Tomar uma decisão difícil é melhor do que cozinhar um problema

O tempo passa!

Lá se vão 22 meses desde que publicamos o último artigo aqui. Nesse período, refletimos muito sobre tirar o blog do ar, retomar as atualizações periódicas ou apenas mantê-lo respirando sob aparelhos. Foi o que acabou acontecendo. Desapegamos. Mas não esquecemos.

Nos últimos dias eu recebi mensagens de parabéns no LinkedIn pelo aniversário como editor no Pra Ver no Mundo e isso me fez lembrar (de novo) do quanto esse espaço é especial pra nós.

A verdade é que sentimos muita falta de compartilhar nossas viagens e aprendizados por aqui, mas a simples verdade é que cansamos.

Manter um blog ativo e atualizado constantemente com conteúdo de qualidade dá um trabalho enorme. Pode dar retorno. Pode empatar. Pode dar prejuízo. É um negócio incerto. Talvez promissor.

Isso, somado ao fato de que nosso trabalho principal é também ligado à gestão de conteúdo, estava nos fazendo passar muitas horas (muitas mesmo) sentados em frente ao computador. Fazendo as mesmas coisas repetidamente. E outras boas horas queimando neurônios pra fazer tudo funcionar.

Não estava tudo bem. Pifamos.

Estávamos mentalmente esgotados. Nos cobrávamos muito. Nos sentíamos culpados por não dar conta de executar o planejamento. A frustração era grande. Estávamos vivendo em um ciclo vicioso perigoso para a mente.

De quebra, o corpo começou a emitir sinais de alerta quando nos presenteou com hérnias de disco e dores cervicais, herdadas do ofício jornalístico de mais de 10 anos trabalhando em frente ao computador.

handmade content

Tomar uma decisão é melhor do que cozinhar um problema

O Pra Ver no Mundo nos acompanha há nove anos, bem como a nossa empresa, a Handmade Content (antiga LondonPress). Por muito tempo conciliamos as duas atividades, trabalhando duro para equilibrar os pratos – e isso funcionou por alguns anos.

A empresa seguia com um nível de crescimento sustentável e a audiência do blog também, ainda que contando com os solavancos inerentes à toda jornada empreendedora. Só que chegou uma hora que percebemos que precisávamos abrir mão de algo. Foi ficando cada vez mais claro que esse foco compartilhado nos faria patinar de algum lado ou surtar de tanto trabalhar.

Era muita coisa pra pensar, muita coisa pra fazer. Sempre tinha algo pendente.  

Foi quando decidimos fazer uma pausa sem aviso prévio e sem tempo determinado no blog e focar nossas energias na Handmade, decisão que nos tirou um peso enorme das costas. E nos permitiu viver melhor e com menos culpa.

Quando o Pra Ver no Mundo era um projeto que levávamos muito a sério, toda viagem que fazíamos – mesmo que de férias – era, também, a trabalho. Precisávamos registrar muita coisa em tempo real, seja em fotos, vídeos ou anotações. Tínhamos preocupações que iam muito além do que rola em uma viagem de lazer.

Em nov/2017, já não mais blogueiros, nas Dolomitas

Tínhamos a sensação que nossa vida era uma eterna jornada de trabalho

E foi bom que enxergamos isso antes de sofrer com problemas mais graves – ainda que as minhas costas me lembrem diariamente do contrário.

Se antes eu me preocupava em fotografar até o cardápio dos restaurantes, hoje eu, às vezes, viajo sem nem levar a câmera. Pode parecer bobagem, mas é libertador!

Quando optamos por nos afastar do blog, a vida se tornou mais leve e produtiva.

Nesses quase dois anos que ficamos longe do blog aconteceu muita coisa. Fizemos viagens muito legais por diversos lugares da Itália, Holanda, Bélgica, Hungria, Alemanha e Áustria. Ah, tiveram uns dois ou três pulos em Londres pra matar a saudade também.

De quebra, mudamos de Bologna pra Bergamo e, depois, pra Espanha. Escrevo direto de Valencia, a capital mundial da paella, onde estamos há três meses depois de quase dois anos de Itália.

A cidade alta da nossa amada Bergamo

Mas é claro que nunca esquecemos o Pra Ver no Mundo

Foram muitas as vezes em que nos pegamos conversando sobre retomar o blog. Escrever nesse espaço é um exercício muito prazeroso e divertido. Sempre foi nossa válvula de escape dos temas densos que enfrentamos no dia a dia com os clientes da Handmade e suas pautas ligadas a negócios.

E como hoje alcançamos um equilíbrio mais saudável entre trabalho e tempo livre, lá veio o monstrinho da blogosfera nos cutucar.

Mas, sinceramente, ainda não encontramos o perfil editorial ideal. Aquela coisa de simplesmente postar sobre destinos e dar dicas perdeu um pouco do sentido pra nós. Tudo bem que esse nunca foi bem o nosso foco, mas cansamos um pouco da vida de blogueiros de viagem.

Ainda que tenhamos algumas ideias sobre cobrir temas que giram entre nosso estilo de vida, trabalho remoto, nomadismo digital, livros que temos lido e pequenos prazeres da vida, estamos num processo de autoconhecimento e redescoberta editorial.

É possível (provável?) que essa conversa de hoje não leve a nada e que fiquemos mais um longo inverno longe daqui, mas não é esse o plano. De verdade!

valencia
Os ares mediterrâneos de Valencia

Aliás, você nos ajudaria muito dizendo sobre o que gostaria de ler. Alguma dica? Isso se ainda tiver alguém por aqui. Tem?

O Pra Ver no Mundo nos ensinou muito e nos rendeu boas amizades. Não faz nem dez dias que estivemos em Londres reencontrando amigos queridos que conhecemos graças a esse espaço e, acredite, conhecendo uma nova (antiga) leitora.

Esse tipo de coisa é que sempre fez tudo valer a pena. A gente sabe que nosso trabalho gerou um impacto positivo na vida de muitas pessoas e que inspirou outras tantas a seguirem seus sonhos.

E isso me faz lembrar que uma das razões pelas quais eu decidi fazer Jornalismo era porque eu queria gerar um impacto positivo no mundo. Ainda que, nesse caso, esse mundo seja restrito ao alcance do Pra Ver no Mundo, sou feliz por saber que isso se concretizou.

E, ainda que eu esteja contradizendo o que diz o que escrevi no título, sinto que tenho o dever de continuar essa missão. Você concorda?

Londres, abr/2019

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Até logo, Londres! E obrigada por tudo

Faz algumas semanas que estamos pensando nesse post. Na melhor forma de contar as novidades pra você que nos acompanha – aqui, nas redes sociais, nas nossas vidas. :)

Um dia desses, andando por Londres e curtindo MUITO essa cidade incrível, lembrei-me de uma música que é tipo um hino pra mim. Mas que provavelmente pouca gente conhece…

John Bala Jones, banda manezinha da ilha encantada (Florianópolis <3), canta:

Muitos riram de mim,

pois ficava assim, olhando para o nada

Mas eu não sou, eu não sou dessas pessoas

que ficam esperando sentadas

Às vezes, eu olhava para a lua,

Então, eu estava lá

Vivendo no meu mundo, fugindo da maldade

sem deixar de acreditar

(…)

:)

Se você nos acompanha há algum tempo, já deve ter percebido que a gente é assim, né? O tempo todo fazendo planos, definindo metas e batalhando para alcançá-las. 

E de sonho em sonho e de “batalha” em “batalha”, construímos a nossa trajetória até a lua – e de volta pra Terra porque, pelo que sei, ainda não tem cerveja na lua. TEM? haha #Brincadeira

bike cotswolds

Pois é, mas acontece que está na hora de acordar do sonho que estamos vivendo no momento. Depois de mais uma longa temporada na Terra da Rainha, quinta-feira, dia 25, embarcamos rumo à nossa também amada Curitiba. Pra passar um tempo com a família, ficar mais perto dos clientes, da equipe mais amada desse mundo (Oi, Mot. Oi, Fran), dos amigos, do Coxa doido (hihi), dos cachorros e do gatinho que tanto amamos e assim por diante.

Hora de matar a saudade dos amigos da vida. E passar a sentir saudade dos amigos de Londres. Coisas da vida. :)
Hora de matar a saudade dos amigos da vida. E passar a sentir saudade dos amigos de Londres. Coisas da vida. :)

Por quanto tempo? Nem a gente sabe!

Os planos para 2016 envolvem viagens BEM legais, rolês pelo Brasilzão e a construção de um novo projeto que a gente acha que vocês vão curtir.

Por falar em viagens bem legais, estamos devendo posts sobre Nova York. =O Mas calmaê, amigão, logo mais a gente conta as histórias de lá. ;)
Por falar em viagens bem legais, estamos devendo posts sobre Nova York. =O Mas calmaê, amigão, logo mais a gente conta as histórias de lá. ;)

Sim, eu sei que falei, falei e não falei quase nada, mas é que o propósito desse post é contar pra você que, de quinta em diante, o “tempo real” das nossas redes sociais não será mais direto de Londres. A base será a linda terra das araucárias – com pulinhos pra lá e pra cá sempre que possível, claro. :)

Paranismo

Uma foto publicada por Joao Guilherme Brotto (@joao_brotto) em

Porém, em termos de conteúdo do blog, pouca coisa muda. Ao longo do último ano, acumulamos uma lista enorme de pautas SOBRE Londres para produzir. Tá tudo arquivadinho, documentadinho, e aos poucos vai entrando no ar. Então, quem planeja visitar a cidade logo mais não precisa se preocupar com a falta de atualização nas nossas dicas, porque isso não vai acontecer. #euagarantio

pra ver no mundoAlém disso, também produziremos posts sobre as viagens que fizemos nos últimos meses (a continuação das séries sobre Bordeaux e Cotswolds + Irlanda, por exemplo) e, se bater vontade, traremos dicas do Brasilzão. O que você acha? A gente tá bem disposto a explorar melhor esse selinho aí do lado. ;)

“Mas por que vocês estão deixando Londres, Nah?”

Já falamos algumas vezes sobre a forma como vivemos (dá uma lidinha neste, neste e neste posts, para saber mais). Em resumo, temos uma empresa no Brasil, a LondonPress Marketing de Conteúdo, e como nosso trabalho é praticamente 100% online, podemos “carregá-la” na mala sempre que dá vontade de passar um tempo descobrindo o mundo.

Fomos a Bordeaux a lazer e a trabalho para o blog, mas a LondonPress não parou por causa disso. Sempre que voltávamos dos passeios, ligávamos o computador e iniciávamos um novo turno de trabalho. E como bom humor faz bem à saúde, aproveitávamos a onda cool do hotel em que nos hospedamos - o Mama Shelter - para dar aquela animada nas horas extras.
Fomos a Bordeaux a lazer e a trabalho para o blog, mas a LondonPress não parou por causa disso. Sempre que voltávamos dos passeios, ligávamos o computador e iniciávamos um novo turno de trabalho. E como bom humor faz bem à saúde, aproveitávamos a onda cool do hotel em que nos hospedamos – o Mama Shelter – para dar aquela animada nas horas extras.

Mas isso significa que a maior parte do nosso faturamento é em reais. E em tempos de libra a mais de R$ 6, chega uma hora que a gente percebe que a escolha de ficar ESPECIFICAMENTE em Londres pode dificultar os planos para o futuro, sabe?

Por mais que a gente não tenha precisado mudar nosso estilo de vida para fazer a vida aqui caber no bolso (continuamos saindo para jantar, para tomar boas cervejas, viajamos, etc.) e que o importante seja viver o presente, sempre que pensávamos em quanto poderíamos economizar morando em outros lugares o peso na consciência batia. Desses debates, aliás, surgiram algumas cidades candidatas para uma próxima base. Elas estão em nosso radar! Mas isso é papo para outra hora.

Por isso, no momento, o melhor é voltar.

Voltamos com as malas cheias de experiências, um montão de histórias pra contar e a certeza de que vivemos o melhor período da nossas vidas nessa temporada que está se encerrando. :)

Pow, tive uma ideia: vou começar a contabilizar os nossos brindes. Esse aí, no TAP East, um bar que fica dentro do shopping Westfield Stratford, foi um dos incontáveis a base de cerveja de qualidade.
Pow, tive uma ideia: vou começar a contabilizar os nossos brindes. Esse aí, no TAP East, um bar que fica dentro do shopping Westfield Stratford, foi um dos incontáveis à base de cerveja de qualidade.

E como diz John Bala Jones em outro trecho de “O sonhador”,  o que seria do amanhã sem os sonhos de hoje, não é mesmo?

Então, a gente embarca para Curitiba já com um milhão de sonhos para transformar em realidade lá, aqui e em diversos outros lugares – hoje, amanhã e sempre. A gente embarca para Curitiba prontos para viver o melhor período das nossas vidas de novo. Porque, como diria meu crush Barney Stinson (do seriado How I met your mother <3), “new is always better” (o novo é sempre melhor). :)

Então que venha o novo. De novo!

Um desses sonhos é poder ir esse ano ao Content Marketing World, maior evento da nossa área do mundo, que acontece sempre no começo de setembro em Cleveland (Ohio, EUA). Estamos lá no ano passado (o João já tinha ido em 2014 também) e aprendemos MUITO. Queremos muito repetir a dose!
Um desses sonhos é poder ir esse ano ao Content Marketing World, maior evento da nossa área do mundo, que acontece sempre no começo de setembro em Cleveland (Ohio, EUA). Estivemos lá no ano passado (o João já tinha ido em 2014) e aprendemos MUITO. Queremos repetir a dose!

No meio do caminho, enfrentaremos uns reveses naturais da vontade de fazer as coisas darem certo. Por exemplo, aqui em Londres, planejávamos sustentar nosso tour de pubs (que foi sempre MUITO legal, mas que era difícil encaixar na nossa agenda semanal de trabalho – que é de onde vem o dinheiro que paga nossas contas), queríamos ter terminado nosso guia de pubs (mas com vários novos bares de cerveja artesanal abrindo o tempo todo dá vontade de adicionar mais um à lista – e só mais um, mais unzinho… e aí o fim do trabalho é sempre adiado), viajado (ainda) mais, escrito mais posts e assim por diante. 

Mas o fato é que às vezes, a gente (João, eu e você também, provavelmente) superestima nosso “poder” de execução, quer abraçar o mundo, e por mais que se esforce bastante para conseguir tal feito, logo percebe que não é bem assim. Aí, meu amigo, a frustração é quase inevitável.

Mas os quilômetros de estrada rodados deixam calos que ensinam que é preciso levantar a cabeça e seguir adiante depois desses “tombos”. E ensinam também que é preciso ter orgulho dos “machucados” que eles deixam, porque eternamente nos lembrarão dos erros e acertos cometidos e do aprendizado que proporcionaram.

Pode parecer motivacional e clichê, mas é a mais pura verdade.

A experiência acumulada após seis anos e quatro temporadas trabalhando remoto (três em Londres e uma em Buenos Aires), com fuso horário diferente dos clientes e todos os prós e contras da vida de expatriado, nos deixou mais maduros e serenos para lidar com (mais) uma mudança dessas.

*Aliás, a Luiza, do excelente blog 360meridianos, escreveu um post recentemente que resume bem esse nosso sentimento. Tá aqui. Vale a pena ler!

Não que seja fácil. Nas semanas que antecedem à viagem de volta você vive em uma espécie de limbo, já pensando que logo sua rotina de todos os dias será diferente, bem como a vista da janela e a cama em que dorme. Em breve, uma nova vida começa. É um sentimento difícil de descrever, mas uma coisa que aprendemos nessas idas e vindas é que a cada ruptura geográfica compreendemos melhor a nós mesmos, entendemos melhor o que queremos para o agora e para o amanhã, temos a sensação de termos feito o que queríamos e construímos mais um tijolinho nessa louca jornada da vida.

Tão jovens em 2010. :)
Tão jovens em 2010. :)

Hoje, conseguimos ficar mais tranquilos com a possibilidade de não voltarmos para Londres tão cedo, coisa que há alguns anos nos aterrorizava um bocado. A cidade ocupa um espaço gigante em nossa história e corações, mas hoje é preciso agradecer por tudo que Londres nos deu, pelas pessoas que nos apresentou, e seguir adiante.

Não existe o certo e o errado, mas existe o analisar tudo o que envolve morar em Londres, Curitiba ou qualquer outro lugar, tomar uma decisão e tocar a vida. Se no ano passado viemos para Londres com o objetivo de, quem sabe, ficar “para sempre”, hoje vimos que teríamos que abrir mão DE MUITA COISA para conseguir isso. E, nesse momento, não é um preço que estamos dispostos a pagar.

Optamos por uma vida financeira mais equilibrada, menos trabalho, novos projetos, mais tempo para nós e, antecipando um pouco dos planos ainda em fase beta, um desejo de viver fugindo do inverno. Mas isso a gente conta mais pra frente.

Agora deixa eu voltar para a arrumação das malas, que não tá fácil. :)

Até logo, Londres. E obrigada por tudo! TU-DO. <3

(E obrigada você, amigo leitor, que nos acompanha e nos ajuda diariamente com suas mensagens cheias de boas energias. Elas nos fortalecem MUITO!)

Relatos e retratos do cotidiano londrino

Sempre me interessei pelos assuntos corriqueiros do dia a dia. De observar a vida que passa, de dar atenção as coisas sem importância e reparar nas cenas que constroem o cotidiano.

Todo jornalista é assim. Se não é, deveria ser. É como se estivéssemos buscando assuntos para escrever 24 horas por dia.

É por isso que tenho uma pasta de fotos chamada “Aleatórias”. Nela, guardo registros do cotidiano e cenas não tão relevantes, mas que fizeram parte da minha vida. Era assim em Curitiba e é assim em Londres.

Hoje vou falar um pouco sobre isso.

Os jornais gratuitos

Londres conta com dois jornais diários gratuitos. Em uma cidade completamente 3G, em que quase não se vê outros celulares senão Blackberries e iPhones, é interessante como a cultura da leitura analógica ainda é muito forte. Difícil imaginar a cidade sem os companheiros das viagens no underground.

O Metro sai pela manhã e está disponível em todas as estações de trem e metrô. "Você precisa ser rápido", diz o texto. De fato, após às 9 da manhã é difícil encontrá-lo.
O Metro sai pela manhã e está disponível em todas as estações de trem e metrô. “Você precisa ser rápido”, diz o texto. De fato, após às 9 da manhã é difícil encontrá-lo.

 

O London Evening Standard sai após o meio dia e é distribuído nas entradas das estações centrais por uns caras que exclamam "Free Standard". A polidez britânica faz com que eles agradeçam a todos que aceitam.
O London Evening Standard sai após o meio dia e é distribuído nas entradas das estações centrais por uns caras que exclamam “Free Standard”. A polidez britânica faz com que eles agradeçam a todos que aceitam.

O metrô

O underground, aliás, é um episódio à parte. Local perfeito para se fazer um estudo antropológico sobre os “londoners” e os gringos que a cidade adota com tanto carinho.

O que mais se vê – além dos leitores de jornais – são pessoas lendo livros, jogando no iPhone, escrevendo mensagens de texto e ouvindo música no estilo que os otorrinos e as mães adoram.

Uns dias atrás uma senhora pediu para que eu abaixasse o volume do iPod. Pedi desculpas e abaixei. Poucos minutos depois ela pediu o mesmo para um cara que estava sentado ao lado dela. Justo.

Cachorros (e bicicletas) são figuras constantes no dia a dia do underground.
Cachorros (e bicicletas) são figuras constantes no dia a dia do underground.

Em clima de Copa

Há poucos dias do início da Copa os ingleses respiram futebol. Os pubs convidam a torcida, os supermercados liquidam cerveja, o patriotismo toma conta dos lares e algumas promoções inusitadas surgem. A Toshiba, por exemplo, está prometendo devolver o dinheiro de quem comprar uma televisão ou um notebook caso a Inglaterra vença o mundial.

várias casas estão assim
várias casas estão assim

 

A vitrine da loja da Nike na Oxford Street exibiu essa vitrine por vários dias.
A vitrine da loja da Nike na Oxford Street exibiu essa vitrine por vários dias.

Algumas estações de metrô têm características próprias. A “Holborn Station”, por exemplo, dá acesso ao British Museum. Ela tem imagens de algumas obras estampadas nas paredes. A foto abaixo é da “Baker Street Station”, principal acesso ao Sherlock Holmes Museum.

elementar
elementar

Os pubs

Entrar em qualquer pub é respirar história. Quando você para e pensa que a maioria deles tem mais (em algumas vezes muito mais) do que 100 anos a mente vai longe. Já imaginou aqueles figurões de roupas exóticas da realeza tomando uma Guinness?

Os professores da escola costumam dizer que o pub é o lugar em que você pode vivenciar de perto toda a riqueza da cultura inglesa – beber, brigar e vomitar. =D

Brincadeiras à parte, os pubs são incríveis. Não só pelas cervejas espetaculares que você pode tomar, mas por tudo que caracteriza a instituição PUB.

Domingo, meio dia: cerveja, futebol e leitura matinal
Domingo, meio dia: cerveja, futebol e leitura matinal
Fish and chips com cerveja: autoridade suprema da gastronomia "pubiana".
Fish and chips com cerveja: autoridade suprema da gastronomia “pubiana”.

A diversidade cultural

Essa é uma das coisas que mais impressionam. Não sei se existe lugar no mundo com tanta gente de tanto lugar diferente como aqui. Nosso bairro, por exemplo, está repleto de afro-descendentes, turcos, indianos, judeus (com direito ao traje completo) e muçulmanos/muçulminas… daquelas que só mostram um pedacinho do olho.

Mas não para por aí. Andar pelas ruas é passear pelo mundo. São restaurantes típicos de centenas de países e sotaques esquisitos para todos os lado. Não é difícil, também, se deparar com uma roda de capoeira à beira do Tâmisa.

paranauê
paranauê
Queijos e salames italianos no mercado de Borough.
Queijos e salames italianos no mercado de Borough.

O problema dos ratos e os simpáticos esquilos

Os esquilos estão para os parques assim como os ratos estão para os metrôs. São milhares!

A prefeitura tem lutado para diminuir a população dos primos do Mickey Mouse do undergound – a explicação para a imensa quantidade de camundongos vem das obras que estão sendo feitas para as Olimpíadas de 2012. Existem canteiros em todos os cantos da cidade e a prefeitura já admitiu que não é possível evitar a superpopulação.

Já os esquilos vivem aos montes em todos os parques, são adorados por todos e estão sempre comendo um amendoinzinho.

Os "primos ricos" dos ratos são quase um patrimônio dos parques.
Os “primos ricos” dos ratos são quase um patrimônio dos parques.

Por falar em parques…

Um dos programas preferidos dos habitantes de Londres é deitar na grama. Não importa se é num grande parque ou numa área verde de 2×2. Eles estão sempre lá lendo, fazendo um picnic ou apenas lagarteando no sol.

E há de se concordar que fazer isso é deveras agradável. Ainda mais em um fim de tarde de um dia quente e ensolarado.

habitat natural
habitat natural
precisa de legenda? Regent's Park!
precisa de legenda? Regent’s Park!

 

Essas pequenas flores cujo nome eu não faço ideia são verdadeiras pragas - estão em todo os lugares.
Essas pequenas flores cujo nome eu não faço ideia são verdadeiras pragas – estão em todo os lugares.

Por hoje é só. Prometo fazer mais textos do cotidiano como esses. Acredito que seja uma boa forma de transmitir como as coisas são por aqui sem usar aquele olhar de turista.