens ganham independência, se mandam.

Ficaremos aqui, pelo menos, até dezembro (provavelmente mais). Nosso dia a dia será cercado de muito sossego, pássaros cantando, trabalho e viagens. Estamos animados com a ideia de passar mais tempo ao ar livre, correndo pelas plantações diversas que compõem o cenário no entorno nossa casa, pedalando por estradas rurais ou lendo debaixo de uma árvore do nosso quintal.

Mas, por outro lado, chegar em Bolonha é muito fácil. Não estaremos com o pé no centro, mas os 35 minutos não são nada se você comparar com a logística interna de uma cidade como Londres, por exemplo. Além disso, a bela Ferrara fica a menos de 15 minutos de trem. Definitivamente, não estamos isolados!

O nosso plano, além de realizar nossos projetos de trabalho, é aproveitar os fins de semana pra viajar por cidades da região – Modena, Parma, Reggio Emilia e Rimini (litoral) são algumas das cidades que ficam a um pulinho daqui – e conhecer mais da Itália. Temos planos de viajar muito por aqui nos próximos meses. E, se você quiser, pode vir com a gente. Basta nos acompanhar por aqui ou pelas nossas redes sociais.

E aí, vamos juntos? :)

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Primeiros dias em Bolonha em fotos e relatos

Primeiros dias em Bolonha em fotos e relatos

Nos mudamos para Bolonha! Queria te contar um pouco do que estamos sentindo. Vem comigo? :)

 

 

O amor que eu sinto por Londres como cidade, sinto pela Itália como país.

Eu falo isso desde 2010, quando, depois de uma temporada de seis meses vivendo na cidade do meu coração, pisei pela primeira vez no país que hoje chamamos de casa. Assim como aconteceu na minha primeira passagem por Londres (em 2005), foi amor à primeira vista…

 

 

E tem como não se apaixonar? Aaaah, Firenze! <3

 

João e eu éramos dois “ultrajovens” jornalistas (tínhamos 24 e 22 anos, respectivamente) com pouquíssimo dinheiro no bolso, mas muita vontade de explorar alguns dos principais tesouros da terra de onde veio a família Brotto – e tantas outras famílias que hoje são mais brasileiras do que italianas, talvez até mesmo a sua!

Nosso roteiro era um clássico: Roma, Veneza, Florença (e mais alguns vilarejos da Toscana) e Cinque Terre (cinco cidadezinhas litorâneas que são maravilhosas). História, amor, arte e belas praias. Quem poderia querer mais?

 

Que atire a primeira pedra quem nunca tirou uma foto jacu enquanto viajava! :)

 

 

O que vivemos naquelas duas semanas de outubro há quase sete anos nunca foi esquecido. E nos fez ter uma certeza: um dia ainda desembarcaríamos nesse país para uma longa temporada de explorações/dolce far niente, slow food, trabalho, vinhos, clima bom/sol, aprendizado e muito, muito amor. 

 

Veneza é ainda mais linda ao vivo. JURO!

 

Esse sonho começou a se tornar realidade há duas semanas (mais precisamente, no dia 12 de maio de 2017).

E os primeiros dias que vivemos aqui nos fizeram ter certeza de que a espera valeu muito a pena…

 

 

Bolonha, (já) ti voglio bene!

A cidade que escolhemos como base para a nossa aventura foi Bolonha (o João falou sobre isso neste post), conhecida como “la dotta, la grassa, la rossa“, ou, em bom português, “a erudita, a gorda, a vermelha”.

“Erudita” porque é a terra da primeira universidade do mundo ocidental. Pois é, a Università di Bologna foi fundada em 1088!

Desde então, ganhou notoriedade não apenas na cidade e na região, mas também no país e no continente, atraindo estudantes – e professores – de peso, como Nicolaus Copernicus, Umberto Eco e Dante Alighieri. Além de ter tido professoras mulheres desde os primórdios de sua história. Caso de Bettisia Gozzadini, considerada a primeira mulher a lecionar em uma universidade. Conta-se que as aulas dela atraíam tantas pessoas que precisavam acontecer não em salas de aula comuns, mas em praças públicas da cidade. #yougogirl

E a universidade continua superforte até hoje. De acordo com o site oficial, só no ano passado (2016), 84.724 estudantes escolheram estudar na Universidade de Bolonha, fazendo dela a instituição de ensino superior mais popular da Itália. Achei bacana! :D

 

arquitetura de bolonha

Bolonha é “gorda” porque aqui, meu caro, se come muito bem! 

 

 

Você já comeu um bom macarrão à bolonhesa na sua vida? Agradeça às nonnas “bolognesas” por isso! :)

Mas, ó, saiba que o prato original atende pelo nome de tagliatelle al ragu. “Bolonhesa” é coisa de brazuca mesmo – ou coisa feita especialmente para agradar (ou seria “para pegar”?) os turistas… Portanto, se quiser degustar o prato raiz, vá de ragu. O bolonhesa é “Nutella”. ;)

Comemos duas boas versões desse prato típico desde que chegamos. Pagamos entre 7 e 9 euros. Bom preço, né?

 

 

Tagliatelle al ragu em bolonha

Tagliatelle al ragu em bolonha-2
Concentradíssima saboreando meu pratão de macarrão! :D

 

E essa não é a única delícia gastronômica de Bolonha. Tudo o que você espera comer/beber de bom na Itália tem por aqui também – de pizzas a legumes frescos, passando por vinhos, bons drinks e assim por diante. <3

Bolonha é “vermelha” basicamente por dois motivos: 

1. Por causa das construções avermelhadas que estão espalhadas pelas ruas da cidade:

 

bolonha - a vermelha

 

2. Por ter sido a capital europeia antifascismo durante a Segunda Mundial, ter abrigado a sede do partido comunista italiano por muitos anos e por possuir uma forte cultura estudantil de protesto até hoje. O Museo della Resistenza, inclusive, fica bem perto aqui de casa. Pretendemos visitar em breve!

 

 

Bolonha - mercado delle terre
Olha aí o lado vermelho de Bolonha em ação: no Mercato delle Terre, num sábado de sol, jovens comunistas distribuíam panfletos que falavam sobre seu posicionamento político.

 

 

Atualização em 21/06: Fizemos uma visita rápida ao museu recentemente. Foi rápida porque não imaginávamos que seria tão informativo (o que exige tempo!) e já tínhamos marcado um almoço com um amigo. Mas gostamos muito do que vimos e vamos voltar logo. Basicamente, ele narra a história da Bolonha durante a ocupação nazista em 1943 e após a libertação da cidade, dois anos depois.

 

museo della resistenza - bologna
Ideologias políticas à parte, contestar, resistir e lutar é fundamental.

E tudo isso, junto, torna a cidade muito, muito interessante!

 

arquitetura de bologna-3

 

 

Primeiras observações sobre Bolonha

Nos últimos 15 dias, exploramos muuuuito essa cidade a pé (se você visse o app “Saúde” do iPhone do João ia entender do que eu tô falando!).

Nesses passeios, nos encantamos com os pórticos que surpreendem a (quase) cada mudança de quadra, nos assustamos com a quantidade de referências ao nazismo em pichações por aí (a foto abaixo é um exemplo)… 

 

nazismo em bologna
Essa balança fica na rua mais movimentada da cidade. Essa imagem é vista diariamente por milhares de pessoas. Sabe-se lá há quanto tempo está lá. E ainda tem muitos outros. Alguns, inclusive, bem em frente ao museu da resistência – falarei sobre ele mais pra baixo!

 

… vimos que não é só de vinho que vive a Itália – os cervejeiros de plantão (alô, migues!) podem ser muuuuito felizes aqui também (tem um bar da BrewDog, minha gente), ficamos um pouco preocupados com nosso futuro peso – e, principalmente, com a nossa saúde – ao perceber que a imensa maioria dos restaurantes tem menus compostos majoritariamente por massas (o que é uma delícia, masné?), percebemos que os motoristas nem sempre estão preocupados em respeitar a “lei das ruas”, que diz que o maior protege o menor, ouvimos sinos badalarem muitas e muitas vezes…

Enfim, curtimos com os olhos brilhando a nossa casa nova.

 

Bolonha - Itália - centro histórico
Por falar em casa, a porta da nossa é essa aí. É ou não é a rainha do charme? (O fato triste é que ela é nossa apenas por um mês, mas vamos fingir que tá tudo bem, que não estamos desesperados em busca de um novo lar, que não temos medo de morar embaixo da ponte no meio de junho e coisa e tal! OK? #SOS)

E a melhor forma de mostrar isso pra você é como? Por meio de fotos, claro!

 

Aliás, estamos postando muitas fotos aqui de Bolonha lá no nosso Instagram. Para seguir a gente por lá, basta clicar aqui.

 

 

Marido, apresenta aí sua seleção de fotos que eu conto para os nossos amigos leitores o que cada uma delas representa pra gente. ;)

 

Bolonha - pórticos - centro histórico

 

A arquitetura de Bolonha é de cair o queixo!

Ao todo, a cidade é “coberta” por cerca de 40 quilômetros (sim, QUILÔMETROS!) de pórticos – como esse da foto acima. O que isso significa? Que se proteger da chuva – e do sol! – nunca foi tão fácil e que a dor no pescoço é inevitável. Afinal, quem é que não quer olhar pra cima, pra baixo e para todos os lados para poder observar cada detalhe dessas verdadeiras obras de arte no meio da cidade?

Gente, não tem monotonia nesses pórticos! Mudam-se os pisos, os tetos, os lustres e as colunas a cada poucos metros!

 

pórticos de bolonha

 

Bolonha também tem áreas verdes!

 

E é assim que eu comemoro! \o/

 

Nossa primeira descoberta nesse sentido foi o Parco Della Montagnola, primeiro parque público da cidade, inaugurado no distante ano de 1662.

 

Bologna - parco della montagnola-2

Bolonha - parco della montagnola

 

Além de ótimo para quem busca um lugar para fazer um piquenique e para aqueles que gostam de dar uma corridinha de vez em quando, o Parco Della Montagnola é visualmente lindo.

Nas fotos acima você viu a escada que dá acesso a ele e a fonte que fica logo na entrada (duas belezuras, não?), e aqui embaixo tem dois registros do que você vê olhando para fora quando está dentro do parque…

 

Bologna - arquitetura

 

Direto do do meu Instagram pessoal:

Bologna sendo linda num sábado de sol e calor. ?

Uma publicação compartilhada por Natasha Schiebel (@nah_schiebel) em

 

 

Além disso, nossos primeiros dias por aqui tiveram muito sol, calor e céu azul, “gelatos” deliciosos para refrescar, a companhia de um casal de amigos mais do que parceiros para desbravar trilhas pela cidade e curtir o que Bolonha tem de melhor, um pulinho na Toscana – com vários amigos! – para comemorar nossos cinco anos de casamento (estamos pensando em fazer um post sobre esse momento porque, não é por nada, mas foi muito incrível!), várias jantinhas em casa feitas com os melhores ingredientes do mundo e, como já era esperado, muito, muito amor! <3

 

 

E esse é apenas o começo. Estaremos na região da Emilia Romagna pelo menos até dezembro deste ano. Aos poucos, vamos contando aqui, no Facebook, no Instagram, no YouTube, por e-mail e onde mais der na telha as melhores experiências que essa temporada italiana nos proporcionar.

Vem com a gente? :)

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Hotel em Bordeaux: Mama Shelter, muito mais do que um bom lugar para dormir

Os cinco dias que passamos em Bordeaux (França) e nos arredores da cidade foram detalhados em três posts:

Se você já leu tudo isso, deve ter percebido que o que mais fizemos naqueles dias foi comer e beber (muito bem, por sinal). E você deve concordar comigo que depois de comer e beber muito bem não há nada melhor do que dormiiiiir numa cama bem gostosinha, né? :D

E se em Saint-Émilion o lugar escolhido para completar o combo do dia perfeito foi o delicioso bed and breakfast La Gomerie, em Bordeaux nossa base por três noites foi o divertido, moderno, confortável e bem equipado Mama Shelter. A gente gostou bastante e achamos que valia a dica pra você que está planejando visitar essa cidade incrível. Então bora conhecer?

Mama Shelter Bordeaux

Pra começar, logo na entrada do hotel tem a área do café da manhã (que é supercompleto e delicioso, mas pago à parte – €17 para adultos e €8,50 para crianças)/bar/restaurante e que à noite vira até baladinha de sucesso (na primeira noite, a gente se assustou quando voltou da rua lá pelas 23h e viu o hotel lotado!).

onde se hospedar em bordeaux - mama shelter_-2

onde se hospedar em bordeaux - mama shelter_

Para curtir o que a área comum do Mama Shelter oferece não é preciso estar hospedado no hotel. Todos os menus estão aqui. No verão, há também um rooftop bar que parece incrível (e é mais um motivo pra gente planejar uma nova visita a Bordeaux, nénão, marido?).

Agora dá uma olhada no café da manhã. Servido das 7h às 11h, ele pode perfeitamente alimentar para a manhã toda de passeio. Tem de tudo um pouco: muitos pães franceses, croissants, cereais, café, chá, chocolate quente e assim por diante.

hospedagem em bordeaux - mama shelter_

hotel boutique em bordeaux - mama shelter_

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mama shelter - café da manhã - bordeaux

Vou confessar que bateu uma fominha vendo essas fotos e relembrando o sabor das delícias que comemos por lá, viu?

Mas, enfim, sigamos adiante. :)

Você tá querendo ver o quarto, né? Vamos a ele, então.

Os quartos do Mama Shelter

O hotel tem quatro tamanhos de quarto: small, medium, large e xl. Como você deve imaginar, o preço varia de acordo com o tamanho. Ficamos em um “medium” e achamos ótimo. Como a gente basicamente ia ao hotel para dormir, não tinha nem por que ficar em um quarto maior.

hospedagem em bordeaux - mama shelter
A vista da porta de entrada do quarto. O lavabo está ao lado esquerdo da foto, a cama à frente e o box na porta fechada à direita.
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Pô, agora parei para pensar e achei meio bizarro: você faz xixi em um lugar de porta fechada, tem que abrir e ir para o outro ambiente para lavar as mãos. Não é meio esquisito? Bem, enfim, nesse lavabo que só tem pia e não privada, tem também um frigobar, um microondas e um secador de cabelo.
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E aí o banheiro polêmico sem pia. Coisa de francês? haha

E por fim, o quarto propriamente dito:

hotel em bordeaux - mama shelter
Só pra constar: cama e chuveiro aprovadíssimos também, tá? ;)

Coisas a observar: escrivaninha para quem quer trabalhar, espelho de corpo inteiro, sofazinho pra jogar as tralhas (porque não dá nem tempo de sentar nele. haha), cabideiro e… máscaras penduradas no espelho.

Sim, minha gente, tem isso em todos os quartos. E a ideia é que você USE essas máscaras, tire fotos (tem essa função na TV que, na verdade, é um computador Apple) e compartilhe com o povo do hotel pela TV. Que tal? :D

João curtiu!

Além disso, vale destacar que o hotel aceita animais de estimação, oferece wi-fi gratuito, tem um catálogo de filmes gratuito e é bem localizado. Dá para fazer muita coisa bacana a pé saindo dele e ainda há vários ônibus e trams circulando na região. No mapinha abaixo (que reúne quase tudo que fizemos nos cinco dias em Bordeaux e arredores e que é um ótimo ponto de partida para você programar a sua viagem) ele está destacado em vinho.

Ah, e não tem Mama Shelter só em Bordeaux, não. Esse hotel diferentão também é opção de hospedagem em Los Angeles (EUA), Lyon, Marseille e Paris (França) e, mais recentemente, no Rio de Janeiro. Uma boa, não? ;)

Informações práticas Mama Shelter Bordeaux:

  • Onde: 19, rue Poquelin Molière – 33000 Bordeaux
  • Quanto: os preços das diárias variam dependendo da época do ano, mas em minha pesquisa encontrei tarifas de €69 até €159
  • Saiba mais e faça sua reserva

*A gente se hospedou no Mama Shelter a convite do Visit Bordeaux, mas pode ter certeza de que minha opinião nesse texto é 100%  sincera! ;)

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Storrs Hall: um hotel maravilhoso no Lake District, Inglaterra

Terra de reis e rainhas, príncipes e princesas, a Inglaterra tem sinais da realeza por todos os cantos. Os portões dos parques, as residências oficiais, os jardins bem cuidados, os lagos sempre repletos de pássaros e patos compondo o cenário… (quase) tudo faz a gente se sentir um pouco parte da monarquia…

Até porque você não precisa se esforçar para chegar assim pertinho da residência oficial de Kate & William (& George & Charlotte), por exemplo. Basta entrar no jardim que a cerca...
Até porque você não precisa se esforçar para chegar assim pertinho da residência oficial de Kate & William (& George & Charlotte), por exemplo. Basta entrar no jardim que a cerca…
... o maravilhoso Kensington Gardens!
… o maravilhoso Kensington Gardens!

E apesar de um simples passeio em uma rua da grande metrópole que é Londres já deixar isso bem evidente, é no interior do país que essas características atingem seu ápice. Ainda mais quando por três noites você chama de “lar” uma mansão georgiana que foi transformada em um belíssimo hotel.

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Foi o que vivemos na nossa passagem pelo Lake District, a região dos lagos da Inglaterra e que já foi tema de três outros posts. Deixa eles abertos para ler depois. ;)

11 motivos para conhecer a fascinante região dos lagos no Reino Unido

Como planejar uma viagem para o Lake District, na Inglaterra

Lake District: nosso roteiro em vídeo

Em Windermere, cidade que foi nossa base nessa viagem inesquecível, nos hospedamos no Storrs Hall, hotel que fez com que nos sentíssemos parte da realeza britânica mesmo sendo meros súditos. E, olha, a experiência não podia ter sido melhor.

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O interior de uma mansão georgiana

Para começar, um pouco de história…

Ao longo dos séculos, a Inglaterra foi comandada não por um, mas por seis reis chamados “George” (pausa para reflexão: o primogênito do casal Kate & William pode ampliar essa lista em alguns anos, hein?), e os primeiros quatro, que ocuparam o trono entre 1714 e 1830*, não apenas reinaram o país, como também acabaram nomeando um estilo arquitetônico “nascido” nessa época: o georgiano.

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Como eu não sou arquiteta ou especialista em arte, não consigo descrever com precisão as características do estilo – este texto, em inglês, cumpre bem esse papel -, mas posso dar minha opinião. E o que eu tenho a dizer é: podia morar facilmente numa “casinha” dessas. :D

Olha só o “quartinho” do Storrs Hall:

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Nunca pensei que ia sentir saudade de um banheiro. hahaha. Piso aquecido, banheira com televisão ao lado (o ápice da riqueza), chuveiro boooom... É, praticamente um banheiro real! :D
Nunca pensei que ia sentir saudade de um banheiro. hahaha. Piso aquecido, banheira com televisão ao lado (o ápice da riqueza), chuveiro boooom… É, praticamente um banheiro real! :D

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A verdade é que toda vez que a gente saía para passear dava um aperto no coração por não ficar curtindo esse quarto. JURO! haha

Fora que daria para passar um bom tempo curtindo a vista da janela…

Bom acordar e ver da sua janela o maior lago da Inglaterra - Lake Windermere, que tem 18km de comprimento, 1,5km de largura e cuja profundidade chega a mais de 60m -, né?
Bom acordar e poder admirar o maior lago da Inglaterra – Lake Windermere, que tem 18km de comprimento, 1,5km de largura e cuja profundidade chega a mais de 60m -, enquanto toma um cafezinho/chazinho fresco, não? :)

Mas o que eu mais gostei é que ao mesmo tempo em que é um hotel luxuoso, é daqueles luxos que acolhem, sabe? Não tem pompa e elegância desnecessária, tem cara de casa, jeito de casa. E isso vale não só para o quarto, mas também para as áreas comuns, ó:

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Além da estrutura ótima, outro ponto de destaque do Storrs Hall é o atendimento. Fomos muito bem recebidos:

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E sempre muito bem atendidos quando tínhamos dúvidas sobre o que fazer, como ir de um lugar a outro etc. Tanto é que acabamos ficando amigos do Fred, que exercia um papel meio que de governante do hotel. Todas as vezes em que o encontramos durante os três dias que passamos lá trocamos boas ideias. :)

John é queniano, corredor, e foi tentar a vida na Inglaterra. Se diz feliz morando na pequena Bowness-on-Windermere e é um excelente guia para os hóspedes do hotel em que trabalha. Deu várias boas dicas pra gente! :)
Fred é queniano, corredor, e foi tentar a vida na Inglaterra. Se diz feliz morando na pequena Bowness-on-Windermere e é um excelente guia para os hóspedes do hotel em que trabalha. Deu várias boas dicas pra gente! :)

Café da manhã e jantar 5 estrelas

Quer mais? Pois saiba que no Storrs Hall você não vai apenas dormir bem. Dá para sair de lá muito satisfeito também no quesito gastronômico.

O café da manhã combina buffet + pratos quentes que você pode pedir na mesa.

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Há um pub interno que serve comidas mais simples (como hamburguer e batata frita, risotto, tiras de carne).

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E o pub ainda era uma gracinha!

E, por último, um restaurante comandado por chef de cozinha premiado e que busca mostrar que a culinária britânica vai bem além do famoso fish & chips.

Enquanto estivemos lá, pudemos degustar algumas das suas especialidades. Coisa estilo MasterChef! Alta gastronomia britânica em ação.

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Tá, deu fome só de ver essas fotos e eu estou escrevendo este post às 11h50. Pera aí, vou ali almoçar e já volto, ok?

Pronto! :D

Deu para ver que a coisa não é fraca, né?

Para você ter uma ideia, o jantar com sequência de cinco pratos custa £52.00, o almoço de domingo (dois pratos), £19.50, e o almoço de domingo com três pratos, £26.50. Os detalhes dos cardápios estão aqui (você não precisa se hospedar lá para ir ao restaurante – mas vale a pena fazer uma reserva antecipada).

Coffee and petit fours £4.50

Ah, e a gente não teve tempo de provar, mas eles também têm um chá da tarde! Existem quatro versões – preços variam entre £10 e £45 por pessoa. Está tudo detalhado aqui.

Refúgio na natureza

Para completar, ainda tem a natureza maravilhosa da região. E nem é preciso sair do hotel pra curtir. Olha só o que tem dentro da área do Storrs Hall:

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Entendeu por que vale a recomendação, né?

Tem mais fotos na nossa página do Facebook. Clique aqui para ver!

Mais do que um hotel legal para ficar hospedado, o Storrs Hall é perfeito para ocasiões especiais – fim de semana de relax, lua de mel, comemoração de aniversário, despedida de solteiro com as amigas etc. :)

A gente curtiu demais e queria repetir a dose. Quem sabe no futuro… :D

Se você está planejando uma viagem ao Lake District, gostou da dica e quer fazer sua reserva, pode usar este link e, além de não gastar um centavo a mais, ajudar a gente (recebemos uma pequena comissão a cada reserva efetivada pelo Booking – e isso vale para qualquer hotel, de qualquer lugar, ok? Basta usar nossa caixa de busca para fazer sua pesquisa).

Se ainda não está convencido, dá uma olhadinha no vídeo que preparamos. Acho que depois dele será impossível não querer se hospedar lá! :)

Até a próxima!

Nah

Informações práticas Storrs Hall Hotel:

  • Onde? Windermere, CumbriaLA23 3LGUK
  • Quanto? Os preços das diárias variam dependendo da época do ano. Pesquise os valores para a época de seu interesse aqui.
  • Saiba mais: http://www.storrshall.com

*Essa foi minha fonte de pesquisa sobre a monarquia inglesa.

* Nós viajamos a convite do VisitBritain, mas as opiniões aqui registradas são 100% pessoais. Recomendo que você os siga no Facebook, Instagram e Twitter. Eles sempre postam boas dicas e publicam fotos lindas!

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O que fazer em dois dias em Bordeaux (França)

Depois de um longo intervalo vim terminar de contar uma história que o João começou a contar em FEVEREIRO. :O

O post dele, que relata nossos dois primeiros dias em Bordeaux, está aqui. Sobre essa mesma viagem eu escrevi este post, em que conto como foi nossa passagem pelo vilarejo medieval Saint-Émilion <3, que fica a cerca de 4okm da “capital francesa” do vinho e que é uma excelente opção de bate-volta para quem vai a Bordeaux e quer se dedicar ao enoturismo na região.

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Saint-Émilion é uma das cidades mais lindas que já visitamos! Um pedacinho do meu coração ficou lá… :)

Hoje, vou contar como foram os outros dois dias que passamos em Bordeaux.

Esse não é o último post da série sobre a viagem. Para completar, apresentaremos o hotel em que nos hospedamos na cidade, o diferentão – e superbacana – Mama Shelter. Ele vem logo, ok?

Para começar (e para facilitar pra você), aqui vai o mapa que reúne todos os restaurantes em que comemos e bares em que bebemos, além dos hotéis em que ficamos hospedados e de algumas das atrações turísticas que visitamos durante a viagem – ou seja, em Bordeaux, em Saint-Émilion e em uma pequena viagem bate-volta que fizemos por ali. Use-o como base para criar o seu roteiro!

Ah, as atrações do centro não estão todas nomeadas porque você vai andar e encontrar. Tenho certeza. Mas, de qualquer forma, elas foram apresentadas nos posts, se você quiser saber mais. :)

Um sábado regado a muito vinho francês e um jantar em um barco-restaurante

Como contei no último post sobre essa viagem, deixamos Saint-Émilion no sábado pela manhã com um compromisso agendado em Bordeaux: às 13h30 embarcaríamos em um ônibus para passar o dia explorando vinícolas da região em um tour guiado.

Tome-le vinho!
Tome-le vinho!

A gente estava bem animado para o passeio, mas preciso confessar que o verdadeiro motivo da minha empolgação naquele dia gelado e de sol atendia pelo nome de Thaline. :)

Depois de quase três anos eu iria rever uma grande amiga de infância. Madrinha do nosso casamento. Irmã de alma. E como boa parceira, Thatali topou se juntar a nós nessa aventura de 5h (e ainda trouxe junto o seu namorado, Gianluca, que foi uma ótima companhia)!

Nada aquece mais a alma do que reencontrar uma grande amiga depois de tanto tempo! <3 Thatali, te amo!
Nada aquece mais a alma do que reencontrar uma grande amiga depois de tanto tempo!

A ideia do tour é bacana, mas na prática ele foi meio decepcionante para nós. Isso porque das cinco horas de “expedição”, cerca de duas e meia a gente passou dentro do busão – minha sorte é que eu e a Thaline tínhamos muuuuitas fofocas para colocar em dia; e a sorte do João é que o Gian é italiano (de verdade verdadeira) e passou a viagem toda dando boas dicas sobre o país de origem dele pra gente. :D

Digo que a ideia é bacana porque os dois chateaux que visitamos eram lindos e os vinhos que degustamos eram deliciosos, mas o percurso foi cansativo.

Se a gente tivesse visitado os mesmos chateaux de carro, por exemplo, teria sido mil vezes melhor. Portanto, toma nota dos nomes: Château du Taillan e Château d’Arsac.

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As caves subterrâneas do Château du Taillan impressionam!
As caves subterrâneas do Château du Taillan impressionam! E, por isso mesmo, eu adoraria ficar vááários minutos ali. Mas a visita era do tipo express. :(
Isso sem falar na beleza da casa em si, claro!
Isso sem falar na beleza da casa em si, claro!
... E dos vinhos, né? :)
… E do sabor dos vinhos, né? :)

É verdade que ao longo da viagem o guia dava informações interessantes, mas o fato de ele repetir os mesmos dados em francês e em inglês fazia com que a gente perdesse o foco, sabe? Ouvia em inglês, começava a conversar, e aí quando ele voltava a falar em inglês a gente não estava mais prestando a atenção. :(

Aliás, para quem não entende nenhum dos idiomas a coisa fica ainda mais complicada… Porque tem bastante explicação sobre os processos de fabricação e sobre as vinícolas em si em cada visita.

Além disso, a passagem pelos chateaux era rápida e quando a gente se empolgava na tacinha de vinho era hora de seguir viagem. Ah, e ao longo das 5h de tour não comemos nem um petisquinho… #sinceridades

Atenção pras duas garotas visivelmente fofocando no canto direito da foto. Siiiim, Thaline e eu! \o/
Atenção pras duas garotas visivelmente fofocando no canto direito da foto. Siiiim, Thaline e eu! \o/

O tour custa 38€ e os detalhes sobre ele estão aqui.

Bom dizer que não foi o passeio mais bacana do mundo na nossa opinião, mas pode agradar quem gosta de não ter muita preocupação na hora de fazer um tour, já que está tudo prontinho. É só embarcar no ônibus e curtir (ou não. huhu). ;)

Cheers! :)
Santé! :)

Voltamos do tour, corremos no hotel tomar um banho e já estava na hora do jantar no barco-restaurante que percorre o Rio Garonne.

Se alguém tivesse filmado a nossa corrida para chegar no barco na hora ia ter muita gente rindo hoje, viu? Foi daqueles momentos inesquecíveis. haha
Se alguém tivesse filmado a nossa corrida para chegar no barco na hora ia ter muita gente rindo hoje, viu? Foi daqueles momentos inesquecíveis. haha

O jantar é bom, não é “UAU, que maravilhosamente delicioso” (comemos em restaurantes bem melhores em Bordeaux – o Le Wine Bar e do Glouton Le Bistro, de que o João falou no post dele, por exemplo, são ESPETACULARES), mas a experiência é bem bacana.

É uma forma diferente de ver a cidade (apesar de que as janelas estavam bem embaçadas por causa do ar-condicionado) e o atendimento é impecável. Todos os garçons são muito gentis (teve um que até cantou “Pererê”, da Ivete Sangalo, quando dissemos que éramos brasileiros. hahaha) e os pratos não demoram muito a vir.

Eles têm dois cardápios diferentes: o Garonne (58€), que foi o que degustamos, e o Estuary (78€) – além do especial para crianças (35€). Bebidas à parte. Está tudo detalhado aqui.

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As cerca de duas horas e meia que passamos a bordo do barco voaram. Isso é prova de que o conjunto da ópera funcionou, certo? Então, #ficadica. ;)

Além de jantares-cruzeiros, há outros programas a bordo do SICAMBRE. Para conhecer todas as opções é só clicar aqui. :)

Sem compromissos marcados na manhã e na tarde do domingo, nos permitimos dormir até um pouco mais tarde e recuperar as energias para curtir o último dia na inesquecível Bordeaux.

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Domingo de muitos quilômetros andados e um jantar 5 estrelas 

Nada como um belo café da manhã para começar bem um dia, né? Pois a mesa farta do Mama Shelter tinha tudo que a gente precisava para poder caminhar muuuito pelas próximas horas. :D

Dá uma olhada nas fotos pra ter noção do que eu estou falando:

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Era MUITO bom. E MUITO completo. Pode apostar: o que você viu é só um aperitivo!

Saímos do hotel e nos mandamos para uma parte da cidade que ainda não tínhamos explorado: a região do mercado dos capuchinhos

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Que bela surpresa!

O mercado, que iniciou suas atividades em 02 de outubro de 1749 (bem menorzinho, claro!), tem muita comida regional, várias lojinhas supertípicas, e naquele dia um monte de locais estava curtindo o domingão por ali. A energia não podia ser melhor.

O mercado funciona de terça a sexta das 6h às 13h e aos sábados e domingos das 5h30 às 14h30. Não funciona às segundas-feiras!

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Além disso, ele fica pertinho de uma praça em que estava rolando uma feira de antiguidades lindona. A praça fica em frente à basílica de Saint Michel, mas as informações sobre a feira em si são meio confusas e nada precisas. O que eu posso dizer é que a gente foi em um domingo e estava rolando. Espero que na sua passagem por lá também esteja! :)

Ali na praça também havia uma torre que no verão abre suas portas para quem quer admirar uma bela vista do alto da cidade (detalhes aqui!). Masné, a gente visitou Bordeaux no inverno, então perdemos essa atração. Vendo pelo lado “Pollyanna”, é mais uma desculpa para voltar lá em breve. :D

Não deu pra ver Bordeaux do alto da torre de Saint-Michel, mas deu para admirar a beleza da igreja que fica na mesma praça. :)
Não deu pra ver Bordeaux do alto da torre de Saint-Michel, mas deu para admirar a beleza da igreja que fica na mesma praça. :)

Dali, começamos a caminhar em direção ao restaurante onde almoçaríamos com a Thali e o Gian, a única coisa que nos fez desviar a rota foi esta loja:

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Toma nota! Bordeaux Beer Shop. <3

Cerveja artesanal em em Bordeaux

QUANTA CERVEJA BOA, MINHA GENTE!

Tinha de todos os estilos, das mais diversas nacionalidades (inclusive do Brasil), e uma vendedora conhecedora dos melhores rótulos locais e europeus.

Variedade daquelas de encher os olhos - e de dar sede, claro. :D
Variedade daquelas de encher os olhos – e de dar sede, claro. :D

Como eles não têm licença para operar como bar, só como loja, escolhemos uma garrafa para levar e degustar depois.

IPA local que veio em boa hora. Mas não foi inesquecível, por isso, não posso dar mais detalhes. haha
IPA local que veio em boa hora. Mas não foi inesquecível, por isso, não posso dar mais detalhes. haha

O almoço com os amigos foi em um restaurantinho bacana, mas que fugiu da nossa câmera porque a gente queria curtir 100% o momento. :)

Alimentados, na sequência fomos os quatro bater perna para curtir o sol (e a bela cidade em que aconteceu o reencontro mais esperado do ano).

Ideia não só nossa, aliás, parece que todos os moradores de Bordeaux e os turistas que estavam na cidade naquele domingo pensaram em fazer a mesma coisa…

Delícia de dia!
Delícia de dia!

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Também, pudera, o dia estava agradabilíssimo. O sol esquentava, os músicos levantavam o astral da região com seu talento e o rio ao lado compunha o cenário da melhor forma possível.

Fizemos uma caminhada despretensiosa até quase não haver mais Bordeaux.

Para retornar, pegamos o tram e fomos até a região da Place de la Bourse procurar um barzinho para tomar a última cerveja juntos. <3

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Depois de nos despedirmos do casal de amigos, para encerrar nossa passagem por Bordeaux com chave de ouro jantamos no La Brasserie Bordelaise.

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E como comemos bem, viu?

Olha só:

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Saímos do restaurante mais do que satisfeitos, voltamos para o hotel e dormimos já sabendo que sentiríamos saudades dos dias incríveis que passamos nessa cidade linda, que tem pessoas mega simpáticas (e dispostas a ajudar) e oferece tantas delícias gastronômicas – na área dos comes e na área dos bebes. hehe

Hoje, escrevo esse post direto de um hotel em Modesto (Califórnia – EUA) com a certeza de que retornar a Bordeaux é mais que um sonho, é um plano.

Ainda há muito a explorar, comer e beber. Espero em breve poder contar como foi nosso dia 6, nosso dia 7 e tantos outros dias que iremos passar por lá. :)

Bordeaux me dominou! haha
Bordeaux me dominou! haha

Beijo e até o próximo post,

Nah!

*Fizemos alguns dos passeios e fomos a alguns dos restaurantes a convite do Bordeaux Tourist Office, mas deu pra ver que minha opinião é isenta e transparente, né? :)

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Saint-Émilion: vilarejo medieval francês que roubou meu coração

Ruas de pedra, vias estreitas, (bela) arquitetura padronizada, lendas antiquíssimas que tornam tudo ainda mais interessante, muita história, uma vista do alto de tirar o fôlego, comida deliciosa, vinhedos para todos os lados (e excelentes vinhos em todos os lugares), povo acolhedor, gatinhos circulando livremente… Motivos para se apaixonar por Saint-Émilion não faltam! saint emillion - vilarejo perto de bordeaux-4

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saint emillion - vilarejo perto de bordeaux-5 A gente precisou de um dia e meio na pequena cidade em que parece que o tempo parou para incluí-la na nossa lista de preferidas da vida (AHAM!). E as experiências que vivemos lá contribuíram muito para isso. É sobre elas, aliás, que eu falo hoje. :)

→ Esse é o segundo post sobre essa viagem. O primeiro, em que João contou o que fizemos no primeiro dia que passamos em Bordeaux, está aqui.

Um tour a pé guiado em um patrimônio mundial da UNESCO

Vou ser bem sincera com você: nossa passagem por Saint-Émilion começou com uma decepção!

Deixamos Bordeaux na sexta-feira pela manhã achando que chegaríamos ao pequeno vilarejo medieval francês que é considerado um patrimônio mundial da UNESCO pela sua paisagem repleta de vinhedos e faríamos um passeio de bicicleta pela região. As bikes já estavam reservadas e a gente estava bem ansioso.

Tínhamos explorado a região de Cotswolds (interior da Inglaterra) de bike poucas semanas antes e tínhamos curtido MUITO. Não víamos a hora de fazer o mesmo em Saint-Émilion... :( --> Começamos a contar as histórias da nossa trip para Cotswolds neste post.
Tínhamos explorado a região de Cotswolds (interior da Inglaterra) de bike poucas semanas antes e tínhamos curtido MUITO. Não víamos a hora de fazer o mesmo em Saint-Émilion…
–> Começamos a contar as histórias da nossa trip para Cotswolds neste post.

Porém, logo nos primeiros quilômetros de viagem (Saint-Émilion está a cerca de 40km distante de Bordeaux – no fim do post tem informações práticas para você chegar lá), uma chuva insistente começou a cair, e nossa animação foi junto. Afinal, no céu, sinal nenhum indicava que podíamos ter esperanças. Para todos os lados que olhávamos só víamos nuvens cinzas.

Assim que estacionamos o carro no nosso destino final concluímos que o plano B teria que ser colocado em prática. E qual era esse plano? Um city tour guiado!

Quer coisa melhor do que se perder para se encontrar nessas ruazinhas cheias de charme, né?
Quer coisa melhor do que se perder para se encontrar nessas ruazinhas cheias de charme?

Em pouco tempo, o que era frustração virou satisfação. #tudumpá

Audrey, nossa guia, uma local de vinte e poucos anos que fez intercâmbio no Canadá e falava um inglês impecável, sabia MUITO sobre a cidade e estava mais do que disposta a contar tudo pra gente.

Com seu guarda-chuva na mão, no maior estilo Mary Poppins, ela iniciou o tour nos fundos do escritório de turismo da cidade, onde ficava uma bela igreja que foi erguida entre os séculos XI e XV.

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Em um 1h30 de passeio, Audrey nos levou para conhecer o local onde o padroeiro do município viveu e construiu sua fama de santo (tá certo que tem quem questione suas histórias, mas que elas são bacanas é inegável), nos apresentou a bela igreja monolítica (ou seja, lapidada a partir de uma grande pedra! – é, chocante!) que é uma das principais atrações da cidade (mais informações a seguir), contou várias curiosidades sobre Émilion, mostrou uma rua perfeita para quem quer jogar a madrasta ladeira abaixo (calma, é uma brincadeirinha! :), nos levou para explorar construções subterrâneas que datam do século VIII (sim, OITO!) e muito, muito mais.

Selecionei algumas fotos para contar algumas das histórias que ouvimos…

saint emillion - catacumbas-2

Este aí é o santo que dá nome a esse apaixonante vilarejo medieval francês.

Segundo nossa guia, Émilion era um monge britânico que deixou para trás sua família para se dedicar à causa dos pobres e da religião. Existem algumas lendas a respeito da história dele, até hoje sobrevive uma que diz que a mulher que se senta em seu oratório, nas catacumbas em que fica essa imagem, engravida pouco tempo depois. A Audrey nos contou que o escritório de turismo da cidade recebe centenas de cartas por ano de mulheres que comprovam o “milagre”. Diz que tem muita gente que viaja por diiiias para colocar nas “mãos” do santo o seu futuro materno. E aí, você acredita nisso?

saint emillion - catacumbas

Você tem noção de que essa construção é SUBTERRÂNEA? A estrutura impressiona.

E esse é apenas um pequeno pedaço da Saint-Émilion que existe “debaixo da terra” e que só é possível visitar com a ajuda de um guia. A Audrey, guia que nos acompanhou, tinha as chaves das impressionantes galerias subterrâneas e nos revelou que essa é a maior construção desse tipo da Europa. Uma pena que tudo é muito escuro por lá e as fotos não conseguem registrar toda a suntuosidade desses “segredos” de Saint-Émilion.

Também no "underground" de Saint-Émilion, há uma igreja com ícones pagãos, arquitetura que mistura traços góticos com traços romanescos, enfim, uma mistura de "linhas de pensamento".

Também no “underground” de Saint-Émilion, há uma igreja com ícones pagãos, arquitetura que mistura traços góticos com traços romanescos, enfim, uma mistura de “linhas de pensamento”.

A chuva nos acompanhou durante todo o percurso, mas isso não foi um problema. Diversas das paradas eram cobertas, estávamos vestidos apropriadamente (aliás, muito importante passear por lá de tênis, já que o terreno é irregular, tem bastante subida e descida e, com chuva, os paralelepípedos ficam bem escorregadios) e o papo estava extremamente interessante.

Foi muito, muito legal. <3 Recomendo sem pensar duas vezes. É uma ótima forma de explorar a cidade e ver as coisas passarem a fazer sentido diante dos seus olhos. Uma boa guia faz toda a diferença. :)

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A igreja monolítica e os tesouros que seu “underground” guarda. Quer entrar aí nessas portinhas e ver o que a gente viu? Só pode se estiver acompanhado de um guia. Justo. Afinal, só assim é possível conservar tanta história!

Adultos pagam 13€ (22€ por casal), estudantes e adolescentes entre 12 e 17 anos pagam 10€ e crianças até 12 anos, acompanhadas dos pais, não pagam. Todos os detalhes sobre datas e horários (e também o link direto para reservas) estão aqui. É importante dizer que os tours são guiados apenas em inglês e em francês – e é preciso reservar com antecedência (até porque nem todos os tours acontecem durante o ano inteiro).

E esse não é o único tour guiado que você pode fazer em Saint-Émilion. Neste link estão todas as opções de tours oficiais do bureau de turismo local. Vale a pena dar uma boa olha na lista (que inclui opções para famílias, mais voltadas para o lado histórico, para quem quer saber mais sobre os famosos vinhos da região e assim por diante) antes de decidir qual tour fazer, até pra não se arrepender da escolha depois. ;)

Minha dica? Faz uma listinha com o que você considera mais importante em um tour, cruza os prós e contras de cada opção e manda ver na sua decisão. :)

Uma boa análise SWOT pode ajudar bastante!

Essa é uma ferramenta de gestão que sempre usamos quando estamos indecisos sobre o que fazer em nossas viagens. Basta listar forças e fraquezas, oportunidades e ameaças de cada opção a ser analisada e ver qual tem mais pontos fortes do que fracos. Dessa forma, as chances de errar em uma decisão são consideravelmente menores. ;)

SWOT

Comida que aquece a alma

No fim do tour guiado, Audrey nos levou para almoçar no Chai Pascal.

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Nossa mesa era a única que está vazia na foto. :)

Passava de meio-dia e meio e o salão estava lotado. A maître nos revelou qual era o prato do dia e todos acatamos sua sugestão: uma carne de panela que, segundo as duas, era um prato típico da região.

saint emillion - vilarejo medieval franca-2
Momento blogueira fail: não lembro o preço dos pratos, mas come-se bem com cerca de €25 por pessoa lá.

Para acompanhar, pedimos uma taça do “vinho da casa”, que por essas bandas do mundo é sempre uma excelente pedida.

Fazia um frio danaaaaado naquele dia e a comida não apenas nos alimentou e aqueceu as pancinhas, mas emocionou, sabe? Era tudo simples e delicioso – além de o ambiente ser bem agradável. Saímos de lá satisfeitíssimos e prontos para o momento mais esperado da viagem para Saint-Émilion: o tour pelas vinícolas. \o/

A incrível experiência de beber um bom vinho direto da fonte

A chamada “Grande Saint-Émilion”, que abrange o vilarejo de mesmo nome e outras oito pequenas cidades ao redor, tem 7846 hectares de terra dedicados ao plantio de uvas para vinho, o que equivale a uma área de 78.46 km2 só de vinhedos. <3

No total, são 820 châteaux produzindo vinhos da melhor qualidade.

Infelizmente, a gente não escolheu a melhor das épocas para visitar Saint-Émilion. Em janeiro, as parreiras estava todas "peladas" - além de o clima estar frrriiiooo e bem cinza. Fecha os olhos e imagina esse cenário lá por maio, em que tudo está verdiiinho e carregado de uva. <3
Infelizmente, a gente não escolheu a melhor das épocas para visitar Saint-Émilion. Em janeiro, as parreiras estavam todas “peladas” – além de o clima estar frrriiiooo e bem cinza. Fecha os olhos e imagina esse cenário lá por maio, em que tudo está verdiiinho e carregado de uva. <3

Por isso mesmo, o que não faltam por lá são opções de tour para conhecer alguns dos produtores da região (dá uma olhada nesse link e nesse também para entender do que eu tô falando). Nossa programação incluía a visita a duas vinícolas: Lapelletrie e Toinet-Fombrauge. chateau lapelletrie - saint emillion_

Em ambas fomos recebidos pelos donos, que nos contaram um pouco da história do château e sobre os vinhos que produzem, apresentaram sua estrutura de produção, falaram sobre a distribuição (os dois vendem na França e em alguns outros países da Europa, infelizmente não é possível encontrá-los no Brasil) eeee… serviram seus vinhos para que a gente pudesse degustar! \o/

No Château Lapelletrie, quem conduziu a visita e nos serviu uma taça de seu vinho safra 2014 foi Anne Biscaye, que é hoje quem cuida da vinícola que foi inaugurada por seu avô, Pierre Jean, em 1930!
No Château Lapelletrie quem conduziu a visita e nos serviu uma taça de seu vinho safra 2012 foi Anne Biscaye, que é hoje quem cuida da vinícola que foi inaugurada por seu avô, Pierre Jean, em 1930!

As duas visitas foram muito legais. Na primeira, exploramos até uma cave subterrânea, sem luz e com morcegos. Haha

A cave em si não está mais em uso, hoje eles modernizaram o processo e os barris ficam em uma área menos roots, digamos assim. De qualquer forma, foi muito legal ver a evolução do processo de produção e saber como era quando o avô de Anne era o responsável pelo plantio, colheita e produção dos vinhos. :)

Anualmente, a Lappelletrie produz cerca de 65000 garrafas de vinho. A uva plantada nos cerca de 12 hectares de terra do châteaux é a Merlot.
Anualmente, a Lappelletrie produz cerca de 65000 garrafas de vinho. A uva plantada nos cerca de 12 hectares de terra do châteaux é a Merlot.
Uma história legal: viu que o rótulo da garrafa da foto anterior tinha o desenho de uma árvore? Então, a inspiração para o desenho é essa aí. Uma árvore plantada pelo avô de Anne no início da história do château Lappelletrie, lá nos anos 30. Legal, né?
Uma história legal: viu que o rótulo da garrafa da foto anterior tinha o desenho de uma árvore? Então, a inspiração para o desenho é essa aí. Uma árvore plantada pelo avô de Anne no início da história do château Lappelletrie, lá nos anos 30. Legal, né?

Mas o mais louco aconteceu no segundo château, o Toinet-Fombrauge.

Essa vinícola tem uma área de 7 hectares de terra para plantio de uva para vinho e utiliza esse espaço para produzir 60% Merlot, 25% Cabernet Franc e 15% Cabernet Sauvignon. Preocupados com a qualidade dos caixos selecionados, a colheita é feita inteira manualmente. No outro château, parte da colheita é manual e parte é automatizada.
Essa vinícola tem uma área de 7 hectares de terra para plantio de uva para vinho e utiliza esse espaço para produzir 60% Merlot, 25% Cabernet Franc e 15% Cabernet Sauvignon. Preocupados com a qualidade dos cachos selecionados, a colheita é feita inteira manualmente. No outro château, parte da colheita é manual e parte é automatizada.

Lá, o dono, Bernard Sierra, abriu um barril em que a safra de 2014 “envelhecia” e nos serviu uma taça direto dali.

chateau toinete fombrauge - saint emillion_-4

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chateau toinete fombrauge - saint emillion_

GENTE, foi um dos melhores vinhos que eu já tomei na vida. Era muito, muito bom (pode ser que eu estivesse emocionada demais, porque a experiência em si já era muito legal, mas lembro com carinho daquele primeiro gole. haha).

Depois da tacinha de degustação, eu não resisti e perguntei: “amigo, rola a gente comprar uma garrafa?”.

Ele fez uma firula, disse que o vinho não estava pronto, que precisava de mais uns meses, que a garrafa nem tinha rótulo ainda, pensou, pensou e pensou mais um pouco até dizer: “€20!”

Foi uma daquelas compras emocionais, sabe? Já compramos vinhos exceleeeentes por bem menos do que isso. Mas não dava pra resistir.

Vimos ele encher nossa garrafinha lisinha, sem informação alguma, colocamos ela embaixo do braço e partimos para o bed and breakfast que seria nossa hospedagem naquela noite prontos para beber aquele vinho até o último gole. #glup

chateau toinete fombrauge - saint emillion_-3

La Gomerie: é hotel, mas bem que podia ser casa

Até aqui, o dia tinha sido frenético.

Pegamos a estrada às 9h da manhã. Chegamos em Saint-Émilion e fomos direto para o city tour. Almoçamos e fomos direto visitar os châteaus. Com alguns mililitros de vinho no sangue e cansada por causa do dia puxado (não tô reclamando, pelamor, foi puxado, mas foi incrível!), tudo o que eu queria era tomar um banho e dar uma descansadinha/trabalhadinha (pois é, era preciso) antes do jantar.

Por isso, ainda de dentro do carro, dei um suspiro quando avistei o La Gomerie…

La Gomerie- hospedagem em saint emillion_-4

saint emillion - la gomerie

Casinha de pedra, cachorro correndo de um lado pro outro, os filhos dos donos (Maryjoe e William, um casal pra lá de gente boa) brincando na porta de casa, um montão de parreiras no entorno. Parecia cenário de filme.

O dono nos contou que tinha uns hectarezinhos de terra em que plantava sua própria uva - e, claro, depois produzia seu próprio vinho. Que vida boa, ôôôô!
O William nos contou que assim como boa parte da população de Saint-Émilion, ele também tem uns hectarezinhos de terra em que planta sua própria uva – e, claro, depois produz seu próprio vinho (que é orgânico, aliás). Que vida boa, ôôôô!

Aí entramos na casa e pensei: “aaaah, podia morar aqui pra sempre!”.

Era tudo muito bonitinho e aconchegante, além de limpo e organizado. Chuveiro bom, cama gostosa, áreas comuns (copa e cozinha) bem práticas… enfim, um lugarzinho incrível para passar uma noite.

Dois detalhes importantes: o La Gomerie não fica NO CENTRO de Saint-Émilion (está cerca de 1,5km distante do centrinho do vilarejo) e apesar de o WiFi ser gratuito, não funcionava bem no quarto. Mas, sinceramente, não acho que isso prejudique a qualidade da estadia. :)

OLHA ESSE QUARTO!
OLHA ESSE QUARTO! <3

La Gomerie- hospedagem em saint emillion_-2

saint emillion - la gomerie-2

→ Se quiser se hospedar lá ao mesmo tempo em que dá uma mãozinha pra gente, faça sua reserva por este link. A gente ganha uma pequena comissão e você não paga a mais por isso. ;)

De banho tomado, servimos nossas duas taças do vinho “desrotulado”, brindamos e tomamos um único gole. O resto teve que ficar para o dia seguinte, pois aquela sexta-feira inesquecível acabava ali.

Café da manhã delicioso, feito pelos próprios donos do La Gomerie.
O sábado começou superbem: com um café da manhã delicioso, feito pela Maryjoe.
Cara de criança feliz depois de uma noite bem dormida e com uma mesa cheia de quitutes franceses à disposição. :D
Cara de criança feliz depois de uma noite bem dormida e com uma mesa cheia de quitutes franceses à disposição. :D Ah, não deixe de olhar “pra fora da janela”. Tá vendo as parreiras ali? Tudo plantado e colhido pelo próprio William! :)

–> Antes de decidir onde vai se hospedar em Saint-Émilion quer dar uma olhada em outras opções? Aqui tem várias!

Dicas práticas para você curtir Saint-Émilion

Além desse dia inteiro que passamos em Saint-Émilion, tivemos mais uma manhã na cidade. Era sábado e dava pra contar nos dedos as almas vivas circulando pelas ruas. Tinha mais gatinho do que gente nas pequenas vielas do vilarejo. :)

Os donos de Saint-Émilion na baixa temporada
Os donos de Saint-Émilion na baixa temporada

Além disso, o comércio estava quase todo fechado, então só batemos perna mesmo.

Foi uma delícia, mas eu confesso que queria mais um dia útil por lá. Acho que dois dias inteirões – e com tudo aberto – tá de bom tamanho pra cidade. Claro, se você quiser visitar mais châteaux da região e explorar melhor a parte histórica do vilarejo, dá para incluir um terceiro dia, com certeza não será motivo para tédio. Ao mesmo tempo, uma daytrip bem planejadinha cobre bem os principais pontos turísticos, então é tudo questão de organização e de vontade mesmo. ;) saint emillion - vilarejo perto de bordeaux

Para se programar nesse sentido, recomendo uma visita ao site do escritório de turismo (aqui). É supercompleto e pode ajudar bastante. ;)

–> Como chegar

Saindo de Bordeaux, dá para chegar a Saint-Émilion de trem, de ônibus ou, como a gente fez, de carro.

Os preços variam bastante dependendo da época e da antecedência com que você compra os bilhetes. Então, sugiro que acesse os sites para se programar direitinho. Na cidade em si dá pra fazer tudo a pé – especialmente se você ficar hospedado bem no centrinho (o que não foi nosso caso), mas um carro ajuda bastante se seu objetivo for mais turistar pelos châteaux mais afastados (claro que isso vai impedir que você tome todas. Mas, honestamente, esse não costuma ser o foco dessas visitas. A ideia é conhecer a vinícola e degustar UMA taça de vinho – o que não será problema para você dirigir por ali).

–> Quando ir

Se a gente for fazer uma análise fria, janeiro, quando nós visitamos Saint-Émilion, é uma época PÉSSIMA para turistar na cidade. O clima não é dos melhores, a paisagem não está no seu ápice (a colheita das uvas é feita em setembro e elas só voltam a dar as caras lá pelo meio de maio), nem tudo fica aberto e não há muito movimento de pessoas. Porém, contudo, entretanto, nós AMAMOS a experiência. Ou seja, diria que sempre é tempo de conhecer esse pedacinho maravilhoso da França – até porque é bem bacana circular por Saint-Émilion deserta, como você vê nas fotos (isso é tipo praticamente impossível na alta temporada). :)

Mas se você quer pegar a cidade em seu auge, programe sua viagem no intervalo entre meio de maio e fim de setembro, pois as temperaturas estão melhores, a programação cultural é intensa, as cores da natureza deixam a cidade ainda mais fotogênica, dá para visitar os vinhedos DE VERDADE… enfim, é quando tudo colabora para a experiência ser a melhor possível!

–> Onde comer

Quer escolher os restaurantes em que vai comer antes mesmo de chegar a Saint-Émilion? Dá uma olhada neste link. Tem várias boas sugestões.

Diz aí, consegui convencer você a incluir Saint-Émilion na sua lista de viagens dos sonhos? Espero que sim, porque eu já estou louca pra voltar. <3

Como não querer voltar? :)
Como não querer voltar? :)

*Essa viagem teve apoio do Bordeaux Tourist Office, mas minha opinião é isenta e transparente (apesar de apaixonada). :)

–> Quer ver mais fotos de Saint-Émilion? Veja o álbum que criamos no Facebook. Ele reúne as imagens que tiveram que ficar de fora desse post. –> Logo mais faremos outros posts sobre essa trip. Se você não leu o primeiro relato, que conta o que fizemos assim que chegamos a Bordeaux, clique aqui.

Está planejando uma viagem para Saint-Émilion ou qualquer outro lugar?

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Bordeaux: nosso roteiro de cinco dias (parte 1)

A ideia de conhecer Bordeaux (França) surgiu ao acaso, na última Black Friday. Entrei no site da Ryanair pra ver se tinha alguma boa oferta e encontrei o melhor cenário que já havia visto por ali: uma lista com passagens para várias cidades custando £4 IDA E VOLTA a partir de Londres. Nada mau, né?

Fizemos uma rápida análise. Não me lembro bem de todas as opções que estavam com esse preço, mas tinha algumas cidades na Itália, outras na Espanha, na Noruega, países diversos do leste europeu, e, na França, uma das cidades mais conhecidas do mundo pelos vinhos que produz.

Não era uma escolha fácil, mas optamos por Bordeaux porque pensamos que seria a oportunidade perfeita para fazer uma viagem despretenciosa e relax, dedicada ao vinho. E como é legal programar  uma viagem assim, meio sem querer, não?

Bordeaux - o que fazer
Não poderíamos ter escolhido melhor. Bordeaux é daquelas cidades que desperta a vontade de pegar a mala e se mudar pra lá

Passamos cinco noites lá. Período suficiente pra conhecermos quase tudo o que tínhamos planejado.

Bordeaux tem pouco mais de 200 mil habitantes e boa parte das atrações da cidade podem ser vistas a pé. Tivemos tempo, inclusive, para dormir uma noite em Saint-Émilion, vilarejo medieval que tem menos de 500 habitantes e fica a 40km de Bordeaux, numa região cercada por vinhedos.

Hoje vou começar a contar a história dessa viagem fazendo um resumo dos nossos dois primeiros dias por lá.

Primeiro dia: tour guiado e muito vinho

Logo que chegamos no Mama Shelter, um hotel boutique com uma pegada divertida e super bem localizado (em breve falaremos sobre em detalhes), largamos as malas e saímos para um tour guiado por uma profissional do departamento de turismo da cidade. Enquanto caminhávamos pela cidade, ela contava sobre a história e curiosidades de Bordeaux.

Bordeaux - Cathédrale Saint-André_
A arquitetura da Catedral de Bordeaux impressiona. A guia nos contou que ela levou aaaaanos para se construída. Por isso mesmo, parte da construção tem características romanescas e parte, góticas. Observar esses detalhes estando lá dentro torna a visita ainda mais interessante

Um dos fatos mais curiosos que ela contou foi que o prefeito de Bordeaux está no cargo, acredite, desde 1995. O cara é uma unanimidade! Não por pouco. Mudou completamente a cidade fechando ruas para carros, trocando estacionamentos por áreas verdes e privilegiando o transporte público. As fotos do antes e depois que estão expostas em um pequeno museu na Place de la Bourse falam por si:

Bordeaux - revitalizacao-2
Vão os carros, vêm as pessoas

Bordeaux está classificada desde 2007 como patrimônio mundial da UNESCO pelo seus belíssimos e muito bem conservados prédios do século XVIII, que combinam características da arquitetura clássica e neoclássica às margens do rio Garonne.

Uma das coisas que mais chamaram a minha atenção na cidade é como ela é silenciosa. Como na maior parte da região central o tráfego é formado basicamente por trams, ônibus de baixa emissão de CO2 e bicicletas – em alguns trechos a circulação de carros é proibida -, a calma e a tranquilidade conduzem a rotina.

Em duas horas de tour, tivemos uma bela primeira impressão da cidade e nos preparamos da melhor forma possível para explorar o que Bordeaux tinha a nos oferecer…

Bordeaux - revitalizacao-3

Rota urbana do vinho em Bordeaux

Na noite do primeiro dia fizemos um tour guiado para explorar alguns dos melhores wine bars da cidade. O Urban Wine Trail Bordeaux é conduzido pelo Thibault (se fala Tibô), um enólogo gente boa de 28 anos que trabalha no escritório de turismo como  responsável pelo enoturismo.

Por enquanto, o tour está restrito à imprensa, mas aqui você pode pegar um mapa e fazer o passeio por conta. São 14 bares escolhidos a dedo por ele. Dica quente: se você fizer o passeio e falar que está fazendo a rota vai ganhar um mimo nos estabelecimentos. Não sei o que é, mas vale tentar a sorte. ;)

O tour – que, aliás, tem uma proposta parecida com a do nosso tour A Rota da cerveja artesanal em Londres – foi divertidíssimo. O plano era visitarmos três bares para degustar vinhos de Bordeaux e região, aprender sobre a bebida e provar iguarias locais, como queijos variados e o foie gras – aclamado pelo franceses e condenado pelos ambientalistas.

Começamos a rota muito bem, caminhando pelas charmosas ruelas de Bordeaux com suas luzes amareladas e acompanhados por uma lua cheia que não espantava o frio, mas era um convite a ficar na rua.

Bordeaux - wine more time

O primeiro bar, Wine More Time, era muito legal. Como a gente é muito acostumado a frequentar bares de cerveja artesanal onde quer que estejamos, é sempre legal visitar algo similar, mas com o foco em outra bebida. A atmosfera era parecida, inclusive. Principalmente o quadro negro que anunciava a carta de vinhos da noite.

Bordeaux - wine more time-2

O bar tem mais de 400 rótulos – os mais baratos custam cerca de €10, e o mais caro sai por €400. Muitos deles você pode consumir em taças ou garrafas.

Ficamos um bom tempo lá ouvindo o Alexandre, dono do bar, falar sobre os vinhos de Bordeaux e dar dicas sobre como degustá-los melhor, sentindo seus taninos e decifrando aromas e sabores.

Bordeaux - wine more time - queijos

Conversamos sobre sobre a paixão dos franceses pelo foie gras e a polêmica envolvendo sua produção. O foie gras é o fígado de pato engordado, que recebe uma alimentação forçada e bastante invasiva a ponto de ser proibido em alguns países. Se tiver curiosidade, dê uma googleada. Alerto que as imagens são perturbadoras.

O que ficou claro pra mim é que o foie gras é algo tão cotidiano na cultura dos franceses que eles pouco se importam como a forma que ele é “obtido”. Eu experimentei ali pela primeira vez e não me fez muito a cabeça, não. Confesso que as imagens da tortura que as aves sofrem me vieram à mente enquanto comia.

A experiência me fez pensar também sobre como nossos hábitos, nossa cultura e a realidade que vivemos muitas vezes nos cegam a respeito de absurdos que, de tão enraizados, parecem normais. Aí podemos falar de consumo de carne, corrupção, violência, “jeitinhos”…

O wine bar comandado por italianos

Bordeaux - le wine bar
O Le Wine Bar, nossa segunda parada no tour, é comandado por Giancarlo e Emmanuel, dois cunhados italianos que apesar de não morarem mais em sua terra natal, levam a cultura italiana por onde passam. Sim, porque onde tem italiano tem comida boa, não é mesmo? Além de uma imensa carta de vinhos e um ambiente pequeno e acolhedor (aliás, recomenda-se fazer reserva ao menos um dia antes), lá, você vai poder provar uma burrata sensacional – além de outras delícias típicas da Itália.

Bordeaux - le wine bar - burrata

Emmanuel, o chef, nos contou que ele é o único importador dessa burrata da foto em Bordeaux. Ela vem de um pequeno produtor da região de Puglia, principal referência na iguaria italiana. Ficamos um bom tempo conversando com ele, que falava um ótimo português por já ter morado em Moçambique, e que sonha em conhecer o Brasil e visitar as cidades cantadas por Chico Buarque em Paratodos.

Bordeaux - le wine bar-2

“Renderá uma bela viagem, Giancarlo.” Foi o que falamos a ele entre um gole de vinho e uma garfada na burrata!

Chico Buarque canta: Meu pai era paulista, meu avô pernambucano. O meu bisavô mineiro. Meu tataravô baiano.
Chico Buarque canta: Meu pai era paulista, meu avô pernambucano. O meu bisavô mineiro. Meu tataravô baiano. E assim nasceu um roteiro de viagem

Ficamos tanto tempo lá, aliás, que perdemos a hora (e a prova do quanto gostamos dali foi que acabamos voltando outro dia!). Quando chegamos ao terceiro bar (Oenolimit) ele já estava fechando.

Nosso bro “Tibô” nos pediu perdão pelo vacilo, mas a gente não esquentou nem um pouco. A noite tinha sido memorável e renderá histórias que, com o perdão do pieguiesmo, nos farão lembrar de Bordeaux pra sempre.

Segundo dia: um tour tecnológico, comida boa e mais vinho

Bordeaux - Imayana tour-2

No dia seguinte, fazia um frio congelante e uma neblina intensa tomou conta da cidade. Nossa manhã foi dedicada a um tour tecnológico pelas ruas.

Com Ipads na mão, fones na orelha e um app interativo que trazia à vida a estátua de Louis-Urbain-Aubert de Tourny, administrador de Bordeaux que viveu no século XVIII e teve grande influência no desenvolvimento urbanístico da cidade, fizemos um passeio bastante divertido e informativo.

Caminhamos por pouco mais de uma hora ouvindo histórias contadas por estátuas vivas, uma gangue de mascarons, as simpáticas cabeças renascentistas que estão espalhadas pela cidade (são mais de 3.000), e personagens diversos da época.

Bordeaux - Imayana tour

Se você é daqueles que não tem paciência pra ouvir um guia falando, mas quer aprender sobre o local que visita, essa é uma forma interessante. Nós gostamos! São nove paradas no tour que durou aproximadamente duas horas. Aqui você pode saber mais e reservar.  Custa €10.

Uma cerveja antes do almoço…

Uma de nossas missões de vida, onde quer que estejamos, é procurar bares de cervejas artesanais. Temos, aliás, uma lista grande de bares em diversas cidades em nossos “posts pendentes”. Pode cobrar! Nesta viagem, demos a sorte de ter um pubzinho a uma quadra do hotel. Como tínhamos um tempinho entre o tour e o almoço que tínhamos reserva, fomos ao Jaqen tomar uma cerveja artesanal de Bordeaux.

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O bar tinha tudo o que a gente podia querer: uma boa oferta de cervejas locais na trave de chopes e mais de 100 garrafas, não só francesas, nas prateleiras. As ótimas londrinas Kernel e Beavertown estavam lá representando o UK.

Bordeaux - jaqen - cerveja artesanal em bordeux-3

Ok que Bordeaux é a cidade do vinho, mas a cultura da cerveja artesanal cresce forte por lá.  No quarto dia de viagem acabamos em uma loja sensacional e conhecemos um bar que produz a própria cerveja. Segura aí!

Bordeaux - jaqen - cerveja artesanal em bordeux-3
Uma boa porter local pra espantar o frio acompanhada por patês de azeitona

Um almoço para apreciar a gastronomia local

Na sequência, fomos almoçar no Glouton Le Bistrot, um pequeno bistrô com pratos assinados pelo chef Ludovic Le Goardet . O menu é inspirado na gastronomia da região e muda de acordo com os ingredientes da época. Comemos muito bem!

Bordeaux - glouton le bistrot
Sopa de aspargos de entrada. Deliciosa!

Eles oferecem um menu fixo ao custo de justíssimos €14 que dá direito a prato principal, sobremesa e café, mas também têm opções à la carte (pratos principais entre €16 e €23).

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Mexilhões frescos ao molho de curry. Um mix inusitado que me fez comer suspirando
Bordeaux - glouton le bistrot-3
O crepe francês com maçãs caramelizadas. Precisa mais?

Conhecendo a Cidade do Vinho

Depois do almoço fomos visitar a obra da La Cité du Vin, um prédio incrível em formato de decanter que eternizará o amor da cidade pela bebida.

Bordeaux - la cite du vin

A cidade do vinho abrigará uma exposição permanente sobre as civilizações e culturas ligadas ao  vinho, que desde o ano 5.500 a.C. está presente na vida do ser humano, terá um restaurante panorâmico, espaço para eventos e outras surpresas.

Bordeaux - la cite du vin-2

A inauguração será em junho de 2016. Saímos de lá impressionados com a obra e futuro legado e empolgados com o próximo programa.

Bordeaux - la cite du vin com a pr
Com a Pauline, assessora de imprensa da Cité du Vin, que foi morar em Bordeaux por amor ao vinho e para trabalhar neste projeto.

Degustação de vinho às cegas

Da Cité du Vin fomos direto para o The Wine Bar do Boutique Hôtel, onde faríamos uma degustação às cegas de vinhos franceses acompanhados por queijos e frios  e conduzida por um sommélier.

Bordeaux - degustacao de vinho - The Wine Bar do Boutique Hôtel

Foi uma experiência bem legal porque antes da degustação, o expert falou sobre os aromas e sabores que poderíamos sentir e, durante, nos orientou a percebê-los. Também falou sobre as diferenças entre os vinhos do sul (mais escuros) e norte (mais claros) da França.

Bordeaux - degustacao de vinho - The Wine Bar do Boutique Hôtel-3

É fato que chegar no nível dos caras que identificam os mais complexos sabores no vinho é tarefa duríssima – e pra mim, às vezes inimaginável -, mas a experiência certamente nos ajudou a evoluir na arte. Provamos vinhos que variavam de €15 a €109 a garrafa, aprendemos e rimos bastante.

Detalhe da decoração do bar. Que tal um lustre assim em casa?
Detalhe da decoração do bar. Que tal um lustre assim em casa?

A experiência pode ser reservada diretamente no site do hotel e custa €35.

Saímos de lá alegrinhos e rindo à toa, mas estávamos mortos e capotamos no hotel. Até porque no dia seguinte iríamos acordar cedo, pegar um carro e ir até Saint-Émilion, um vilarejo medieval distante 40km de Bordeaux que estávamos loucos pra conhecer.

Saint emilion - arredores de Bordeaux

Mas essa história eu vou deixar pra Nah contar num próximo post. Ainda temos muito mais pra compartilhar sobre essa despretenciosa viagem…

*Fizemos alguns dos passeios e fomos a alguns dos restaurantes à convite do Bordeaux Tourist Office, mas minha opinião é isenta e transparente.

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13 motivos para se apaixonar por Cotswolds

A pouco mais de duas horas de carro de Londres fica um desses lugares mágicos do planeta: Cotswolds, um pedaço do Reino Unido que parece que não acompanhou a passagem do tempo.

É verdade que até mesmo em Londres, caminhando por um beco qualquer de uma parte antiga da cidade, você pode sentir que está vivendo no passado, mas a magia do Reino Unido medieval se revela pra valer nos milhares de vilarejos do interior do país.  E quando você chega em Cotswolds tudo que sempre imaginou se materializa à frente de seus olhos. A Inglaterra dos contos de fadas e histórias macabras está diante de você. É tudo e (muito) mais do que você imagina.

Essa imagem medieval que o Reino Unido “vende” (e entrega!), aliás, sempre esteve presente no meu imaginário e foi motivo de inspiração para visitar o país e sonhar com a vida simples em um vilarejo qualquer. E os dias que passamos em Cotswolds no fim do ano passado me fizeram ter certeza de que muita, mas muita gente mesmo, faz parte desse time também. Uma prova disso é que batemos recordes de likes no Facebook e no Instagram e views no Snapchat (onde somos praveremlondres), além de suspiros, corações e comentários como “@fulano, vamos morar lá?” nos cinco dias que passamos explorando a região e compartilhando nossa visão de lá nas redes sociais.

Talvez eu esteja exagerando (duvido), mas gostaria de ouvir alguém falar que explorou os vilarejos de Cotswolds e não gostou. Me pergunto qual seria a razão…

Leia sobre outras regiões da Inglaterra

castle combe- cotswolds - interior da inglaterra

Voltamos de lá apaixonados e com muita vontade de convencer você a programar uma viagem parecida com a nossa.

Assim, iniciamos hoje uma série de posts que vai contar em detalhes tudo que vimos, fizemos e vivemos. Para começar, apresento algumas das razões que eu destacaria se você me perguntasse por que vale a pena visitar Cotswolds…

1 – Conhecer o Reino Unido além de Londres

Londres é, disparada, a cidade que mais recebe turistas brasileiros no Reino Unido. Se você gosta de estatísticas, recomendo que leia um post sobre o perfil do turista brasileiro no Reino Unido.

O domínio é justo e óbvio, afinal, estamos falando de uma das cidades mais incríveis do planeta. Mas há de se fazer justiça com o interior, muitas vezes ignorado pelos turistas – o que é compreensível, afinal, Paris é logo ali. =)

Porém, se você quer conhecer um país completamente diferente do que a Inglaterra demonstra ser em Londres, considere a esticar sua viagem para alguma região do interior. Se a ideia lhe parecer boa, estude Cotswolds com muito carinho. Eu espero que ao fim do post você entenda por quê.

pedalando por cotswolds - inglaterra

2 – Se apaixonar por todos os vilarejos que conhecer

A gente caminhou por não menos do que dez vilarejos nos cinco dias que passamos na região, e todos eram incríveis!

Por mais que role um certo padrão no mix arquitetônico que predomina em terras bretãs – que começa com a inspiração romana (fortemente presente na City of London e em Bath) e atravessa alguns reinados e dinastias que deixaram um grande legado na característica de construções seculares (anglo saxões, tudors, períodos georgeano e vitoriano) –, cada cidadezinha tem um charme especial.

Os detalhes – pequenos ou grandes – sempre impressionam. Seja o cenário composto por um rio e a ponte que o “corta”, por ruas estreitas cheias de curvas, um mercado medieval, uma vista para o campo, a fumaça saindo da pequena chaminé dos cottages ou a lenha na varanda…

(Se fosse a Nah escrevendo esse texto, provavelmente você veria vários coraçõezinhos nessa descrição!)

chipping campden - cotswolds - interior da inglaterra

3 – É fácil de chegar e de se locomover

Cotswolds, que fica no centro oeste da Inglaterra, se estende por uma distância aproximada de 140km de norte a sul e 45km de leste a oeste. No meio disso, centenas de vilarejos e estradinhas rurais. De Londres, são pouco mais 140km de distância, ou duas horas de estrada. Estando na região, em alguns casos, menos de cinco minutos de carro separam um vilarejo de outro. 

Uma boa dica para aproveitar bem seus dias é fazer um roteiro prévio com alguns lugares que quer conhecer, mas deixar brechas para se perder – acredite, muitas vezes você vai ter vontade de virar à esquerda, apesar de seu destino estar à direita. Não lute contra essa vontade! Quem sabe você encontra, ao acaso, uma igreja do século XI só pra você…

chipping campden - cotswolds - interior da inglaterra

4 – Conhecer uma igreja do século XI

Pois é, essa foi uma das coisas mais legais que rolou nessa viagem!

De repente, pegamos uma saída errada em uma rotatória e demos de cara com uma plaquinha indicando o caminho para a St Nicholas Church, construída no século XI. Tocamos pra lá sem pensar duas vezes.

A surpresa foi grande quando vimos que a porta estava encostada e não tinha absolutamente ninguém lá dentro – e nem num raio de 2km! Era 21 de dezembro e nossos companheiros de estrada eram chuva e vento. Ficamos um bom tempo dentro desse tesouro, “ouvindo” o silêncio e imaginando como seriam as celebrações nos séculos passados (se bem que ainda rolam missas lá até hoje!).

Vamos contar melhor sobre essa igreja em um próximo post, mas saiba que ao passear por Cotswolds experiências como essa farão parte da jornada. Por isso, lembre-se da dica de planejar um roteiro com margem para essas escapadas.

igreja medieval - cotswolds - interior da inglaterra

5 – Dirigir por estradas absurdamente lindas

Dirigir por Cotswolds foi um de nossos pontos altos de 2015!

Estradas rurais, com vacas e ovelhas às margens, que contornam vilarejos medievais, horizontes de se perder de vista, florestas e ar puro compõem a road trip dos sonhos. Em diversos momentos, entre um vilarejos e outro, parávamos para fotografar e tudo o que ouvíamos era o barulho dos galhos das árvores agitados pelo vento forte enquanto uma chuva fina caía. Aliás, uma das vantagens de viajar no inverno pelo interior da Inglaterra é que apesar do frio e dos dias curtos, você vai ver poucos turistas e terá tráfego livre. Always look to the bright side of life.

cotswolds - interior da inglaterra

6 – Ficar com vontade de mudar pra lá umas 200 vezes durante a viagem

É sério! Em todos as cidades que paramos ficávamos imaginando como seria morar ali, em uma casinha de pedra com lareira, gatinhos correndo de um lado pro outro e um jardim florido.

Esse exercício de imaginação é legal. Talvez – ou, melhor, provavelmente – mudar para Cotswolds agora seja completamente inviável, mas ao “ver” esse futuro você liga um botãozinho no cérebro e passa a refletir sobre outras mudanças que pode fazer na sua vida. Viajar tem disso.

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Snowshill

7 – Sentir-se em um conto de fadas

Cotswolds poderia ser o cenário perfeito de um filme da Disney (deu para perceber pelas fotos?). Os vilarejos parecem de mentira. Lembro de um comentário que recebemos no Instagram dizendo que é surreal imaginar que pessoas, de fato, vivem ali. É tudo muito perfeitinho.

bibury - cotswolds - interior da inglaterra

8 – Ou em um filme de terror

A mesma lógica vale para o horror. O cenário medieval inspira um conto macabro. A foto abaixo, por exemplo, é do cemitério que fica em frente à igreja que comentei há pouco. Nesse dia, só estávamos nós dois ali. Não seria um bom lugar para o início de um filme sobre o apocalipse zumbi?

(Comentei isso no momento e a Nah me pediu para irmos embora logo. Pra você ver…)

cotswolds - interior da inglaterra

9 – Perceber o amor dos britânicos pela cerveja

Se você visitar um pub e pedir uma cerveja local em um vilarejo qualquer de Cotswolds e, depois, viajar por 20km até outra cidade (sem dirigir, claro!) vai, muito provavelmente, encontrar uma cerveja local diferente. A real ale é um dos maiores orgulhos desse país. E ao viajar por seu interior isso fica evidente.

Talvez você nem goste de cerveja, mas se ver, viver e entender a cultura de um povo é algo que busca quando viaja, saiba que a cerveja é um aspecto importantíssimo desse país. Repare os rótulos locais nos balcões dos pubs. E se beber, não dirija!

the crown and trumpet - broadway - cotswolds - interior da inglaterra

10 – Comer um full english breakfast artesanal

Tenho um segredo a confessar: foi em Cotswolds que comi o Full English Breakfast pela primeira vez na vida.

Nunca foi o café da manhã dos meus sonhos, confesso. É de alguém? Mas nesse dia decidi comer porque a descrição do prato no cardápio do charmoso café Huffkins, em Burford, me convenceu. Falava sobre a origem dos ingredientes utilizados no prato (boa parte, orgânicos e vindos de pequenos produtores da região).

Você já ouviu falar da filosofia Slow Food, que surgiu na Itália nos anos 1980 e tem a ver com reduzir o passo, viver melhor, apreciar melhor os alimentos e priorizar produtos e produtores locais? A experiência que tive ali tem muito a ver com isso! E foi sensacional. Dava pra sentir o sabor dos alimentos (não era uma coisa industrial, sabe?) e não era “ogro” como normalmente é.

burford - cotswolds - interior da inglaterra

11 – Hospedar-se em um pub

Por duas noites dormimos em um “Inn“, que é o meio de hospedagem mais comum no interior da Inglaterra. Você vai ver dezenas deles ao longo de sua viagem.

Basicamente, trata-se de um pequeno hotel, geralmente em uma grande casa georgeana. No térreo fica o pub, sempre supertradicional e com a ale local a sua espera. Aí você abre uma porta no canto do pub, sobe um lance de escadas está em frente ao seu quarto. That’s the dream, já diria Barney Stinson (How I met your mother freak detected!)

broadway - cotswolds - interior da inglaterra
Nosso quarto era a primeira janela, à esquerda, do piso superior

12 – Conhecer a cidade de William Shakespeare

Stratford-upon-Avon é uma das cidades mais ao norte de Cotswolds e uma das mais famosas da região, muito em razão de seu cidadão mais ilustre. William Shakespeare lá nasceu e, depois de ter feito história em Londres e ganhado o mundo, hoje descansa em sua cidade natal – que é um prato cheio para os amantes de sua obra. Nos próximos posts a gente vai falar mais sobre ela.

Leia o post sobre o Shakespeare’s Globe, teatro que mantém Shakespeare “vivo” em Londres

stratford upon avon - cotswolds - interior da inglaterra
Ser ou não ser?

13 – Pedalar e fazer parte do cenário de Cotswolds

Um de nossos dias em Cotswolds foi dedicado a pedalar.

Ficamos quatro horas rodando de bike por estradas rurais com pouco tráfego, ciclofaixas exclusivas e vielas em meio a cottages nos vilarejos. Foram 50km de estrada no total a partir de Stratford-upon-Avon até Chipping Campden e passando por outros vilarejos.

Uma das coisas mais legais do cicloturismo é que você diminui a velocidade da viagem, aprecia melhor os cenários e se sente mais próximo do lugar em que está, o que também tem a ver com o Slow Food. Fazer mais viagens de bicicleta, aliás, é um de nossos projetos para 2016.  

chipping campden - cotswolds - interior da inglaterra

E aí, vai concordar comigo?

Nas próximas semanas vamos contar em detalhes a viagem em diferentes posts.

Contaremos sobre como foi pedalar em Cotswolds, quais cidades visitamos, onde nos hospedamos e daremos boas dicas para você organizar sua viagem e aproveitar ao máximo esse pedacinho do paraíso, seja em uma day trip a partir de Londres ou em alguns dias.

cotswolds - interior da inglaterra

No tópico número um desse texto eu falei que esperava que ao final você pudesse concordar comigo sobre colocar Cotswolds como opção para conhecer no Reino Unido além de Londres. Deu certo? :)

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Lake District – Inglaterra: nosso roteiro em vídeo

Essa não é a primeira nem será a última história que vamos contar sobre a viagem que fizemos para o Lake District,  mais um cantinho mágico do reino bretão. Os outros dois posts sobre nossa experiência por lá você lê clicando nos links abaixo:

Hoje, apresento pra você um vídeo que a gente gravou em nossos últimos minutos por lá. Faltando cerca de duas horas para a partida do nosso trem de retorno a Londres, sentamos no gazebo do jardim do hotel, ligamos a câmera e conversamos sobre tudo o que fizemos nos três dias anteriores. Nosso bate-papo resultou num guia prático, em vídeo, pra você planejar sua viagem para a região dos lagos na Inglaterra.

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São 31 minutos em que contamos detalhadamente tudo que fizemos durante a viagem, tipo:

  • Como se locomover pelo Lake District
  • O que fazer por lá
  • O que a gente comeu (#sdds)
  • O que gostaríamos de ter feito, mas não deu tempo
  • O que você pode fazer
  • Curiosidades, informações e dicas práticas
  • Erros de gravação
  • Imagens exclusivas do snapchat (aproveita e segue a gente lá “praveremlondres”)
  • E muito mais!

Vale dizer que você não vai ver apenas a gente falando ao longo do vídeo. Filmamos bastante coisa durante a viagem , tanto paisagens como  a gente falando sobre o passeio de barco, passeando pelas trilhas, visitando monumentos históricos e por aí vai… Gravamos até em uma lojinha que diz ter o melhor gingerbread do mundo! Esses depoimentos estão inseridos no meio da “narrativa”.

Ou seja, além de vários comentários e dicas, tem MUITAS imagens legais pra você ver o Lake District que a gente viu!

É um formato de vídeo novo – fizemos pra testar. Nossa ideia é sempre gravar algo semelhante em futuras viagens. Se você puder nos deixar um comentário aqui ou lá no YouTube dizendo o que achou, vai nos ajudar muito! Afinal, esse vídeo é pra você! =)


Aliás, aproveito para perguntar:

O que você achou do tamanho do vídeo? 31 minutos é demais ou ficou de bom tamanho? Tiraria/incluiria alguma coisa? O espaço, como sempre, é seu!

Aproveita e se inscreve em nosso canal no YouTube. Vai ter vídeo novo sempre por lá!

Espero que a gente tenha conseguido transmitir ao menos um pouco do que é o Lake District. Desses lugares que fazem a gente sonhar a ponto de “viajar” sobre uma aposentadoria por lá! Nada mau, hein? :)

O post que encerra essa série vem logo mais. Apresentaremos o incrível hotel em que tivemos três noites de reis. Pode esperar pra ver. ;)

lake district - região dos lagos - inglaterra-12