Como curar dores, fazer diferente, mudar e evoluir se está “tudo bem”?

Esses dias eu saí para fazer um treino de bike de 40km e fiquei chateado ao me dar conta de como é fácil ver desmoronar algo que demanda tempo e esforço para ser construído.

O ano tem sido bem difícil em razão de uma dor nas costas muito chata que, dentre outras coisas, tem me impedido de me dedicar ao ciclismo como anteriormente.

Há exatamente um ano eu estava no auge da minha forma física. Morávamos na Itália, em Bergamo (Lombardia), cidade é rodeada por uma cadeia de montanhas que fazem a região ser um parque de diversões para ciclistas.

Estava na fase final de treinamento para o maior desafio ciclístico que já encarei na vida – a Maratona dles Dolomites, prova duríssima que rola anualmente em julho na que é, pra mim, a mais fascinante região da Itália.

As dolomitas fazem parte dos alpes e são Patrimônio Mundial da Unesco. Se estendem por uma área imensa que contorna as regiões do Vêneto e do Trentino Alto Adige – que faz fronteira com a Áustria. O cenário, tomado por paisagens bucólicas e montanhas imensas, é surreal.

Uma verdade sobre a Itália é que as cidades clássicas oferecem uma bela, porém injusta, imagem do país. Há muito a se descobrir além de Roma, Venezia, Firenze e Milano. De ponta a ponta da bota.

Dolomitas - italia-
Durante um hiking que fizemos na primeira vez que fomos para as Dolomitas. Era novembro. No dia seguinte a essa foto a neve tomou conta de tudo o que você está vendo

No primeiro semestre de 2018 eu segui uma rotina intensa de treinos para encarar a prova, que me aterrorizava na mesma proporção que me encantava pela oportunidade de pedalar no lugar que se tornou o mais especial do (meu) mundo. O percurso tinha escaladas que chegavam a quase 12km de distância. Eram montanhas clássicas do ciclismo mundial, presentes em várias edições do centenário Giro D’Itália. Um sonho!  

Eu tinha me inscrito para a prova principal. Um percurso de 138 km com 4.230 metros de subida acumulada. Pra ser sincero, mesmo com os treinos em dia, eu não tinha plena convicção de que iria conseguir concluir o desafio. É brutal!

Durante a prova. Sente o drama do cenário

Bem por isso, fui cauteloso. Como eu estava receoso de “quebrar” durante as longas horas de prova, controlei o ritmo, fiz pausas generosas para me alimentar/alongar e, por isso, no último checkpoint, lá pelo km 85, acabei chegando depois do do tempo de corte necessário para concluir o desafio principal.

Ainda assim, concluí o percurso B. Foram 108km, sendo que 44km foram só de subida, e mais de 3.130 metros de altimetria acumulada. Não vou me alongar nos detalhes da prova aqui, mas se você quiser saber mais sobre, me conta. Eu até já escrevi um relato pós-prova, mas nunca cheguei a publicar.

Maratona dles dolomites
Chapado de montanha

Ainda que, na época, eu já estivesse sofrendo com as dores nas costas que comentei no último post, a situação estava controlada. Eu me sentia ótimo. Corpo em forma, pernas fortes e mente equilibrada. Depois da Maratona encarei alguns outros desafios na magrela, como subir os 23km do Passo dello Stelvio, segunda estrada asfaltada mais alta da Europa. 

Passo dello Stelvio
A 2757 metros de altitude, no (quase) topo da Europa. Fronteira entre Itália e Suíça

Combustível infinito…até que acabe

Uma das coisas que gosto muito no esporte é a sensação de fazer do seu corpo o combustível pra se movimentar e escalar grandes montanhas. Ciclismo tem muito a ver com superar limites, claro. É um negócio duríssimo. Mas tem o outro lado.

Sempre que estou na bike por longas horas sinto que rola uma espécie de meditação. Na Maratona, por exemplo, foram 6h sentado no selim e mais umas 2h de pausas pra comer/alongar/hidratar. Pensa onde sua cabeça pode ir numa jornada dessa, quando se está sozinho na maior parte do tempo.

Depois dessa temporada na Itália passei a sonhar cada vez mais alto no esporte. Não em um sentido de competir, mas de viver experiências pelo mundo. Um desafio que estava começando a planejar é a North Cape 4k, que sai da Itália e vai até o Pólo Norte.

São 4.000 km em vários dias, sem data determinada de chegada. Quando percebi que meu corpo aguentava uns trancos na magrela, pedalar até o Pólo Norte se tornou um sonho alcançável.

À parte do esporte, o trabalho também ia bem. Estávamos com muita coisa legal rolando na Handmade Content. Um deles foi o Sebrae Trends. Assiste o vídeo abaixo que você vai entender.

Foi um projeto que criamos para o Sebrae-PR com o objetivo de compartilhar conteúdo sobre tendências e inovação para pequenos e médios empresários a partir de descobertas que fazíamos em nossas viagens.

Estávamos certos de que tudo estava bem encaixado

Mas a vida é uma gangorra. E, porra, como é difícil lidar com isso, não?

Com o passar dos meses minha dor foi piorando até chegarem os dias, lá por dezembro (2018), que eu estava acordando quase toda noite simplesmente por não conseguir dormir de tanta dor.

O ápice do sofrimento, lembro até do dia, foi em 28/12, quando eu estava no meio de outro desafio de bike. O Festive 500, que já foi pauta aqui, consiste em rodar 500 km entre o Natal e o Ano Novo. Eu havia feito nos dois anos anteriores, mas em 2018 tive que abortar lá pelo km 240 porque acordei chorando de dor. Literalmente.

De lá pra cá, a coisa foi ruindo. Dores aumentando. Muitas noites mal dormidas e dias à base de ibuprofeno. O pior é que até hoje não consegui obter um diagnóstico 100% preciso do que se trata. Algumas suspeitas que envolvem lesões musculares, mas nada cravado.

Entre os tratamentos, já fiz de tudo um pouco. Quase tudo sem sucesso. Mas, entre acertos e erros, hoje estou no combo pilates + fisioterapia + aulas variadas na academia + bicicleta (retomando aos poucos) + complexos vitamínicos + anti inflamatórios naturais + qualquer dica que alguém me dê. Aliás, tem alguma aí?

A boa notícia é que me sinto melhor do que já estive. Ainda penando, mas bem mais otimista do que há alguns meses. Mas, como falei no início, toda a construção que fiz no ciclismo praticamente se foi. O desempenho está há anos-luz do que estava no ano passado. Em menos de 5 meses, a coisa desandou.

O Pólo Norte vai ficar na gaveta por alguns anos. Paciência.

Texturas dolomíticas
Texturas dolomíticas

No trabalho também temos questionado muito

Se há um ano os caminhos estavam mais nítidos na nossa empresa, hoje já não tanto assim. Nem sempre, ou quase nunca, é fácil enxergar o futuro de um negócio ou de uma carreira. As certezas são sempre menos presentes do que as dúvidas, concorda?

Ainda mais em tempos em que tudo tem mudado tanto, tão rapidamente e que a imprevisibilidade nos negócios e no futuro do trabalho é quase regra.

Só que, de um jeito de outro, é preciso tomar decisões e seguir em frente.

Penso que o maior desafio nessas horas é, sobretudo, respeitar a si mesmo, entender seu momento e encontrar o equilíbrio entre as decisões racionais – que podem fazer mais sentido profissionalmente – e as decisões emocionais – que talvez te afastem um pouco dos objetivos de carreira, mas que podem trazer mais paz de espírito.

Mas como fica essa equação?

A sociedade do cansaço

É claro que não sou eu, que não tenho nem as minhas respostas, quem vai resolver. De novo, não existe resposta certa. Mas os livros, ah os livros, sempre ajudam.

Esses dias terminei a “Sociedade do cansaço” , de Byung-Chul- Han. Uma leitura que me fez refletir bastante sobre o ritmo acelerado e de enorme cobrança que vivemos. Acompanhe esse trecho:

“O excesso de trabalho e desempenho agudiza-se numa autoexploração. Essa é mais eficiente que uma exploração do outro, pois caminha de mãos dadas com o sentimento de liberdade. O explorador é ao mesmo tempo o explorado. Agressor e vítima não podem mais ser distinguidos.

Essa autorreferencialidade gera uma liberdade paradoxal que, em virtude das estruturas coercitivas que lhe são inerentes, se transforma em violência. Os adoecimentos psíquicos da sociedade de desempenho são precisamente as manifestações patológicas dessa liberdade paradoxal.”

Milano

Ou seja, em busca de uma liberdade (talvez erroneamente) idealizada, nos agredimos

A premissa do livro é fornecer uma luz para quem busca a paz em meio a tempos de tensão, de cobrança e de discursos MUITO embasados por um pires raso de motivação exagerada. Pra entender isso basta abrir suas redes sociais e ver o papo furado de “gurus/coachs/influencers/betinas” que pagam de seres supremos, mas que só querem te vender um curso online que na maioria das vezes é tão vazio quanto o discurso amparado por gatilhos mentais e técnicas de neuromarketing.

Sociedade do Cansaço não é um manifesto da preguiça, do hedonismo e de largar tudo pra vender artesanato na praia, mas sobre parar para refletir, questionar, fazer diferente. Respirar.

Achei esse trecho genial:

“Quem se entedia no andar e não tolera estar entediado, ficará andando a esmo inquieto, irá se debater ou se afundará nesta ou naquela atividade. Mas quem é tolerante com o tédio, depois de um tempo irá reconhecer que possivelmente é o próprio andar que o entedia. Assim, ele será impulsionado a procurar um movimento totalmente novo.”

Mas, voltando à gangorra, o lado positivo dessa história da dor nas costas é que o caos está proporcionando um processo profundo de autoconhecimento. Tenho buscado maior equilíbrio e tentando encontrar as raízes pra esse problema até na esfera emocional/espiritual/profissional.

Dia desses, enquanto estávamos no bar conversando sobre os altos e baixos da vida com o irmão da Nah e a noiva dele, comentávamos que esses momentos de dificuldade/tristeza/questionamento podem ajudar a criar as bases para novas rotas, novas ideias e novas soluções.

Afinal, desde que o Sapiens surgiu na Terra, somos nômades. A busca por mudar está dentro de nós – ainda que toda mudança seja quase sempre muito difícil de colocar em prática. Seja de posição geográfica, de estilo de vida ou de qualquer coisa que desejemos.

Mas a verdade é que a maioria das mudanças decorrem da dor, da insatisfação, de problemas e de inquietudes. Afinal, como curar dores, fazer diferente, mudar e evoluir se está “tudo bem”?

Problemas despertam ações.

Bem por isso, sigamos!

Gostaria muito de saber o que você pensa sobre isso. Conta aí? Vamos compartilhar ideias, experiências ou desabafos.

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Tomar uma decisão difícil é melhor do que cozinhar um problema

O tempo passa!

Lá se vão 22 meses desde que publicamos o último artigo aqui. Nesse período, refletimos muito sobre tirar o blog do ar, retomar as atualizações periódicas ou apenas mantê-lo respirando sob aparelhos. Foi o que acabou acontecendo. Desapegamos. Mas não esquecemos.

Nos últimos dias eu recebi mensagens de parabéns no LinkedIn pelo aniversário como editor no Pra Ver no Mundo e isso me fez lembrar (de novo) do quanto esse espaço é especial pra nós.

A verdade é que sentimos muita falta de compartilhar nossas viagens e aprendizados por aqui, mas a simples verdade é que cansamos.

Manter um blog ativo e atualizado constantemente com conteúdo de qualidade dá um trabalho enorme. Pode dar retorno. Pode empatar. Pode dar prejuízo. É um negócio incerto. Talvez promissor.

Isso, somado ao fato de que nosso trabalho principal é também ligado à gestão de conteúdo, estava nos fazendo passar muitas horas (muitas mesmo) sentados em frente ao computador. Fazendo as mesmas coisas repetidamente. E outras boas horas queimando neurônios pra fazer tudo funcionar.

Não estava tudo bem. Pifamos.

Estávamos mentalmente esgotados. Nos cobrávamos muito. Nos sentíamos culpados por não dar conta de executar o planejamento. A frustração era grande. Estávamos vivendo em um ciclo vicioso perigoso para a mente.

De quebra, o corpo começou a emitir sinais de alerta quando nos presenteou com hérnias de disco e dores cervicais, herdadas do ofício jornalístico de mais de 10 anos trabalhando em frente ao computador.

handmade content

Tomar uma decisão é melhor do que cozinhar um problema

O Pra Ver no Mundo nos acompanha há nove anos, bem como a nossa empresa, a Handmade Content (antiga LondonPress). Por muito tempo conciliamos as duas atividades, trabalhando duro para equilibrar os pratos – e isso funcionou por alguns anos.

A empresa seguia com um nível de crescimento sustentável e a audiência do blog também, ainda que contando com os solavancos inerentes à toda jornada empreendedora. Só que chegou uma hora que percebemos que precisávamos abrir mão de algo. Foi ficando cada vez mais claro que esse foco compartilhado nos faria patinar de algum lado ou surtar de tanto trabalhar.

Era muita coisa pra pensar, muita coisa pra fazer. Sempre tinha algo pendente.  

Foi quando decidimos fazer uma pausa sem aviso prévio e sem tempo determinado no blog e focar nossas energias na Handmade, decisão que nos tirou um peso enorme das costas. E nos permitiu viver melhor e com menos culpa.

Quando o Pra Ver no Mundo era um projeto que levávamos muito a sério, toda viagem que fazíamos – mesmo que de férias – era, também, a trabalho. Precisávamos registrar muita coisa em tempo real, seja em fotos, vídeos ou anotações. Tínhamos preocupações que iam muito além do que rola em uma viagem de lazer.

Em nov/2017, já não mais blogueiros, nas Dolomitas

Tínhamos a sensação que nossa vida era uma eterna jornada de trabalho

E foi bom que enxergamos isso antes de sofrer com problemas mais graves – ainda que as minhas costas me lembrem diariamente do contrário.

Se antes eu me preocupava em fotografar até o cardápio dos restaurantes, hoje eu, às vezes, viajo sem nem levar a câmera. Pode parecer bobagem, mas é libertador!

Quando optamos por nos afastar do blog, a vida se tornou mais leve e produtiva.

Nesses quase dois anos que ficamos longe do blog aconteceu muita coisa. Fizemos viagens muito legais por diversos lugares da Itália, Holanda, Bélgica, Hungria, Alemanha e Áustria. Ah, tiveram uns dois ou três pulos em Londres pra matar a saudade também.

De quebra, mudamos de Bologna pra Bergamo e, depois, pra Espanha. Escrevo direto de Valencia, a capital mundial da paella, onde estamos há três meses depois de quase dois anos de Itália.

A cidade alta da nossa amada Bergamo

Mas é claro que nunca esquecemos o Pra Ver no Mundo

Foram muitas as vezes em que nos pegamos conversando sobre retomar o blog. Escrever nesse espaço é um exercício muito prazeroso e divertido. Sempre foi nossa válvula de escape dos temas densos que enfrentamos no dia a dia com os clientes da Handmade e suas pautas ligadas a negócios.

E como hoje alcançamos um equilíbrio mais saudável entre trabalho e tempo livre, lá veio o monstrinho da blogosfera nos cutucar.

Mas, sinceramente, ainda não encontramos o perfil editorial ideal. Aquela coisa de simplesmente postar sobre destinos e dar dicas perdeu um pouco do sentido pra nós. Tudo bem que esse nunca foi bem o nosso foco, mas cansamos um pouco da vida de blogueiros de viagem.

Ainda que tenhamos algumas ideias sobre cobrir temas que giram entre nosso estilo de vida, trabalho remoto, nomadismo digital, livros que temos lido e pequenos prazeres da vida, estamos num processo de autoconhecimento e redescoberta editorial.

É possível (provável?) que essa conversa de hoje não leve a nada e que fiquemos mais um longo inverno longe daqui, mas não é esse o plano. De verdade!

valencia
Os ares mediterrâneos de Valencia

Aliás, você nos ajudaria muito dizendo sobre o que gostaria de ler. Alguma dica? Isso se ainda tiver alguém por aqui. Tem?

O Pra Ver no Mundo nos ensinou muito e nos rendeu boas amizades. Não faz nem dez dias que estivemos em Londres reencontrando amigos queridos que conhecemos graças a esse espaço e, acredite, conhecendo uma nova (antiga) leitora.

Esse tipo de coisa é que sempre fez tudo valer a pena. A gente sabe que nosso trabalho gerou um impacto positivo na vida de muitas pessoas e que inspirou outras tantas a seguirem seus sonhos.

E isso me faz lembrar que uma das razões pelas quais eu decidi fazer Jornalismo era porque eu queria gerar um impacto positivo no mundo. Ainda que, nesse caso, esse mundo seja restrito ao alcance do Pra Ver no Mundo, sou feliz por saber que isso se concretizou.

E, ainda que eu esteja contradizendo o que diz o que escrevi no título, sinto que tenho o dever de continuar essa missão. Você concorda?

Londres, abr/2019

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A vida é feita de pequenas alegrias

Antes de mais nada, preciso fazer uma confissão: eu “escrevo” posts na minha cabeça. Sério. Todo dia tem um textinho sendo “escrito” enquanto eu tomo banho, quando vejo algo legal que acho que você que nos lê ia gostar de saber, até quando estou lavando louça vou juntando mentalmente palavras e ideias que poderiam virar um texto.

Na maioria das vezes, isso tudo fica só na minha cabeça mesmo. Mas vez ou outra viram textos de verdade. E se não vêm parar aqui (pode ter certeza de que vários posts que você já leu começaram assim!), vão para o meu Facebook pessoal. O motivo? Eram pessoais demais para um “blog de viagens”.

Val D'Orcia - Toscana - Itália
E aí, é só dicas do que ver, fazer, comer e beber nas cidades em que passamos que você quer ver por aqui ou podemos viajar juntos de outras formas?

Ou, pelo menos, eu achava que eram…

Até que essa semana o João me deu um chacoalhão e disse que era pra eu trazer pra cá coisas que vinha escrevendo por lá alegando que está mais do que na hora de a gente quebrar essas barreiras do que podemos ou não escrever por aqui, e eu aceitei o desafio. :)

Então, o que você vai ler agora são três posts que eu publiquei no meu Facebook pessoal e que são relatos de coisas e momentos que nos fizeram felizes recentemente. Porque a vida é feita dessas pequenas alegrias, né? E, às vezes, o simples fato de eu compartilhar algo legal com você pode servir de inspiração para você aproveitar as pequenas felicidades que a sua vida proporciona. Que tal?

1) Uma declaração de amor à vida em comunidade sorgente italiana

Se alguém me perguntasse hoje o que eu mais gosto na minha rotina diária aqui na Itália, provavelmente minha resposta causaria estranhamento.

Eu diria:

“Adoro abrir minha mochila, colocar dentro dela quatro garrafas de vidro, pegar minha bike dos anos 1950, pedalar por menos de um quilômetro e, com 20 centavos de euro (!), voltar pra casa com dois litros de água mineral e mais dois litros de água com gás.”

A verdade é que nem eu sei explicar o fascínio que isso exerce sobre mim, mas acho gostoso demais encher minhas garrafas com uma água que a comunidade toda divide. E divide MESMO. Não é raro chegar à fonte e ter lá 10 centavos disponíveis, deixados por um vizinho que só queria fazer uma gentileza para um outro morador de Galliera. A gente mesmo volta e meia deixa uma moeda a mais para matar a sede de quem passar pela sorgente* depois de nós…

–> Aqui estão as informações oficiais sobre a sorgente, a fonte urbana que alegra meus dias! :)

vida em Galliera
Olha aí a bike de que eu falei ali em cima! :)

Leia também:

Será mesmo que é (só) coragem?

2) Retratos e relatos do cotidiano italiano

Há alguns dias, João e eu combinamos de fotografar mais o nosso dia a dia, registrar momentos simples do nosso cotidiano para que daqui alguns anos a gente possa olhar com carinho para essas recordações e reviver momentos bacanas.

Selecionei duas das primeiras fotos que tiramos para esse nosso novo projeto pessoal para compartilhar aqui. 

1) Em uma terça-feira, enquanto eu estava em uma reunião às 22h no horário local (17h Brasil), João fez esse registro que retrata como eu sou feliz fazendo o que faço. Eram 22h, mas eu sorria enquanto falava com clientes sobre os nossos planos de dominar o mundo. 

vida em Galliera #casadomato

2) Há três semanas, passamos parte da nossa manhã de sábado  limpando o “parque” que temos no fundo da nossa #casadomato, e eu fotografei o João se aventurando por aí com a máquina de cortar grama.

vida em Galliera #casadomato

Duas fotos, dois momentos, nossa vida. 

Ser feliz às vezes é mais fácil do que a gente imagina. 💑

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Viva sua própria aventura, seja ela qual for

3) Sebrae Trends

Por último, quero falar um pouco sobre um projeto que ajuda a responder a pergunta que mais ouvimos desde que chegamos aqui: “O que vocês estão fazendo na Itália?”

A verdade é que a resposta pode ser loooonga, pois viemos fazer MUITAS coisas, mas dentre as mais divertidas e desafiadoras está o projeto Sebrae Trends, que desenvolvemos em parceria com o Sebrae-PR e que tem o objetivo de ser uma ponte entre os empreendedores brasileiros e histórias inspiradoras mundo afora.

O primeiro episódio da websérie do Sebrae Trends vai falar sobre a Tiger, uma rede de lojas dinamarquesa que tem muuuito a ensinar a qualquer empreendedor!

Falei um pouquinho sobre ele em meu primeiro post no Clube do Empreendedor (você pode ler clicando aqui), mas, em resumo, vamos “caçar” tendências e buscar histórias de empresas que têm colocado quatro macrotendências em ação (Economia Sustentável, da Escassez de Tempo, das Experiências Únicas e da Ultraconectividade) e que podem deixar boas lições para empreendedores brasileiros.

Estamos muuuito animados com esse projeto. A nossa ideia é explorar esse Velho Continente todo ao longo deste ano e do próximo para poder ajudar os empreendedores brasileiros a se prepararem para o futuro. Por isso mesmo, se você tem alguma sugestão de pauta que acha que se encaixa nessa proposta, deixe um comentário que a gente te procura para saber mais. ;)

E aí, o que achou desse formato de post? Posso voltar a escrever sobre aleatoriedades quando der vontade? :)

E você, o que fez recentemente e que te fez feliz? Conta pra gente e bora espalhar a positividade por aí! ;)

Até o próximo post.

Um beijo!

Nah

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O mundo é pequeno pra caramba

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Viva sua própria aventura, seja ela qual for

A gente anda um tanto sumido aqui do blog, é verdade. Não é a primeira vez que ficamos longas semanas sem escrever e – possivelmente – não será a última.

A desculpa é a mesma de sempre. O trabalho principal, com nossa agência de marketing de conteúdo, tem tomado conta de boa parte de nosso tempo e – sendo franco – depois de ficar longas horas sentado em frente ao laptop fritando o cérebro, o que mais queremos é distância do tec tec das teclas quando “fechamos o escritório”.

Saudade de escrever aqui a gente sente todo dia, acredite. Mas tem horas que é preciso priorizar, focar, abrir mão, fazer escolhas – e viver com isso.

Por alguns anos a gente alimentou o sonho de viver do blog, fazê-lo ser nossa principal fonte de renda, mas a blogosfera testou nossa paciência. Tivemos algumas decepções com esse mercado e decidimos não levar mais a carreira de blogueiros tão a sério. Até temos algumas ideias e projetos bem legais, mas nada que será tratado como prioridade – ao menos no curto e médio prazo.

O que é bom, porque isso nos tirou algumas amarras e pressões que nós mesmos nos colocávamos sobre TER que postar algo, TER que interromper momentos legais de uma viagem para registrar isso ou aquilo. Em nossa última viagem – para o Uruguai, no Carnaval – relaxamos como há tempos não relaxávamos simplesmente porque deixamos de lado as “obrigações” de blogueiro.

noite estrelada no container - playa atlantica - uruguay - aventura
Tentativa – quase frustrada – de permanecer imóvel para uma exposição de 30 segundos em uma das noites mais lindas da vida em algum lugar no litoral do Uruguai

De certa forma, foi um grito particular de liberdade

Não vamos deixar de escrever e nem abandonar o blog. A gente ama esse nosso filhão que completa sete anos de vida este mês. É mais uma coisa de não se preocupar tanto com o calendário de posts fixado na parede do escritório que está na minha frente, bem atrasado, agora mesmo.

Grandes mudanças estão por vir em nossas vidas. Será mais um episódio da vida semi-nômade, que eu expliquei aqui, quando ainda não se ouvia falar do “largue tudo, seja um nômade digital e viva da internet”. Tenho calafrios com gente irresponsável que vende falsas verdades e destrói sonhos.

→ Se você se interessa por nomadismo digital de forma séria, planejada e realista, recomendo o Pequenos Monstros. Eles tratam do tema de forma responsável. Tome cuidado com os pseudos gurus da internet. Tem muitos por aí!

Vida de nômade digital - trabalhando no aeoroporto
Aeroporto é sempre sinônimo de escritório pra nós

Dolce far niente (mas nem tão niente assim)

Em maio vamos nos mudar para a Itália para escrever um novo capítulo de nossa vida viajante. O país está em nossos planos há anos. Pra mim, é uma vontade que indiretamente sempre esteve presente em razão de raízes familiares, mas que foi crescendo desde que fomos pra lá pela primeira vez, em 2010.

Quando decidimos virar a página de Londres, a vontade de fixar raízes – temporárias ou não – na velha bota veio forte. Começamos a planejar essa mudança há mais de um ano.

A ideia inicial era ir para Florença, cidade que nos encantou, mas nas primeiras pesquisas vimos que viver lá não seria muito mais barato do que morar em Londres. Aí, entre pesquisas e conversas com amigos e bartenders italianos que encontrávamos nos bares londrinos sobre qual seria a cidade ideal, chegamos a Bologna.

por do sol em florença
Pôr do sol ao fundo do rio Arno, em Florença

Nossa vontade era encontrar uma cidade pequena, mas bem estruturada, com clima bom em boa parte do ano, bem localizada, com fácil acesso para viajar, que tivesse um custo de vida que coubesse no bolso, comida boa, lugares legais para pedalar e por aí vai. Esqueci de algo?

Ah, sim. Em dado momento, quando eu já estava bem inclinado a Bologna, mas a Nah ainda considerava alternativas, ela falou que só se mudaria pra lá se tivesse um bar da Brewdog, uma das melhores cervejarias do mundo.

E não é que tinha? :D

O mais curioso é que, além da inusitada Bologna, só Firenze abrigava a Brewdog na Itália. Mais tarde, abriu um bar da cervejaria em Roma também.

Foi uma piada dela, claro, mas vimos como um sinal do destino. Batemos o martelo e é pra lá que vamos, mas de coração aberto para mudar a rota se por algum motivo, la gorda – como a cidade é conhecida, por motivos óbvios – não nos conquistar.

É louco decidir, por conta própria, mudar para uma cidade em que você nunca pisou, mas depois de ir e vir algumas vezes para lugares diferentes, esse tipo de mudança passou a fazer parte da nossa vida.

Desapegar é difícil, mas preciso

Acho que falar sobre os porquês e os benefícios que essas mudanças de cidades e países nos trouxeram nos últimos anos é tema para aprofundar em outro texto, mas a verdade é que mudar é bom. Simples assim.

Nem sempre é fácil, é verdade. Toda mudança exige muito de nós. Mas o que eu sinto é que a gente cresce sempre quando muda algo que incomoda. E quando falo “a gente”, incluo você também.

Como bem diria Barney Stinson do seriado How I met your mother:

via GIPHY

Eu não estava planejando escrever esse texto. A ideia veio durante a leitura do livro Na natureza selvagem, de Jon Krakauer, clássico da literatura viajante que inspirou o filme homônimo e que é daqueles que mexem com os sentimentos e nos faz questionar verdades inquestionáveis que carregamos.

A gente assistiu há cerca de nove anos, ainda no cinema (matando aula na facul para um de nossos encontros “proibidos” #momentolovestory). Mas só agora parei pra ler a obra que o inspirou. Se você ainda não viu/leu, recomendo que veja/leia.

Depois que li uma carta escrita por Alex (personagem principal da história) para um senhor de 80 anos que se tornou um grande companheiro de estrada por algumas semanas foi quando, precisamente, senti que precisava compartilhar essa história com você.

yosemite national park - california
Fascinado pela estonteante beleza do Yosemite National Park – Califórnia

O jovem que, cansado do mundo, largou tudo para viver uma aventura épica consigo mesmo, escreveu a Ron um recado que também é importante pra mim e pra você.

“Acho que você deveria realmente promover uma mudança radical em seu estilo de vida e começar a fazer corajosamente coisas em que talvez nunca tenha pensado, ou que fosse hesitante demais para tentar. Tanta gente vive em circunstâncias  infelizes e, contudo, não toma a iniciativa de de mudar sua situação porque está condicionada a uma vida de segurança, conformismo e conservadorismo, tudo isso que parece dar paz de espírito, mas na realidade nada é mais maléfico para o espírito aventureiro do homem que um futuro seguro.
A coisa mais essencial do espírito vivo de um homem é sua paixão pela aventura. A alegria da vida vem de nossos encontros com novas experiências e, portanto, não há alegria maior que ter um horizonte sempre cambiante, cada dia com um novo e diferente Sol. Se você quer mais de sua vida, Ron, deve abandonar sua tendências à segurança monótona e adotar um estilo de vida confuso que, de início, vai parecer maluco para você. Mas depois que se acostumar a tal vida verá seu sentido pleno e sua beleza incrível. (…) Não hesite nem se permita dar desculpas. Simplesmente saia e faça isso. Você ficará muito, muito contente por ter feito. “

Alex Mc Candless em Na natureza selvagem

É um texto forte. É fácil, muito fácil, nos vermos presos à rotina. Não que a rotina seja algo ruim. Eu gosto de ter um (aparente) controle da maior parte do tempo. Ter horário pra dormir, acordar, trabalhar,  pedalar etc. A rotina ajuda a equilibrar a vida. Mas o problema, ao meu ver, começa quando a vida passa a acontecer de forma automática, tipo assim:

via GIPHY

É difícil não cair no clichê, mas eu também não sei por que sempre que falamos em clichê sentimos essa necessidade de nos defendermos e praticamente pedimos permissão para falar sobre. Clichês são clichês porque fazem parte da vida, oras!

De nossa vida só ficará a história que escrevemos

Qual foi a última vez que você se desafiou a fazer algo diferente? Algo que te assusta? Não precisa ser algo como largar tudo e viajar pelo mundo. Pode ser começar a praticar um esporte, empreender, falar aquilo que você sempre quis falar pra alguém, mas nunca teve coragem.

Seja o que for, lembre-se das palavras de Alex. Ele pode ter tido um final trágico em razão de seu grito de liberdade, é verdade, mas o seu legado, quase 30 anos depois, ainda inspira milhares de pessoas em todo o planeta.

Viva sua própria aventura, seja ela qual for. A nossa próxima começa em pouco mais de um mês!

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Será mesmo que é (só) coragem?

Há algum tempo eu comecei a questionar um rótulo que algumas pessoas me deram: o de corajosa.

Não é que eu não gostasse de ser considerada corajosa (eu sei que é um elogio, gente, não vou problematizar :), eu simplesmente não conseguia ver coragem nas minhas atitudes ou nas minhas decisões. Para mim, era outra coisa (afinal, não estava sendo considerada corajosa porque estava pulando de bungee jump ou coisa do tipo). Mas eu não sabia explicar exatamente o que era…

Esta semana, assistindo à Moana, o novo filme da Disney (que eu recomendo pras crianças de todas as idades – sim, pra você também!), eu finalmente entendi.

pedal monterey carmel - 17 mile drive
Pedal na Califórnia. Essa aí é a 17 mile drive, estrada que conecta, dentre outras cidades, as belíssimas Monterey e Carmel

“Tem mais peixes depois do recife”

Resumo da história (sem spoiler, juro): Pensando em encontrar uma solução para um problema que os habitantes da sua ilha enfrentavam (os peixes começaram a “sumir” e os frutos estavam apodrecendo), Moana resolveu que tinha chegado a hora de desafiar uma antiga norma que dizia que não se podia ir além dos recifes de corais que “cercavam” sua ilha. O motivo? Simples: havia mais peixes pro lado de lá daquela “barreira”, oras. E não era isso que eles buscavam?

–> Não sabe quem é a Moana? Dá o play no vídeo abaixo e assiste o clipe prestando a atenção na letra. Você vai ver como essa menina é incrível! :)

Isso mexeu comigo. É isso aí, Moana. Não é (só) coragem.

É a certeza de que o que tem “além do recife” (do portão de casa, da rotina de trabalho, das fronteiras do nosso país) vale o esforço, o sonho, o trabalho. Ninguém disse que ia ser fácil, disse?

guarda do embau - santa catarina
Guarda do Embaú – Santa Catarina

É o sentimento de que o que está no coração precisa ser colocado para fora (ela sonhava em velejar pra lá do recife desde pequena), precisa ser vivido.

pedal em san francisco - golden gate bridge
Golden Gate – São Francisco (Califórnia)

É a sensação de que se for para viver, que seja por inteiro.

mammola - italia
Pausa para uma história rápida: em 2012, na Itália, a gente saiu da minúscula Mammola de carona com o dono da pousadinha em que estávamos hospedados e, na hora de voltar, descobrimos que não tinha mais ônibus pra lá. O jeito foi apelar para a plaquinha improvisada e esperar pela bondade de alguém que pudesse nos dar uma carona. Depois de muitos minutos de tensão, uma alma caridosa apareceu para nos ajudar! \o/

É ser um pouco teimoso, sim, e não descansar até conseguir resolver um problema/realizar um sonho – mesmo que para isso seja preciso sair da sua zona de conforto – aliás, quase sempre a resposta para grandes dilemas está fora do ninho quentinho!

pedal região dos vinhos california - dry creek valley
Dry Creek Valley, uma das regiões vinicultoras da Califórnia

Tem coragem nisso tudo? Tem sim, claro. Mas não tem coragem. Essa receita aí tem um montão de outros ingredientes poderosos (e motivacionais, por que não?).

Se não é coragem, o que é, então?

Ios - Greece
Ios, Grécia

Tem muito a ver com aquele papo de sorte, trabalho e realização de sonhos que já falei aqui, lembra?

Tanto sorte quanto coragem são fatores sobre os quais temos pouco (ou nenhum) controle. Muitas vezes, ou se é corajoso ou não; e sobre sorte não preciso nem falar, né? Portanto, apontar qualquer um deles como fator principal para uma conquista (sua ou de outra pessoa) chega a ser injusto. É como pensar que se você não tem coragem (ou sorte), não pode fazer o que fulano, o cara mais corajoso/sortudo do mundo, faz. Definitivamente, não é bem assim.

É muito mais fácil você conseguir o que deseja tendo baixo nível de coragem, mas alto nível de planejamento, preparação, resiliência, persistência e vontade de fazer acontecer do que o contrário.

Da mesma forma, muito mais do que sorte, é o trabalho e a dedicação que fazem diferença de verdade na realização de um sonho.

hotel-em-cleveland-hampton-inn
As horas de trabalho em hotéis espalhados pelo trajeto da nossa viagem de carro pela Califórnia que o digam. O sol lá fora e as mil atrações ainda não visitadas pediam que a gente saísse, mas era o trabalho que permitia que aquilo fosse possível, então o esforço de terminar um artigo para um cliente antes de deixar o quarto do hotel não era apenas inevitável, era um motivo de alegria!

É claro que no meio de tudo isso tem aspectos ainda mais incontroláveis – como ser mais ou menos privilegiado na sociedade em que vivemos -, mas a questão aqui é que, às vezes, o “perigo” que você acha que alguém superou na verdade está apenas na sua visão sobre ele. Para aquela pessoa, pode ser que fosse apenas mais um pedaço do caminho. Ou, então, uma dificuldade normal que se supera com a ajuda de tudo que falamos aqui.

E pode ser assim pra você também. Claro que pode! “Pesar a mão” nos outros ingredientes dessa receita pode ser o primeiro passo.

Que tal tentar? Tem mais peixes depois do recife! ;)

–> E aí, você concorda comigo? Qual sua opinião sobre tudo isso? Conta pra mim! ;)

É muito fácil encontrar desculpas para não fazer as coisas. Achar motivos para deixar para amanhã ou deixá-las como estão. É fácil cruzar os braços e ficar esperando soluções de algum lugar fora daqui. Sorte? Você é que constrói suas oportunidades. Novos caminhos não vão aparecer pela sorte.

Amyr Klink, em Não há tempo a perder

O mundo é pequeno pra caramba

Lá se vão mais de seis anos desde que publicamos nosso primeiro post. Estávamos prestes a embarcar para Londres, ainda sem saber da escala forçada de seis dias que ourivemos que fazer em Toronto.

Após algumas dias debatendo possíveis nomes, foi em março de 2010 que decidimos que Pra Ver Em Londres seria a marca que nos acompanharia em uma fase nova e cheia de expectativas em nossas vidas.

Fomos a Londres para estudar inglês por seis meses, ainda sem ter muita ideia do que faríamos depois disso. Éramos recém-formados com pouco dinheiro no  bolso e muita vontade de viajar, conhecer o mundo e a nós mesmos.

pra ver no mundo - edimburgo
Em Edimburgo, em 2010. Uma das primeiras viagens que fizemos juntos

A Nah tinha 22 anos e tinha acabado de começar a trabalhar como repórter de um portal ligado ao mercado de investimentos. Eu tinha 24 e era assessor de imprensa de uma consultoria de investimentos. Ambos trabalhávamos em home office, que ainda ainda era uma grande novidade no mundo hoje tomado pelos nômades digitais. 

Foi o passar dos meses lá em Londres (e muito esforço, foco e dedicação nos anos seguintes – assunto deste post que a Nah escreveu, aliás) que nos fez ver que o empreendedorismo e a vida nômade seriam a base de nossa futura vida profissional. Afinal, ela já estava rolando!

Gosto sempre de destacar que não largamos tudo para viajar o mundo e “trabalhar com a internet”. Em tempos em que vemos muita gente tentando vender a fórmula da felicidade – largue seu emprego agora e seja feliz para sempre com o nomadismo digital -, é fundamental lembrar que não existem atalhos, mas muito planejamento e execução.

REGISTRO FEITO EM AGOSTO DE 2016 EM GAROPABA, NO LITORAL SUL DE SANTA CATARINA
REGISTRO FEITO EM AGOSTO DE 2016 EM GAROPABA, NO LITORAL SUL DE SANTA CATARINA

O nascimento do Pra ver em Londres

Nós criamos o blog com o objetivo de compartilhar informações que tivemos dificuldade de encontrar antes de viajar. Tínhamos MUITAS dúvidas sobre como seria a vida em Londres, quanto custaria o aluguel, o mercado, o restaurante, o pub, onde poderíamos morar, como era o transporte público, etc. Nossas perguntas acabaram se transformando em várias respostas aqui ao longo dos anos e ajudaram muita gente em suas viagens para Londres e Reino Unido. Isso, pra gente, é motivo de muito orgulho!

O nome do blog soava bem, sempre gostamos muito dele – apesar de termos vivenciado alguns episódios engraçados devido a confusão do nome com “prazer em Londres”. Dá pra imaginar algumas polêmicas? :D

Por outro lado, da mesma forma que o direcionamento do nome nos posicionou como um dos principais blogs brasileiros dedicados a Londres, também nos limitou. Como escreveríamos sobre outros destinos tendo o nome da cidade na marca? Por alguns anos isso até nos desmotivou um pouco a escrever sobre algumas viagens.

new york - manhattan vista do brooklyn copy
New York é uma das cidades que estamos devendo. Passamos 10 dias incríveis lá ano passado. A lista de bares de cerveja artesanal que visitamos é enorme. Quer dicas?

É claro que muito mais por uma bobagem nossa do que qualquer outra coisa. Esse é um arrependimento que carregamos. Foram tantas viagens incríveis que acabaram não sendo contadas aqui…  Ainda assim, não são poucos os conteúdos sobre outros destinos. Aliás, um dos posts mais acessados de toda a história do blog é justamente sobre Berna, a lindíssima capital da Suíça – você pode ler clicando aqui.

Ciclos que se encerram, oportunidades que surgem

Por muito tempo tivemos Londres como uma meta de vida como lugar para morar. Não é à toa que em cinco anos passamos três longas temporadas na cidade. Perseguimos esse sonho fortemente durante os últimos anos e somos realizados por termos conseguido passar tanto tempo em um lugar tão mágico, inspirador e envolvente.

Entre 2015 e 2016, estávamos em London town e a libra atingia seu ápice histórico! Viver em Londres sempre foi realizador, mas ao mesmo tempo, muito duro pra nós! Tivemos que trabalhar muito para segurar as pontas, especialmente quando o pound batia os R$ 6,30 e 95% de nossa renda vinha das então Dilmas hoje Foratemers.

Fomos atrás de novos clientes e projetos por meio de nossa empresa no Brasil, criamos um tour dedicado à cerveja artesanal em Londres (que não existe mais)- projeto que tem um espação em nossos corações -, passamos literalmente DIAS sem sair de casa para dar conta da demanda de trabalho que nos impunha jornadas intermináveis. Quem nunca?

tour de pubs em londres - a rota da cerveja artesanal em londres
Esse foi o primeiro grupo que participou do nosso tour dedicado a celebrar a cultura da cerveja artesanal em Londres. Lembrança pra vida toda!

Deu tudo certo! A grana entrou e vivemos momentos incríveis com o tour – e na cidade. Tirar uma ideia de negócio papel e colocar na rua é algo fantástico. Aprendemos muito com a experiência, que hoje inspira novos projetos que estão na incubadora.

Mas mesmo com as contas em dia, era uma loucura. Chegou um ponto em que estávamos esgotados mentalmente de tanto trabalho. Foi quando decidimos que seria hora de virar essa página da vida, ao menos pelos próximos anos…

Com a página de Londres sendo virada, mas sem deixar um marcador nela, começamos a pensar que seria a hora ideal para, também, virar a página aqui no blog.

Saint Emilion, uma joia nos arredores de Bordeaux.
Saint-Émilion, uma joia nos arredores de Bordeaux.

Bem-vindo ao Pra Ver No Mundo

A gente debate a ideia de transformar o blog em Pra Ver no Mundo há muito tempo. Só que sempre ficamos num grande impasse, já que haviam vários prós e contras para ambos os lados.

Uma coisa que aprendi seguindo carreira independente, tanto no blog quanto na London, nossa empresa especializada em Marketing de Conteúdo, foi que muitas vezes não existe a decisão ideal e livre de falhas, mas a decisão que você precisa tomar para seguir a vida.

Pra nós, essa hora chegou! Seja bem-vindo a nossa nova casa.

O que muda

Aproveitamos a mudança para melhorar o blog em vários aspectos. Reorganizamos todas as categorias, post por post. Deu um trabalhão, mas fizemos tudo pensando em ajudar você a encontrar o que precisa de forma mais simplificada.

Vale destacar que o Pra Ver em Londres não morreu. Todo o conteúdo que já produzimos sobre Londres está todo muito bem organizado na aba que eterniza nosso primeiro “filho”.

Importante dizer, também, que, ainda temos e sempre teremos muito a produzir sobre a cidade. Morar lá não está nos planos para os próximos anos, mas uma visitinha ou outra a turismo, sim! Nosso Pra ver em Londres sempre estará em nossos corações e, mais importante do que isso, atualizado. =)

londres - hampstead heath
Hampstead Heath, em Londres. Um de nossos parques favoritos na cidade

Na aba Outros Destinos estão concentrados todos os posts sobre nossas viagens. Como falei, nossos dramas pessoais atrapalharam um pouco a produção ao longo dos anos, mas em breve vamos publicar boas histórias de viagens para a Irlanda, França, Estados Unidos, Grécia, Brasil e outros destinos que estão por vir.

Em Reflexões estão os textos mais filosóficos – os que explicam o nosso trabalho e os que falam sobre nossa forma de enxergar a vida, como os campeões de audiência:

É uma editoria que gostamos muito de escrever e sempre tivemos um feedback legal dos leitores. Então é outra área que daremos mais atenção daqui em diante. Aliás, tem algo que gostaria de ler?

Em Vídeos estão todas as nossas produções audiovisuais, que também vão ganhar mais atenção, com vídeos como o abaixo, por exemplo, que gravamos em Garopaba-SC para anunciar as novidades no blog e para dar um gostinho do tipo de vídeo que vamos produzir. Se gostou, deixa seu joinha e um comentário no YouTube? =D

Em Dicas práticas você vai encontrar tudo o que diz respeito a viajar melhor e/ou gastando menos. Um bom exemplo é o post que fala sobre como viajar sem pagar por acomodação através do Couch Surfing. É uma área ainda pouco explorada, mas que também vai crescer com o passar dos meses.

Por fim,em breve vamos lançar uma Loja em que vamos concentrar produtos e serviços de que somos afiliados. São empresas que somos clientes, usamos com frequência e, por isso, recomendamos. Para contratar, você não tem custo extra. Pelo contrário, pode conseguir bons descontos e, de quebra, ainda nos ajuda muito a sustentar o blog. A seção ainda está sendo construída, mas lá você vai encontrar:

  • Booking.com – Reserva de hotéis e hostels no mundo todo. Para todos os bolsos e com muitos descontos.
  • Rentcars – Aluguel de carros em diversas cidades do mundo com atendimento e suporte em português.
  • Real – Seguros viagem, um serviço que você não pode viajar sem contratar.
  • Visit Britain – Para comprar ingressos de diversas atrações turísticas no Reino Unido.
  • Ticket Bar – Para comprar ingressos com preço promocional em diversas cidades do mundo.

Além disso, a Loja ainda vai comercializar guias de viagem produzidos por blogueiros de que somos fãs e, por fim, produtos nossos. Nosso guia de turismo cervejeiro em Londres segue no forrno e com previsão para ser lançado ainda em 2016. Outras novidades virão em breve, mas, por ora, acho que deu, né? ;)

Vem com a gente

Agradeço demais por estar aqui com a gente nessa fase muito especial do blog e de nossas vidas.

Aproveitando, quero te fazer duas perguntas:

1 – Você tem alguma sugestão de tema pra gente abordar na casa nova?

2 – O que achou da cara nova que demos ao blog?

Conta aí! Até o próximo post, que será diretamente da Califórnia! Embarcamos para Los Angeles no dia 25 para uma temporada de dois meses percorrendo o estado dourado em busca das melhores cervejas artesanais e de muita coisa legal para compartilhar com você aqui e  em tempo real no Instagram, Facebook e Snapchat. Siga a gente nesses canais!.

OBS: O título do post é inspirado na música O mundo, de André Abujamra, canção que me faz viajar imaginando os lugares, cenas, situações e críticas tão bem apresentadas na letra.

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A dica de restaurante do Mick Jagger e uma tentativa de decifrar o fascínio que Londres exerce

Um dos motivos que fazem com que Londres fascine 9 em cada 10 pessoas é sua característica única de abrigar o mundo de braços abertos.

Fala-se mais de 104 idiomas* na cidade. E mais incrível que o número absurdo é como toda essa gente se sente completamente em casa. Não dá pra explicar bem, mas a energia de Londres puxa os cidadãos do mundo e viajantes pra perto dela.

Em cada canto da cidade você pode escutar idiomas indecifráveis, ver pessoas com hábitos muito diferentes dos seus e se encantar com tanta cultura.

O post de hoje tem a ver com isso. Mais do que uma dica de restaurante em Londres é uma pequena homenagem à cidade. Ou quem sabe, uma tentativa de decifrar o fascínio que ela exerce sobre tanta gente.

Trattoria Mondello: mais de 40 anos discutindo no balcão

O bairro de Fitzrovia fica a poucas quadras do caos da Oxford Street, mas é surpreendentemente calmo. Parte dele é um pequeno reduto italiano. Por lá você encontra várias cantinas e trattorias italianíssimas.

Um parênteses antes de continuar: Vale dizer que por ali, na Charlotte Street, tem um The Draft House, um dos melhores pubs de Londres pra tomar cerveja artesanal. A gente foi e atesta: vale a parada. O único porém é que esse é bem pequeno.

Dia desses fomos pra região já querendo jantar em algum dos italianos. Acabamos indo parar na Trattoria Mondello, que reúne tudo o que você pode esperar de uma típica casa italiana.

Lá de fora, o cardápio com preços justíssimos, uma bandeira da Itália estendida e uma foto dos donos ao lado de Mick Jagger convidavam a entrar. Aliás, com uma concorrência forte ao redor, poder contar com um Stones como estratégia de marketing é um diferencial e tanto, não?

Restaurante em Londres - Trattoria Mondello

Restaurante em Londres - Trattoria Mondello_fachada
Presta atenção nesse tiozinho que está na porta. E a foto com o Mick Jagger, achou?
Restaurante em Londres - Trattoria Mondello_ambiente
Ambiente relax

Decifrando a mística de Londres: introdução

Ao passar da porta esqueça Londres. Você agora está em uma típica casa de famiglia na Sicília. Agora, um pequeno conto.

O restaurante é pequeno e está cheio. Um garçom, italianíssimo, vem. Pergunta em quantos estamos, fala qualquer coisa e nos deixa ali plantados. Começamos mal?

Sem saber o que fazer, a gente espera. Passam-se alguns minutos, um pessoal levanta e a gente vai por conta própria pra mesa. Ok, acontece.

Já na mesa, enquanto a gente tomava um vinho e esperava pela entrada, os donos do restaurante, um casal na faixa dos 60 e tantos, discutia com a boca e com as mãos na parte de dentro do balcão. Na sequência, a mesma cena se repete entre nosso garçom avoado e uma garçonete, provavelmente todos da mesma família.

Se você estiver em dia com seu mau humor pode até achar aquela situação desconfortável e inadequada para um restaurante. Só que aí você lembra que não está em Londres, mas no sul da Itália, em uma casa de famiglia com sua cultura e costumes próprios. Tá em Londres, tá casa, não é verdade?

Os pratos, aliás, eram do jeito que a comida italiana tem que ser. Simples, sem frescura e muito saborosos. Não espere comer o melhor spaghetti da sua vida, mas se você está afim de uma legítima refeição italiana a um ótimo preço siga a nossa dica e a do Mick Jagger e vai correndo pra lá.

Restaurante em Londres - Trattoria Mondello_pratos
Sentido horário a partir do canto superior esquerdo: Prosciutto e melone £6 ; Bruschetta al pomodoro £3.30 ;
Lasagna al forno £7 e Spaghetti Bolognese £6.50

 Decifrando a mística de Londres: conclusão

Quando a gente estava indo embora o tiozinho do restaurante, cheio de simpatia e parecendo não lembrar que há pouco discutia com a esposa, me vê fotografando. Eu falo a ele sobre o blog e ele, penso, querendo enriquecer meu post, me chama pra ver uma foto dele com um açougueiro e diz que é lá que ele compra carne desde que o restaurante abriu, há mais de 40 anos. Tudo em italiano e cheio de orgulho. Onde estamos mesmo?

Restaurante em Londres - Trattoria Mondello_1
A decoração com objetos da Sicília mata a saudade da famiglia. O açougueiro está numa área nobre

Já lá fora, aponta a direção do açougue, agradece a visita e nos dá ciao com um sorrisão no rosto. Quem era mesmo que estava brigando lá dentro?

Lembra lá do início, quando falei que Londres tem um poder místico de fazer com que todos se sintam em casa? É assim com os italianos do restaurante. Foi assim com a gente enquanto estivemos lá dentro, muito em parte pelo comportamento da família.

O restaurante era, acima de tudo, a casa deles. ‘Minha casa, minhas regras’, ora. ;)

Restaurante em Londres - Trattoria Mondello_2
Nah e nosso bro Ericson. Uma amizade que nasceu em Londres. Ao fundo, a esposa do tiozinho italiano. Era ali que eles brigavam.

 

Restaurante em Londres - Trattoria Mondello_menu
Tá aí boa parte do cardápio pra facilitar sua vida

E agora, na tentativa de decifrar a mística que Londres exerce, dá pra dizer, seguramente, que boa parte disso está em seus habitantes.

É difícil explicar, mas se você foi uma vez pra Londres é bem provável que morra de saudade. Diz aí! Se não foi, é como se já tivesse ido. Ou, se mora na cidade e aceita bem o frio, não consegue pensar em mudar, não?

Os londrinos, de nascença ou de coração têm um papel fundamental pra eternizar aquela que é a mais famosa citação sobre Londres. “Quando um homem está cansado de Londres ele está cansado da vida”.

Fica o registro e o agradecimento àquela família italiana por me fazer lembrar que há sim, em Londres, tudo o que se pode querer na vida.

Onde fica 

Trattoria Mondello

36 Goodge St London W1T 2QN
+44 20 7637 9037

As estações de metrô mais perto são Goodge Street e Tottenham Court Road

trattoria mondello

 

*Dado de 2011 do Office for National Statistics

5 motivos para você não vir a Londres – e mais um de bônus!

Já sei, você leu esse título e pensou: “ixi, essa mulher endoidou”. Ou, pior, leu e chegou à conclusão que nossa temporada Londres 2013 está sendo péssima. Acertei? Pois é, mas quem errou foi você!

Nada disso tá acontecendo por aqui. Sim, eu realmente vou apresentar 5 motivos para você não vir a Londres, mas não os meus motivos (até porque eu não tenho nem um), mas os de quem vive pra tentar desmerecer nossa lovely city. E vou rebatê-los. Tudo pra deixar os haters bem quietinhos. Que tal? =D

Motivo #1 Bad weather

Chuva. Muita chuva.

E, bem, tivemos que fotografá-lo de vários ângulos. :)
Pois é, todo dia.

Céu cinza. TODO DIA.

Como ainda não tínhamos feito os roteiros turistóides basicones, resolvemos aproveitar a manhã linda que fez ontem para dar esse rolê. Começamos pela London Eye...
AHAM. Dia sim, dia também.

Vento de fazer uma menina magrinha voar rapidão pra Paris.

É isso que a gente ouve quando fala que vem a Londres. Mais: tem gente que quando você diz que vai a Londres em outubro (e pra ficar uma temporadinha que cobre o inverno) manda logo um: “mas você vai pra lá no inverno? Pra quê?” – JURO que eu ouvi essa.

Não vou dizer que não chove. Claro que chove. Mas já disse outras milhares de vezes que chove menos do que em Curitiba, por exemplo. E, mais, que a chuva costuma durar menos tempo do que estamos acostumados no Brasil sil sil. E, mais ainda, que temporais são bem menos comuns aqui do que “aí”.

Sobre o céu cinza, acho que estas fotos falam melhor do que qualquer palavra.

bandeira inglaterra
Isso aí e cinza pra você?
cores da primavera londrina
e isso?
Uma "cinzura" que nunca vi igual.
Uma “cinzura” que nunca vi igual.

Vento e frio? Tem mesmo. Mas tem aquecimento em todos os lugares fechados. E, gente, isso é uma bênção na terra pra quem, como nós, vem de uma cidade gelada e sem o costume de ter aquecimento em casas/restaurantes e afins. Olha só como sofria o pobre Piva na nossa casa curitibana:

Não tá fácil pra ninguém, amigo.
Não tá fácil pra ninguém, amigo.

Motivo #1 derrubado, né?

Se isso era problema, não é mais. Pode vir, mermão! #pápum

Motivo #2 – Comida ruim

Você já deve ter ouvido falar que britânico só come peixe com batata e que o resto não tem gosto de nada, certo?

Olha, esse povo que diz isso definitivamente não conhece essa cidade. Tem restaurante do mundo inteiro aqui, pow. Se você não gosta das comidas típicas britânicas, bora explorar outros sabores! Tem restaurante típico de um milhão de nacionalidade em cada esquina. E tem dos baratezas aos caríssimos, claro.

Aí tem uma outra reclamação comum: “ah, mas eu sinto tanta saudade da comida brasileira”.

Pó pará! A gente cozinha, diariamente, “comida brasileira” aqui em casa. O sabor é igual – às vezes até melhor, porque meu marido é bom nas panelas cof cof. Olha só o que já saiu desta cozinha:

Arroz, saladinha, frango frito, suflê de milho (uma das minhas comidas preferidas <3) e batata frita. Ah, e como o Coxa tinha ganhado de 4x0 do Grêmio, ESPN Brasil na tela. Há. Nosso landlord olhou e perguntou: "quantas pessoas vêm almoçar aqui?". hahaha. Brazilian culture, right? :)
Arroz, saladinha, frango frito, suflê de milho (uma das minhas comidas preferidas <3) e batata frita. Ah, e como o Coxa tinha ganhado de 4×0 do Grêmio, ESPN Brasil na tela. Há. Nosso landlord olhou e perguntou: “quantas pessoas vêm almoçar aqui?”. hahaha. Brazilian culture, right? :)

Como falei neste post, tem um monte de mercadinhos brasileiros por aqui. E se isso é mesmo um motivo pra fazer você desistir de vir basta desembolsar umas libras extras e se dispor a cozinhar que a comida não será mais um problema.

Motivo #2 pro LIXO! Nem vem com essa historinha pra cima de mim.

Motivo #3 – Saudade da família

Eu sinto saudade da minha família dia sim, dia também. E não só de pai, mãe e irmãos, não, mas de cachorros e gato também – e de vó, vô, tio, tia, primo, afilhado (<3), sogra, sobrinha, amigos-irmãos… de todo mundo.

Mas em tempos de bolsa internet só não fala com os amores brasileiros quem não quer. Sérião.

Ok, pode ser que no Brasil sua família não tenha internet, mas sempre tem um amigo/parente que pode quebrar um galho nessa história. E aí, meu caro, alguns minutos no Skype fazem a saudade não acabar, mas diminuir bastante…

Mãe, irmãos, pai e gato. TODO DIA a gente tem nosso momento via Skype. Claro que não acaba com a saudade, mas o papo tá sempre em dia. :)
Mãe, irmãos, pai e gato. TODO DIA a gente tem nosso momento via Skype. Claro que não acaba com a saudade, mas o papo tá sempre em dia. :)
Sogra e sobrinha. <3
Sogra e sobrinha. <3

Nessa pegada, sabe o que eu curto MUITO fazer? Andar por Londres carregando meus pais no Skype! =D

Isso mesmo: quando paro em um lugar legal (e a internet tá funcionando), ligo o Skype e chamo eles. Meu coração se enche de alegria ao ouvir minha mãe gritar falando “ai, que lindo”. :) #ficadica

E acalma minha saudade também saber que eles estão felizes por a gente estar curtindo nossa temporada aqui, sabe?

Pronto, motivo #3 derrubado. Já passamos metade do caminho! \o/

Motivo #4 – Cerveja quente

“Ui, tomei uma cerveja em um pub em Londres e ela estava quente.”

Ah não, genteeee. Sério mesmo que esse é um motivo pra não vir pra Londres? Os caras fabricam cervejas super tops e as servem na temperatura ideal – a gente é que consome água achando que é cerveja e aí tem que tomar ultra-mega-hiper gelada pra “descer redondo”.

Please, dá uma chance pras ales um pouco menos “estupidamente geladas”. Seu paladar (esse espertinho) logo vai entender que aquilo ali é que é o certo. ;)

London Pride: não dá pra vir a Londres e não experimentá-la na temperatura servida pelos pubs. Não dá MESMO. Sorte que hoje é sexta. =D
London Pride: não dá pra vir a Londres e não experimentá-la na temperatura servida pelos pubs. Não dá MESMO. Sorte que hoje é sexta. =D
Cerveja artesanal londrina. Comprada em loja de bebidas e saboreada em casa - na temperatura que você preferir (mas, pleaseee, nada de estupidamente gelada, tá?).
Cerveja artesanal londrina. Comprada em loja de bebidas e saboreada em casa – na temperatura que você preferir (mas, pleaseee, nada de estupidamente gelada, tá?).

Mas se não rolar MESMO vai nas mais comerciaizonas (Stella, Heineken e afins) que não vai ter problema!

Motivo #4 desceu redondo agora, né?

Motivo #5 – Moeda cara

Tá aí um motivo que infelizmente eu tenho que concordar. Dona libra estrelinha esterlina realmente anda bem cotada em relação às nossas preciosas dilmas – o que pode dificultar uma vinda a Londres. =/

Porém, contudo, entretanto, sempre dá pra economizar e fazer uma viagem incrível mesmo não sendo um Eike Batista da vida (poutz, se bem que o Eike anda na fossa, né, gente? #aham). A gente já tem acumuladas algumas boas dicas pra quem vem a Londres com essa ideia, mas os posts estão sendo preparados.

Enquanto isso, já adianto: tem boas redes de restaurantes com preços camaradas, o Oyster Card faz com que você salve umas Rainhas no transporte público, andar de ônibus sai mais barato do que andar de metrô, o 2 for 1 faz com que você compre dois ingressos para várias atrações bacanudas e pague apenas um (falamos sobre ele aqui!), etc. etc. etc.

No Wasabi e no concorrente dele Itsu você come comida japonesa booooa gastando pouco. Vamos falar sobre os dois logo mais!
No Wasabi e no concorrente dele Itsu você come comida japonesa booooa gastando pouco. Vamos falar sobre os dois logo mais!

Eu sei, #motivo 5 não foi TÃO derrubado, mas demos uma viradinha nele, né? :)

Na volta pro Brasil você volta a poupar. Combinado? ;)

Motivo extra: #6 – Londres vicia

Gostou dos meus argumentos, viu que os 5 motivos listados até aqui eram mais “intriga da oposição” do que reais motivos para não vir a Londres e se convenceu a aparecer por esses cantos do mundo logo mais?

Pois bem, saiba que o motivo extra desta lista, o de número 6, é o mais verdadeiro de todos: Londres vicia! Duvida? Leia o post “8 dicas para lidar com a depressão pós-Londres” até chegar nos comentários. Os doidões que passaram por essa terrinha recentemente comprovam essa minha teoria de que na verdade Londres é uma espécie de droga altamente viciante, e se você tem medo de coisas que podem viciar tá aí um motivo pra realmente não vir.

Mas, ó, deixando de vir você vai perder coisas assim…

piccadilly-circus-london stpauls-london tower-bridge-tower-of-london

Será mesmo que não vale a pena arriscar?

Eu acho que vale, hein? :)

E aí, o que achou do post? Acrescentaria algum motivo hater para não vir a Londres? Tiraria outro? Comenta deixando sua opinião, vai. Ela é super importante para nós.

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Beijobeijo e até o próximo post,

Nah.

 

8 dicas para lidar com a depressão pós-Londres

Natasha versão 2005 - foi aí que eu soube da existência dessa doença chamada depressão pós-Londres
Natasha versão 2005 – ainda saudável, pobre menina nem sabia o que a aguardava. Muaaaaaháhááá

Sempre que me perguntam como meu amor por Londres começou eu conto essa história…

Minha primeira ida a Londres aconteceu em 2005. Fui pra lá passar dois meses e meio estudando inglês e morando em uma casa de família. Detalhe: no inverno – entre dezembro e fevereiro, mais precisamente. Mas o frio e os dias curtos não me deixaram depressiva; muito pelo contrário, apresentaram uma realidade completamente diferente que me encantou.

E aí, meu amigo/minha amiga, quando eu voltei pra boa e velha Curitiba eu passei os mesmos dois meses e meio chorando dia após dia. Pois é, vivi uma forte depressão pós-Londres.

Como curar a depressão pós-Londres?

Há alguns dias, minha amiga de infância e leitora fiel do blog Priscila Bastos deixou um comentário falando que depois de passar alguns dias na Europa (em Londres, inclusive) tinha voltado pra casa e estava sentindo sintomas desse mal e me perguntou o que fazer para curá-lo.

Difícil, meus caros, mas não impossível.

Inspirada no comentário da Pri resolvi reunir aqui os remédios que eu tomo contra essa doença. Parece-me que ela é doença incurável, mas dá pra amainar a dor com a ajuda deles… :)

Assim, obrigada pelo comentário inspirador, Pri! ;)

1) Câmeras ao vivo em Londres

Não sei se você sabe, mas há em Londres diversas câmeras espalhadas mostrando em tempo real a vida na cidade. :)

E eu as amo. Vivo assistindo a Tower Bridge, a Abbey Road, o trânsito na cidade (alouca. haha) e sonhando em estar de volta lá.

Que tal fazer o mesmo?

Infelizmente não consigo disponibilizar um vídeo aqui, mas clicando nos links ali de cima você assiste às câmeras citadas anteriormente e clicando aqui você confere uma lista de outras várias câmeras espalhadas pela cidade. Alguns links estão quebrados, mas vale a pena clicar e fuçar pra achar vistas lindas da cidade para admirar… <3

Ah, e pra quem curte a Tower Bridge e quer saber quando ela vai levantar para abrir passagem para grandes navios, este é o link para se programar!

2) Filmes

Cantinho de Londres que foi cenário de filme. Sabe de qual? Tempooooo!
Cantinho de Londres que foi cenário de filme. Sabe de qual? Tempooooo!

Outro remédio que ajuda a combater a depressão pós-Londres são os filmes que se passam na cidade. E são muuuitos, né?

Tem Notting Hill, Match Point, Sherlock Holmes, O Discurso do Rei, A Rainha, V de Vingança, O Diário de Bridget Jones, Jean Charles, Mary Poppins (assisti esses dias, gente, tão lindo… <3), etc. etc. etc.

Qual seu preferido?

Porque eu amo Anna Scott e William Thacker, minha gente! :)

3) Livros

Há alguns dias comprei este livro pela capa:

charlotte street

Pois é, nem me preocupei muito com a história (se bem que parece legal, conto o que achar em breve), mas poutz, esse Parlamento todo lindão precisava vir pra minha estante não apenas pela imagem, mas justamente por se passar na minha cidade preferida, e porque acredito muito que os livros são a melhor forma de viajar sem sair do lugar.

E também existe um montão de livro bacana que se passa lá. Entre eles: série Becky Bloom, Anjo Mecânico, Oliver Twist (<3), A probabilidade estatística do amor à primeira vista (li recentemente e amei! :), Sherlock Holmes, Uma ponte para Londres (já falei dele, lembra?) etc.

Vale a pena viajar para Londres na companhia de personagens literários bacanas. ;)

Aliás, já que estamos falando em livros, pergunto: o que você acha de eu fazer resenhas dos livros que leio que se passam em Londres? Se gostar da ideia deixa um comentário que eu me programo. ;)

4) Músicas sobre a cidade ou de cantores locais

Aaaaah, o british accent! Ouvir uma musiquinha gostosa cantada por um cantor britânico é bom demais, né? :) A gente já falou da Eliza Doolittle e da Kate Nash, mas tem muitos outros, como The Beatles (<3), Coldplay, Adele, Amy Winehouse, Lily Allen, Florence and the machine, Iron Maiden, The Clash, Kasabian, Mick Jager e por aí vai.

Tem ainda as músicas que falam sobre Londres. Reunimos algumas neste post, dois leitores acrescentaram outras duas e deve haver ainda mais outras tantas. Qual você acrescenta?

Minha preferida:

5) Ler blogs sobre Londres

Foto espontânea deste casal de blogueiros que te ama. hihi
“Foto espontânea” deste casal de blogueiros que te ama. hihi

Tem coisa melhor do que ouvir histórias de quem vive em Londres? Tem não! Fico feliz que você leia o Pra Ver em Londres, mas acho que você deveria ler (e curtir no Facebook, seguir no Twitter) também:

Sério, são todos incríveis e merecem sua visita. Vão ajudá-lo a sonhar ainda mais com a cidade. Lê-los é um remédio e tanto contra a depressão pós-Londres, eu agarantio! =D

6) Fazer outras viagens, nem que sejam menores

Tango Show!
Mi Buenos Aires querido

Pois é, minha gente, em tempos de libra nas alturas e passagens para Londres com preços elevados uma boa saída pra quem curte viajar é procurar destinos mais baratenhos. A gente fez isso em 2011. Tentamos curar nossa depressão pós-Londres com uma temporada de três meses em Buenos Aires (estamos reunindo os posts de lá aqui). Não curou, mas ajudou bastante. #ficadica

7) Planejar a próxima ida

Quando você define uma meta e começa a correr atrás dela o universo conspira a seu favor (já diria Sandy Leah). Estabeleça a data da sua próxima ida a Londres, comece a economizar, fique de olho no Melhores Destinos para conseguir uma passagem com preço bom (aliás, tá rolando promo! Clique aqui para ver) e se organize. A viagem vai sair do papel! ;)

8) Assumir a doença e falar sobre Londres

Por último, uma tática muito utilizada por esta blogueira que vos fala: sair falando sobre Londres com todo mundo que sofre do mesmo mal que você. Aqui em casa isso é fácil, porque eu tenho um marido tão doente quanto eu, mas se você não tem alguém dentro da sua casa que vive essa realidade não precisa se desesperar. O Pra Ver em Londres pode ser sede do “Viciados em Londres Anônimos” com o maior prazer. haha

Comente com seu nome, idade e cidade e bora reunir a galera pra uns debates sobre o tema. Que tal? hihihi.

Bom, essa aí e a nossa receita contra a depressão pós-Londres. O que você achou da lista? Acrescentaria algo? Contaê qual o seu remédio e ajude doentes a melhorarem sua qualidade de vida! ;)

Beijobeijo e até o próximo post,
Nah.

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Visitar uma vez só ou várias?! #1tanto1nada #BlogagemColetiva

Quem acompanha o Twitter do Pra Ver em Londres (segue!) sabe que no começo desta semana vários blogueiros super bacanas do mundo das viagens fizeram posts especiais com listas que mostram quais cidades vale a pena visitar mais de uma vez (por terem tanto a mostrar) e quais precisam de uma visita só – ou nenhuma, na real (por não terem nada). Tudo, é claro, na opinião de cada um, né?! :)

E aí que decidimos fazer a nossa lista também, com alguns dos lugares que visitamos durante os seis meses morando em Londres e os três meses morando em Buenos Aires. Vamos lá?! ;)

Pra Ver em Londres recomenda o repeteco

1) A primeira colocada é óbvia: Londres. Moramos seis meses na capital inglesa e podemos afirmar que não conhecemos tudo por lá. Se desse, voltávamos tipo amanhã pra lá e depois de ir nos lugares que amamos iríamos explorar muito do que ainda não visitamos…

O que é legal de Londres é que ela pode agradar gregos e troianos. Tem de tudo, para todo mundo. Na nossa opinião, é impossível não amar essa cidade.

Fuçando o blog você com certeza vai entender bem do que estamos falando! Pra ter uma ideia da grandeza dessa cidade, dá uma olhadinha nestas fotos:

Regent's Park: um dos nossos preferidos
Regent’s Park: um dos nossos preferidos
Piccaddily Circus: famosa no mundo todo
Piccaddily Circus: famosa no mundo todo

 

London Eye com luzes das cores da camisa da seleção inglesa, homenageando a participação da Inglaterra na Copa da África
London Eye com luzes das cores da camisa da seleção inglesa, homenageando a participação da Inglaterra na Copa da África

 

O maior símbolo da pontualidade britânica. Nosso ídolo. Big Ben!
O maior símbolo da pontualidade britânica. Nosso ídolo. Big Ben!

2) Outra cidade que com certeza merece pelo menos uma segunda visita é Amsterdam (relembre nossa passagem por lá clicando aquiaqui e aqui). Cidade liiiiiiinda, apaixonante e que tem muito mais do que você pode imaginar quando pensa em visitá-la. Isso mesmo, tô dizendo que Amsterdam não é só os canais, a maconha liberada nos coffeeshops e as bikes circulando o tempo todo. Tem museus incríveis, paisagens memoráveis e pessoas super atenciosas.

Quando voltar, quero comer mais delícias baratinhas pelas ruas, sentar mais uma vez à  beira do canal e ficar conversando por horas com meu excelentíssimo e, é claro, visitar o museu Anne Frank, que infelizmente não tivemos tempo de ir na primeira passagem por lá.

I Amsterdam!
I Amsterdam!
This is SO Amsterdam!
This is SO Amsterdam!
arquitetura peculiar
arquitetura peculiar

 

bikes + canais + pontezinhas = Amsterdam
bikes + canais + pontezinhas = Amsterdam

 

uma Heineken pra fechar bem o fim de semana em Amsterdam
uma Heineken pra fechar bem o fim de semana em Amsterdam

3) A terceira cidade que listo aqui me surpreendeu DEMAIS: Veneza

Antes de irmos para lá, João e eu tínhamos a impressão de que Veneza era mais marketing do que qualquer outra coisa. Nos enganamos. Cada esquina virada por lá é uma experiência completamente diferente. A cidade é linda em todos os seus detalhes. Com certeza vale o repeteco – principalmente porque não tivemos coragem para pagar 80 euros por um passeio de gôndola e eu confesso que me arrependo disso.

Ainda não escrevemos sobre nossa ida pra Itália, eu sei, mas logo logo contaremos os detalhes da maior trip que fizemos pela Europa e aí você tem dicas preciosas de como ir de Londres para o país da bota e como viajar por lá. Você não perde por esperar. hehe

impossível não se apaixonar por Veneza logo de cara
impossível não se apaixonar por Veneza logo de cara
as ruelas cheias de turistas loucos atrás de bagatelas
as ruelas cheias de turistas loucos atrás de bagatelas
a ponte cartão postal de Veneza
a ponte cartão postal de Veneza
a mulher desse cara, além de circular de gôndola pelos canais de Veneza, ainda curtiu um cantor italiano cantando uma música que foi sucesso na novela A Próxima Vítima: Io che amo solo te, da Zizi Possi. Eu me emocionei. Juro!
a mulher desse cara, além de circular de gôndola pelos canais de Veneza, ainda curtiu um cantor italiano cantando uma música que foi sucesso na novela A Próxima Vítima: Io che amo solo te, da Zizi Possi. Eu me emocionei. Juro!

Pra embalar… :)

ir com seu amor pra Veneza é com certeza ainda melhor. :)
ir com seu amor pra Veneza é com certeza ainda melhor. :)

4) Tigre. Agora sim te surpreendi, né? Pois é, essa pequena cidade argentina, que fica pertiiiinho de Buenos Aires e sobre a qual falamos neste post do Pra Ver em Buenos Aires (visita!), é simplesmente incrível. Pequena, charmosa, apaixonante e com vários cantinhos a serem explorados.

Ok, pode ser que Tigre não valha 500 mil visitas (como Londres, Amsterdam e Veneza), mas com certeza merece mais do que uma “day trip” ou até mesmo mais que um fim de semana. Passar alguns dias numa das casinhas que ficam nas “ilhas” do Delta do Rio Tigre é um sonho que um dia vamos realizar!

la estación
la estación
o passeio pelo Delta do Tigre é imperdível!
o passeio pelo Delta do Tigre é imperdível!

 

bater perna pelo Paseo Victorico também!
bater perna pelo Paseo Victorico também!
e aí as tais casinhas (algumas são para aluguel!) que ficam nas ilhas do delta do tigre e funcionam como "casa de praia" pra muita gente!
e aí as tais casinhas (algumas são para aluguel!) que ficam nas ilhas do delta do tigre e funcionam como “casa de praia” pra muita gente!
Até a próxima, Tigre! :)
Até a próxima, Tigre! :)

5) Como decidi escolher apenas cinco cidades (porque queria mais do que simplesmente citar nomes), a escolha da última cidade que merece mais do que uma visita foi bem difícil, mas escolhemos, em dupla, a brasileiríssima Florianópolis, capital de Santa Catarina que realmente merece o título de “a ilha da magia”. Cidade linda essa, viu?!

Apesar de este ser nosso “top 5”, de todas as nossas viagens outras também foram inesquecíveis e com certeza merecem o repeteco. Podemos citar Buenos Aires, Roma, Firenze, a região dos lagos da Escócia (que merece ser explorada de carro!)… enfiiim, fuçando o blog você vai se deparar com alguns posts dessas nossas tripzinhas e vai perceber que a gente curtiu muitooo tudo o que visitou!

Não é preciso muito para conhecer…

Esse segundo ranking foi definitivamente mais difícil de montar. Afinal, cada viagem que fizemos foi marcante e teve seus momentos inesquecíveis. Porém, o que pesou na escolha destas cidades foi o fato de elas serem pequenas o suficiente para serem conhecidas em uma visita e não terem nada (ou quase nada, para ser mais justa) que fizesse a gente querer repetir a dose OU então simplesmente por elas não terem cativado a gente.

Bom deixar claro que isso é uma opinião NOSSA, baseado em critérios de gosto pessoal, ok? :)

1) Edimburgo

Eu AMEI nossa passagem por Edimburgo. O João não achou a cidade excepcional. E aí que apesar das vistas incríveis (como você pode ver em uma das fotos abaixo), o dia que passamos lá foi suficiente para conhecer um pouco da cidade, que pode ser bonita, sim, mas que me deu a impressão de não ter muitas opções de lazer. Acho que o que explica bem meu sentimento é: não moraria lá!

cena típica na escócia: um cara de kilt, tocando sua gaite de fole
cena típica na escócia: um cara de kilt, tocando sua gaite de fole
o ar medieval dá um charme extra a Edimburgo
o ar medieval dá um charme extra a Edimburgo
a versão escocesa de um pedacinho de Atenas
a versão escocesa de um pedacinho de Atenas

 

A MELHOR parte de Edimburgo: a vista do St. John Hill. Vale muito a pena a caminhadinha!
A MELHOR parte de Edimburgo: a vista do St. John Hill. Vale muito a pena a caminhadinha!

2) Agora eu sei que vou chocar o mundo. A segunda cidade desta lista é… PARIS!

Aham, aham, aham. Mas antes de ir jogando pedras nesta que vos fala, deixe-me explicar minha opinião (que é a do meu excelentíssimo também).

Paris merece sim vááários dias para ser bem explorada. Tem muitas “atrações turísticas”, bons restaurantes, lugares bonitos para passear, etc. É bom tirar pelo menos uns cinco dias para poder conhecer beeem a cidade. O problema de Paris, para mim e para o João, é que ela não é “cativante”.

A gente acha que a cidade tem um cheiro característico de xixi (aimeusanto, acho que vou ser apedrejada depois dessa), o povo é meio esnobe… enfim, não é Londres. Prontofalei. A rivalidade do passado das duas metrópoles mexe comigo até hoje. haha

Ela realmente impressiona!
Ela realmente impressiona!
Desta vez não visitamos o Louvre, mas eu já visitei em outra viagem e suuuuper recomendo que você se perca pelos corredores deste incrível museu!
Desta vez não visitamos o Louvre, mas eu já visitei em outra viagem e suuuuper recomendo que você se perca pelos corredores deste incrível museu!
A famosa Champs Élysées abriga esse cara que à noite fica ainda mais lindo. Arco do Triunfo!
A famosa Champs Élysées abriga esse cara que à noite fica ainda mais lindo. Arco do Triunfo!

 

As delícias de Paris
As delícias de Paris

Mas a conclusão que eu quero deixar é: depois de conhecer tudo que acho que Paris tem para ser visto (é bastante coisa!!!) não voltaria lá, não – a não ser que fosse para ir na Disneyland Paris, que amo!

3) Depois desse desabafo sobre a capital francesa, a terceira cidade que não merece uma segunda ida (na nossa opinião, é claro) é Liverpool. Para quem ama os Beatles como eu (falei sobre esse amor aqui, lembra?!), a cidade inglesa é realmente uma parada obrigatória. Porém, ela não tem muitos atrativos além dos pontos relacionados ao quarteto inglês. Entonces, uma visitinha de dois, três dias tá mais do que suficiente pra ela! ;)

Quem não é fã dos Beatles não tem muito o que fazer em Liverpool. De museu...
Quem não é fã dos Beatles não tem muito o que fazer em Liverpool. De museu…
... à rua que inspirou música... (quase) tudo lembra os caras!
… à rua que inspirou música… (quase) tudo lembra os caras!

4) Bath e Oxford

Essas duas cidades valem muuuuito a visita, mas é assim: conheceu tudo em um fim de semana, não há muitos motivos para voltar – sendo que o mundo é enorme e existem muitas outras cidades que com certeza merecem ser visitadas, né?

Relutei em colocá-las aqui porque realmente gostei MUITO das duas, mas como o objetivo da lista é falar sobre as cidades que precisam ser visitadas várias vezes e as que em uma visita já são bem exploradas tive que colocá-las aqui.

Mas, repito: programe-se para passar um dia (ou no máximo um fim de semana) por lá que está ótimo. Falamos sobre elas aqui e aqui, e tem dicas de bate-volta que podem te ajudar a planejar as viagens para lá! ;)

Bath é uma cidade liiiiiinda, que merece MUITO ser visitada...
Bath é uma cidade liiiiiinda, que merece MUITO ser visitada…
... o problema de Bath é que não tem muito o que se ver por lá...
… o problema de Bath é que não tem muito o que se ver por lá…
... tanto que no fim do dia a gente já tava brincando de tirar fotos! :)
… tanto que no fim do dia a gente já tava brincando de tirar fotos! :)

 

Oxford sofre do mesmo mal.
Oxford sofre do mesmo mal.
A cidade é linda (a vista da Carfax Tower comprova)...
A cidade é linda (a vista da Carfax Tower comprova)…
... mas tem pouco a ser visto. Além da Universidade (com colleges incríveis), a loja da Alice no País das Maravilhas e a Carfax Tower são algumas das poucas atrações para turistas!
… mas tem pouco a ser visto. Além da Universidade (com colleges incríveis), a loja da Alice no País das Maravilhas e a Carfax Tower são algumas das poucas atrações para turistas!

 

Mas vale muito fazer uma day trip pra lá se você estiver em Londres!
Mas vale muito fazer uma day trip pra lá se você estiver em Londres!

E aí que não consegui mais pensar em outra cidade que conhecemos e que não valha a volta (ou uma viagem de um só dia). Na verdade esse post me serviu para ter ainda mais certeza do quanto aproveitamos bem nossos seis meses na Europa e os três meses em Buenos Aires. Foram tantas cidades incríveis visitadas que a saudade começa a bater e os pés começam a coçar para começar a planejar já a próxima viagem.

Aproveitei este post para linkar vários outros que acho que podem ajudá-lo a programar sua viagem. Por isso, minha principal dica é: fuce tudo e se tiver alguma dúvida deixe um comentário ou nos mande um email (praveremlondres@gmail.com). Vamos ajudá-lo no que estiver ao nosso alcance! ;)

E se você quiser saber quais cidades outros blogueiros colocaram em suas listas clique aqui. O Riq Freire, do blog Viaje na Viagem, fez um resumo bacana de quem participou da ação!

Beijos e até o próximo post,

Nah e João.