Dica de hotel em Anaheim, a terra da Disney na Califórnia

Um único motivo fez a gente iniciar nossa viagem de dois meses pela Califórnia em Anaheim (cidade que tem pouco mais de 300 mil habitantes e está a cerca de 40 quilômetros de Los Angeles): é lá que ficam os dois parques temáticos da Disney no “golden state”, e eu, como boa Disney freak (já até trabalhei para o rato gigante – minha experiência como cast member está contada em detalhes neste post), não podia não conhecer – até porque mais do que dois simples parques da Disney, um deles foi O PRIMEIRO de todos, onde o sonho de Walter Elias Disney começou a ser apresentado para o mundo. <3

The happiest place on earth - O lugar mais feliz da terra. Eu concordo! :)
The happiest place on earth – O lugar mais feliz da terra. Eu concordo! :)

Dito isso, é claro que na hora de escolher onde ficar nas três noites que programamos passar na cidade a obrigação número 1 era que fosse um hotel perto do Disneyland Park, do Disney California Adventure e do Downtown Disney! :D

Uma pesquisa rápida mostrou que as opções eram diversas.

Para começar, tinham os hotéis com selo Disney:

São três hotéis lindões, com tudo que se espera da estabelecimentos com a marca Disney e com a melhor localização do mundo para quem quer curtir muitão o “Disney side” de Anaheim, mas não se encaixavam no nosso orçamento. :)

Na sequência vinha uma SÉRIE de hotéis e motéis que ficavam na avenida principal da região – a West Katella Avenue – e nas ruas perpendiculares, e que também têm nota bem alta no quesito localização para a Disney. Dando uma olhadinha no Google Maps, eu tive certeza: era dali que sairia o nosso escolhido.

–> Fiz um mapinha com algumas opções de hotel na região. Clicando no nome deles você vai ver o link que leva para a página do hotel no Booking, onde pode saber mais sobre ele e fazer sua reserva. Se você usar esse link para fechar sua hospedagem, poderá achar bons descontos e ainda ajudar o blog, pois recebemos uma pequena comissão por reserva feita – mas você não paga a mais por isso. ;)

O hotel em que ficamos – e que você vai conhecer a seguir – é o que está marcado em cor diferente!

Aí, chegou a hora de pesquisar bem várias das opções e concluir que a que atendia melhor a todos os nossos anseios atendia pelo nome de Anabella Hotel.

Tão Califórnia essa rua, né? :) Ali à direita na imagem está o hotel.
Tão Califórnia essa rua, né? :) Do lado direito da imagem está o hotel.

O primeiro – e principal – motivo é óbvio: de todos, ele era o mais perto da Disney! #quedúvida (se bem que todos eram bem pertinho, eu que sou exagerada e queria O MAIS PERTO. hahaha)

Uma caminhadinha de cerca de dez minutos nos deixaria no Downtown Disney (a área de lojas e restaurantes que é aberta mesmo para quem não tem ingresso para os parques e onde ficam as entradas dois dois parques).

Placa Downtown Disney - Theme Parks

Além disso, o Anabella Hotel estava com um bom desconto no Booking* – a diária nos custou 81 dólares -, os comentários sobre ele eram bons, pelas fotos vimos que as instalações eram bacanas, tinha uma piscininha esperta pra gente relaxar nos dias sem parque (depois descobrimos que eram duas, na verdade)… ah, não tinha erro, né?

E não teve mesmo!

Quer dar uma olhadinha como era por dentro? Aqui vão algumas fotos:

O hotel tinha duas piscinas. Essa aí, a "quiet pool", que era só para adultos e tinha um sonzinho suave tocando; e a outra que ficava junto ao bar e era um agito só. haha. Nos dois dias que voltamos dos parques perto das 23h ainda tinha gente curtindo a balada molhada. hihi
O hotel tinha duas piscinas. Essa aí, a “quiet pool”, era só para adultos e tinha um sonzinho suave tocando; a outra ficava junto ao bar e era um agito só. haha. Nos dois dias que voltamos dos parques perto das 23h ainda tinha gente curtindo a balada molhada. hihi
Cama gigantona (falei pro João que tava com saudade dele até, porque dormimos loooonge na primeira noite. haha) com conforto de nuvem. Ótima pra um sono revigorante pós-parque!
Cama gigantona (falei pro João que tava com saudade dele até, porque dormimos loooonge na primeira noite. haha) com conforto de nuvem. Ótima pra um sono revigorante pós-parque!
Um defeitinho: a tevê ficava meio longe da cama e os míopes aqui quase não enxergavam o que tava na tela. Mas como a gente assistiu tipo 5 minutos antes de dormir porquené, estávamos podres nas três noites, não fez falta...
Um defeitinho: a tevê ficava meio longe da cama e os míopes aqui quase não enxergavam o que estava na tela. Mas como a gente assistiu tipo 5 minutos antes de dormir – porquené, estávamos podres nas três noites -, não fez falta…

hotel perto da disneyland california

Mesinha de café, cofre e um closet pequeno.
Mesinha de café, frigobar, cofre e um closet pequeno.

hotel disneyland california

Saímos de lá satisfeitos e até com vontade de prolongar a estadia – especialmente para poder experimentar o Tangerine Grill and Patio, um bar/restaurante que fica dentro do hotel e que ganhou destaque na revistinha da cidade que pegamos no Uber na ida pra lá por conta do seu menu bem californiano. :)

O único ponto negativo foi a falta de café da manhã. :(

O que nos salvou foi o Jamba Juice, uma rede de suco e comidinhas saudáveis INCRÍVEL que tem uma lojinha no Downtown Disney – e em várias cidades dos Estados Unidos. A gente tomou café da manhã lá três dias seguidos! #ficadica

Pra quem quer tentar manter a linha na alimentação durante uma temporada nos Estados Unidos, onde as tentações alimentícias são grandes, o Jamba Juice é uma ótima opção. O site deles tá aqui!
Pra quem quer tentar manter a linha na alimentação durante uma temporada nos Estados Unidos, onde as tentações alimentícias são grandes, o Jamba Juice é uma ótima opção.
A gente experimentou os três "energy bowls" deles e curtimos todos. Detalhe: é GRANDE. Sempre dividimos e foi mais do que suficiente.
A gente experimentou os três “energy bowls” deles e curtimos todos. Detalhe: é GRANDE. Sempre dividimos e foi mais do que suficiente.

O que você deve levar em consideração ao escolher um hotel em Anaheim (Califórnia)

Mas a verdade é que por mais que tenhamos curtido bastante o hotel, ficamos MUITO pouco tempo nele.

Pra você ter uma ideia, chegamos em Anaheim na sexta no começo da tarde, tomamos banho e já saímos pra explorar o Downtown Disney e o lado cervejeiro da cidade (sim, tem isso. Mas é papo pra depois).

Aperitivo do lado cervejeiro de Anaheim!
Aperitivo do lado cervejeiro de Anaheim!

Naquele dia, voltamos PODRES para o hotel perto das 22h (tínhamos viajado a noite anterior inteira) e capotamos. No dia seguinte, acordamos às 7h e partimos para o Disney California Adventure Park. Só voltamos para o hotel às 23h! No domingo, mesma coisa – só que no Disneyland Park. E na segunda arrumamos as malas e logo era hora do check-out.

Conclusão? Se seu objetivo em Anaheim é curtir os parques Disney e você quer economizar, existem hotéis e motéis com preços melhores do que o Anabella e que podem ser boas opções pra quem só quer uma cama legal pra dormir.

Não vou falar em valores específicos porque isso pode mudar de acordo com a época do ano, mas a lista completa está aqui* – ou no mapa acima. Depois de escolher uma opção, vale dar uma boa olhada nas avaliações de quem já se hospedou lá, ver o que os hóspedes disseram no TripAdvisor, jogar no Google Maps para ver bem a localização… enfim, fazer o dever de casa e tomar uma decisão mais bem embasada. #viajanteesperto ;)

Depois, é só fechar a reserva e começar a fazer o que Walt Disney fazia de melhor: sonhar. <3

sunset Anaheim

Beijobeijo e até o próximo post!

Nah

*Se você efetivar sua reserva usando os links espalhados pelo post estará ajudando o blog. Você não paga nada a mais por isso e a gente ganha uma pequena comissão! ;) Se preferir, use a caixa de pesquisa que está aqui do lado esquerdo. :)

Até 30/10/2016 estaremos curtindo o melhor da Califórnia. Quer acompanhar a viagem em tempo real? Segue a gente nas redes sociais:

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Saint-Émilion: vilarejo medieval francês que roubou meu coração

Ruas de pedra, vias estreitas, (bela) arquitetura padronizada, lendas antiquíssimas que tornam tudo ainda mais interessante, muita história, uma vista do alto de tirar o fôlego, comida deliciosa, vinhedos para todos os lados (e excelentes vinhos em todos os lugares), povo acolhedor, gatinhos circulando livremente… Motivos para se apaixonar por Saint-Émilion não faltam! saint emillion - vilarejo perto de bordeaux-4

saint emillion - vilarejo perto de bordeaux-2

saint emillion - franca-4

saint emillion - vilarejo perto de bordeaux-5 A gente precisou de um dia e meio na pequena cidade em que parece que o tempo parou para incluí-la na nossa lista de preferidas da vida (AHAM!). E as experiências que vivemos lá contribuíram muito para isso. É sobre elas, aliás, que eu falo hoje. :)

→ Esse é o segundo post sobre essa viagem. O primeiro, em que João contou o que fizemos no primeiro dia que passamos em Bordeaux, está aqui.

Um tour a pé guiado em um patrimônio mundial da UNESCO

Vou ser bem sincera com você: nossa passagem por Saint-Émilion começou com uma decepção!

Deixamos Bordeaux na sexta-feira pela manhã achando que chegaríamos ao pequeno vilarejo medieval francês que é considerado um patrimônio mundial da UNESCO pela sua paisagem repleta de vinhedos e faríamos um passeio de bicicleta pela região. As bikes já estavam reservadas e a gente estava bem ansioso.

Tínhamos explorado a região de Cotswolds (interior da Inglaterra) de bike poucas semanas antes e tínhamos curtido MUITO. Não víamos a hora de fazer o mesmo em Saint-Émilion... :( --> Começamos a contar as histórias da nossa trip para Cotswolds neste post.
Tínhamos explorado a região de Cotswolds (interior da Inglaterra) de bike poucas semanas antes e tínhamos curtido MUITO. Não víamos a hora de fazer o mesmo em Saint-Émilion…
–> Começamos a contar as histórias da nossa trip para Cotswolds neste post.

Porém, logo nos primeiros quilômetros de viagem (Saint-Émilion está a cerca de 40km distante de Bordeaux – no fim do post tem informações práticas para você chegar lá), uma chuva insistente começou a cair, e nossa animação foi junto. Afinal, no céu, sinal nenhum indicava que podíamos ter esperanças. Para todos os lados que olhávamos só víamos nuvens cinzas.

Assim que estacionamos o carro no nosso destino final concluímos que o plano B teria que ser colocado em prática. E qual era esse plano? Um city tour guiado!

Quer coisa melhor do que se perder para se encontrar nessas ruazinhas cheias de charme, né?
Quer coisa melhor do que se perder para se encontrar nessas ruazinhas cheias de charme?

Em pouco tempo, o que era frustração virou satisfação. #tudumpá

Audrey, nossa guia, uma local de vinte e poucos anos que fez intercâmbio no Canadá e falava um inglês impecável, sabia MUITO sobre a cidade e estava mais do que disposta a contar tudo pra gente.

Com seu guarda-chuva na mão, no maior estilo Mary Poppins, ela iniciou o tour nos fundos do escritório de turismo da cidade, onde ficava uma bela igreja que foi erguida entre os séculos XI e XV.

saint emillion - franca

saint emillion - franca-3

saint emillion - franca-2

Em um 1h30 de passeio, Audrey nos levou para conhecer o local onde o padroeiro do município viveu e construiu sua fama de santo (tá certo que tem quem questione suas histórias, mas que elas são bacanas é inegável), nos apresentou a bela igreja monolítica (ou seja, lapidada a partir de uma grande pedra! – é, chocante!) que é uma das principais atrações da cidade (mais informações a seguir), contou várias curiosidades sobre Émilion, mostrou uma rua perfeita para quem quer jogar a madrasta ladeira abaixo (calma, é uma brincadeirinha! :), nos levou para explorar construções subterrâneas que datam do século VIII (sim, OITO!) e muito, muito mais.

Selecionei algumas fotos para contar algumas das histórias que ouvimos…

saint emillion - catacumbas-2

Este aí é o santo que dá nome a esse apaixonante vilarejo medieval francês.

Segundo nossa guia, Émilion era um monge britânico que deixou para trás sua família para se dedicar à causa dos pobres e da religião. Existem algumas lendas a respeito da história dele, até hoje sobrevive uma que diz que a mulher que se senta em seu oratório, nas catacumbas em que fica essa imagem, engravida pouco tempo depois. A Audrey nos contou que o escritório de turismo da cidade recebe centenas de cartas por ano de mulheres que comprovam o “milagre”. Diz que tem muita gente que viaja por diiiias para colocar nas “mãos” do santo o seu futuro materno. E aí, você acredita nisso?

saint emillion - catacumbas

Você tem noção de que essa construção é SUBTERRÂNEA? A estrutura impressiona.

E esse é apenas um pequeno pedaço da Saint-Émilion que existe “debaixo da terra” e que só é possível visitar com a ajuda de um guia. A Audrey, guia que nos acompanhou, tinha as chaves das impressionantes galerias subterrâneas e nos revelou que essa é a maior construção desse tipo da Europa. Uma pena que tudo é muito escuro por lá e as fotos não conseguem registrar toda a suntuosidade desses “segredos” de Saint-Émilion.

Também no "underground" de Saint-Émilion, há uma igreja com ícones pagãos, arquitetura que mistura traços góticos com traços romanescos, enfim, uma mistura de "linhas de pensamento".

Também no “underground” de Saint-Émilion, há uma igreja com ícones pagãos, arquitetura que mistura traços góticos com traços romanescos, enfim, uma mistura de “linhas de pensamento”.

A chuva nos acompanhou durante todo o percurso, mas isso não foi um problema. Diversas das paradas eram cobertas, estávamos vestidos apropriadamente (aliás, muito importante passear por lá de tênis, já que o terreno é irregular, tem bastante subida e descida e, com chuva, os paralelepípedos ficam bem escorregadios) e o papo estava extremamente interessante.

Foi muito, muito legal. <3 Recomendo sem pensar duas vezes. É uma ótima forma de explorar a cidade e ver as coisas passarem a fazer sentido diante dos seus olhos. Uma boa guia faz toda a diferença. :)

saint emillion - vilarejo medieval franca
A igreja monolítica e os tesouros que seu “underground” guarda. Quer entrar aí nessas portinhas e ver o que a gente viu? Só pode se estiver acompanhado de um guia. Justo. Afinal, só assim é possível conservar tanta história!

Adultos pagam 13€ (22€ por casal), estudantes e adolescentes entre 12 e 17 anos pagam 10€ e crianças até 12 anos, acompanhadas dos pais, não pagam. Todos os detalhes sobre datas e horários (e também o link direto para reservas) estão aqui. É importante dizer que os tours são guiados apenas em inglês e em francês – e é preciso reservar com antecedência (até porque nem todos os tours acontecem durante o ano inteiro).

E esse não é o único tour guiado que você pode fazer em Saint-Émilion. Neste link estão todas as opções de tours oficiais do bureau de turismo local. Vale a pena dar uma boa olha na lista (que inclui opções para famílias, mais voltadas para o lado histórico, para quem quer saber mais sobre os famosos vinhos da região e assim por diante) antes de decidir qual tour fazer, até pra não se arrepender da escolha depois. ;)

Minha dica? Faz uma listinha com o que você considera mais importante em um tour, cruza os prós e contras de cada opção e manda ver na sua decisão. :)

Uma boa análise SWOT pode ajudar bastante!

Essa é uma ferramenta de gestão que sempre usamos quando estamos indecisos sobre o que fazer em nossas viagens. Basta listar forças e fraquezas, oportunidades e ameaças de cada opção a ser analisada e ver qual tem mais pontos fortes do que fracos. Dessa forma, as chances de errar em uma decisão são consideravelmente menores. ;)

SWOT

Comida que aquece a alma

No fim do tour guiado, Audrey nos levou para almoçar no Chai Pascal.

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Nossa mesa era a única que está vazia na foto. :)

Passava de meio-dia e meio e o salão estava lotado. A maître nos revelou qual era o prato do dia e todos acatamos sua sugestão: uma carne de panela que, segundo as duas, era um prato típico da região.

saint emillion - vilarejo medieval franca-2
Momento blogueira fail: não lembro o preço dos pratos, mas come-se bem com cerca de €25 por pessoa lá.

Para acompanhar, pedimos uma taça do “vinho da casa”, que por essas bandas do mundo é sempre uma excelente pedida.

Fazia um frio danaaaaado naquele dia e a comida não apenas nos alimentou e aqueceu as pancinhas, mas emocionou, sabe? Era tudo simples e delicioso – além de o ambiente ser bem agradável. Saímos de lá satisfeitíssimos e prontos para o momento mais esperado da viagem para Saint-Émilion: o tour pelas vinícolas. \o/

A incrível experiência de beber um bom vinho direto da fonte

A chamada “Grande Saint-Émilion”, que abrange o vilarejo de mesmo nome e outras oito pequenas cidades ao redor, tem 7846 hectares de terra dedicados ao plantio de uvas para vinho, o que equivale a uma área de 78.46 km2 só de vinhedos. <3

No total, são 820 châteaux produzindo vinhos da melhor qualidade.

Infelizmente, a gente não escolheu a melhor das épocas para visitar Saint-Émilion. Em janeiro, as parreiras estava todas "peladas" - além de o clima estar frrriiiooo e bem cinza. Fecha os olhos e imagina esse cenário lá por maio, em que tudo está verdiiinho e carregado de uva. <3
Infelizmente, a gente não escolheu a melhor das épocas para visitar Saint-Émilion. Em janeiro, as parreiras estavam todas “peladas” – além de o clima estar frrriiiooo e bem cinza. Fecha os olhos e imagina esse cenário lá por maio, em que tudo está verdiiinho e carregado de uva. <3

Por isso mesmo, o que não faltam por lá são opções de tour para conhecer alguns dos produtores da região (dá uma olhada nesse link e nesse também para entender do que eu tô falando). Nossa programação incluía a visita a duas vinícolas: Lapelletrie e Toinet-Fombrauge. chateau lapelletrie - saint emillion_

Em ambas fomos recebidos pelos donos, que nos contaram um pouco da história do château e sobre os vinhos que produzem, apresentaram sua estrutura de produção, falaram sobre a distribuição (os dois vendem na França e em alguns outros países da Europa, infelizmente não é possível encontrá-los no Brasil) eeee… serviram seus vinhos para que a gente pudesse degustar! \o/

No Château Lapelletrie, quem conduziu a visita e nos serviu uma taça de seu vinho safra 2014 foi Anne Biscaye, que é hoje quem cuida da vinícola que foi inaugurada por seu avô, Pierre Jean, em 1930!
No Château Lapelletrie quem conduziu a visita e nos serviu uma taça de seu vinho safra 2012 foi Anne Biscaye, que é hoje quem cuida da vinícola que foi inaugurada por seu avô, Pierre Jean, em 1930!

As duas visitas foram muito legais. Na primeira, exploramos até uma cave subterrânea, sem luz e com morcegos. Haha

A cave em si não está mais em uso, hoje eles modernizaram o processo e os barris ficam em uma área menos roots, digamos assim. De qualquer forma, foi muito legal ver a evolução do processo de produção e saber como era quando o avô de Anne era o responsável pelo plantio, colheita e produção dos vinhos. :)

Anualmente, a Lappelletrie produz cerca de 65000 garrafas de vinho. A uva plantada nos cerca de 12 hectares de terra do châteaux é a Merlot.
Anualmente, a Lappelletrie produz cerca de 65000 garrafas de vinho. A uva plantada nos cerca de 12 hectares de terra do châteaux é a Merlot.
Uma história legal: viu que o rótulo da garrafa da foto anterior tinha o desenho de uma árvore? Então, a inspiração para o desenho é essa aí. Uma árvore plantada pelo avô de Anne no início da história do château Lappelletrie, lá nos anos 30. Legal, né?
Uma história legal: viu que o rótulo da garrafa da foto anterior tinha o desenho de uma árvore? Então, a inspiração para o desenho é essa aí. Uma árvore plantada pelo avô de Anne no início da história do château Lappelletrie, lá nos anos 30. Legal, né?

Mas o mais louco aconteceu no segundo château, o Toinet-Fombrauge.

Essa vinícola tem uma área de 7 hectares de terra para plantio de uva para vinho e utiliza esse espaço para produzir 60% Merlot, 25% Cabernet Franc e 15% Cabernet Sauvignon. Preocupados com a qualidade dos caixos selecionados, a colheita é feita inteira manualmente. No outro château, parte da colheita é manual e parte é automatizada.
Essa vinícola tem uma área de 7 hectares de terra para plantio de uva para vinho e utiliza esse espaço para produzir 60% Merlot, 25% Cabernet Franc e 15% Cabernet Sauvignon. Preocupados com a qualidade dos cachos selecionados, a colheita é feita inteira manualmente. No outro château, parte da colheita é manual e parte é automatizada.

Lá, o dono, Bernard Sierra, abriu um barril em que a safra de 2014 “envelhecia” e nos serviu uma taça direto dali.

chateau toinete fombrauge - saint emillion_-4

chateau toinete fombrauge - saint emillion_-2

chateau toinete fombrauge - saint emillion_

GENTE, foi um dos melhores vinhos que eu já tomei na vida. Era muito, muito bom (pode ser que eu estivesse emocionada demais, porque a experiência em si já era muito legal, mas lembro com carinho daquele primeiro gole. haha).

Depois da tacinha de degustação, eu não resisti e perguntei: “amigo, rola a gente comprar uma garrafa?”.

Ele fez uma firula, disse que o vinho não estava pronto, que precisava de mais uns meses, que a garrafa nem tinha rótulo ainda, pensou, pensou e pensou mais um pouco até dizer: “€20!”

Foi uma daquelas compras emocionais, sabe? Já compramos vinhos exceleeeentes por bem menos do que isso. Mas não dava pra resistir.

Vimos ele encher nossa garrafinha lisinha, sem informação alguma, colocamos ela embaixo do braço e partimos para o bed and breakfast que seria nossa hospedagem naquela noite prontos para beber aquele vinho até o último gole. #glup

chateau toinete fombrauge - saint emillion_-3

La Gomerie: é hotel, mas bem que podia ser casa

Até aqui, o dia tinha sido frenético.

Pegamos a estrada às 9h da manhã. Chegamos em Saint-Émilion e fomos direto para o city tour. Almoçamos e fomos direto visitar os châteaus. Com alguns mililitros de vinho no sangue e cansada por causa do dia puxado (não tô reclamando, pelamor, foi puxado, mas foi incrível!), tudo o que eu queria era tomar um banho e dar uma descansadinha/trabalhadinha (pois é, era preciso) antes do jantar.

Por isso, ainda de dentro do carro, dei um suspiro quando avistei o La Gomerie…

La Gomerie- hospedagem em saint emillion_-4

saint emillion - la gomerie

Casinha de pedra, cachorro correndo de um lado pro outro, os filhos dos donos (Maryjoe e William, um casal pra lá de gente boa) brincando na porta de casa, um montão de parreiras no entorno. Parecia cenário de filme.

O dono nos contou que tinha uns hectarezinhos de terra em que plantava sua própria uva - e, claro, depois produzia seu próprio vinho. Que vida boa, ôôôô!
O William nos contou que assim como boa parte da população de Saint-Émilion, ele também tem uns hectarezinhos de terra em que planta sua própria uva – e, claro, depois produz seu próprio vinho (que é orgânico, aliás). Que vida boa, ôôôô!

Aí entramos na casa e pensei: “aaaah, podia morar aqui pra sempre!”.

Era tudo muito bonitinho e aconchegante, além de limpo e organizado. Chuveiro bom, cama gostosa, áreas comuns (copa e cozinha) bem práticas… enfim, um lugarzinho incrível para passar uma noite.

Dois detalhes importantes: o La Gomerie não fica NO CENTRO de Saint-Émilion (está cerca de 1,5km distante do centrinho do vilarejo) e apesar de o WiFi ser gratuito, não funcionava bem no quarto. Mas, sinceramente, não acho que isso prejudique a qualidade da estadia. :)

OLHA ESSE QUARTO!
OLHA ESSE QUARTO! <3

La Gomerie- hospedagem em saint emillion_-2

saint emillion - la gomerie-2

→ Se quiser se hospedar lá ao mesmo tempo em que dá uma mãozinha pra gente, faça sua reserva por este link. A gente ganha uma pequena comissão e você não paga a mais por isso. ;)

De banho tomado, servimos nossas duas taças do vinho “desrotulado”, brindamos e tomamos um único gole. O resto teve que ficar para o dia seguinte, pois aquela sexta-feira inesquecível acabava ali.

Café da manhã delicioso, feito pelos próprios donos do La Gomerie.
O sábado começou superbem: com um café da manhã delicioso, feito pela Maryjoe.
Cara de criança feliz depois de uma noite bem dormida e com uma mesa cheia de quitutes franceses à disposição. :D
Cara de criança feliz depois de uma noite bem dormida e com uma mesa cheia de quitutes franceses à disposição. :D Ah, não deixe de olhar “pra fora da janela”. Tá vendo as parreiras ali? Tudo plantado e colhido pelo próprio William! :)

–> Antes de decidir onde vai se hospedar em Saint-Émilion quer dar uma olhada em outras opções? Aqui tem várias!

Dicas práticas para você curtir Saint-Émilion

Além desse dia inteiro que passamos em Saint-Émilion, tivemos mais uma manhã na cidade. Era sábado e dava pra contar nos dedos as almas vivas circulando pelas ruas. Tinha mais gatinho do que gente nas pequenas vielas do vilarejo. :)

Os donos de Saint-Émilion na baixa temporada
Os donos de Saint-Émilion na baixa temporada

Além disso, o comércio estava quase todo fechado, então só batemos perna mesmo.

Foi uma delícia, mas eu confesso que queria mais um dia útil por lá. Acho que dois dias inteirões – e com tudo aberto – tá de bom tamanho pra cidade. Claro, se você quiser visitar mais châteaux da região e explorar melhor a parte histórica do vilarejo, dá para incluir um terceiro dia, com certeza não será motivo para tédio. Ao mesmo tempo, uma daytrip bem planejadinha cobre bem os principais pontos turísticos, então é tudo questão de organização e de vontade mesmo. ;) saint emillion - vilarejo perto de bordeaux

Para se programar nesse sentido, recomendo uma visita ao site do escritório de turismo (aqui). É supercompleto e pode ajudar bastante. ;)

–> Como chegar

Saindo de Bordeaux, dá para chegar a Saint-Émilion de trem, de ônibus ou, como a gente fez, de carro.

Os preços variam bastante dependendo da época e da antecedência com que você compra os bilhetes. Então, sugiro que acesse os sites para se programar direitinho. Na cidade em si dá pra fazer tudo a pé – especialmente se você ficar hospedado bem no centrinho (o que não foi nosso caso), mas um carro ajuda bastante se seu objetivo for mais turistar pelos châteaux mais afastados (claro que isso vai impedir que você tome todas. Mas, honestamente, esse não costuma ser o foco dessas visitas. A ideia é conhecer a vinícola e degustar UMA taça de vinho – o que não será problema para você dirigir por ali).

–> Quando ir

Se a gente for fazer uma análise fria, janeiro, quando nós visitamos Saint-Émilion, é uma época PÉSSIMA para turistar na cidade. O clima não é dos melhores, a paisagem não está no seu ápice (a colheita das uvas é feita em setembro e elas só voltam a dar as caras lá pelo meio de maio), nem tudo fica aberto e não há muito movimento de pessoas. Porém, contudo, entretanto, nós AMAMOS a experiência. Ou seja, diria que sempre é tempo de conhecer esse pedacinho maravilhoso da França – até porque é bem bacana circular por Saint-Émilion deserta, como você vê nas fotos (isso é tipo praticamente impossível na alta temporada). :)

Mas se você quer pegar a cidade em seu auge, programe sua viagem no intervalo entre meio de maio e fim de setembro, pois as temperaturas estão melhores, a programação cultural é intensa, as cores da natureza deixam a cidade ainda mais fotogênica, dá para visitar os vinhedos DE VERDADE… enfim, é quando tudo colabora para a experiência ser a melhor possível!

–> Onde comer

Quer escolher os restaurantes em que vai comer antes mesmo de chegar a Saint-Émilion? Dá uma olhada neste link. Tem várias boas sugestões.

Diz aí, consegui convencer você a incluir Saint-Émilion na sua lista de viagens dos sonhos? Espero que sim, porque eu já estou louca pra voltar. <3

Como não querer voltar? :)
Como não querer voltar? :)

*Essa viagem teve apoio do Bordeaux Tourist Office, mas minha opinião é isenta e transparente (apesar de apaixonada). :)

–> Quer ver mais fotos de Saint-Émilion? Veja o álbum que criamos no Facebook. Ele reúne as imagens que tiveram que ficar de fora desse post. –> Logo mais faremos outros posts sobre essa trip. Se você não leu o primeiro relato, que conta o que fizemos assim que chegamos a Bordeaux, clique aqui.

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Bordeaux: nosso roteiro de cinco dias (parte 1)

A ideia de conhecer Bordeaux (França) surgiu ao acaso, na última Black Friday. Entrei no site da Ryanair pra ver se tinha alguma boa oferta e encontrei o melhor cenário que já havia visto por ali: uma lista com passagens para várias cidades custando £4 IDA E VOLTA a partir de Londres. Nada mau, né?

Fizemos uma rápida análise. Não me lembro bem de todas as opções que estavam com esse preço, mas tinha algumas cidades na Itália, outras na Espanha, na Noruega, países diversos do leste europeu, e, na França, uma das cidades mais conhecidas do mundo pelos vinhos que produz.

Não era uma escolha fácil, mas optamos por Bordeaux porque pensamos que seria a oportunidade perfeita para fazer uma viagem despretenciosa e relax, dedicada ao vinho. E como é legal programar  uma viagem assim, meio sem querer, não?

Bordeaux - o que fazer
Não poderíamos ter escolhido melhor. Bordeaux é daquelas cidades que desperta a vontade de pegar a mala e se mudar pra lá

Passamos cinco noites lá. Período suficiente pra conhecermos quase tudo o que tínhamos planejado.

Bordeaux tem pouco mais de 200 mil habitantes e boa parte das atrações da cidade podem ser vistas a pé. Tivemos tempo, inclusive, para dormir uma noite em Saint-Émilion, vilarejo medieval que tem menos de 500 habitantes e fica a 40km de Bordeaux, numa região cercada por vinhedos.

Hoje vou começar a contar a história dessa viagem fazendo um resumo dos nossos dois primeiros dias por lá.

Primeiro dia: tour guiado e muito vinho

Logo que chegamos no Mama Shelter, um hotel boutique com uma pegada divertida e super bem localizado (em breve falaremos sobre em detalhes), largamos as malas e saímos para um tour guiado por uma profissional do departamento de turismo da cidade. Enquanto caminhávamos pela cidade, ela contava sobre a história e curiosidades de Bordeaux.

Bordeaux - Cathédrale Saint-André_
A arquitetura da Catedral de Bordeaux impressiona. A guia nos contou que ela levou aaaaanos para se construída. Por isso mesmo, parte da construção tem características romanescas e parte, góticas. Observar esses detalhes estando lá dentro torna a visita ainda mais interessante

Um dos fatos mais curiosos que ela contou foi que o prefeito de Bordeaux está no cargo, acredite, desde 1995. O cara é uma unanimidade! Não por pouco. Mudou completamente a cidade fechando ruas para carros, trocando estacionamentos por áreas verdes e privilegiando o transporte público. As fotos do antes e depois que estão expostas em um pequeno museu na Place de la Bourse falam por si:

Bordeaux - revitalizacao-2
Vão os carros, vêm as pessoas

Bordeaux está classificada desde 2007 como patrimônio mundial da UNESCO pelo seus belíssimos e muito bem conservados prédios do século XVIII, que combinam características da arquitetura clássica e neoclássica às margens do rio Garonne.

Uma das coisas que mais chamaram a minha atenção na cidade é como ela é silenciosa. Como na maior parte da região central o tráfego é formado basicamente por trams, ônibus de baixa emissão de CO2 e bicicletas – em alguns trechos a circulação de carros é proibida -, a calma e a tranquilidade conduzem a rotina.

Em duas horas de tour, tivemos uma bela primeira impressão da cidade e nos preparamos da melhor forma possível para explorar o que Bordeaux tinha a nos oferecer…

Bordeaux - revitalizacao-3

Rota urbana do vinho em Bordeaux

Na noite do primeiro dia fizemos um tour guiado para explorar alguns dos melhores wine bars da cidade. O Urban Wine Trail Bordeaux é conduzido pelo Thibault (se fala Tibô), um enólogo gente boa de 28 anos que trabalha no escritório de turismo como  responsável pelo enoturismo.

Por enquanto, o tour está restrito à imprensa, mas aqui você pode pegar um mapa e fazer o passeio por conta. São 14 bares escolhidos a dedo por ele. Dica quente: se você fizer o passeio e falar que está fazendo a rota vai ganhar um mimo nos estabelecimentos. Não sei o que é, mas vale tentar a sorte. ;)

O tour – que, aliás, tem uma proposta parecida com a do nosso tour A Rota da cerveja artesanal em Londres – foi divertidíssimo. O plano era visitarmos três bares para degustar vinhos de Bordeaux e região, aprender sobre a bebida e provar iguarias locais, como queijos variados e o foie gras – aclamado pelo franceses e condenado pelos ambientalistas.

Começamos a rota muito bem, caminhando pelas charmosas ruelas de Bordeaux com suas luzes amareladas e acompanhados por uma lua cheia que não espantava o frio, mas era um convite a ficar na rua.

Bordeaux - wine more time

O primeiro bar, Wine More Time, era muito legal. Como a gente é muito acostumado a frequentar bares de cerveja artesanal onde quer que estejamos, é sempre legal visitar algo similar, mas com o foco em outra bebida. A atmosfera era parecida, inclusive. Principalmente o quadro negro que anunciava a carta de vinhos da noite.

Bordeaux - wine more time-2

O bar tem mais de 400 rótulos – os mais baratos custam cerca de €10, e o mais caro sai por €400. Muitos deles você pode consumir em taças ou garrafas.

Ficamos um bom tempo lá ouvindo o Alexandre, dono do bar, falar sobre os vinhos de Bordeaux e dar dicas sobre como degustá-los melhor, sentindo seus taninos e decifrando aromas e sabores.

Bordeaux - wine more time - queijos

Conversamos sobre sobre a paixão dos franceses pelo foie gras e a polêmica envolvendo sua produção. O foie gras é o fígado de pato engordado, que recebe uma alimentação forçada e bastante invasiva a ponto de ser proibido em alguns países. Se tiver curiosidade, dê uma googleada. Alerto que as imagens são perturbadoras.

O que ficou claro pra mim é que o foie gras é algo tão cotidiano na cultura dos franceses que eles pouco se importam como a forma que ele é “obtido”. Eu experimentei ali pela primeira vez e não me fez muito a cabeça, não. Confesso que as imagens da tortura que as aves sofrem me vieram à mente enquanto comia.

A experiência me fez pensar também sobre como nossos hábitos, nossa cultura e a realidade que vivemos muitas vezes nos cegam a respeito de absurdos que, de tão enraizados, parecem normais. Aí podemos falar de consumo de carne, corrupção, violência, “jeitinhos”…

O wine bar comandado por italianos

Bordeaux - le wine bar
O Le Wine Bar, nossa segunda parada no tour, é comandado por Giancarlo e Emmanuel, dois cunhados italianos que apesar de não morarem mais em sua terra natal, levam a cultura italiana por onde passam. Sim, porque onde tem italiano tem comida boa, não é mesmo? Além de uma imensa carta de vinhos e um ambiente pequeno e acolhedor (aliás, recomenda-se fazer reserva ao menos um dia antes), lá, você vai poder provar uma burrata sensacional – além de outras delícias típicas da Itália.

Bordeaux - le wine bar - burrata

Emmanuel, o chef, nos contou que ele é o único importador dessa burrata da foto em Bordeaux. Ela vem de um pequeno produtor da região de Puglia, principal referência na iguaria italiana. Ficamos um bom tempo conversando com ele, que falava um ótimo português por já ter morado em Moçambique, e que sonha em conhecer o Brasil e visitar as cidades cantadas por Chico Buarque em Paratodos.

Bordeaux - le wine bar-2

“Renderá uma bela viagem, Giancarlo.” Foi o que falamos a ele entre um gole de vinho e uma garfada na burrata!

Chico Buarque canta: Meu pai era paulista, meu avô pernambucano. O meu bisavô mineiro. Meu tataravô baiano.
Chico Buarque canta: Meu pai era paulista, meu avô pernambucano. O meu bisavô mineiro. Meu tataravô baiano. E assim nasceu um roteiro de viagem

Ficamos tanto tempo lá, aliás, que perdemos a hora (e a prova do quanto gostamos dali foi que acabamos voltando outro dia!). Quando chegamos ao terceiro bar (Oenolimit) ele já estava fechando.

Nosso bro “Tibô” nos pediu perdão pelo vacilo, mas a gente não esquentou nem um pouco. A noite tinha sido memorável e renderá histórias que, com o perdão do pieguiesmo, nos farão lembrar de Bordeaux pra sempre.

Segundo dia: um tour tecnológico, comida boa e mais vinho

Bordeaux - Imayana tour-2

No dia seguinte, fazia um frio congelante e uma neblina intensa tomou conta da cidade. Nossa manhã foi dedicada a um tour tecnológico pelas ruas.

Com Ipads na mão, fones na orelha e um app interativo que trazia à vida a estátua de Louis-Urbain-Aubert de Tourny, administrador de Bordeaux que viveu no século XVIII e teve grande influência no desenvolvimento urbanístico da cidade, fizemos um passeio bastante divertido e informativo.

Caminhamos por pouco mais de uma hora ouvindo histórias contadas por estátuas vivas, uma gangue de mascarons, as simpáticas cabeças renascentistas que estão espalhadas pela cidade (são mais de 3.000), e personagens diversos da época.

Bordeaux - Imayana tour

Se você é daqueles que não tem paciência pra ouvir um guia falando, mas quer aprender sobre o local que visita, essa é uma forma interessante. Nós gostamos! São nove paradas no tour que durou aproximadamente duas horas. Aqui você pode saber mais e reservar.  Custa €10.

Uma cerveja antes do almoço…

Uma de nossas missões de vida, onde quer que estejamos, é procurar bares de cervejas artesanais. Temos, aliás, uma lista grande de bares em diversas cidades em nossos “posts pendentes”. Pode cobrar! Nesta viagem, demos a sorte de ter um pubzinho a uma quadra do hotel. Como tínhamos um tempinho entre o tour e o almoço que tínhamos reserva, fomos ao Jaqen tomar uma cerveja artesanal de Bordeaux.

Bordeaux - jaqen - cerveja artesanal em bordeux-2

O bar tinha tudo o que a gente podia querer: uma boa oferta de cervejas locais na trave de chopes e mais de 100 garrafas, não só francesas, nas prateleiras. As ótimas londrinas Kernel e Beavertown estavam lá representando o UK.

Bordeaux - jaqen - cerveja artesanal em bordeux-3

Ok que Bordeaux é a cidade do vinho, mas a cultura da cerveja artesanal cresce forte por lá.  No quarto dia de viagem acabamos em uma loja sensacional e conhecemos um bar que produz a própria cerveja. Segura aí!

Bordeaux - jaqen - cerveja artesanal em bordeux-3
Uma boa porter local pra espantar o frio acompanhada por patês de azeitona

Um almoço para apreciar a gastronomia local

Na sequência, fomos almoçar no Glouton Le Bistrot, um pequeno bistrô com pratos assinados pelo chef Ludovic Le Goardet . O menu é inspirado na gastronomia da região e muda de acordo com os ingredientes da época. Comemos muito bem!

Bordeaux - glouton le bistrot
Sopa de aspargos de entrada. Deliciosa!

Eles oferecem um menu fixo ao custo de justíssimos €14 que dá direito a prato principal, sobremesa e café, mas também têm opções à la carte (pratos principais entre €16 e €23).

Bordeaux - glouton le bistrot-2
Mexilhões frescos ao molho de curry. Um mix inusitado que me fez comer suspirando
Bordeaux - glouton le bistrot-3
O crepe francês com maçãs caramelizadas. Precisa mais?

Conhecendo a Cidade do Vinho

Depois do almoço fomos visitar a obra da La Cité du Vin, um prédio incrível em formato de decanter que eternizará o amor da cidade pela bebida.

Bordeaux - la cite du vin

A cidade do vinho abrigará uma exposição permanente sobre as civilizações e culturas ligadas ao  vinho, que desde o ano 5.500 a.C. está presente na vida do ser humano, terá um restaurante panorâmico, espaço para eventos e outras surpresas.

Bordeaux - la cite du vin-2

A inauguração será em junho de 2016. Saímos de lá impressionados com a obra e futuro legado e empolgados com o próximo programa.

Bordeaux - la cite du vin com a pr
Com a Pauline, assessora de imprensa da Cité du Vin, que foi morar em Bordeaux por amor ao vinho e para trabalhar neste projeto.

Degustação de vinho às cegas

Da Cité du Vin fomos direto para o The Wine Bar do Boutique Hôtel, onde faríamos uma degustação às cegas de vinhos franceses acompanhados por queijos e frios  e conduzida por um sommélier.

Bordeaux - degustacao de vinho - The Wine Bar do Boutique Hôtel

Foi uma experiência bem legal porque antes da degustação, o expert falou sobre os aromas e sabores que poderíamos sentir e, durante, nos orientou a percebê-los. Também falou sobre as diferenças entre os vinhos do sul (mais escuros) e norte (mais claros) da França.

Bordeaux - degustacao de vinho - The Wine Bar do Boutique Hôtel-3

É fato que chegar no nível dos caras que identificam os mais complexos sabores no vinho é tarefa duríssima – e pra mim, às vezes inimaginável -, mas a experiência certamente nos ajudou a evoluir na arte. Provamos vinhos que variavam de €15 a €109 a garrafa, aprendemos e rimos bastante.

Detalhe da decoração do bar. Que tal um lustre assim em casa?
Detalhe da decoração do bar. Que tal um lustre assim em casa?

A experiência pode ser reservada diretamente no site do hotel e custa €35.

Saímos de lá alegrinhos e rindo à toa, mas estávamos mortos e capotamos no hotel. Até porque no dia seguinte iríamos acordar cedo, pegar um carro e ir até Saint-Émilion, um vilarejo medieval distante 40km de Bordeaux que estávamos loucos pra conhecer.

Saint emilion - arredores de Bordeaux

Mas essa história eu vou deixar pra Nah contar num próximo post. Ainda temos muito mais pra compartilhar sobre essa despretenciosa viagem…

*Fizemos alguns dos passeios e fomos a alguns dos restaurantes à convite do Bordeaux Tourist Office, mas minha opinião é isenta e transparente.

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13 motivos para se apaixonar por Cotswolds

A pouco mais de duas horas de carro de Londres fica um desses lugares mágicos do planeta: Cotswolds, um pedaço do Reino Unido que parece que não acompanhou a passagem do tempo.

É verdade que até mesmo em Londres, caminhando por um beco qualquer de uma parte antiga da cidade, você pode sentir que está vivendo no passado, mas a magia do Reino Unido medieval se revela pra valer nos milhares de vilarejos do interior do país.  E quando você chega em Cotswolds tudo que sempre imaginou se materializa à frente de seus olhos. A Inglaterra dos contos de fadas e histórias macabras está diante de você. É tudo e (muito) mais do que você imagina.

Essa imagem medieval que o Reino Unido “vende” (e entrega!), aliás, sempre esteve presente no meu imaginário e foi motivo de inspiração para visitar o país e sonhar com a vida simples em um vilarejo qualquer. E os dias que passamos em Cotswolds no fim do ano passado me fizeram ter certeza de que muita, mas muita gente mesmo, faz parte desse time também. Uma prova disso é que batemos recordes de likes no Facebook e no Instagram e views no Snapchat (onde somos praveremlondres), além de suspiros, corações e comentários como “@fulano, vamos morar lá?” nos cinco dias que passamos explorando a região e compartilhando nossa visão de lá nas redes sociais.

Talvez eu esteja exagerando (duvido), mas gostaria de ouvir alguém falar que explorou os vilarejos de Cotswolds e não gostou. Me pergunto qual seria a razão…

Leia sobre outras regiões da Inglaterra

castle combe- cotswolds - interior da inglaterra

Voltamos de lá apaixonados e com muita vontade de convencer você a programar uma viagem parecida com a nossa.

Assim, iniciamos hoje uma série de posts que vai contar em detalhes tudo que vimos, fizemos e vivemos. Para começar, apresento algumas das razões que eu destacaria se você me perguntasse por que vale a pena visitar Cotswolds…

1 – Conhecer o Reino Unido além de Londres

Londres é, disparada, a cidade que mais recebe turistas brasileiros no Reino Unido. Se você gosta de estatísticas, recomendo que leia um post sobre o perfil do turista brasileiro no Reino Unido.

O domínio é justo e óbvio, afinal, estamos falando de uma das cidades mais incríveis do planeta. Mas há de se fazer justiça com o interior, muitas vezes ignorado pelos turistas – o que é compreensível, afinal, Paris é logo ali. =)

Porém, se você quer conhecer um país completamente diferente do que a Inglaterra demonstra ser em Londres, considere a esticar sua viagem para alguma região do interior. Se a ideia lhe parecer boa, estude Cotswolds com muito carinho. Eu espero que ao fim do post você entenda por quê.

pedalando por cotswolds - inglaterra

2 – Se apaixonar por todos os vilarejos que conhecer

A gente caminhou por não menos do que dez vilarejos nos cinco dias que passamos na região, e todos eram incríveis!

Por mais que role um certo padrão no mix arquitetônico que predomina em terras bretãs – que começa com a inspiração romana (fortemente presente na City of London e em Bath) e atravessa alguns reinados e dinastias que deixaram um grande legado na característica de construções seculares (anglo saxões, tudors, períodos georgeano e vitoriano) –, cada cidadezinha tem um charme especial.

Os detalhes – pequenos ou grandes – sempre impressionam. Seja o cenário composto por um rio e a ponte que o “corta”, por ruas estreitas cheias de curvas, um mercado medieval, uma vista para o campo, a fumaça saindo da pequena chaminé dos cottages ou a lenha na varanda…

(Se fosse a Nah escrevendo esse texto, provavelmente você veria vários coraçõezinhos nessa descrição!)

chipping campden - cotswolds - interior da inglaterra

3 – É fácil de chegar e de se locomover

Cotswolds, que fica no centro oeste da Inglaterra, se estende por uma distância aproximada de 140km de norte a sul e 45km de leste a oeste. No meio disso, centenas de vilarejos e estradinhas rurais. De Londres, são pouco mais 140km de distância, ou duas horas de estrada. Estando na região, em alguns casos, menos de cinco minutos de carro separam um vilarejo de outro. 

Uma boa dica para aproveitar bem seus dias é fazer um roteiro prévio com alguns lugares que quer conhecer, mas deixar brechas para se perder – acredite, muitas vezes você vai ter vontade de virar à esquerda, apesar de seu destino estar à direita. Não lute contra essa vontade! Quem sabe você encontra, ao acaso, uma igreja do século XI só pra você…

chipping campden - cotswolds - interior da inglaterra

4 – Conhecer uma igreja do século XI

Pois é, essa foi uma das coisas mais legais que rolou nessa viagem!

De repente, pegamos uma saída errada em uma rotatória e demos de cara com uma plaquinha indicando o caminho para a St Nicholas Church, construída no século XI. Tocamos pra lá sem pensar duas vezes.

A surpresa foi grande quando vimos que a porta estava encostada e não tinha absolutamente ninguém lá dentro – e nem num raio de 2km! Era 21 de dezembro e nossos companheiros de estrada eram chuva e vento. Ficamos um bom tempo dentro desse tesouro, “ouvindo” o silêncio e imaginando como seriam as celebrações nos séculos passados (se bem que ainda rolam missas lá até hoje!).

Vamos contar melhor sobre essa igreja em um próximo post, mas saiba que ao passear por Cotswolds experiências como essa farão parte da jornada. Por isso, lembre-se da dica de planejar um roteiro com margem para essas escapadas.

igreja medieval - cotswolds - interior da inglaterra

5 – Dirigir por estradas absurdamente lindas

Dirigir por Cotswolds foi um de nossos pontos altos de 2015!

Estradas rurais, com vacas e ovelhas às margens, que contornam vilarejos medievais, horizontes de se perder de vista, florestas e ar puro compõem a road trip dos sonhos. Em diversos momentos, entre um vilarejos e outro, parávamos para fotografar e tudo o que ouvíamos era o barulho dos galhos das árvores agitados pelo vento forte enquanto uma chuva fina caía. Aliás, uma das vantagens de viajar no inverno pelo interior da Inglaterra é que apesar do frio e dos dias curtos, você vai ver poucos turistas e terá tráfego livre. Always look to the bright side of life.

cotswolds - interior da inglaterra

6 – Ficar com vontade de mudar pra lá umas 200 vezes durante a viagem

É sério! Em todos as cidades que paramos ficávamos imaginando como seria morar ali, em uma casinha de pedra com lareira, gatinhos correndo de um lado pro outro e um jardim florido.

Esse exercício de imaginação é legal. Talvez – ou, melhor, provavelmente – mudar para Cotswolds agora seja completamente inviável, mas ao “ver” esse futuro você liga um botãozinho no cérebro e passa a refletir sobre outras mudanças que pode fazer na sua vida. Viajar tem disso.

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Snowshill

7 – Sentir-se em um conto de fadas

Cotswolds poderia ser o cenário perfeito de um filme da Disney (deu para perceber pelas fotos?). Os vilarejos parecem de mentira. Lembro de um comentário que recebemos no Instagram dizendo que é surreal imaginar que pessoas, de fato, vivem ali. É tudo muito perfeitinho.

bibury - cotswolds - interior da inglaterra

8 – Ou em um filme de terror

A mesma lógica vale para o horror. O cenário medieval inspira um conto macabro. A foto abaixo, por exemplo, é do cemitério que fica em frente à igreja que comentei há pouco. Nesse dia, só estávamos nós dois ali. Não seria um bom lugar para o início de um filme sobre o apocalipse zumbi?

(Comentei isso no momento e a Nah me pediu para irmos embora logo. Pra você ver…)

cotswolds - interior da inglaterra

9 – Perceber o amor dos britânicos pela cerveja

Se você visitar um pub e pedir uma cerveja local em um vilarejo qualquer de Cotswolds e, depois, viajar por 20km até outra cidade (sem dirigir, claro!) vai, muito provavelmente, encontrar uma cerveja local diferente. A real ale é um dos maiores orgulhos desse país. E ao viajar por seu interior isso fica evidente.

Talvez você nem goste de cerveja, mas se ver, viver e entender a cultura de um povo é algo que busca quando viaja, saiba que a cerveja é um aspecto importantíssimo desse país. Repare os rótulos locais nos balcões dos pubs. E se beber, não dirija!

the crown and trumpet - broadway - cotswolds - interior da inglaterra

10 – Comer um full english breakfast artesanal

Tenho um segredo a confessar: foi em Cotswolds que comi o Full English Breakfast pela primeira vez na vida.

Nunca foi o café da manhã dos meus sonhos, confesso. É de alguém? Mas nesse dia decidi comer porque a descrição do prato no cardápio do charmoso café Huffkins, em Burford, me convenceu. Falava sobre a origem dos ingredientes utilizados no prato (boa parte, orgânicos e vindos de pequenos produtores da região).

Você já ouviu falar da filosofia Slow Food, que surgiu na Itália nos anos 1980 e tem a ver com reduzir o passo, viver melhor, apreciar melhor os alimentos e priorizar produtos e produtores locais? A experiência que tive ali tem muito a ver com isso! E foi sensacional. Dava pra sentir o sabor dos alimentos (não era uma coisa industrial, sabe?) e não era “ogro” como normalmente é.

burford - cotswolds - interior da inglaterra

11 – Hospedar-se em um pub

Por duas noites dormimos em um “Inn“, que é o meio de hospedagem mais comum no interior da Inglaterra. Você vai ver dezenas deles ao longo de sua viagem.

Basicamente, trata-se de um pequeno hotel, geralmente em uma grande casa georgeana. No térreo fica o pub, sempre supertradicional e com a ale local a sua espera. Aí você abre uma porta no canto do pub, sobe um lance de escadas está em frente ao seu quarto. That’s the dream, já diria Barney Stinson (How I met your mother freak detected!)

broadway - cotswolds - interior da inglaterra
Nosso quarto era a primeira janela, à esquerda, do piso superior

12 – Conhecer a cidade de William Shakespeare

Stratford-upon-Avon é uma das cidades mais ao norte de Cotswolds e uma das mais famosas da região, muito em razão de seu cidadão mais ilustre. William Shakespeare lá nasceu e, depois de ter feito história em Londres e ganhado o mundo, hoje descansa em sua cidade natal – que é um prato cheio para os amantes de sua obra. Nos próximos posts a gente vai falar mais sobre ela.

Leia o post sobre o Shakespeare’s Globe, teatro que mantém Shakespeare “vivo” em Londres

stratford upon avon - cotswolds - interior da inglaterra
Ser ou não ser?

13 – Pedalar e fazer parte do cenário de Cotswolds

Um de nossos dias em Cotswolds foi dedicado a pedalar.

Ficamos quatro horas rodando de bike por estradas rurais com pouco tráfego, ciclofaixas exclusivas e vielas em meio a cottages nos vilarejos. Foram 50km de estrada no total a partir de Stratford-upon-Avon até Chipping Campden e passando por outros vilarejos.

Uma das coisas mais legais do cicloturismo é que você diminui a velocidade da viagem, aprecia melhor os cenários e se sente mais próximo do lugar em que está, o que também tem a ver com o Slow Food. Fazer mais viagens de bicicleta, aliás, é um de nossos projetos para 2016.  

chipping campden - cotswolds - interior da inglaterra

E aí, vai concordar comigo?

Nas próximas semanas vamos contar em detalhes a viagem em diferentes posts.

Contaremos sobre como foi pedalar em Cotswolds, quais cidades visitamos, onde nos hospedamos e daremos boas dicas para você organizar sua viagem e aproveitar ao máximo esse pedacinho do paraíso, seja em uma day trip a partir de Londres ou em alguns dias.

cotswolds - interior da inglaterra

No tópico número um desse texto eu falei que esperava que ao final você pudesse concordar comigo sobre colocar Cotswolds como opção para conhecer no Reino Unido além de Londres. Deu certo? :)

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Lake District – Inglaterra: nosso roteiro em vídeo

Essa não é a primeira nem será a última história que vamos contar sobre a viagem que fizemos para o Lake District,  mais um cantinho mágico do reino bretão. Os outros dois posts sobre nossa experiência por lá você lê clicando nos links abaixo:

Hoje, apresento pra você um vídeo que a gente gravou em nossos últimos minutos por lá. Faltando cerca de duas horas para a partida do nosso trem de retorno a Londres, sentamos no gazebo do jardim do hotel, ligamos a câmera e conversamos sobre tudo o que fizemos nos três dias anteriores. Nosso bate-papo resultou num guia prático, em vídeo, pra você planejar sua viagem para a região dos lagos na Inglaterra.

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São 31 minutos em que contamos detalhadamente tudo que fizemos durante a viagem, tipo:

  • Como se locomover pelo Lake District
  • O que fazer por lá
  • O que a gente comeu (#sdds)
  • O que gostaríamos de ter feito, mas não deu tempo
  • O que você pode fazer
  • Curiosidades, informações e dicas práticas
  • Erros de gravação
  • Imagens exclusivas do snapchat (aproveita e segue a gente lá “praveremlondres”)
  • E muito mais!

Vale dizer que você não vai ver apenas a gente falando ao longo do vídeo. Filmamos bastante coisa durante a viagem , tanto paisagens como  a gente falando sobre o passeio de barco, passeando pelas trilhas, visitando monumentos históricos e por aí vai… Gravamos até em uma lojinha que diz ter o melhor gingerbread do mundo! Esses depoimentos estão inseridos no meio da “narrativa”.

Ou seja, além de vários comentários e dicas, tem MUITAS imagens legais pra você ver o Lake District que a gente viu!

É um formato de vídeo novo – fizemos pra testar. Nossa ideia é sempre gravar algo semelhante em futuras viagens. Se você puder nos deixar um comentário aqui ou lá no YouTube dizendo o que achou, vai nos ajudar muito! Afinal, esse vídeo é pra você! =)


Aliás, aproveito para perguntar:

O que você achou do tamanho do vídeo? 31 minutos é demais ou ficou de bom tamanho? Tiraria/incluiria alguma coisa? O espaço, como sempre, é seu!

Aproveita e se inscreve em nosso canal no YouTube. Vai ter vídeo novo sempre por lá!

Espero que a gente tenha conseguido transmitir ao menos um pouco do que é o Lake District. Desses lugares que fazem a gente sonhar a ponto de “viajar” sobre uma aposentadoria por lá! Nada mau, hein? :)

O post que encerra essa série vem logo mais. Apresentaremos o incrível hotel em que tivemos três noites de reis. Pode esperar pra ver. ;)

lake district - região dos lagos - inglaterra-12

Como planejar uma viagem para o Lake District, na Inglaterra

As melhores viagens que a gente já fez na vida foram aquelas que planejamos tin tin por tin tin. Milão, por exemplo, era um destino que muita gente dizia que era meio “blé”, mas aí eu fiz uma pesquisooooona sobre a cidade e planejei um roteiro incrível (modéstia à parte, claro. huhu). No fim das contas, AMAMOS os dias que passamos lá. :)

→ Todos os posts sobre a cidade estão aqui.

Mais recentemente, teve a trip pra Nova Iorque (quem aí acompanhou no Snapchat, hein?), que, ao contrário de Milão, era um lugar que eu queria muuuito conhecer (João não tinha tanta pira). Aí, meus caros, revirei essa internê de meu Deus pra fechar uma programação que fosse A NOSSA cara (não teve tanta atração turística, mas o que teve de cerveja e bons petiscos não tá no gibi. Os detalhes eu conto logo mais). E isso ajudou muito a tornar nossos dias na “cidade que nunca dorme” incríveis.

Com isso em mente, pensei que na nossa série de posts sobre a região do Lake District (o primeiro, cheio de fotos lindas, tá aqui) precisava fazer um post pra ajudar justamente nessa etapa de planejamento. Assim, você pode fazer de uma viagem para esse pedacinho maravilhoso da Inglaterra uma das melhores da sua vida. Que tal?

E, well, o post é esse que você tá lendo agora! :D

Senta que lá vem um montão de dicas práticas…

Ambleside - Lake District - Inglaterra - Reino Unido-2 (Copy)

O que levar em consideração

Antes de mais nada, você precisa ter em mente que o Lake District é uma região da Inglaterra que ocupa uma área de mais de 2.200 km quadrados (naquela comparação clássica do jornalismo, isso significa cerca de 200 campos de futebol lado a lado. Coisa pra caramba!). Além disso, há em torno de 300 cidades e vilas na região! Ou seja, conhecer TUDO é uma meta meio complicada de se alcançar. Por isso, é preciso saber fazer escolhas – e o objetivo desse post é justamente garantir que você consiga fazer as melhores escolhas possíveis. ;)

Vamos tomar como base, claro, a nossa experiência. Ou seja: três dias tendo Bowness-on-Windermere como ponto de partida para explorar a região.

Se pudesse, eu incluiria pelo menos mais um dia inteiro (pelo menos!) na programação. Talvez não aumentasse o número de vilarejos visitados, mas com certeza passaria mais tempo em cada um. Fazendo uma média, diria que é possível curtir BEM duas cidadezinhas por dia. Você pode, por exemplo, passar a parte da manhã em uma (e almoçar por lá), depois se mandar para a próxima (e fazer um lanche por lá), aí retornar para a sua base no fim do dia.

Mas também dá para fazer um turismo mais express e conhecer mais do que dois vilarejos por dia. O importante é que você entenda que cada uma dessas localidades tem diversas atrações superbacanas (museus, trilhas para caminhada/pedalada, restaurantes, etc.),  então, se você preferir passar por várias em um dia, pode ser que acabe deixando para trás atividades que gostaria de fazer e coisas que gostaria de ver. Um planejamento prévio para descobrir o que tem em cada lugar lhe ajudará a decidir o que é melhor fazer. Mas antes de a gente falar sobre isso, vamos falar sobre como chegar até a região?

Como chegar ao Lake District saindo de Londres

Basicamente, há três opções para ir de Londres à região dos lagos: ônibus, trem e carro.

A gente foi de trem (London Euston –> Windermere). A viagem levou cerca de 4h, com uma paradinha de dez minutos no meio do caminho, para trocar de trem. O trem era confortável (a poltrona não reclina, mas pelo tempo de viagem não sentimos falta disso), tinha um vagão com um cafezinho, tomada para os que precisam aproveitar a viagem para trabalhar (oi! :) e a “estrada”, supersegura. hehe.

Ah, os trens da Virgin têm Wi-fi, mas é preciso pagar para utilizar. A tabela completa de preços está aqui.

Perdoa a cara de sono. Acordar cedo não é meu forte. =/ Mas tá aí o registro do trem! ;)
Perdoa a cara de sono? Acordar cedo não é meu forte. =/ Mas tá aí o registro do trem (da Virgin Trains) e do nosso escritório por um dia! ;)
Estica as pernas, troca de trem e segue o baile!
Estica as pernas, troca de trem e segue o baile!

Os preços não são dos mais baratos, mas não dá para falar que custa entre “x” e “y” porque depende bastante de com quanta antecedência você compra. Por exemplo: Fiz uma pesquisa com o embarque previsto para sete dias depois do dia em que estava escrevendo esse post e encontrei ida e volta por 88 libras (para uma pessoa).

Estes são alguns dos sites que vendem passagem de trem para viagens dentro da Inglaterra:

–> National Express;

–> The Trainline;

–> Virgin Trains.

A viagem de ônibus, claro, é mais longa (cerca de 8h a mesma rota). No entanto, as passagens são mais baratas. Na pesquisa que fiz, encontrei ida e volta por 42 libras por pessoa.

Estes são alguns dos sites que vendem passagem de ônibus para viagens dentro da Inglaterra:

–> National Express;

–> Megabus.

A distância entre Londres e Windermere é de cerca de 450km. De carro, se você for direto, dependendo da velocidade, pode levar entre cinco e seis horas para chegar, mas se você for como a gente e se sentir atraído pelas plaquinhas de lugares que parecem legais, pode levar mais tempo. :D

Ah, e vale dizer que há muitas estradas apertadas lá na região do Lake District, e como você vai estar dirigindo “do lado contrário”, pode ser que não se sinta muito à vontade. Então, é bom levar isso em consideração na hora de decidir que meio de transporte usar.

O preço do aluguel de carro varia por vários fatores: ponto de retirada, quantidade de dias que você vai ficar com o carro, modelo, quanto você vai rodar (= quanto vai precisar de combustível) e assim por diante. Por isso, não vou falar em valores. Este é o site que usamos quando queremos alugar um carro.

Acho que cada meio de transporte tem seus prós e contras, mas cabe a cada um fazer uma “matriz de priorização” (Por exemplo: minha ordem de importância é –> conforto > preço > tempo de viagem) e decidir qual é a opção que atende melhor suas necessidades. De acordo?

Indo e vindo no Lake District

Chegou lá? Legal! Então, agora é a hora de falarmos sobre como se locomover PELA região dos lagos da Inglaterra. ;)

Nos três dias que passamos no Lake District, visitamos vários vilarejos (como Windermere, Ambleside, Grasmere e Keswick) e usamos quatro meios de transporte para isso: ônibus, barco, micro-ônibus e taxi (que a gente usou algumas vezes para ir do hotel – que era mais afastado – ao pier de Bowness. Gastamos sempre £6.50 para um rolê de uns 10 minutos).

O sistema de transporte público na região é bem interessante. Há um passe de ônibus que pode ser usado pelo dia todo (com você entrando e saindo quantas vezes quiser), que custa 8 libras, e que conecta Grasmere, Ambleside, Windermere e Bowness. Como é tudo bem pertinho, se você quiser só dar uma passadinha em alguma das cidadezinhas menores, essa pode ser uma excelente opção.

Este é p double-decker (ônibus de dois andares) que circula pela região do Lake District.
Este é o double-decker (ônibus de dois andares) que circula pela região do Lake District.

Mesma coisa com os barcos tipo “cruise”. Dá pra fazer diferentes rotas com um passe só (o passe de 24h custa 14,30£ ). Durante o trajeto, os comandantes dos barcos contam curiosidades sobre os lagos e deixam a “viagem” ainda mais interessante.

Lake District - Inglaterra - Reino Unido-8 (Copy)
No cruzeiro vermelho, por exemplo, conhecemos a história de três casarões: Brockhole, Langdale Chase e Low Wood Hotel. Três construções do século XIX que ajudam a compor o belíssimo cenário da região. <3

Você pode, ainda, fazer um tour guiado de micro-ônibus e, durante um dia, passar por vários vilarejos e lagos. A gente fez isso em um dos dias e foi bem bacana. Contaremos em detalhes no post que faremos para apresentar nosso roteiro completo, mas já fica a dica. A empresa que usamos para isso foi a The Mountain Goat.

E, bem, se você tiver alugado um carro para ir até lá, pode aproveitá-lo para explorar a região por conta própria. Assim, você para onde quiser, quando quiser e por quanto tempo quiser. :)

No mapa abaixo, marquei dez dos vilarejos de Lake District que têm atrações bacanas (sejam elas naturais ou não), pra dar uma ideia do quanto é preciso rodar por lá para curtir bem a viagem. No dia que fizemos o tour de micro-ônibus, fomos até Keswick, que no mapa parece superlonge, mas nem é tanto assim. E foi um vilarejo que a gente curtiu conhecer, então fica a fica! ;)

Ou seja, há diversas formas de explorar a região. Cabe a você encontrar a opção que mais lhe agrada!

O que fazer no Lake District

Aimeusanto, tanta coisa. :)

Pra você ter uma noção, nos três dias que passamos lá reunimos mais de 30 folhetos de sugestões de programas na região. =O

Pois ééé, coisa pra caramba. E foi pensando em você que pegamos tudo isso! A ideia, aqui, é apresentar vários programas que você pode fazer nos vilarejos do Lake District, além de curti-los caminhando (que já é uma delícia). Essas opções, aliás, podem lhe ajudar a decidir quais cidadezinhas visitar. Olha só:

  • Windermere Lake Cruises – O lago Windermere é o maior da Inglaterra. Ele conecta vários vilarejos do Lake District. Andar de barco por ele é uma das melhores formas de visualizar a região. Essa empresa, que foi a que usamos (que tem aquele passe de 24h, que citei anteriormente), tem diversas rotas bacanas, com preços variados. Visite o site para saber mais. –> Saídas dos seguintes vilarejos: Lakeside, Bowness, Brockhole, Ambleside

Lake District National Parkl- Inglaterra - Reino Unido-11 (Copy)

  • Electric Mountain – Empresa de aluguel de bike. Para quem quer explorar o Lake District sobre duas rodas. Eles têm mountain bikes, bikes elétricas, bikes híbridas (boas tanto para o asfalto, como para trilhas) e tour guiados. Os preços estão todos no site deles. –> Fica em Bowness (mas há outras empresas de aluguel de bike na região. Basta você procurar por “bike hire at NOME DA CIDADEZINHA” para encontrar uma perto de onde você estiver)
  • Lakeland Motor Museum – Curte automóveis? Então você pode aproveitar seus dias no Lake District pra conhecer esse museu do automóvel. A entrada para adulto custa £8. –> Fica em Lakeside
  • Hawkshead Brewery – Nossa maior frustração dessa viagem foi não ter conseguido visitar essa cervejaria. :( Você pode fazer o tour para ver as cervejas da casa nascendo e, de quebra, beber direto da fonte. Que tal? –> Fica em Staveley
Já que não deu para tomar umas na cervejaria local, a gente fez a degustação no pub que tinha DENTRO do nosso hotel. AHAM. Ele era incrível demais, gente. Mas falaremos sobre isso mais pra frente. ;)
Já que não deu para tomar umas na cervejaria local, a gente fez a degustação no pub que tinha DENTRO do nosso hotel. AHAM. Ele era incrível demais, gente. Mas falaremos sobre isso mais pra frente. ;)
  • The Lakes Distillery – Prefere uma dose de whisky a uma pint de cerveja? Visitar essa destilaria pode ser um programa divertido enquanto você estiver no Lake District. Além do tour (£12.50), você pode almoçar/jantar no bistrô deles. As fotos dos pratos que estão no site são de dar água na boca! (clica pra ver!) –> Fica em Setmurthy, no lago Bassenthwaite
  • The Lakeland Wildlife Oasis – Esse é o zoológico da região. Para quem vai com crianças, pode ser uma boa opção de programa. Adultos pagam £8.85 e crianças até 15 anos, £5.95 –> Fica em Milnthorpe
  • Levens Hall & Gardens – Sabe aqueles casarões de filme, com jardins impecáveis? Então, o Levens Hall & Gardens é bem assim – quer dizer, não fomos até lá para confirmar, mas é isso que o folheto e o site vendem. Parece tudo muito lindo. Adultos pagam £9 para visitar os jardins e £12.50 para fazer o passeio completo (casa + jardins) e crianças até 16 anos pagam £3 pela visita ao jardim e £5 na visita completa – queria ser criança. Mais alguém? haha –> Fica em Kendal
  • The world of Beatrix Potter attraction – A escritora inglesa Beatrix Potter tinha um carinho muito grande pelo Lake District, e a região retribui esse carinho relembrando-a em diversas atrações – inclusive nessa, que é 100% dedicada ao mundo criado por ela. A gente entrou apenas na área do café e da lojinha e, olha, não teve como não fazer “ooohhhhnnn”. Era tudo muito fofo. haha. Mas a atração em si é mais infantil, então resolvemos pular. Para adultos custa £6.95 – crianças pagam £3.65 (menores de dois anos não pagam). –> Fica em Bowness

Beatrix Potter - Lake District - Inglaterra - Reino Unido (Copy)

  • The antiques emporium – Curte antiguidades? The antiques emporium pode lhe agradar! A entrada é gratuita e o “museu de antiguidades” fica em Kendal.
  • Ravenglass & Eskdale steam railway – Esse foi outro programa que a gente ficou bem triste em não conseguir fazer. Deve ser muuuito legal andar de trem a vapor nessa região tão linda! Mas não é sempre que rola, então é preciso acessar o site e ver as datas certinhas. O passeio custa a partir de £7.50 para adultos, mas há diferentes opções de preços, então vale a pena checar para encontrar o que se adequa às suas necessidades. –> o trem sai de Ravenglass
  • Wray Castle – Olha, não vou enganar ninguém: a gente foi ao Wray Castle e achou meio furada. Tem coisas legais, sim, mas não é imperdível – nem de longe. A arquitetura externa vale mais do que o que tem lá dentro (crianças podem curtir, porque pra elas é bem interativo). –> Tem uma parada nos cruzeiros do Windermere Lake Cruises que se chama Wray Castle
Liiiiindo por fora. Por dentro... well, depois a gente conta. hihi
Liiiiindo por fora. Por dentro… well, depois a gente conta. hihi
  • Sightseeing tours of the Lake District Mountain Goat – Esses caras têm diversos tours guiados na região de Lake District. A gente fez o que apresenta dez lagos ao longo de um dia (a bordo de um micro-ônibus) e curtimos (não AMAMOS, mas curtimos – contaremos a experiência em detalhes logo mais). Pra quem tem pouco tempo, é uma ótima forma de ver bastante coisa. Os tours custam a partir de £30. –> Há tours saindo de diversos vilarejos, como Windermere, Bowness, Ambleside, Grasmere e Kendal
  • Lake District Mountain Adventures – Para os mais aventureiros, o Exped Adventure tem vários passeios legais, como introdução à escalada (£40 por pessoa para o pacote de meio dia e £65 para um dia inteiro), caminhada guiada pelas montanhas da região (£45 por pessoa – dia inteiro) e acampamento de aventura (a partir de £70 por pessoa – dois dias inteiros).  –> A base fica em Staveley
  • Caminhadas guiadas – Explorar as cidadezinhas a pé é o seu objetivo? Neste site, você encontra um montãããão de guias que podem lhe fazer companhia nessa jornada, contando fatos curiosos sobre a região e mostrando tesouros que, sozinho, dificilmente você descobriria. –> Tem saídas de vários vilarejos. Depende de onde é a base do guia.
  • Brockhole – Aluguel de bike, aluguel de barco, mini-golf, pônei… Brockhole é o paraíso da criançada! Parece uma excelente opção para quem quer um dia mais agitado para os pequenos gastarem energia. hehe –> Fica em Windermere

Esses, claro, são apenas alguns dos programas legais que você pode fazer enquanto estiver na região do Lake District. Mas eles ajudam a mostrar que opções não faltam (e olha que eu nem falei de restaurantes, mas é que nesse sentido eu sou fã do: olha, vai com a cara, entra e corra o risco. hehe). Uma outra boa sugestão é você ir aos centros de informações turísticas de cada cidadezinha (sempre tem plaquinhas indicando onde ficam) e pegar maaaaais flyers. Você com certeza vai encontrar outras várias atrações que lhe agradam. ;)

Quando ir para o Lake District

O fato é o seguinte: se você acha que chove em Londres, espera só até ir para o Lake District para entender o que é chuva de verdade! Lá, a coisa pega mesmo. Nos nossos três dias na região, a chuva foi companhia frequente.

Se você quer pegar dias mais secos por lá, segundo o site World Weather Online, deve programar sua viagem para os meses de março, abril, maio e junho, que costumam ser os menos chuvosos. 

De qualquer forma, roupas/calçados impermeáveis não podem ficar de fora da sua mala. Ninguém merece ir pra um lugar TOP como esse e não conseguir curtir direito porque ficou com o pé molhado, né? :)

Já no inverno (entre outubro e janeiro), o índice de chuva costuma ser altíssimo. Porém, o mesmo site afirma que essa época costuma proporcionar as mais belas paisagens (pode ter neve, tem dias bonitos, tem água… é, dá pra imaginar a beleza mesmo). Então, é preciso colocar na balança o que você prefere e se jogar. Só não dá pra não ir!

Tá entendendo por que não dá pra não ir, né? Pois é, eu já quero voltar!
Tá entendendo por que não dá pra não ir, né? Pois é, eu já quero voltar!

E, gente, não tem muito calor, não, sabe? Mesmo no verão, as temperaturas não costumam subir tanto. Além disso, tem um vento sul (mentira, não sei vento o que que é, só acho legal quando os amigos surfistas falam essas coisas e quis imitar. haha #aboba) que peeeega, então é bom proteger as orelhinhas e a cabeça. E aí, é só curtir!

Onde se hospedar

Como disse no início, este post foi baseado na nossa experiência, e como viajamos a convite do VisitBritain*, não tivemos que pesquisar para escolher em que vilarejo ficar e nem em qual hotel. Bowness-on-Windermere foi nossa base e o INCRÍVEL Storrs Hall, nossa “casa” (falaremos sobre ele em breve, mas você já pode reservar seu quarto lá clicando aqui).

GENTE, ESSA CAMA ERA TIPO UMA NUVEM!!! <3
GENTE, ESSA CAMA ERA TIPO UMA NUVEM!!! <3

O que posso dizer, então, é que essa é uma excelente escolha. Bowness fica superbem conectada e o hotel é sensacional, então não tem erro.

Porém, há muitas outras cidadezinhas que podem ser boas como ponto de partida na exploração do Lake District – como Ambleside, Windermere e Kendal. Se você quiser buscar acomodação nesses lugares, sugiro que utilize este link. Ao fechar sua acomodação com o Booking, você não paga a mais e ainda ajuda a manter o Pra Ver em Londres vivo, pois somos comissionados pela sua reserva. Que tal?

Mostra um pouco mais, Nah? :)

Opa, claroclaro. Vou encerrar nosso papo de hoje com umas fotos. Afinal, tenho certeza que elas vão ajudá-lo a querer planejar essa viagem logo. Tá aí:

Essas vielas...
Essas vielas…

Windermere - Lake District - Inglaterra - Reino Unido-4 (Copy)

... A simplicidade da vida do interior...
… A simplicidade da vida do interior…
... Os lagos (claro!)...
… Os lagos (claro!)…
... O visual encantador...
… O visual encantador…
... tudo, ABSOLUTAMENTE TUDO, encanta no Lake District! #depressãopós-lakedistrictfeelings
… tudo, ABSOLUTAMENTE TUDO, encanta no Lake District! Deixe-se encantar!

Partiu Lake District?

E aí, consegui dar um bom panorama para ajudá-lo a planejar essa viagem? Espero que sim! :)

Mas a série sobre essa viagem não termina aqui! Olha só sobre o que ainda vamos falar: 

  • Nosso roteiro detalhado
  • O <3 hotel <3 em que ficamos – o melhor da vida! <3
  • Vídeo com imagens de tirar o fôlego!
  • Coisas que queríamos ter feito no Lake District, mas que não deu tempo…

–> Ah, e o primeiro post já publicado está aqui: 11 motivos para conhecer a fascinante região dos lagos no Reino Unido. Não deixe de ler. ;)

Porque esse pedaço do paraíso na Inglaterra precisa ganhar um espaço no coração dos viajantes que vêm ao Reino Unido. E a gente vai batalhar por isso! \o/

Até a próxima!

Beijos,

Nah

* Nós viajamos a convite do VisitBritain, mas as opiniões aqui registradas são 100% pessoais. Recomendo que você os siga no FacebookInstagram e Twitter. Eles sempre postam boas dicas e fotos lindas!

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11 motivos para conhecer a fascinante região dos lagos no Reino Unido

Eu já falei aqui algumas vezes que sonho em morar em um cottage em um vilarejo medieval inglês qualquer. Esse sonho ainda deve levar uns anos pra ser realizado, mas até lá, conhecer diferentes cidadezinhas candidatas é um exercício que a gente adora fazer.

Ambleside - Lake District - Inglaterra - Reino Unido
Pode ser essa casa, com vista para o lago Windermere, o maior lago da Inglaterra

No fim de agosto a gente foi para o Lake District, uma região do Reino Unido que queríamos conhecer há muito, muito tempo. Antes de irmos, eu tinha certeza que a viagem seria top. E foi. Com o bônus da região dos lagos ingleses ter se revelado uma forte candidata a nos servir de lar quando o futuro chegar.

Nas três noites que ficamos lá, conhecemos uns 10 vilarejos diferentes, todos com aquela característica medieval que é a cara do país. Alguns deles ficam a menos de 10km um do outro. O acesso é sempre através de estradinhas apertadas, mas em ótimas condições, e cercadas por árvores, riachos, florestas e lagos, claro.

Lake District - Inglaterra - Reino Unido

E quando a estrada não é coberta pelo verde, você perde o horizonte de vista entre montanhas e lagos. Não importa onde você está ou pra que lado olhe: o cenário é sempre deslumbrante.

Região-dos Lagos - Inglaterra - Reino Unido

A impressão que se tem é que o Robin Hood vai pular na sua frente a qualquer momento, que um grupo de hobbits vai te parar pra pedir informação ou que você vai dar de cara com um personagem do Game of Thrones. Quando você olha o mapa da região fica fácil entender por quê.

mapa lake district
Verde por todos os lados

O Lake District faz parte do condado de Cumbria, que fica no noroeste da Inglaterra, quase na fronteira com a Escócia. É um dos 15 parques nacionais do Reino Unido, bem como o North York Moors que já escrevemos aqui. Nas próximas semanas a gente vai contar a história dessa viagem em detalhes. Falaremos sobre como chegar, onde ficar, que vilarejos conhecer, como se locomover, o que fazer por lá e dar detalhes da nossa experiência.

Antecipo que o Lake District é um destino de viagem para todos os gostos e perfis. É perfeito tanto para um casal em busca de um refúgio romântico, uma família que deseja passar bons momentos em meio à natureza, os que planejam viagens à procura de paisagens exuberantes, amantes da literatura (Beatrix Potter nasceu e viveu lá), aqueles que gostam de esportes radicais (a gente se surpreendeu com a diversidade de atividades), quem gosta de visitar cervejarias e por aí vai… A lista é grande. Pode esperar por detalhes nos próximos capítulos. =)

Hoje eu fico por aqui e deixo algumas fotos que resumem bem o que é o Lake District pra mim e (bons) motivos pra te convencer a ir pra lá.

1 – Visitar uma das regiões mais espetaculares do Reino Unido

Lake District National Parkl- Inglaterra - Reino Unido

2 – Dolce far niente: ver a vida passar apreciando belas paisagens

Da janela do quarto do Storrs Hall, hotel em que ficamos
Da janela do quarto do Storrs Hall, hotel em que ficamos

3 – Sentir-se em um conto de fadas

Lake District National Parkl- Inglaterra - Reino Unido
Se você gosta de pedalar, pode esperar algo como o pedal da sua vida por essas estradas

4 – Praticar os mais diversos esportes

Lake District - Inglaterra - Reino Unido
Os lagos são um parque de diversões para os esportes naúticos, mas fora deles também há muita ação para os aventureiros

5 – Conhecer o maior lago da Inglaterra

Lake District National Parkl- Inglaterra - Reino Unido-10 (Copy)
São 18km de comprimento, 1,5km de largura e a profundidade chega a mais de 60 metros

6 – Sentir-se em cenário de Game of Thrones

Lake District - Inglaterra - Reino Unido
Vai dizer que não dá pra imaginar a Arya Stark tomando água aí?

7 – Conhecer uma mina de ardósia

Lake District National Parkl- Inglaterra - Reino Unido
As rochas que você vê no canto inferior direito da foto é a ardósia, bastante comum no Lake District. Lá, você pode visitar a Honister Slate Mine

8 – Comer o melhor gingerbread do mundo 

grasmere gingerbread- Lake District - Inglaterra - Reino Unido
No belo vilarejo de Grasmere você pode provar o que dizem ser o melhor bolinho de gengibre do mundo. Até o ex-casal Tom Cruise e Nicole Kidman já passou por lá para provar

9 – Hospedar-se em uma mansão georgiana

Storss Hall - Lake District - Inglaterra - Reino Unido
O hotel em que nos hospedamos é uma mansão georgiana espetacular. Falaremos em detalhes sobre ele em breve

10 – Ter vontade de morar em todos os vilarejos que vai conhecer

windermere - Lake District - Inglaterra - Reino Unido-3 (Copy)
Que tal ter o lago Windermere como jardim?

11 – Ter certeza de que os encantos do Reino Unido vão muito, mas muito além de Londres

Região-dos Lagos - Inglaterra - Reino Unido

Lake District - Inglaterra - Reino Unido

Lake District National Park- Inglaterra - Reino Unido

Que tal trocar Paris pelo interior do Reino Unido?

Londres é, disparada, a cidade que mais recebe turistas no Reino Unido. É claro que eu não estou aqui pra tirar os méritos da cidade, mas é triste pensar que muita gente prefere sair daqui e pegar um trem pra Paris, por exemplo, ao invés de explorar o interior. Nós já viajamos pra diversas regiões do Reino e sempre nos surpreendemos.

Sugiro, com todas as minhas forças, que você considere ir além de Londres quando vier pra cá. Se você já fez isso, conta pra nós nos comentários. Que cidades, além de Londres, conheceu no Reino Unido ou Inglaterra e qual foi a sua preferida?

 * Nós viajamos a convite do VisitBritain, mas as opiniões aqui registradas são 100% pessoais. Recomendo que você os siga no Facebook, Instagram e Twitter. Eles sempre postam boas dicas e fotos lindas!

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Grécia: Vivendo um sonho na ilha de Ios (vídeo)

Se você acompanhou nossas redes sociais nas últimas duas semanas viu que estávamos na Grécia.

Se não, corre pro Instagram ver as fotos. Ah, segue a gente no Snapchat também. É só procurar praveremlondres por lá. Infelizmente, os vídeos de Ios já se foram porque eles ficam no ar apenas por 24h, mas a gente tem usado bastante essa rede social. É mais uma forma de nos conectarmos. =)

Passamos dois dias em Atenas e 12 em Ios, uma desconhecida ilha de nome estranho (se fala como se parece: Iôs) que fica a menos de uma hora de viagem da linda, porém lotada e inflacionada, Santorini.

Antes de embarcarmos, não sabíamos muito sobre o lugar, pois tem muito pouco conteúdo na internet a respeito. E ainda tem o fator concorrência com a Apple: experimenta jogar Ios no Google pra ver o que acontece. =)

Mas, pensando agora, visitar o desconhecido acabou sendo muito positivo. Desembarcamos sem saber o que esperar e saímos suspirando e planejando, quem sabe, voltar no próximo verão. Ios nos marcou profundamente. Veja algumas fotos que fizemos nos primeiros dias na ilha.

Pelas amizades que fizemos (fomos para um evento do Travel Massive que reuniu mais de 30 blogueiros de viagem e outros profissionais do turismo do mundo todo), pelas praias absurdas, pelo azul do mar e das portas e janelas, pela paz, tranquilidade e energia do lugar, pela fantástica comida mediterrânea, pelo por do sol, pelos gatinhos e por tantas experiências que me arrancam um sorriso sempre que lembro.

Quando estávamos voltando, no ferry, fiz um esboço de um texto com 20 e tantos motivos para você conhecer Ios. Em breve ele será publicado e você vai entender melhor a razão dos suspiros e dos planos de voltar.

Até lá, deixo o convite pra que dê o play no vídeo abaixo e sinta um pouco do que é Ios. Se gostar, não esquece de “dar um joinha” no YouTube e se inscrever no canal. Estamos entrando em uma nova era aqui no blog. Vídeos serão mais frequentes daqui em diante. Mas quero saber se você é a favor dessa ideia.

Afinal, como sempre falamos, o Pra Ver em Londres (na Grécia ou no mundo) é nosso, mas também é seu!

E aí, curtiu? Tem alguma sugestão de vídeo pra gente gravar? Vale uma dica pra mostrar um lugar legal em Londres, uma outra cidade, a gente falando bobagem ou qualquer coisa que sua curiosidade permitir. Eu tô bem curioso e ansioso por suas sugestões! Hehe

Até a próxima.

Pra Ver na Grécia: As primeiras impressões da ilha de Ios em fotos

pra ver no mundo30 graus. Céu azul. Casinhas brancas. Portas e janelas azuis. Marzão brilhante. Um por do sol de tirar o fôlego. Geografia “peculiar”.

Diz aí: essa não é a combinação perfeita para uma série de fotos incríveis? Pois é, e é isso que estamos vendo e registrando desde quinta-feira (16), quando desembarcamos no porto de Ios, uma ilha grega conhecida como “a ilha das festas”, mas que tem muito mais a oferecer do que simplesmente baladas e bons drinks. E é isso que eu quero mostrar hoje. :)

Selecionei alguns dos cliques que fizemos por aqui nos últimos dias com um objetivo simples: fazê-lo se apaixonar por Ios e repensar seu roteiro na Grécia – sim, Mykonos, Santorini e as outras ilhas gregas mais badaladas merecem sua visita, mas Ios também pode fazer parte dessa lista. Bora entender por quê? ;)

#LifeOnIos é um projeto que reúne vídeo-bloggers de vários países para mostrar um pouco sobre a vida nessa incrível ilha. Nossas redes sociais estão cheias de conteúdo produzido diretamente daqui. E será assim até o fim do mês, quando voltamos a Londres. :) Verão europeu tem que ser aproveitado, né? ;)

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Ios - grécia
Estamos completamente apaixonados por Ios. Uma ilha linda, onde o tempo passa devagar, o vento sopra forte e as pessoas são de uma simpatia única.
Tá aí um dos ícones de Chora, o centrinho de Ios: as igrejinhas brancas. Aliás, do centro e da ilha inteira. Pra você ter uma ideia, na "ilha da festa" há 366 igrejas! Uma para cada dia dos anos bissextos. =D E elas são assim: branquinhas, pequeninhas e bem lindas por dentro. Por que existem tantas? Não sabemos ao certo (estamos investigando), mas pode ser porque a a galeura da ilha da festa precisa pedir perdão aos céus pelos pecados cometidos na noite passada. Não? haha
Tá aí um dos ícones de Chora, o centrinho de Ios: as igrejinhas brancas. Aliás, do centro e da ilha inteira. Pra você ter uma ideia, na “ilha da festa” há 366 igrejas! Uma para cada dia dos anos bissextos. =D E elas são assim: branquinhas, pequeninhas e bem lindas por dentro. Por que existem tantas? Não sabemos ao certo (estamos investigando), mas pode ser porque a a galeura da ilha da festa precisa pedir perdão aos céus pelos pecados cometidos na noite passada. Não? haha
Ios tem cerca de 20 praias espalhadas por uma área de XXXXX. Para chegar a muitas delas é preciso entrar em um carro e rodar por vááários minutos. No caminho, é impossível não parar para admirar (e fotografar) vistas como essa aí.
Entre uma praia e outra é um sobe e desce pelos morros. É impossível não parar para admirar (e fotografar) vistas como essa aí.
Mas tem, claro, as praias mais centrais. Essa da foto é Mylapotas, que fica "no pé" de Chora, o centro da Ilha. É uma praia bem movimentada, mas ainda assim supergostosa para curtir um dia de sol, mar e calor.
Mas tem, claro, as praias mais centrais. Essa da foto é Mylapotas, que fica “no pé” de Chora, o centro da Ilha. É uma praia bem movimentada, mas ainda assim supergostosa para curtir um dia de sol, mar e calor.
Maganari é uma das praias mais afastadas que visitmos
Maganari é uma das praias mais afastadas que visitmos. Justamente por ser mais afastada, é frequentada especialmente por famílias que buscam tranquilidade
ilha grega - ios - grécia
Por do sol visto do Pathos Lounge, um dos melhores lugares da ilha para ver a despedida diária do sol. Tá vendo essa piscina? Ela é a maior piscina infinita do Mediterrâneo!

Sem filtro e com 50 tons de azul

ilha grega - ios - grécia
Essa lojinha vende produtos artesanais feitos na ilha. Desde deliciosos doces locais, até azeite de oliva produzido pela família que toca o negócio. A gente entrevistou o Kostas, dono da loja. Em breve ele vai aparecer por aqui em um vídeo que estamos preparando
ilha grega - ios - grécia
Enquanto estiver em Ios você, diariamente, terá uma dura missão: escolher o lugar em que vai apreciar o maior espetáculo da Terra. Essa foto foi feita ao lado de uma igrejinha que fica no ALTO de um dos morros da ilha
ilha grega - ios - grécia
Essa é Pappa, uma praia de dificílimo acesso que não tem nada além de um lounge e uma casa construída por um milionário local. Tivemos o privilégio de passar o dia lá com o grupo de blogueiros que está com a gente. Apesar do celular na mão (pra tirar foto), lá Wi-Fi é algo impensável. E isso é bom demais!

Estamos vivendo experiências incríveis nesses quase 15 dias que vamos passar na ilha. Viemos pra cá para um evento do Travel Massive, que reúne blogueiros do mundo todo. Tem gente da Inglaterra, França, Alemanha, Canadá, Eslovênia, Uruguai, Austrália, Itália, República Tcheca e Brasil – além dos gregos que estão nos recebendo, claro.

Muitas histórias serão contadas por aqui nas próximas semanas! Tá curioso? =)

Mas não se preocupe, apesar das “férias” longe de Londres, nas horas vagas por aqui a gente prepara posts sobre a cidade do coração, claro. Logo vem uma dica toptop pra quem curte bons drinks. Pode esperar! ;)

–> Apoiadores do projeto #LifeOnIos:

Noites num cottage em Pickering e os encantos do interior inglês

Mesmo que algumas histórias demorem um pouco mais do que deveriam para serem contadas, cedo ou tarde elas chegam ao fim.

Hoje é dia de contar o capítulo final da viagem que fizemos para a região de Yorkshire há pouco mais de um ano. Quer acompanhar a viagem do início?

Pickering entrou em nosso roteiro por um acaso feliz. Quando estávamos planejando a viagem, nossa primeira regra era a de que ficaríamos hospedados em um cottage, uma daquelas casinhas medievais, de pedra, características do Reino Unido.  Não sei vocês, mas eu sonho em um dia viver num cottage em um vilarejo qualquer no interior inglês.

pra ver em londres - pickering - north yorkshire  - cottage
Como sempre, em nossa página do Google Plus tem fotos que não estão aqui: https://plus.google.com/u/0/b/107311324167195467141/photos/+Praveremlondres/albums/6111072243975193425

Por que Pickering?

Não foi fácil chegar ao cottage que escolhemos em Pickering. Isso porque eu sou extremamente criterioso nos padrões de escolha de hospedagem. Ou chato, se preferir.  =)Por mais que o lugar em que dormimos numa viagem geralmente seja o que menos passamos tempo, é bom saber que você vai chegar num lugar que escolheu a dedo depois de um dia corrido. Ainda mais quando o plano era pegar um cottage. Mais do que uma cama, queríamos uma experiência tipicamente britânica.

Varri alguns sites de aluguel temporário de cottages (links no fim do post). Arrisco dizer que vi fotos de mais de 100 cottages em vilarejos próximos a York. Os que não estouravam nosso orçamento, ou estavam reservados ou não eram o que a gente imaginava.

pra ver em londres - pickering - north yorkshire - cottage
Aí veio esse…

Mas no fim deu certo. Quando chegamos ao Kingshaven Cottage (sim, ele tinha até nome) meu sonho ganhou um reforço. Vista de fora era uma simpática casinha de pedra. Por dentro, um pequeno castelo. Não pelo luxo, mas por tudo o que o envolvia.

Fomos recebidos com uma cesta com comidinhas. Tinha pão caseiro, geleia artesanal, leite e ovos da granja do John, o proprietário, que abriu a porta com um sorriso no rosto e já contando boas histórias. Falei um pouco sobre como ele vivia o sonho aqui nesse post. Relembrando: um dos programas preferidos dele e da esposa era pedalar pela região e degustar cervejas artesanais na Cropton Brewery, cervejaria da cidade.

pra ver em londres - pickering - north yorkshire (1 de 1)-13
os ovos, a geleia e a cesta

Mas voltando à casa, ela era perfeita. Veja o breve vídeo que editei com algumas imagens do interior do cottage.

Pontos pra lareira, salinha de tv aconchegante e cheia de dvds, pra cozinha superequipada e pro quarto com uma cama que parecia uma nuvem. Sério, se você tem um mínimo de loucura pela Bretanha como a gente, permita-se hospedar-se ficar em um cottage ao menos uma vez na vida.

O John nos contou que a estrutura da casa, toda de madeira, permanece original e intocada, mesmo após ele ter feito uma reforma geral. Isso porque há uma lei no UK que proíbe que você altere a estrutura de residências seculares. E o mais legal é que por dentro do cottage essa estrutura de madeira fica toda exposta. É praticamente parte da decoração.

Uma pausa: a preocupação dos britânicos em preservar a História e mantê-la sempre viva é admirável, não?

O que pesou a favor da escolha por esse cottage e por Pickering, lugar que nunca sequer havíamos ouvido falar, foi que além de estar dentro do nosso orçamento (pagamos £165 por três noites), a cidade estava exatamente no meio do caminho entre York e Whitby, duas cidades que já estavam em nossa rota prevista.

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Em algum lugar em North Yorkshire
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Você sabia que não existe frentista na Inglaterra?

Primeira parada: o pub local

Logo que chegamos, no fim de tarde de uma quinta-feira gelada e úmida de janeiro, largamos as coisas e fomos até o pub The Sun Inn, a 200 metros de casa. Sonho! Na vinda já havíamos visto uma placa divulgando as ales premiadas que serviam lá. Precisava mais? =)

A surpresa da noite, além das boas cervejas e atmosfera fantástica do pub, em boa parte tomado por casais com idade para serem nossos pais, alguns avôs e avós e várias famílias, foi que era dia de pub quiz, tradição linda desse povo que adora jogar e beber.

O primeiro quiz foi sobre fatos históricos ocorridos no ano anterior, e a gente se deu bem, mas depois o jogo caminhou para temas mais “locais”, e acabamos ficando para trás. Não ganhamos o prêmio final, mas ganhamos uma experiência divertida e inesquecível.

  No dia seguinte, acordamos cedo pra pegar a estrada rumo a York e voltamos tarde da noite. Um pouco da estrada….

Já estamos na estrada de novo. Explorando no Norte véio de guerra da Inglaterra. :) #roadtrip #england #video Um vídeo publicado por Pra Ver Em Londres (@praveremlondres) em

De volta à Pickering, já bem tarde, só deu tempo de passar no mercado comprar um vinho, uns queijos e umas frutas pra curtir a lareira e conversar por horas sobre quanto as coisas mais simples da vida costumam ser as mais incríveis…

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O trem que entrou pra lista de ‘fazer antes de morrer’

Somente no domingo, quando íamos embora, que dedicamos uma manhã para passear pela cidade. E foi aí que descobrimos o grande motivo que me garante que a gente voltará a visitar o vilarejo. É de Pickering que sai o trem que eu quase chorei de tristeza por estar fechado durante o inverno.

O North Yorkshire Moors Railway é um trem a vapor que faz uma viagem cenográfica por dentro do parque que leva seu nome. De Pickering, sua base, até Whitby, última parada, são 38 km percorridos em 1h30 de viagem por paisagens incríveis. Se algum leitor já fez essa viagem, por favor manda uma foto que eu faço questão de publicar aqui.

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Chocado com o visual ;)

Ah, uma das paradas do trem é em Goathland, vilarejo que a Wikipedia nos diz ter 438 habitantes. Passaria despercebido na história se sua estação de trem não tivesse  sido retratada como a estação de Hogsmeade em Harry Potter e a pedra filosofal. Algum fã por aí?

Fica a dica para você fazer essa viagem de trem, que deve ser linda, e meu compromisso de voltar aqui ainda esse ano pra contar pra você como é, com muitas fotos e vídeo. =)

Esse cenário é um pouco do que você vai ver se viajar de trem
Bem como o trem, essa estrada também corta o North Yorkshire Moors National Park

O que fazer em Pickering

A gente teve pouco tempo para passear pela cidade, mas como se trata de um vilarejo de pouco mais de seis mil habitantes, não é difícil reunir boas sugestões pra você passar um belo dia por la.

Visite o castelo

O inverno não nos impediu apenas de viajar de maria fumaça, mas também de conhecer o Pickering Castle. Ele foi construído no século XIII e durante a Idade Média servia como casa de férias dos reis. Que tal?

Como não conseguimos entrar, vou ficar devendo os detalhes de como é por dentro. Mas no fim do post tem um link do English Heritage com mais informações. Pra não dizer que nossa visita não valeu a pena, eu fiz esta foto quase em frente a ele:

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Fotogênica a cidade, não?
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Pickering Castle visto do lado de fora

Conheça o museu do povo de Pickering

Mesmo sendo um vilarejo inóspito, Pickering tem um museu que se orgulha por mostrar um pouco da vida local e dos costumes de seu povo. O Beck Isle Museum foi fundado por cidadãos na década de 1960 com o objetivo de preservar e contar a história de sua gente. Acabamos não visitando, mas toma nota.

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Tome cerveja artesanal direto da fonte

Como disse no começo do post, John, nosso anfitrião, comentou com a gente que um dos passeios preferidos dele e sua esposa era pedalar até a Cropton Brewery, cervejaria artesanal da cidade. A gente provou alguns rótulos no pub local e aprovamos.  Vale dizer que essa cervejaria tem o carimbo da Campaign for real ale (CAMRA), entidade que preserva e defende as verdadeiras ales inglesas. Ou seja, qualidade assegurada!

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Flores do lúpulo e maltes com diferentes graus de torra: a magia da alquimia cervejeira

Dê chance para o inesperado

Quando comecei a escrever pensei que não teria muito dizer sobre Pickering, em razão do pouco tempo que passamos lá. Mas à medida que o texto fluía veio este pensamento: uma cidade cheia de gente boa e de sorriso fácil, que é a base para o que parece ser uma incrível aventura de trem, que conta com um castelo de férias de reis medievais e que tem sua própria cervejaria, tem motivos de sobra pra se orgulhar, render boas histórias e atrair visitantes.

A gente certamente vai voltar. E você, quer conhecer?

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Referências e mais informações

Onde alugar um cottage