Não lembro bem quando foi que eu ouvi falar de Guernica pela primeira vez. Talvez, na adolescência. Ou nas aulas de História da Arte, no primeiro semestre da universidade com a professora Ivana Paulatti.
A mente prega peças, mas me recordo que era novo e não sabia nada sobre arte. Não que hoje eu entenda alguma coisa, mas o passar dos anos me trouxe um interesse maior em conhecer clássicos e entender sua importância na História.
Lembro que quando aprendi sobre o quê a obra retratava, fiquei hipnotizado pelo fato de contar a história do horror de uma guerra de forma nada convencional.
Por anos ficou na cabeça a ideia de ver aquele tesouro histórico de perto. Recentemente, quando passamos uma semana em Madrid (ago/19), esse dia chegou.
Talvez o momento tenha sido o mais apropriado possível para entender o significado de um quadro que, quando foi apresentado ao público na Exposição de Paris de 1937, não foi compreendido.
“O que Picasso quer dizer com esses delírios cubistas?”
Citação imaginária para arriscar uma frase de alguém à época.
Continua comigo que mais à frente vou trazer o impecável argumento do autor para responder os críticos.
O bombardeio de Guernica: um ataque atroz orquestrado
Guernica é o retrato da Guerra Civil Espanhola e do absurdo nazi-fascista.
Escancara a dor, o medo, a covardia, a angústia, o terror.
Em 26 de abril de 1937, tropas da Alemanha de Hitler, aliadas do General Francisco Franco, ditador que comandou o golpe que deu início aos conflitos espanhóis em 1936, bombardearam a pequena cidade de Guernica, no País Basco, norte da Espanha.
Não haviam alvos militares no pueblo, mas ele era conhecido como um centro de resistência republicana, formada por socialistas, anarquistas, comunistas e agregados, que, ainda que tivessem divergências políticas, eram republicanos. E se uniram em oposição à ditadura golpista de Franco.
O ataque teria sido um misto de teste do exército nazista em um período em que a Segunda Guerra Mundial começava a se desenhar com uma estratégia de Franco para suprimir a resistência republicana.
O bombardeio ocorreu em dia de mercado ao ar livre no centro de Guernica. Foi um ato bárbaro contra civis que resultou na morte de centenas de pessoas (os números precisos são incertos).
Curiosidade! De imediato, os fascistas espanhóis inventaram uma série de mentiras sobre o atentado que iam desde negar a autoria a até culpar os próprios republicanos e habitantes de Guernica por destruir a cidade (???). São os fatos nos lembrando que as fake news sempre cercearam o jogo político.
—> Gosta de histórias de guerra? Em Londres, o Imperial War Museum conta a história do Blitz, quando Londres foi bombardeada pelos nazistas. Falamos sobre ele aqui.
Para entender melhor a guerra civil espanhola, as ruas de Madrid são um prato cheio.
Caminhando pelo Barrio de las Letras, que respira arte e que foi a casa de grandes escritores espanhóis, entramos em uma dessas lojas que vendem gravuras, cartazes de cinema e fotografias antigas. Gosto muito! Sempre acabo comprando algo.
Uma foto me chamou muito a atenção. Retratava uma rua importante de Madrid, em 1936, exibindo uma faixa contra os fascistas de Franco. O dono da loja era um senhor no auge dos seus 70 e tantos, que nos contou a história da foto. Em um período de conflitos e de pouca liberdade individual, a imagem é forte e diz muito sobre a cultura local.
Quando estávamos indo embora, ele falou: “Aproveitem a vida. Ela leva dois dias.”
Confesso que essas simples palavras me arrepiaram. Foi simbólico ouvir isso logo depois de ter tido uma conversa sobre um perturbador passado recente e lembrar das recentes (e constantes) ameaças à democracia que temos visto em alguns países.
Conhecendo Guernica, de Pablo Picasso
Eu estava bem ansioso pra ver a obra no Museu Reina Sofia, cuja coleção conta a história do século XX através da arte contemporânea. Dedicamos nossa última tarde em Madrid a ele.
Dias antes tínhamos ido ao Museu do Prado, o mais importante da Espanha e que reúne obras mais antigas. Ele é incrível. E nossa visita foi maravilhosa porque tivemos a companhia do Guia do Museu do Prado, escrito pela Patricia de Camargo, do blog Turomaquia.
O trabalho que ela fez é maravilhoso. Seguramente, mudou minha noção de como interpretar uma obra de arte. Se você pretende visitar o Prado,compre o guia e o leia enquanto está de frente para as obras recomendadas. Sérião!
Essa ordem de visita aos museus foi legal porque acabamos seguindo a cronologia da História da Arte, da Idade Média aos dias atuais. Se você vai a Madrid e se interessa por museus, recomendo que faça o mesmo.
Um dos maiores quadros da história foi uma decepção imediata – não para nós!
Importante dizer que Guernica não foi uma obra espontânea.
Na época radicado em Paris, Picasso recebeu uma encomenda do governo republicano espanhol para criar algo para ilustrar o pavilhão do país na Exposição de Paris de 1937, que ocorria enquanto a Espanha se afundava em uma guerra sangrenta (1936-1939). Quando o bombardeio ocorreu, durante o período em que rolavam os preparativos para o evento parisiense, Picasso foi brifado a retratar o atentado.
Quando apresentou Guernica à comissão que havia solicitado o trabalho, muitos ficaram decepcionados. Não havia sinais óbvios da guerra, da cidade, do Comunismo. Na época, era comum que obras de arte tivessem referências, ainda que discretas, aos detentores do poder.
Veja essas imagens que mostram os pavilhões alemães e soviéticos na Expo. Os caras não tinham limites pra se exibir e demonstrar força. O curioso é que foram alocados um em frente ao outro, separados pela Torre Eiffel.
O guia nos contou que Picasso estava do lado dos republicamos na Guerra, mas não era um grande entusiasta das questões políticas. Como argumento para explicar seu criticado trabalho, disse que tinha feito um quadro para o futuro. O tempo seria o responsável por traduzi-lo às pessoas.
Pablo foi certeiro! Afinal, Guernica se tornou a maior crítica artística aos horrores de uma guerra. Um protesto que se tornou eterno.
Enquanto ouvia essas histórias me perguntava se então é assim que funciona a mente de alguém à frente do seu tempo
A gente deu sorte de ter um tour guiado gratuito do Museu bem no horário que iríamos. Aliás, vale ficar de olho no site para acompanhar a agenda dos tours. Tem bastante coisa legal.
Se você tiver interesse em aprender mais sobre os significados e símbolos de Guernica, recomendo esse vídeo que assisti no dia em que fomos ao Museu. Uma ótima aula da professora Zilpa Magalhães que encontrei ao acaso no YouTube.
Uma obra que viajou o mundo para apresentar os horrores da guerra
Depois da exposição de Paris, Guernica rodou o mundo. Passou por São Paulo, inclusive. No museu, ao lado da obra, há diversos registros históricos do quadro viajante.
Picasso, que morreu em 1975, havia afirmado que só autorizaria o retorno da obra à Espanha quando o país voltasse a ser uma democracia, o que aconteceu em 1977. Mas foi só em 1981 que Guernica retornou, enfim, a Madrid.
O artista vivia em Paris durante a ocupação nazista. Certa vez, foi abordado em seu apartamento por um oficial alemão, que ao ver uma foto de Guernica, perguntou:
– Foi você que fez?
Picasso respondeu:
– Não, foram vocês.
Encerro o texto de hoje com um tuíte do escritor Lira Neto:
Leitor pergunta como seguir saudável nesta maré de obscurantismo.
Sugiro a sabotagem: ler literatura, assistir a bons filmes, frequentar exposições de arte, ir à roda de samba, dançar forró, amar.
Cultivar subversiva alegria. Contra a pulsão de morte, só a anarquia da felicidade.
Faz pouco mais de uma semana que nos mudamos para a casa que será nosso lar definitivo até (pelo menos) o fim do ano (nossos primeiros 30 dias aqui tinham sido em um apê temporário, alugado pelo Airbnb). Com as coisas se acalmando, agora pude sentar para contar um pouco sobre como foram nossas (intensas) primeiras semanas de vida em Bolonha.
Teve coisa, viu. Desde aquele 12 de maio em que nos sentamos no bar que fica a 20m da entrada do prédio em que morávamos pra beber nosso primeiro Aperol Spritz (drink clássico do verão italiano) em terras bolonhesas, muito aconteceu.
Chegamos na tarde de uma sexta-feira ensolarada e no fim de semana não fizemos nada além de andar MUITO pelo charmoso centro histórico de Bolonha.
Bastou isso, aliás, para percebermos que escolhemos a cidade certa para iniciar nossa vida na Itália…
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A verdade é que demos sorte de alugar um apartamento colado na Via del Pratello, que é uma das ruas mais boêmias da cidade. No “Pratello” (como apelidamos a rua), há bares e restaurantes com mesas na calçada por todos os lados!
E tem de tudo. De pasta fresca feita feita em sua frente por nonnas (daquelas mais clássicas), piadina e pizza em fatia a street food de frutos do mar, restaurantes veganos e orientais. De pubs de cerveja artesanal – inclusive, um da Brewdog, como a Nah contou neste post – a microenotecas, botecos baratos e bares de drinks – todos, sempre, oferecendo o tradicional petisco grátis no happy hour! Há quem diga que italians do it better. Essa tradição maravilhosa de dar comida de graça pra quem bebe, faz jus.
Em um mês, pudemos conhecer bem o centro histórico de Bolonha, e dá pra dizer que a região da Via del Pratello é nosso lugar favorito na cidade.
Uma cidade para conhecer a pé ou de bicicleta
Em pouco mais de um mês de vida em Bolonha, só andamos de ônibus uma vez!
Para atravessar o centro histórico da cidade de leste a oeste, bastam 30/40 minutos de caminhada. Isso – e o clima da primavera – são um incentivo e tanto pra usar as próprias pernas para se locomover.
E, cá entre nós, tem coisa melhor que conhecer uma cidade a pé?
Tá, eu diria que conhecer uma cidade de bicicleta ganha, mas como ainda não compramos as nossas, falarei sobre como conhecer Bolonha sobre duas rodas daqui uns meses, combinado? Mas adianto que a cidade tem uma estrutura razoavelmente boa para pedalar – e tem muita gente pedalando.
Caminhando e correndo
Por ainda estarmos sem bikes, começamos a correr – coisa que jamais tínhamos feito juntos antes. Eu até já participei de umas corridas de 10km há uns cinco anos, mas parei total desde que comecei a pedalar. Já a Nah nunca foi muito íntima do esporte, mas está curtindo.
O despertar da corrida foi algo legal que nasceu nesse primeiro mês morando na Itália. Não que seja essencial, mas mudar de ambiente ajuda muito a eliminar e/ou criar hábitos.
O drama para alugar uma casa. Ou, por favor, planeje-se!
Quando o fim da temporada no apartamento temporário começou a se aproximar, o desespero veio junto. A gente se viu numa enrascada. Parecia que nunca iríamos conseguir alugar uma casa!
Pela internet, as imobiliárias não respondiam. Os contatos via Airbnb tinham se esgotado. Alguns safados tentaram nos aplicar golpes. Eu não tinha conta em banco, nem o tal do codice fiscale, essencial para qualquer contrato de aluguel. Pois é, tava complicado.
Pra piorar, meu italiano é sofrível. Eu estudei por dois anos, mas lá se vão uns 10 anos que fugi da escola. Está sendo como aprender de novo o pouco que eu sabia. Mas confesso que estou feliz com a sutil evolução do 1º para o 34º dia.
Esse, aliás, é um motivo importante para estarmos aqui. Sempre senti vergonha por ter um passaporte italiano e não falar a língua! E sei que posso falar o mesmo pela Nah, italiana em formação.
Mas, voltando aos pepinos, foi só nas últimas duas semanas antes de virarmos sem-teto que começamos a entender como tudo funciona e o que precisávamos fazer. Muito com a ajuda da Lu, a rainha de Roma, que edita o ótimo blog Roma pra Você. E da Dani, autora do a Bolonhesa, que reúne dicas preciosas sobre Bolonha, Emilia Romagna e vida na Itália. Elas nos ajudaram muito a entender a burocracia italiana. Valeu, meninas!
Pra encurtar a história do aluguel, tudo se resolveu. E de uma forma BEM inusitada. Pedimos ajuda pra Valentina, dona da casa em que moramos no primeiro mês. Ela é uma italiana da Sardegna de 30 e tantos anos que se divide entre New York e o mundo fazendo arte.
Ela nos apresentou a Elisa, uma amiga que estava alugando um apê por um tempo e que talvez pudesse fazer o tal contrato de aluguel, fundamental para que eu pudesse obter a residência. Acabou que ela não podia. Mas a Elisa nos indicou um amigo, que é um agente imobiliário – o Guido.
Vida em Bolonha: Comunidade, confiança e amizade
E aí conhecemos um daqueles seres iluminados. Guido é um cara legal que ajuda amigos que têm casas para alugar, mas têm preguiça e/ou não entendem nada de internet. Ele comentou com a gente que uma família de amigos tinha uma villa (um casarão antigo) pra alugar em uma cidadezinhaZINHA situada a 30km de Bolonha.
Foi aí que conhecemos o Gianluca, um bolonhês de 50 e tantos anos, gente boníssima, engenheiro, dono de um pastor alemão chamado Denzel (ou Denzelino) e um fervoroso, mas conformado torcedor do Bolonha, clube que já teve suas conquistas, mas vive na seca há anos.
A gente entende. Como torcedores do Coritiba, o verdão original, sabemos bem como é dura a vida de um torcedor de um clube médio, que luta contra os gigantes de cifras absurdas. É a vida. #vaipracimadelesverdão
Esse episódio foi muito legal porque nos fez sentir, de alguma forma, inseridos na comunidade local. Todas essas pessoas foram fantásticas com a gente. A Marcella, esposa do Gianluca, quase adotou a Nah. É sempre bom ter algo que faz com que você se sinta parte de algo, ainda mais quando você chega em um ambiente totalmente novo. Mas segura aí que depois eu termino a história de onde estamos morando.
A Toscana: Parte 1 – Cinco anos de casados
Um dos nossos grandes sonhos nesse início de vida italiana era celebrar nossos cinco anos de casamento com amigos em um fim de semana na Toscana.
Deu certo! E foi lindo – daqueles momentos inesquecíveis da vida. Nica e Leo, Carol e João, Marla e Josh, Thaís e Nick, muito obrigado por estarem com a gente naqueles dias mágicos!
Alugamos uma casa épica no Airbnb, bebemos bem, comemos MUITO bem, rimos, dançamos, cantamos e choramos com a cerimônia linda que a Nica organizou. Se você tiver vontade de saber mais sobre como foi esse evento, comenta ali embaixo que a gente conta em um post futuramente.
O trabalho: novos projetos surgindo
Outro motivo importante para termos vindo para a Itália é o trabalho. Há tempos estamos tentando criar um projeto que possa combinar o trabalho que fazemos na London, nossa agência de marketing de conteúdo, com viagens e o desejo pessoal de fincar raízes temporárias em diferentes culturas.
Faz uns três anos que pensamos nisso e trabalhamos para encontrar o modelo ideal. Tem a ver com caçar tendências, cobrir eventos, conhecer histórias de empresas inovadoras e transformar isso em conteúdo multimídia para nossos clientes e futuros clientes – empresas interessadas em contar boas histórias, educar seu mercado e gerar valor para seus clientes e futuros clientes por meio do conteúdo.
No ano passado, já com a ideia na cabeça, mas ainda sem saber bem o que fazer com ela, eu escrevi uma reportagem para a VendaMais, revista que editamos, contando a história de uma imersão de negócios que fizemos no Vale do Silício.
Em paralelo a isso, também gravamos vários vídeos durante o Content Marketing World 2016, maior evento de marketing de conteúdo do mundo, que acontece todo ano em Cleveland.
Essas duas atividades foram fundamentais para dar a base para o projeto que vamos começar a tirar do papel, em Bolonha (e pela Europa), nas próximas semanas. Quando tivermos novidades a respeito, compartilharemos por aqui.
Uma das coisas que aprendi sobre empreendedorismo com um engenheiro da Netflix no Vale, foi que a grande ideia de um bilhão de dólares é um mito. Escrevi sobre isso e muito mais na matéria. Você pode ler aqui. =)
A Netflix não acredita na ideia de um bilhão de dólares que vai surgir da noite para o dia e revolucionar o planeta, mas em pequenas melhorias diárias baseadas em decisões e ações rápidas, mesmo que sutis, mas que, com o passar do tempo, fazem com que a empresa possa permanecer relevante e competitiva em um dos mercados mais acirrados do planeta.
A inovação faz parte do dia a dia. Não é um ato isolado.
Na prática, ao longo dos últimos sete anos aprendendo diariamente a empreender, percebemos o mesmo por aqui. Foi bom conhecer um pouco sobre a cultura da Netflix e ver que, de certa forma, compartilhamos de uma visão parecida.
Estou sendo bem simplista aqui pra não me arrastar muito no papo sobre empreendedorismo, mas o projeto que estamos construindo agora começou a ser desenhado, lapidado e amadurecido há mais de três anos. Para criar algo de valor é preciso tempo, suor, grana, sorrisos, lágrimas e uma maturação natural do projeto – principalmente quando se tem vários pratos para equilibrar ao mesmo tempo – como é o nosso caso com a London. Todo o resto, é discurso de palco.
A Toscana: Parte 2 – O Val d’Orcia com os padrinhos
Ainda no primeiro mês, deu tempo de fazer uma viagem mágica por uma das mais belas regiões da Toscana. O Val d’Orcia é a “casa” do aclamado Brunello di Montalcino, o clássico vinho produzido com as uvas Sangiovese, predominantes na região.
Mas não é só de vinho que vive essa joia toscana. Incríveis e incontáveis vilarejos medievais para explorar, estradas que representam a Toscana clássica das clássicas, águas termais gratuitas e muita comida boa. O Val d’Orcia é mais um exemplo perfeito do #italiansdoitbetter. Aliás, acho que essa # será bem presente por aqui. ;)
Vamos falar mais essa viagem em breve, mas se tiver viagem marcada, tome nota de Pienza, Montepulciano e Bagno di San Fillipo, três pontos imperdíveis dos vários do trajeto. A gente passou por oito cidades em dois dias, tempo suficiente para conhecer vários lugares legais.
Bem-vindo a uma “vida no mato”
O Gianluca, (lembra dele?) nos levou para conhecer a casa em que estamos morando na semana passada, cinco dias antes de mudarmos. É um casarão do século XIX, de três andares, que ele dividiu em três apartamentos (um por andar), sendo que o último (o nosso) é destinado a aluguéis de longo prazo – e os de baixo para festas e eventos de fim de semana. O preço era o melhor que tínhamos visto até então – 490 euros por mês, fora as contas. Tchau vida em Bolonha?
Pesamos muito a decisão de sair de um pequeno apartamento no CENTRO de Bolonha para uma casa gigante com um quintal cheio de árvores em uma CIDADEZINHAZINHA que fica a 35 minutos de trem da capital da Emilia Romagna. Por uma vida mais simples, econômica, focada e propícia a criatividade, decidimos “correr o risco” de viver de uma forma BEM diferente de todas que já vivemos.
Galliera, nossa cidade, tem cinco mil habitantes. Um bom supermercado. Uma feira de rua às quartas-feiras. Duas sorveterias. Duas cafeterias. Uma padaria. Uma tabacaria. Um restaurante. Zero bares. Um banco. Uma agência de correio. Muitas crianças e idosos. Poucos jovens. O ciclo da vida fica evidente aqui. Tão logo os jovens ganham independência, se mandam.
Ficaremos aqui, pelo menos, até dezembro (provavelmente mais). Nosso dia a dia será cercado de muito sossego, pássaros cantando, trabalho e viagens. Estamos animados com a ideia de passar mais tempo ao ar livre, correndo pelas plantações diversas que compõem o cenário no entorno nossa casa, pedalando por estradas rurais ou lendo debaixo de uma árvore do nosso quintal.
Mas, por outro lado, chegar em Bolonha é muito fácil. Não estaremos com o pé no centro, mas os 35 minutos não são nada se você comparar com a logística interna de uma cidade como Londres, por exemplo. Além disso, a bela Ferrara fica a menos de 15 minutos de trem. Definitivamente, não estamos isolados!
O nosso plano, além de realizar nossos projetos de trabalho, é aproveitar os fins de semana pra viajar por cidades da região – Modena, Parma, Reggio Emilia e Rimini (litoral) são algumas das cidades que ficam a um pulinho daqui – e conhecer mais da Itália. Temos planos de viajar muito por aqui nos próximos meses. E, se você quiser, pode vir com a gente. Basta nos acompanhar por aqui ou pelas nossas redes sociais.
Eu falo isso desde 2010, quando, depois de uma temporada de seis meses vivendo na cidade do meu coração, pisei pela primeira vez no país que hoje chamamos de casa. Assim como aconteceu na minha primeira passagem por Londres (em 2005), foi amor à primeira vista…
João e eu éramos dois “ultrajovens” jornalistas (tínhamos 24 e 22 anos, respectivamente) com pouquíssimo dinheiro no bolso, mas muita vontade de explorar alguns dos principais tesouros da terra de onde veio a família Brotto – e tantas outras famílias que hoje são mais brasileiras do que italianas, talvez até mesmo a sua!
Nosso roteiro era um clássico: Roma, Veneza, Florença (e mais alguns vilarejos da Toscana) e Cinque Terre (cinco cidadezinhas litorâneas que são maravilhosas). História, amor, arte e belas praias. Quem poderia querer mais?
O que vivemos naquelas duas semanas de outubro há quase sete anos nunca foi esquecido. E nos fez ter uma certeza: um dia ainda desembarcaríamos nesse país para uma longa temporada de explorações/dolce far niente, slow food, trabalho, vinhos, clima bom/sol, aprendizado e muito, muito amor.
Esse sonho começou a se tornar realidade há duas semanas (mais precisamente, no dia 12 de maio de 2017).
E os primeiros dias que vivemos aqui nos fizeram ter certeza de que a espera valeu muito a pena…
Bolonha, (já) ti voglio bene!
A cidade que escolhemos como base para a nossa aventura foi Bolonha (o João falou sobre isso neste post), conhecida como “la dotta, la grassa, la rossa“, ou, em bom português, “a erudita, a gorda, a vermelha”.
“Erudita” porque é a terra da primeira universidade do mundo ocidental. Pois é, a Università di Bologna foi fundada em 1088!
Desde então, ganhou notoriedade não apenas na cidade e na região, mas também no país e no continente, atraindo estudantes – e professores – de peso, como Nicolaus Copernicus, Umberto Eco e Dante Alighieri. Além de ter tido professoras mulheres desde os primórdios de sua história. Caso de Bettisia Gozzadini, considerada a primeira mulher a lecionar em uma universidade. Conta-se que as aulas dela atraíam tantas pessoas que precisavam acontecer não em salas de aula comuns, mas em praças públicas da cidade. #yougogirl
E a universidade continua superforte até hoje. De acordo com o site oficial, só no ano passado (2016), 84.724 estudantes escolheram estudar na Universidade de Bolonha, fazendo dela a instituição de ensino superior mais popular da Itália. Achei bacana! :D
Bolonha é “gorda” porque aqui, meu caro, se come muito bem!
Você já comeu um bom macarrão à bolonhesa na sua vida? Agradeça às nonnas “bolognesas” por isso! :)
Mas, ó, saiba que o prato original atende pelo nome de tagliatelle al ragu. “Bolonhesa” é coisa de brazuca mesmo – ou coisa feita especialmente para agradar (ou seria “para pegar”?) os turistas… Portanto, se quiser degustar o prato raiz, vá de ragu. O bolonhesa é “Nutella”. ;)
Comemos duas boas versões desse prato típico desde que chegamos. Pagamos entre 7 e 9 euros. Bom preço, né?
E essa não é a única delícia gastronômica de Bolonha. Tudo o que você espera comer/beber de bom na Itália tem por aqui também – de pizzas a legumes frescos, passando por vinhos, bons drinks e assim por diante. <3
Bolonha é “vermelha” basicamente por dois motivos:
1. Por causa das construções avermelhadas que estão espalhadas pelas ruas da cidade:
2. Por ter sido a capital europeia antifascismo durante a Segunda Mundial, ter abrigado a sede do partido comunista italiano por muitos anos e por possuir uma forte cultura estudantil de protesto até hoje. O Museo della Resistenza, inclusive, fica bem perto aqui de casa. Pretendemos visitar em breve!
Atualização em 21/06: Fizemos uma visita rápida ao museu recentemente. Foi rápida porque não imaginávamos que seria tão informativo (o que exige tempo!) e já tínhamos marcado um almoço com um amigo. Mas gostamos muito do que vimos e vamos voltar logo. Basicamente, ele narra a história da Bolonha durante a ocupação nazista em 1943 e após a libertação da cidade, dois anos depois.
E tudo isso, junto, torna a cidade muito, muito interessante!
Primeiras observações sobre Bolonha
Nos últimos 15 dias, exploramos muuuuito essa cidade a pé (se você visse o app “Saúde” do iPhone do João ia entender do que eu tô falando!).
Nesses passeios, nos encantamos com os pórticos que surpreendem a (quase) cada mudança de quadra, nos assustamos com a quantidade de referências ao nazismo em pichações por aí (a foto abaixo é um exemplo)…
… vimos que não é só de vinho que vive a Itália – os cervejeiros de plantão (alô, migues!) podem ser muuuuito felizes aqui também (tem um bar da BrewDog, minha gente), ficamos um pouco preocupados com nosso futuro peso – e, principalmente, com a nossa saúde – ao perceber que a imensa maioria dos restaurantes tem menus compostos majoritariamente por massas (o que é uma delícia, masné?), percebemos que os motoristas nem sempre estão preocupados em respeitar a “lei das ruas”, que diz que o maior protege o menor, ouvimos sinos badalarem muitas e muitas vezes…
Enfim, curtimos com os olhos brilhando a nossa casa nova.
E a melhor forma de mostrar isso pra você é como? Por meio de fotos, claro!
Aliás, estamos postando muitas fotos aqui de Bolonha lá no nosso Instagram. Para seguir a gente por lá, basta clicar aqui.
Uma publicação compartilhada por Pra Ver No Mundo (@pravernomundoblog) em
Marido, apresenta aí sua seleção de fotos que eu conto para os nossos amigos leitores o que cada uma delas representa pra gente. ;)
A arquitetura de Bolonha é de cair o queixo!
Ao todo, a cidade é “coberta” por cerca de 40 quilômetros (sim, QUILÔMETROS!) de pórticos – como esse da foto acima. O que isso significa? Que se proteger da chuva – e do sol! – nunca foi tão fácil e que a dor no pescoço é inevitável. Afinal, quem é que não quer olhar pra cima, pra baixo e para todos os lados para poder observar cada detalhe dessas verdadeiras obras de arte no meio da cidade?
Gente, não tem monotonia nesses pórticos! Mudam-se os pisos, os tetos, os lustres e as colunas a cada poucos metros!
Bolonha também tem áreas verdes!
Nossa primeira descoberta nesse sentido foi o Parco Della Montagnola, primeiro parque público da cidade, inaugurado no distante ano de 1662.
Além de ótimo para quem busca um lugar para fazer um piquenique e para aqueles que gostam de dar uma corridinha de vez em quando, o Parco Della Montagnola é visualmente lindo.
Nas fotos acima você viu a escada que dá acesso a ele e a fonte que fica logo na entrada (duas belezuras, não?), e aqui embaixo tem dois registros do que você vê olhando para fora quando está dentro do parque…
Uma publicação compartilhada por Natasha Schiebel (@nah_schiebel) em
Além disso, nossos primeiros dias por aqui tiveram muito sol, calor e céu azul, “gelatos” deliciosos para refrescar, a companhia de um casal de amigos mais do que parceiros para desbravar trilhas pela cidade e curtir o que Bolonha tem de melhor, um pulinho na Toscana – com vários amigos! – para comemorar nossos cinco anos de casamento (estamos pensando em fazer um post sobre esse momento porque, não é por nada, mas foi muito incrível!), várias jantinhas em casa feitas com os melhores ingredientes do mundo e, como já era esperado, muito, muito amor! <3
E esse é apenas o começo. Estaremos na região da Emilia Romagna pelo menos até dezembro deste ano. Aos poucos, vamos contando aqui, no Facebook, no Instagram, no YouTube, por e-mail e onde mais der na telha as melhores experiências que essa temporada italiana nos proporcionar.
Dedicamos dois dias de nossa viagem de dois meses pela Califórnia para explorar o Napa Valley – uma das mais respeitadas regiões produtoras de vinho do mundo – e seus arredores.
No primeiro dia rodamos de carro a Highway 29 (estrada base para explorar o vale vinicultor mais famoso dos EUA) e passamos por diversas cidades, em especial Sonoma e Napa. Durante o percurso, conhecemos as vinícolas Provenance, Beringer e Castello di Amorosa, algumas lojas e um supermercado onde compramos nosso almoço – um piquenique debaixo de uma árvore nos jardins de uma vinícola.
Mas os detalhes deste dia vão ficar para outro post. Temos fotos lindas e algumas boas dicas. Segura aí e vem comigo…
Rolê de bicicleta por vinícolas californianas
No segundo dia, saímos cedo de Rohnert Park, cidade em que encontramos o hotel com melhor custo benefício da região. Lá, pagamos $49 na diária no Good Nite Inn, um hotel honesto que fica a cerca de 50km de Napa (a cidade), onde não encontramos nada por menos de $130!
Claro que com isso perdemos um tempinho na estrada, mas com o orçamento apertado, acabou sendo uma boa opção.
Se no dia anterior nosso roteiro foi focado nos clássicos do Napa, agora era a vez de fazer um tour de bike pelo Dry Creek Valley, região produtora vizinha ao Napa.
O Dry Creek reúne mais de 60 vinícolas e é reconhecido pelos seus Zinfandel. O que mais me chamou a atenção na região foi que a experiência ali é mais simples e menos turística – bem diferente do que havíamos visto no Napa, no dia anterior.
As vinícola são menores e, em sua maioria, produzem vinhos orgânicos. Além disso, as estradas são mais calmas e muito provavelmente você nunca vai achar um rótulo produzido no Dry Creek longe dali. E como é boa essa sensação de viver algo que você só poderá sentir novamente se voltar…
E, olha, tem algo mágico em rodar por estradas calmas, sentindo o vento no rosto, cercado por vinhedos e sabendo que no fim, além da paisagem maravilhosa, você ainda degustará alguns dos melhores vinhos da sua vida…
Um passeio de bicicleta por vinícolas no Napa Valley
O passeio não poderia ter sido melhor!
Alugamos as magrelas na cidade de Healdsburg, que fica a 80km de Napa. Foi tudo ótimo. As bicicletas (da marca Trek) eram muito confortáveis, confiáveis e tinham um bagageiro espaçoso em que deu até pra colocar a câmera DSLR, dentre outras coisas.
Tá vendo aquele papel perto do guidão? Nele estava o mapa do roteiro que estávamos fazendo. Ajudou bastante a gente se localizar sem precisar pegar o celular.
Onde alugar bicicleta no Napa Valley
O que eu achei legal da Wine Country Bikes, loja em que alugamos as bikes, é que além das bicicletas voltadas para o cicloturismo eles têm as de estrada (speed) top de linha, perfeitas para ciclistas experientes que gostam de percorrer longas distâncias.
Os preços variam de acordo com o modelo da bike, mas a diária começa em $39 para a bike da foto abaixo, que foi a que usamos.
Os tours personalizados/acompanhados saem por a partir de $139, mas eu sugiro que você navegue bem pelo site porque eles oferecem muita coisa diferente. Eu gostei muito da proposta dos passeios. Há desde roteiros para quem não está habituado a pedalar até percursos que ultrapassam os 100km. A gente escolheu um dos mais leves.
Nosso objetivo era pedalar devagar, curtir o sol, fotografar a paisagem, degustar um vinho orgânico e comer em uma lanchonete fundada no século XIX, dica que foi dada pela Amber, a simpática canadense que é a dona da Wine Country Bikes.
Não poderia ter sido melhor. Nosso destino foi a Bella Vineyards and Wine Caves em um passeio de 40km (ida e volta) por estradas calmas, cercadas por vinhedos e paisagens bucólicas, abrilhantadas por um céu daqueles que só a Calfórnia parece saber fazer.
Em boa parte do caminho o que mais ouvíamos eram pássaros cantarolando e o vento que sacudia as árvores anunciando a chegada do outono. Os poucos carros que cruzaram nosso caminho eram guiados por motoristas bem respeitosos. #sonhodeciclista.
Vídeo do nosso pedal pelos vinhedos na região do Napa Valley
Foi um dia especial!
Tentamos mostrar um pouco do passeio, o que vimos e fizemos no vídeo abaixo. Conhecer a vinícola Bella foi uma das boas surpresas do passeio. A sala de degustação deles fica numa caverna embaixo dos vinhedos – mostramos tudo no vídeo. Dá o play e aproveita pra se inscrever no nosso canal no YouTube. Tem rolado bastante coisa por lá!
Perguntamos para o pessoal da Bella por que um turista deveria ir ao Dry Creek Valley – que a gente só conheceu porque alugou as bicicletas. A resposta deles foi “porque aqui se tem uma experiência mais simples, autêntica e em um ambiente menos movimentado.”
Faz sentido. Não avistamos ônibus ou vans de turismo em todo o trajeto que rodamos, ao contrário da muvuca que vimos no Napa um dia antes. Na Bella, havia pouquíssimas pessoas com a gente. Ficamos algumas boas horas por lá batendo papo e curtindo o sol.
Acabou sendo a experiência de enoturismo mais legal que tivemos na região.
O Napa Valley é lindo, tem vinícolas espetaculares e logicamente merece sua visita, mas se você puder dedicar ao menos dois dias de sua viagem pela meca dos vinhos californianos, recomendo que vá até o Dry Creek em ao menos um.
Você já foi para o Napa Valley? Deixe um comentário com a sua dica do que visitar por lá. Em meio a centenas de vinícolas, é sempre bom ter uma dica de quem já foi, né? Lembrando que em breve vamos falar sobre as que visitamos no dia anterior ao passeio de bike.
Dica extra
Falando nisso, se você tem viagem marcada para o Napa Valley, recomendo fortemente que leia as dicas da Mari, do blog Ideias na Mala. Os posts extraordinários da Mari sobre vários destinos na Califórnia nos ajudaram muito a bolar o roteiro para esse e outros dias de uma viagem que foi épica.
Boa viagem,
João (com vontade de tomar vinho)
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Se você já leu tudo isso, deve ter percebido que o que mais fizemos naqueles dias foi comer e beber (muito bem, por sinal). E você deve concordar comigo que depois de comer e beber muito bem não há nada melhor do que dormiiiiir numa cama bem gostosinha, né? :D
E se em Saint-Émilion o lugar escolhido para completar o combo do dia perfeito foi o delicioso bed and breakfastLa Gomerie, em Bordeaux nossa base por três noites foi o divertido, moderno, confortável e bem equipado Mama Shelter. A gente gostou bastante e achamos que valia a dica pra você que está planejando visitar essa cidade incrível. Então bora conhecer?
Mama Shelter Bordeaux
Pra começar, logo na entrada do hotel tem a área do café da manhã (que é supercompleto e delicioso, mas pago à parte – €17 para adultos e €8,50 para crianças)/bar/restaurante e que à noite vira até baladinha de sucesso (na primeira noite, a gente se assustou quando voltou da rua lá pelas 23h e viu o hotel lotado!).
Para curtir o que a área comum do Mama Shelter oferece não é preciso estar hospedado no hotel. Todos os menus estão aqui. No verão, há também um rooftop bar que parece incrível (e é mais um motivo pra gente planejar uma nova visita a Bordeaux, nénão, marido?).
Agora dá uma olhada no café da manhã. Servido das 7h às 11h, ele pode perfeitamente alimentar para a manhã toda de passeio. Tem de tudo um pouco: muitos pães franceses, croissants, cereais, café, chá, chocolate quente e assim por diante.
Vou confessar que bateu uma fominha vendo essas fotos e relembrando o sabor das delícias que comemos por lá, viu?
Mas, enfim, sigamos adiante. :)
Você tá querendo ver o quarto, né? Vamos a ele, então.
Os quartos do Mama Shelter
O hotel tem quatro tamanhos de quarto: small, medium, large e xl. Como você deve imaginar, o preço varia de acordo com o tamanho. Ficamos em um “medium” e achamos ótimo. Como a gente basicamente ia ao hotel para dormir, não tinha nem por que ficar em um quarto maior.
E por fim, o quarto propriamente dito:
Coisas a observar: escrivaninha para quem quer trabalhar, espelho de corpo inteiro, sofazinho pra jogar as tralhas (porque não dá nem tempo de sentar nele. haha), cabideiro e… máscaras penduradas no espelho.
Sim, minha gente, tem isso em todos os quartos. E a ideia é que você USE essas máscaras, tire fotos (tem essa função na TV que, na verdade, é um computador Apple) e compartilhe com o povo do hotel pela TV. Que tal? :D
Além disso, vale destacar que o hotel aceita animais de estimação, oferece wi-fi gratuito, tem um catálogo de filmes gratuito e é bem localizado. Dá para fazer muita coisa bacana a pé saindo dele e ainda há vários ônibus e trams circulando na região. No mapinha abaixo (que reúne quase tudo que fizemos nos cinco dias em Bordeaux e arredores e que é um ótimo ponto de partida para você programar a sua viagem) ele está destacado em vinho.
Ah, e não tem Mama Shelter só em Bordeaux, não. Esse hotel diferentão também é opção de hospedagem em Los Angeles (EUA), Lyon, Marseille e Paris (França) e, mais recentemente, no Rio de Janeiro. Uma boa, não? ;)
Informações práticas Mama Shelter Bordeaux:
Onde: 19, rue Poquelin Molière – 33000 Bordeaux
Quanto: os preços das diárias variam dependendo da época do ano, mas em minha pesquisa encontrei tarifas de €69 até €159
*A gente se hospedou no Mama Shelter a convite do Visit Bordeaux, mas pode ter certeza de que minha opinião nesse texto é 100% sincera! ;)
Planeje sua viagem para Bordeaux ou qualquer cidade
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Um dos programas que estávamos mais animados pra fazer em San Francisco era conhecer a mítica prisão de Alcatraz, que abrigou alguns dos criminosos mais temidos dos Estados Unidos e se tornou mundialmente conhecida com o apoio de Hollywood, a “vizinha” famosa.
Programamos nosso passeio para um domingo de verão na cidade em que o clima muitas vezes contrasta com a essência do estado dourado. Era setembro e estava algo em torno de 10º enquanto em San Diego, 800 km ao sul, fazia 25º. A Califórnia é um país!
Alcatraz nos ensina como se reinventar
A história do presídio mais famoso do mundo é fantástica e vai muito além do que eu imaginava. Eu esperava sair de lá sabendo como eram os corredores e conhecendo um pouco da trajetória da mais temida prisão do mundo, mas a visita à ilha vai além.
Alcatraz é um lugar que soube se reinventar ao longo dos anos. Hoje é um parque nacional, mas foi construído para, antes de ser uma prisão, proteger a bay area de invasões motivadas pela corrida do ouro, mas elas nunca vieram.
Foi lá que Al Capone foi hóspede e onde um importante acontecimento contribuiu para a preservação da cultura e mudou a história de tribos indígenas norte-americanas – ao meu ver, o episódio mais surpreendente.
A visita a Alcatraz contada em vídeo
Hoje vamos fugir ao nosso habitual textão e apresentar Alcatraz para você em um vídeo em que registramos o nosso dia inteiro em San Francisco. Antes da prisão tem Chinatown, café calabrês e por aí vai… Chame de vlog, se preferir =)
O que achou do vídeo?
Eu sei que em alguns pontos o áudio não ficou dos melhores. Era a primeira vez que estávamos usando o celular novo da Nah e não sabíamos bem como ele ia se comportar. Mas acho que deu pra ouvir tudo, né?
A gente tem vááários arquivos de vídeo para editar sobre outros dias da viagem para a Califórnia – tem pedal em meio a vinícolas, passeios em San Diego, um dia no indescritível Yosemite National Park, pedal entre Monterey e Carmel -um dos trechos mais lindos da costa californiana – e por aí vamos…
Se você tiver afim de ver algum, deixa um comentário dizendo. É importante para nós saber se você prefere ler ou assistir vídeos.
Quanto custa e como ir
Contamos os detalhes no vídeo, mas, para resumir, saiba que é fundamental comprar o ingresso com antecedência no site da Alcatraz Cruises, empresa responsável por operar o tour. Os preços variam, mas ficam na média de U$35.50 para adultos e U$ 21.75 para crianças. O trajeto no barco dura menos de 20 minutos. Recomendo considerar quatro horas na ilha – ou até mais, se você for daqueles que gosta de ler e ver tudo sem pressa, tipo a gente. ;)
Mais dicas sobre Alcatraz
Se você quiser saber mais sobre como comprar ingressos para Alcatraz e ler outras informações, recomendo os posts abaixo. O primeiro é do casal querido do My Destination Anywhere – a Katia e o Erick sempre trazem ótimas dicas de onde quer que vão, aliás – e o segundo, do Ideias na Mala, da Mari, que eu arrisco dizer que é o blog que tem o melhor conteúdo sobre a Califórnia do Brasil.
Se você efetivar sua reserva usando o banner abaixo ou qualquer outro link espalhado pelo blog estará nos ajudando! Você não paga nada a mais por isso e a gente ganha uma pequena comissão.
Planeje sua viagem para a Califórnia
Planejando uma viagem pela Califórnia? Olha o que já publicamos da nossa experiência pelo estado dourado por aqui:
Venice Beach ocupava meu imaginário há muito tempo. Séries de TV, filmes de Hollywood e livros com Los Angeles como cenário foram os grandes culpados pela minha vontade de conhecer essa praia que, de longe, parecia um dos lugares mais originais da cidade – especialmente por sua história (calma, já conto!).
Além disso, o João cresceu ouvindo bandas que nasceram na Califórnia (ou que tinham “sangue californiano” correndo nas veias musicais) e sempre se imaginou andando de skate nas pistas em que o esporte nasceu e que volta e meia apareciam nos clipes de hardcore tanto vistos na sua adolescência – além, claro, de ser o “palco virtual” do inesquecível jogo de vídeo-game Tony Hawk’s 2 (do PlayStation 1). <3
Por tudo isso, não tivemos dúvidas: era lá que passaríamos as poucas horas que tínhamos em LA antes de embarcar para Cleveland, Ohio (onde cobrimos o Content Marketing World maior evento de marketing de conteúdo do mundo).
E a escolha não podia ter sido melhor. Bora entender por que sabendo o que a gente fez, o que vimos, onde comemos e o que bebemos nas horas que passamos na Veneza americana? :)
Senta que lá vem (um breve resumo da) história*…
Tem gente que quando coloca uma coisa na cabeça não descansa até que o tal sonho vire realidade. Pois acredite se quiser: Venice Beach nasceu de um sonho.
O sonhador se chamava Abbot Kinney, um magnata do tabaco que tinha o objetivo de construir uma pequena Veneza nos arredores de Los Angeles. Para isso, em 1891, junto com seu sócio Francis Ryan, Kinney comprou um terreno de pouco mais de 3km à beira-mar e iniciou a construção do seu pequeno-grande império.
Com a construção dos canais e a criação de um parque temático, o projeto do ricaço começou a chamar a atenção do público e a região a ganhar novos moradores. Em 1905, então, Venice foi oficialmente inaugurada.
Mas nem tudo saiu como o planejado nos anos seguintes à inauguração. Incêndios, tempestades de inverno e outros acidentes de percurso foram, pouco a pouco, transformando completamente a cara do lugar. Com a morte de Kinney em 1920, o declínio da Veneza americana se acentuou ainda mais. Os canais deram lugar a ruas para carros e o parque, destruído.
Como qualquer lugar “abandonado”, Venice passou, então, a ser ocupada por algumas tribos alternativas. Surfistas, skatistas, artistas de rua, cineastas e escritores fizeram da região seu lar e começaram a recuperar a energia do lugar. Nas décadas seguintes, os altos e baixos ainda foram frequentes, mas nos anos 60 a Veneza americana formou de fato a sua identidade e voltou a crescer e a se firmar como um importante palco da contra-cultura californiana.
História bacana, não é mesmo ? Depois de conhecê-la, ficamos ainda mais animados para passar um dia em Venice Beach. E nosso roteiro por lá foi mais ou menos assim…
–> No fim do texto tem links para uma descrição mais detalhada. ;)
O que fazer em um dia em Venice Beach
Basicamente, passamos o dia batendo perna em Venice. E como é bom fazer isso por lá!
Para começar, são muitos espaços voltados para os atletas de fim de semana (ou profissionais, por que não?). Tem desde quadras de basquete, tênis e vôlei a pistas de skate e áreas de patinação, até ciclovias e uma academia ao ar livre!
Para usar a academia é preciso pagar (detalhes aqui), mas todos os outros espaços são gratuitos. O Rogério, do blog Um mundo pra dois, deu um rolê de skate no Venice Skate Park. O relato da experiência dele está aqui.
Legal, né?
Isso tudo fica para “o lado de dentro” da praia (ou seja, à beira-mar). Do “lado de fora”, muitas lojinhas de souvenir, artistas expondo seus trabalhos, músicos animando o dia com seu som, bares e restaurantes e, acredite: uma clínica que promete dar a “carteirinha da maconha” para quem fizer um exame com um médico! :O
Calma, eu explico.
Acontece que a maconha já era legalizada para fins medicinais na Califórnia quando estivemos por lá (agora foi liberado até mesmo o uso recreativo da erva), só que não bastava o interessado em um baseado chegar em uma lojinha especializada e dizer que queria “fumar um” para melhorar da enxaqueca e sair de lá com o produto em mãos. Para isso, era preciso ter uma carteirinha especial, e ela só era dada com o aval médico. E era essa tal carteirinha que prometia a clínica. O custo? US$ 40.
Mas como diria o personagem de Antonio Fagundes no seriado “Carga Pesada” (quem aí lembra?): “é uma cilada, Bino!”
De acordo com a lei da época, além dessa carteirinha medicinal, era preciso ter uma identidade californiana para comprar a marijuana legalizada. Pois é, uma pegadinha que com certeza fez muito turista jogar no lixo 40 preciosas doletas. =/
Não sei como vai ficar agora que até mesmo o uso recreativo foi legalizado, mas achei que essa curiosidade (quase em formato de golpe pega-turista) merecia o registro. O que você acha disso? Conta pra mim na caixa de comentários! ;)
Com toda essa mistura, é de se imaginar que, no fim das contas, uma verdadeira bagunça seja instaurada na orla de Venice Beach, né? haha
Mas é uma bagunça boa, com gente de tudo quanto é tribo e energia nas alturas. O que, consequentemente, faz com que uma hora os véio (a gente, no caso) queiram buscar um pouco de paz…
O “interior” de Venice
E é possível encontrar essa paz nas ruas que cortam a do “calçadão”. Ali, a vida real volta a florescer. Literalmente!
Foi por ali, aliás, que a gente encontrou o lugar perfeito para o nosso almoço do dia: o Komodo, um restaurante que nasceu como food truck e conquistou tantos fãs que acabou tendo que buscar um lar maior.
No cardápio, uma comida diferentona, que mistura características das culinárias mexicana e asiática (de acordo com o Masterchef, isso é o que se chama de culinária de fusion. hihi). Uma surpresa que agradou (e muito) nosso paladar. Sabe explosão de sabores? Então…
Mas a gente não “caiu” lá ao acaso. Essa dica de ouro (além de deliciosa, a comida não era cara – e vinha no esquema fast food, o que é ótimo pra quem, como a gente, espera a barriga gritar de desespero para comer! #sinceridades) foi uma descoberta feita em um dos nossos principais aliados na viagem pela Califórnia: o Yelp – aplicativo em que a galera avalia os estabelecimentos. Tipo o Foursquare, sabe?
Com mais de 1.200 avaliações, o Komodo tinha quatro estrelas cheias e metade da quinta no Yelp, o que é digno de aplausos. Além disso, na graduação de preço, ele tinha $$, o que também era justo para os padrões locais. Nos jogamos e não nos arrependemos.
Eu pedi dois tacos e o João foi de um arroz doidão, mas muito saboroso:
Com o chá que pedimos para dar aquela aliviada na pimenta, pagamos 27 dólares. Saímos bem satisfeitos e prontos para continuar o passeio!
Cerveja artesanal em Venice Beach
Mal sabíamos nós, porém, que a caminhada entre o Komodo e a nossa próxima parada seria bem curtinha…
Acontece que a menos de 500m de onde almoçamos fica o Venice Ale House, um bar de cerveja artesanal superlegal e bem na orla da badalada praia. Como o calor pedia uma boa IPA e como uma das nossas missões de vida é provar uma cerveja local em cada lugar que visitamos (cada um tem a sua, certo?), a parada ali foi inevitável. :)
O bar, que é bem pequeno e estava lotado naquele último sábado de verão, tem uma quantidade de torneiras de chopp bem generosa. Experimentamos algumas das opções, fizemos nossas escolhas, brindamos e degustamos duas boas cervejas locais por 14 dólares. E aí seguimos adiante!
O resto do dia se resumiu a curtir a vibe local (observar os doidões, admirar os skatistas quebrando tudo na pista, tirar uma pira com as palmeiras – haha – etc.) e tirar algumas fotos para eternizar o momento que, para nós, foi inesquecível…
Uma prova de que não é preciso fazer muito para curtir demais. Especialmente quando você está na Califórnia, que tem um estilo de vida tão peculiar e apaixonante… <3
Indo e vindo de Venice Beach ao aeroporto de Los Angeles (LAX)
Venice Beach fica a cerca de 12 quilômetros de distância do aeroporto internacional de Los Angeles. Dá para fazer o percurso de transporte público (como mostra o mapa abaixo) ou pegar um Uber/Lyft (app semelhante ao Uber)/Taxi.
Com duas malas pequenas como companheiras, optamos pela segunda opção. Cada “perna” da viagem custou cerca de US$ 20.
Aqui, duas observações:
Você sabia que dá para calcular mais ou menos quanto você vai gastar com Uber ou com Lyft? A ferramenta de estimativa do Uber tá aqui e a do Lyft aqui.
Desde o atentado de 11/09/2011, muitos dos aeroportos dos EUA deixaram de oferece aos clientes o serviço de guarda-volumes. É o caso do LAX. Nós despachamos nossa mala grande, mas tivemos que sair carregando as pequenas. Em Venice Beach, pagamos US$ 5 por mala para deixar no guarda-volumes do hotel Erwin – que, aliás, tem um rooftop bem badalado (a gente não foi, mas #ficadica) – pelo dia todo. Aaaah, e como foi bom poder passear sem ficar carregando as meninas! :D
Qual é a sua dica de Venice Beach?
Se você já teve a oportunidade de visitar Venice Beach e tem uma dica bacana da praia, não se esqueça de deixar um comentário. Sua sugestão pode ajudar a tornar a viagem de outros leitores ainda mais incrível. ;)
Até a próxima!
Nah
Extra!
Quer saber mais sobre a história de Venice? Leia os artigos linkados abaixo. Eles foram o ponto de partida para a minha pesquisa sobre o tema e têm várias informações bacanas – inclusive fotos que mostram como Venice era antigamente. ;)
Ah, e também vale a pena assistir ao filme Os Reis de Dogtown e ao documentário Dogtown & Z-Boys. Você vai entender um pouco mais da cultura local com a ajuda deles.
Leia também
Planejando uma viagem pela Califórnia? Olha o que já publicamos da nossa experiência pelo estado dourado por aqui:
Estamos quase no fim de uma viagem de 60 e tantos dias pela Califórnia. É hora de colocar uma trilha sonora legal no Spotify (Greg Graffin rolando aqui), rever as mais de quatro mil fotos feitas ao longo de uma viagem que há anos sonhávamos em fazer – de minha parte, eu diria que há pelo menos 15, muito inspirado pela cultura do punk rock/hardcore californiano que me acompanhou em toda minha adolescência – e continua presente. Inclusive, no último sábado, pegamos um show épico que reuniu NOFX, Bad Religion, Goldfinger e Reel Big Fish. Foi louco!
A Califórnia nos recebeu com todo seu astral e nos presenteou com o melhor de seus sonhos
Respira e vai.
Teve Disney, cidade no meio do nada como base de escritório, voo noturno pra Cleveland (Ohio), evento de marketing de conteúdo, cerveja em San Francisco, imersão no Silicon Valley, pedal na Golden Gate Bridge, a viagem de carro mais incrível de nossas vidas, decepção no trecho mais esperado, pedal pela costa do Pacífico, muitos vinhos no Napa – o primo mais famoso – e em diversas outras regiões vinicultoras do estado, Yosemite (ou um dos lugares mais espetaculares da Terra), brunch, muito trabalho, hotel de beira de estrada, muita cerveja artesanal, preciosas surpresas, 16 hotéis (!), duas casas do AirBnb, muito pôr do sol na praia, a companhia de um amigo querido (e de sua esposa, que conhecemos nessa viagem) por quase uma semana, muitas trocas de ideias, reflexões e projetos sendo maturados.
Teve muito amor, sobretudo.
Ufa.
São muitas histórias para contar sobre tudo o que vimos e fizemos. Na medida do possível, vamos escrevendo sobre. Já tem post sobre hotel para a Disney de Anaheim no are outro sobre Venice Beach no forno. Vão rolar alguns vlogs também. Um de San Francisco já está em edição, inclusive.
E pra começar essa série que vai nos acompanhar no blog por vários meses, quero mostrar um resumo geral de nossa viagem. Separei algumas das fotos que mais marcaram nossos dias pelo estado dourado e contei um pouco do que fizemos.
California dreaming
No “baile” de punk rock que fomos, John Feldmann (49 anos), vocalista do Goldfinger, falou que nasceu, cresceu e sempre morou na Califórnia. “Por que faria diferente?”, provocou.
Nessa hora, há mais de 40 dias na estrada, a gente já estava completamente apaixonado pela Califórnia e a troca de olhares foi inevitável. Preciso dizer que já começamos o plano sobre quando vamos morar aqui por um tempo maior? ;)
A Califórnia se impõe por ser a sexta maior economia do mundo (sim, o PIB deles é maior do que o da França, Índia, Itália e Brasil) e conquista por ser um paraíso que – perdoe-me Samuel Johnson e sua mítica frase sobre Londres – tem tudo o que um homem pode querer.
Sol quase infinito, qualidade de vida, oportunidades. Tudo isso em meio a paisagens inacreditáveis, praia, montanha, deserto e neve. Boa comida, vinhos extraordinários e algumas das melhores cervejas do mundo. Precisa mais? Se você disser que sim, arrisco dizer que tem também. ;)
Resumo de nossa viagem de dois meses na Califórnia
Assim que chegamos em Los Angeles fomos para um hotel em Anaheim (que é ótimo para quem vai aos parques) porque os dois dias seguintes seriam dedicados à Disneyland.
Da Disney para uma base de trabalho remoto
Depois da Disney, nosso destino pelas próximas cinco noites foi Ontario, cidade mais barata que encontramos na região de Los Angeles. Não queríamos muitas distrações porque seria (e foi) uma semana de muito trabalho. Como não estávamos em férias em nenhum momento durante a viagem, tivemos que nos desdobrar para manter a agenda de trabalho em dia e aproveitar a viagem. É nessas horas que você aprende muito, na prática, a ser mais produtivo e a trabalhar menos e melhor.
Para não dizer que Ontario não valeu de nada em termos de experiência de viagem, pudemos pegar um solzinho bom na piscina do hotel e fazer reuniões na jacuzzi. Nada mau, né? Ah, e foi em Ontario que conhecemos o nobre camarada Denny’s, uma rede de diners espalhada por toda a Califórnia que acabamos indo várias vezes. O combo de panqueca com bacon deles é daqueles…
Até breve, Califórnia…
No dia 9 de nossa viagem embarcamos para Cleveland (Ohio) para participar do Content Marketing World, mais importante evento do mundo em nosso segmento. É o terceiro ano consecutivo que vamos para lá para absorver muito conhecimento, ter ideias e evoluir nossos negócios.
Antes de embarcar pra Cleveland, porém, deu tempo de dar uma passadinha em Venice, a mais clássica das clássicas praias californianas. O post completo sobre nosso dia por lá está em produção.
Como um de nossos objetivos na viagem era conhecer várias das incontáveis cervejarias artesanais da Califórnia – missão cumprida, aliás – sempre estávamos em busca das nossas favoritas e de boas surpresas pelo caminho. Em Venice, além de um bar de frente pra praia, fomos no resturante da Firestone, uma das pequenas gigantes do estado dourado. Excelente lugar para provar todos os rótulos deles, inclusive sazonais e edições limitadas, e comer muito bem.
… Olá, Cleveland
Em Cleveland, ficamos muito envolvidos com o CMW. Foram dois dias imersivos nos mais variados temas ligados ao Marketing de Conteúdo. Na edição de janeiro da VendaMais, revista de que somos editores, sairá a cobertura completa.
Se você se trabalha com ou se interessa por vendas, recomendo que faça a assinatura. Você recebe um exemplar a cada dois meses. A gente faz essa revista com o maior carinho do mundo. ;)
Como ficamos uns dias a mais em Cleveland, pudemos repetir alguns dos restaurantes favoritos na cidade (até hoje nunca na vida comi uma asinha de frango melhor que a do Harry Buffalo), conhecer novos bares de cerveja artesanal e atrações que ainda não tínhamos ido, como o extraordinário Rock & Roll Hall of Fame.
O museu do rock é uma preciosidade. Você faz um passeio pela história da música. A exposição permanente é linda, repleta de preciosidades como instrumentos e figurinos originais das principais bandas e artistas do século XX e XXI e obras como essa que representa The Wall, do Pink Floyd.
Chegada em San Francisco
Depois de seis noites em Cleveland, tomamos nosso rumo de volta para a Califórnia.
San Francisco seria a base pelas próximos seis noites. Nosso objetivo central era fazer uma imersão no Vale do Silício com um grupo de empresários brasileiros. Foi uma experiência e tanto! Visitamos grandes empresas – como Salesforce e Facebook, conhecemos empreendedores brasileiros que estão ralando para fazer suas startups decolarem, participamos de eventos de networking, conhecemos incubadoras de startups e projetos incríveis, fizemos bons contatos e aprendemos muito sobre empreendedorismo, inovação, gestão e execução. O resultado dessa jornada também será publicado na VendaMais de janeiro de 2017.
Mesmo em a correria insana que foi a semana, deu pra conhecer um pouco de SanFran. Não como gostaríamos, mas foi o suficiente para realizar o sonho de atravessar a Golden Gate Bridge de bike, conhecer Alcatraz, provar grandes cervejas, visitar alguns cantinhos da cidade e começar a sentir o clima do California dream.
San Francisco ganhará uma atenção especial no blog futuramente com dicas do que fazer e onde ficar.
Terminada nossa estada em SF alugamos um carro com a Rentcars e iniciamos nossa sonhada viagem, que inicialmente seria “apenas” pela costa do pacífico até San Diego, mas acabamos incluindo uns dias na região do Napa Valley, a meca dos vinhos californianos, e um no Yosemite National Park, onde a natureza emociona e inspira.
Já na região onde nos hospedaríamos para, nos dias seguinte, conhecer as vinícolas do Napa e arredores, nossa primeira parada foi a Lagunitas Brewing, uma das mais relevantes cervejarias artesanais dos Estados Unidos. Grande estrutura e cervejas impecáveis.
Futuramente vamos contar em detalhes nossa jornada cervejeira na Califórnia. Você deve imaginar que não foram poucos os bares e cervejarias que visitamos, né?
2 dias respirando os ares dos vinhos do Napa Valley e região
Dedicamos dois dias ao Napa Valley. No primeiro, conhecemos Sonoma e percorremos de carro a Highway 29, a estrada principal do Napa Valley, que é cercada por uma infinidade de vinícolas. Os vinhedos estão, literalmente, na beira da estrada. Não vou me estender nos detalhes e dicas porque isso ficará para um post exclusivo.
No segundo dia, fomos para o Dry Creek Valley, vizinho menos famoso do Napa, que concentra uma quantidade menor de vinícolas. O legal é que se tratam de pequenas propriedades de produção orgânica. Fizemos ali um dos pedais mais inesquecíveis da vida. Foram cerca de 40km por uma estrada tranquila e cercada por vinhedos. Fizemos um bate-volta até uma vinícola que servia seus vinhos em uma caverna construída abaixo dos vinhedos. Foi um dia e tanto.
Em meio a um destino e outro, sempre tentamos encaixar um ou dois dias 100% dedicados ao trabalho. O escritório foi muitas vezes um Starbucks qualquer ou o quarto do hotel.
A beleza inexplicável do Yosemite National Park
Depois de degustar bons vinhos no Napa e região rumamos para o Yosemite National Park. Sabíamos que o lugar era lindo, mas quando chegamos lá foi difícil conter a emoção. Faltam palavras para descrever a beleza de um dos parques mais importantes do país, mas tentaremos fazer isso em um post futuro.
Depois de, infelizmente, apenas um dia no parque, era hora de voltar para a costa e começar a sonhada viagem pela Highway One, a mítica estrada que percorre todo o litoral da Califórnia. No caminho, ainda paramos em vilarejos com cara de velho oeste que tiveram seu auge na corrida do ouro no século XIX, episódio que marcou o início da ascensão do estado.
Rumo ao litoral
Nossa primeira parada foi Half Moon Bay, uma cidade praiana de vida tranquila ao sul de San Francisco. Ficamos algumas horinhas na praia, almoçamos, conhecemos uma cervejaria e partimos.
No fim do dia, chegamos a Monterey, onde ficamos três noites para conhecer a cidade e sua vizinha Carmel, uma das mais charmosas do roteiro.
Cicloturismo na Califórnia: o lugar mais lindo em que pedalamos na vida
Nesse trecho fizemos mais um passeio de bike que ficou pra história. Percorremos os espetaculares 30km da 17 mile drive entre Monterey e Carmel. Seguramente, foi a estrada mais linda em que já pedalamos.
Fica tranquilo porque vai rolar post detalhado sobre esse pedal.
A grande decepção ao chegar no Big Sur
Depois de três dias incríveis entre Monterey e Carmel, partimos para a parte mais esperada da viagem de carro pela costa da Califórnia: o Big Sur. Mas como nem sempre a sorte acompanha os viajantes, os desfiladeiros nos receberam com uma névoa que impedia qualquer possibilidade de ver o cenário.
Foi bem triste, de verdade. Não pudemos ver absolutamente nada. Até cogitamos repetir a viagem no dia seguinte para tentar a sorte novamente, mas como o risco de o clima estar exatamente igual era grande preferimos não arriscar. Afinal, tínhamos longos km de estrada ainda pela frente até San Diego.
Pra não dizer que o dia foi inteiro decepcionante, no fim da tarde conseguimos ter uma bela surpresa ao conhecer a praia dos elefantes marinhos. Foi incrível observar esses gigantes que parecem dinossauros bem tranquilos em sua praia privada na chegada em San Simeon, primeira base hoteleira após o Big Sur. Foi lá que dormimos nessa noite. Procure por Piedras Blancas Elephant Seal Bookery para saber onde fica a praia.
Degustando vinhos em uma região menos explorada pelos turistas
Passamos a noite ali e agora, já no 32º dia de viagem, era tempo de mergulhar novamente no enoturismo na Califórnia. Rumamos para a aconchegante San Luis Obispo, cidade base para explorarmos Paso Robles.
Depois de termos conhecido várias das regiões vinicultoras da Califórnia, arrisco dizer que o Napa pode não ser a melhor opção. O Napa é legal? Claro que é. Boa parte das mais conceituadas vinícolas californianas estão lá. Mas com a fama, vem gente. Muita gente. Todos os lugares que visitamos estavam bem cheios e a estrada, bem movimentada.
Já em Sonoma, Dry Creek Valley e Paso Robles, pudemos provar vinhos extraordinários, vivendo experiências incríveis e com pouca gente ao redor. Não estou falando para descartar o Napa, mas para lembrar que pode-se viver experiências semelhantes – ou até melhores – em lugares menos concorridos.
Ainda vamos falar mais sobre nossa experiência conhecendo diversas vinícolas na Califórnia. Até lá, bora pra estrada…
Seguindo a indicação da Mari, do Ideias na Mala – que, por sinal, tem diversos posts incríveis sobre a Califórnia -, fomos conhecer a vinícola Daou, que, nas palavras dela, oferecia uma vista “ridícula”. Seguimos a dica e não deu erro.
Antes, porém, deu tempo de conhecer a bonitinha Cambria, mais uma pequena cidade que abrilhanta o roteiro entre San Francisco e San Diego.
Paramos para almoçar em um pequeno café e apoveitamos para conhecer mais uma cervejaria – acredito que a menor que fomos em toda a viagem. As cervejas eram ótimas!
Dali, foram mais 50 km até a Daou, primeira e única vinícola que visitamos no dia. Depois de degustar alguns rótulos e ficar algumas horas conversando e curtindo a o horizonte infinito, ainda encerramos o dia em outra cervejaria.
Depois de SLO, seguimos viagem com destino a Santa Cruz, onde passamos o dia curtindo a praia e caminhando pela cidade. Nossa ideia era dormir ali, mas como o preço dos hotéis era muito alto, decidimos seguir para o sul e dormir em Camarillo, cidade que encontramos a hospedagem mais barata na região (70km ao sul de Santa Cruz).
Na manhã seguinte saímos cedo porque tínhamos mais 250km pela frente até San Diego, nosso destino final pelas próximas quatro semanas. Antes, porém, paramos em Malibu pra comer e pegar uma praia.
Horas depois, seguimos para os últimos km da Highway 1. Foi um trecho em ritmo lento, observando as cidades, o visual sempre incrível da costa e o movimento de mais um domingo de sol no estado dourado.
Chegamos em San Diego depois de 37 dias de viagem. E cá estamos desde então. Agora, já em contagem regressiva para o nosso sonho californiano terminar no 65º dia.
Agora, segura aí porque aos poucos vamos escrever sobre tudo o que vimos, fizemos, vivemos. Pode esperar muita dica boa para a sua viagem para a Califórnia.
Diz aí, o que você tem mais curiosidade em saber sobre essa viagem?
Terra de reis e rainhas, príncipes e princesas, a Inglaterra tem sinais da realeza por todos os cantos. Os portões dos parques, as residências oficiais, os jardins bem cuidados, os lagos sempre repletos de pássaros e patos compondo o cenário… (quase) tudo faz a gente se sentir um pouco parte da monarquia…
E apesar de um simples passeio em uma rua da grande metrópole que é Londres já deixar isso bem evidente, é no interior do país que essas características atingem seu ápice. Ainda mais quando por três noites você chama de “lar” uma mansão georgiana que foi transformada em um belíssimo hotel.
Foi o que vivemos na nossa passagem pelo Lake District, a região dos lagos da Inglaterra e que já foi tema de três outros posts. Deixa eles abertos para ler depois. ;)
Em Windermere, cidade que foi nossa base nessa viagem inesquecível, nos hospedamos no Storrs Hall, hotel que fez com que nos sentíssemos parte da realeza britânica mesmo sendo meros súditos. E, olha, a experiência não podia ter sido melhor.
O interior de uma mansão georgiana
Para começar, um pouco de história…
Ao longo dos séculos, a Inglaterra foi comandada não por um, mas por seis reis chamados “George” (pausa para reflexão: o primogênito do casal Kate & William pode ampliar essa lista em alguns anos, hein?), e os primeiros quatro, que ocuparam o trono entre 1714 e 1830*, não apenas reinaram o país, como também acabaram nomeando um estilo arquitetônico “nascido” nessa época: o georgiano.
Como eu não sou arquiteta ou especialista em arte, não consigo descrever com precisão as características do estilo – este texto, em inglês, cumpre bem esse papel -, mas posso dar minha opinião. E o que eu tenho a dizer é: podia morar facilmente numa “casinha” dessas. :D
Olha só o “quartinho” do Storrs Hall:
A verdade é que toda vez que a gente saía para passear dava um aperto no coração por não ficar curtindo esse quarto. JURO! haha
Fora que daria para passar um bom tempo curtindo a vista da janela…
Mas o que eu mais gostei é que ao mesmo tempo em que é um hotel luxuoso, é daqueles luxos que acolhem, sabe? Não tem pompa e elegância desnecessária, tem cara de casa, jeito de casa. E isso vale não só para o quarto, mas também para as áreas comuns, ó:
Além da estrutura ótima, outro ponto de destaque do Storrs Hall é o atendimento. Fomos muito bem recebidos:
E sempre muito bem atendidos quando tínhamos dúvidas sobre o que fazer, como ir de um lugar a outro etc. Tanto é que acabamos ficando amigos do Fred, que exercia um papel meio que de governante do hotel. Todas as vezes em que o encontramos durante os três dias que passamos lá trocamos boas ideias. :)
Café da manhã e jantar 5 estrelas
Quer mais? Pois saiba que no Storrs Hall você não vai apenas dormir bem. Dá para sair de lá muito satisfeito também no quesito gastronômico.
O café da manhã combina buffet + pratos quentes que você pode pedir na mesa.
Há um pub interno que serve comidas mais simples (como hamburguer e batata frita, risotto, tiras de carne).
E, por último, um restaurante comandado por chef de cozinha premiado e que busca mostrar que a culinária britânica vai bem além do famoso fish & chips.
Enquanto estivemos lá, pudemos degustar algumas das suas especialidades. Coisa estilo MasterChef! Alta gastronomia britânica em ação.
Tá, deu fome só de ver essas fotos e eu estou escrevendo este post às 11h50. Pera aí, vou ali almoçar e já volto, ok?
…
Pronto! :D
Deu para ver que a coisa não é fraca, né?
Para você ter uma ideia, o jantar com sequência de cinco pratos custa £52.00, o almoço de domingo (dois pratos), £19.50, e o almoço de domingo com três pratos, £26.50. Os detalhes dos cardápios estão aqui (você não precisa se hospedar lá para ir ao restaurante – mas vale a pena fazer uma reserva antecipada).
Coffee and petit fours £4.50
Ah, e a gente não teve tempo de provar, mas eles também têm um chá da tarde! Existem quatro versões – preços variam entre £10 e £45 por pessoa. Está tudo detalhado aqui.
Refúgio na natureza
Para completar, ainda tem a natureza maravilhosa da região. E nem é preciso sair do hotel pra curtir. Olha só o que tem dentro da área do Storrs Hall:
Entendeu por que vale a recomendação, né?
Tem mais fotos na nossa página do Facebook. Clique aqui para ver!
Mais do que um hotel legal para ficar hospedado, o Storrs Hall é perfeito para ocasiões especiais – fim de semana de relax, lua de mel, comemoração de aniversário, despedida de solteiro com as amigas etc. :)
A gente curtiu demais e queria repetir a dose. Quem sabe no futuro… :D
Se você está planejando uma viagem ao Lake District, gostou da dica e quer fazer sua reserva, pode usar este link e, além de não gastar um centavo a mais, ajudar a gente (recebemos uma pequena comissão a cada reserva efetivada pelo Booking – e isso vale para qualquer hotel, de qualquer lugar, ok? Basta usar nossa caixa de busca para fazer sua pesquisa).
Se ainda não está convencido, dá uma olhadinha no vídeo que preparamos. Acho que depois dele será impossível não querer se hospedar lá! :)
Até a próxima!
Nah
Informações práticas Storrs Hall Hotel:
Onde?Windermere, Cumbria, LA23 3LG, UK
Quanto? Os preços das diárias variam dependendo da época do ano. Pesquise os valores para a época de seu interesse aqui.
*Essa foi minha fonte de pesquisa sobre a monarquia inglesa.
* Nós viajamos a convite do VisitBritain, mas as opiniões aqui registradas são 100% pessoais. Recomendo que você os siga no Facebook, Instagram e Twitter. Eles sempre postam boas dicas e publicam fotos lindas!
Depois de um longo intervalo vim terminar de contar uma história que o João começou a contar em FEVEREIRO. :O
O post dele, que relata nossos dois primeiros dias em Bordeaux, está aqui. Sobre essa mesma viagem eu escrevi este post, em que conto como foi nossa passagem pelo vilarejo medieval Saint-Émilion <3, que fica a cerca de 4okm da “capital francesa” do vinho e que é uma excelente opção de bate-volta para quem vai a Bordeaux e quer se dedicar ao enoturismo na região.
Hoje, vou contar como foram os outros dois dias que passamos em Bordeaux.
Esse não é o último post da série sobre a viagem. Para completar, apresentaremos o hotel em que nos hospedamos na cidade, o diferentão – e superbacana – Mama Shelter. Ele vem logo, ok?
Para começar (e para facilitar pra você), aqui vai o mapa que reúne todos os restaurantes em que comemos e bares em que bebemos, além dos hotéis em que ficamos hospedados e de algumas das atrações turísticas que visitamos durante a viagem – ou seja, em Bordeaux, em Saint-Émilion e em uma pequena viagem bate-volta que fizemos por ali. Use-o como base para criar o seu roteiro!
Ah, as atrações do centro não estão todas nomeadas porque você vai andar e encontrar. Tenho certeza. Mas, de qualquer forma, elas foram apresentadas nos posts, se você quiser saber mais. :)
Um sábado regado a muito vinho francês e um jantar em um barco-restaurante
Como contei no último post sobre essa viagem, deixamos Saint-Émilion no sábado pela manhã com um compromisso agendado em Bordeaux: às 13h30 embarcaríamos em um ônibus para passar o dia explorando vinícolas da região em um tour guiado.
A gente estava bem animado para o passeio, mas preciso confessar que o verdadeiro motivo da minha empolgação naquele dia gelado e de sol atendia pelo nome de Thaline. :)
Depois de quase três anos eu iria rever uma grande amiga de infância. Madrinha do nosso casamento. Irmã de alma. E como boa parceira, Thatali topou se juntar a nós nessa aventura de 5h (e ainda trouxe junto o seu namorado, Gianluca, que foi uma ótima companhia)!
A ideia do tour é bacana, mas na prática ele foi meio decepcionante para nós.Isso porque das cinco horas de “expedição”, cerca de duas e meia a gente passou dentro do busão – minha sorte é que eu e a Thaline tínhamos muuuuitas fofocas para colocar em dia; e a sorte do João é que o Gian é italiano (de verdade verdadeira) e passou a viagem toda dando boas dicas sobre o país de origem dele pra gente. :D
Digo que a ideia é bacana porque os dois chateaux que visitamos eram lindos e os vinhos que degustamos eram deliciosos, mas o percurso foi cansativo.
Se a gente tivesse visitado os mesmos chateaux de carro, por exemplo, teria sido mil vezes melhor. Portanto, toma nota dos nomes: Château du Taillan e Château d’Arsac.
É verdade que ao longo da viagem o guia dava informações interessantes, mas o fato de ele repetir os mesmos dados em francês e em inglês fazia com que a gente perdesse o foco, sabe? Ouvia em inglês, começava a conversar, e aí quando ele voltava a falar em inglês a gente não estava mais prestando a atenção. :(
Aliás, para quem não entende nenhum dos idiomas a coisa fica ainda mais complicada… Porque tem bastante explicação sobre os processos de fabricação e sobre as vinícolas em si em cada visita.
Além disso, a passagem pelos chateaux era rápida e quando a gente se empolgava na tacinha de vinho era hora de seguir viagem. Ah, e ao longo das 5h de tour não comemos nem um petisquinho… #sinceridades
O tour custa 38€ e os detalhes sobre ele estão aqui.
Bom dizer que não foi o passeio mais bacana do mundo na nossa opinião, mas pode agradar quem gosta de não ter muita preocupação na hora de fazer um tour, já que está tudo prontinho. É só embarcar no ônibus e curtir (ou não. huhu). ;)
O jantar é bom, não é “UAU, que maravilhosamente delicioso” (comemos em restaurantes bem melhores em Bordeaux – o Le Wine Bar e do Glouton Le Bistro, de que o João falou no post dele, por exemplo, são ESPETACULARES), mas a experiência é bem bacana.
É uma forma diferente de ver a cidade (apesar de que as janelas estavam bem embaçadas por causa do ar-condicionado) e o atendimento é impecável. Todos os garçons são muito gentis (teve um que até cantou “Pererê”, da Ivete Sangalo, quando dissemos que éramos brasileiros. hahaha) e os pratos não demoram muito a vir.
Eles têm dois cardápios diferentes: o Garonne (58€), que foi o que degustamos, e o Estuary (78€) – além do especial para crianças (35€). Bebidas à parte. Está tudo detalhado aqui.
As cerca de duas horas e meia que passamos a bordo do barco voaram. Isso é prova de que o conjunto da ópera funcionou, certo? Então, #ficadica. ;)
Além de jantares-cruzeiros, há outros programas a bordo do SICAMBRE. Para conhecer todas as opções é só clicar aqui. :)
Sem compromissos marcados na manhã e na tarde do domingo, nos permitimos dormir até um pouco mais tarde e recuperar as energias para curtir o último dia na inesquecível Bordeaux.
Domingo de muitos quilômetros andados e um jantar 5 estrelas
Nada como um belo café da manhã para começar bem um dia, né? Pois a mesa farta do Mama Shelter tinha tudo que a gente precisava para poder caminhar muuuito pelas próximas horas. :D
Dá uma olhada nas fotos pra ter noção do que eu estou falando:
Era MUITO bom. E MUITO completo. Pode apostar: o que você viu é só um aperitivo!
Saímos do hotel e nos mandamos para uma parte da cidade que ainda não tínhamos explorado: a região do mercado dos capuchinhos…
Que bela surpresa!
O mercado, que iniciou suas atividades em 02 de outubro de 1749 (bem menorzinho, claro!), tem muita comida regional, várias lojinhas supertípicas, e naquele dia um monte de locais estava curtindo o domingão por ali. A energia não podia ser melhor.
O mercado funciona de terça a sexta das 6h às 13h e aos sábados e domingos das 5h30 às 14h30. Não funciona às segundas-feiras!
Além disso, ele fica pertinho de uma praça em que estava rolando uma feira de antiguidades lindona. A praça fica em frente à basílica de Saint Michel, mas as informações sobre a feira em si são meio confusas e nada precisas. O que eu posso dizer é que a gente foi em um domingo e estava rolando. Espero que na sua passagem por lá também esteja! :)
Ali na praça também havia uma torre que no verão abre suas portas para quem quer admirar uma bela vista do alto da cidade (detalhes aqui!). Masné, a gente visitou Bordeaux no inverno, então perdemos essa atração. Vendo pelo lado “Pollyanna”, é mais uma desculpa para voltar lá em breve. :D
Dali, começamos a caminhar em direção ao restaurante onde almoçaríamos com a Thali e o Gian, a única coisa que nos fez desviar a rota foi esta loja:
Cerveja artesanal em em Bordeaux
QUANTA CERVEJA BOA, MINHA GENTE!
Tinha de todos os estilos, das mais diversas nacionalidades (inclusive do Brasil), e uma vendedora conhecedora dos melhores rótulos locais e europeus.
Como eles não têm licença para operar como bar, só como loja, escolhemos uma garrafa para levar e degustar depois.
O almoço com os amigos foi em um restaurantinho bacana, mas que fugiu da nossa câmera porque a gente queria curtir 100% o momento. :)
Alimentados, na sequência fomos os quatro bater perna para curtir o sol (e a bela cidade em que aconteceu o reencontro mais esperado do ano).
Ideia não só nossa, aliás, parece que todos os moradores de Bordeaux e os turistas que estavam na cidade naquele domingo pensaram em fazer a mesma coisa…
Também, pudera, o dia estava agradabilíssimo. O sol esquentava, os músicos levantavam o astral da região com seu talento e o rio ao lado compunha o cenário da melhor forma possível.
Fizemos uma caminhada despretensiosa até quase não haver mais Bordeaux.
Para retornar, pegamos o tram e fomos até a região da Place de la Bourse procurar um barzinho para tomar a última cerveja juntos. <3
Depois de nos despedirmos do casal de amigos, para encerrar nossa passagem por Bordeaux com chave de ouro jantamos no La Brasserie Bordelaise.
E como comemos bem, viu?
Olha só:
Saímos do restaurante mais do que satisfeitos, voltamos para o hotel e dormimos já sabendo que sentiríamos saudades dos dias incríveis que passamos nessa cidade linda, que tem pessoas mega simpáticas (e dispostas a ajudar) e oferece tantas delícias gastronômicas – na área dos comes e na área dos bebes. hehe
Hoje, escrevo esse post direto de um hotel em Modesto (Califórnia – EUA) com a certeza de que retornar a Bordeaux é mais que um sonho, é um plano.
Ainda há muito a explorar, comer e beber. Espero em breve poder contar como foi nosso dia 6, nosso dia 7 e tantos outros dias que iremos passar por lá. :)
Beijo e até o próximo post,
Nah!
*Fizemos alguns dos passeios e fomos a alguns dos restaurantes a convite do Bordeaux Tourist Office, mas deu pra ver que minha opinião é isenta e transparente, né? :)
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